Diante do risco de que a própria crítica à ideologia pode ser arrastada por ela ao centro da realidade ofuscada, o que resta para aqueles que estão predispostos a encontrar a essência e as contradições dos fenômenos escondidas na aparência? Quais são as implicações desse risco numa análise crítica sobre lazer e consumo, fenômenos típicos de uma sociedade industrial capitalista? Como articular a crítica radical às ideologias estampadas nas bandeiras do lazer, do consumo e do shopping center (fenômenos típicos do mercado capitalista mundial) com movimentos concretos de superação da alienação e do estranhamento? Essas questões revelam uma dificuldade há muito tempo presente tanto na própria atuação dos intelectuais das ciências humanas e sociais quanto nos debates sobre como a teoria pode se converter em prática. Uma das tarefas do intelectual reside no esforço em derrubar os estereótipos e as categorias redutoras que tanto limitam o pensamento humano e a comunicação. Além disso, aos intelectuais cabe a importante tarefa de representar o sofrimento coletivo, testemunhar suas lutas, reforçar sua memória, universalizar os conflitos e as crises e reafirmar sua perseverança. O intelectual deve estar em constante estado de alerta e ter uma disposição perpétua para não permitir que meias verdades ou idéias preconcebidas norteiem as pessoas.
O intelectual deve alinhar-se aos fracos e aos que não têm representação. Sua tarefa não é nada simples e, por isso, não pode ser facilmente rejeitada como se fosse idealismo romântico. No fundo, o intelectual não é nem um pacificador nem um criador de consensos, mas alguém que empenha todo o seu ser no senso crítico, na recusa em aceitar fórmulas fáceis ou clichês prontos, ou confirmações afáveis, sempre tão conciliadoras sobre o que os poderosos ou convencionais têm a dizer e sobre o que fazem. Não apenas relutando de modo passivo, mas desejando ativamente dizer isso em público.
O intelectual deve alinhar-se aos fracos e aos que não têm representação. Sua tarefa não é nada simples e, por isso, não pode ser facilmente rejeitada como se fosse idealismo romântico. No fundo, o intelectual não é nem um pacificador nem um criador de consensos, mas alguém que empenha todo o seu ser no senso crítico, na recusa em aceitar fórmulas fáceis ou clichês prontos, ou confirmações afáveis, sempre tão conciliadoras sobre o que os poderosos ou convencionais têm a dizer e sobre o que fazem. Não apenas relutando de modo passivo, mas desejando ativamente dizer isso em público.
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