Quando da "Abertura" do Presidente Figueiredo, ainda sob o regime do golpe militar de 64, o que de fato ocorreu, como atualmente mais isso se constata, não passou de uma manipulação estratégica das mesmas oligarquias que até hoje dominam o cenário político nacional.Ora, abrir uma válvula para concessões políticas só seria arriscado ao sistema econômico se o povo e seus líderes tivessem um outro sistema que o substituísse. Não tendo, perigo algum poderia advir de uma 'abertura' que possibilitaria assegurar o direito de falar a quem não tinha o que dizer.Com habilidade, o regime política poderia usar a 'abertura' para dar cobertura à ditadura econômica. Não foi outra coisa o que de fato aconteceu. E desde então é o que se verifica no Brasil.Alterar o regime político para criarmos um novo sistema econômico é a tarefa que se impõe às lideranças do povo e dos trabalhadores. Contudo, o que vemos até agora é somente a colaboração com o regime vigente, estejam os 'colaboracionistas' (e não simplesmente 'colaboradores') abrigados na 'social-democracia' ou no 'socialismo'. Afinal, na voz do silêncio, os nomes não importam, pois não trazem consigo efetivo conteúdo.
(Caos Markus)
REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
sábado, 14 de julho de 2012
sexta-feira, 13 de julho de 2012
QUARTA-FEIRA, 1 DE AGOSTO DE 2012: "FILOSOFIA RIMADA"
Heráclito, dado a encontrar harmonia no antagonismo; pela admissão de necessária existência do verso e do anverso; haveria de apaixonar-se pelo Drummond da 'poesia do conhecimento', em razão da pluralidade dessa poética.Até mesmo um Dante -procurando ser não apenas o intérprete de Deus, mas também o seu promotor- igualmente foi homem com coração de poeta universal. Parmênides... É difícil imaginá-lo saboreando um Drummond, já que em Eléia o filósofo dirigia as suas 'investigações' em sentido absolutamente contrário às respostas vindas de Éfeso, pelos argumentos de Heráclito. Entretanto, quem sabe se por isso mesmo; relativizando a sua defesa da invariabilidade do ser, flexibilizando a sua convicção na unicidade, na imutabilidade; Parmênides cederia à tentação (nem que fosse só para divergir do colega grego), municiando seu arsenal com a 'poesia do conhecimento' do mineiro de Itabira, Carlos Drummond de Andrade.Afinal, nas "estrofes" dos filósofos, o quê há senão as "rimas" da poesia?
(Caos Markus)
TERÇA-FEIRA, 31 DE JULHO: "FIRMANDO A AFIRMAÇÃO"
Da circunstância onde morte e dor co-existem, a opressão tem origem na própria condição humana.
Opor-se ao opressor é opor-se a estes dois fatos. Porém, daí, a pergunta: defrontar-se com o opressor baseado em quê? O oprimido afirma um valor frente ao opressor: aqueles limites que não podem ser ultrapassados. O insubmisso transcendente afirmará um princípio de justiça, o direito a uma unidade feliz.
Sob o sentimento de frustração, o sublevado transcende, porque possui consciência de sua dignidade e das exigências que emanam de seu ser.
Na sua irreverência, ele firma a afirmação da sua liberdade. A sua lucidez indica que a criação não corresponde ao que ele é. E ele decepciona-se pela confrontação entre o que é exigência sua e o que é realidade.
A ordem que obriga é a da vida e a da felicidade. Para afirmá-las, vê-se compelido a negar uma realidade que contrapõe sofrimento e morte. Não aceitar o injusto, recusar a criação, contestá-la sempre; afirmar o homem, confirmar o direito ; eis a sua missão.Esse homem não é necessariamente um ateu.
Repelir uma determinação não implica na rejeição da existência de um ordenador. Esse homem é, sobretudo, alguém que blasfema. Porque não aceita, porque recusa a inumanidade da ordem.Então, mais do que negar a existência de um criador, a insubordinação institui um processo de julgamento. E todo julgamento nivela: nenhuma superioridade pode ser reconhecida naquele que é réu. Ao julgar, o insurrecto se proclama, definitivamente, 'igual'.
(Caos Markus)
quinta-feira, 12 de julho de 2012
SEGUNDA-FEIRA, 30 DE JULHO DE 2012: "TRANSFORMADOR DE ATITUDE"
Por 'atitude' se entende algo mais permanente, a predisposição do indivíduo para o desenvolvimento de alguma maneira de agir.
'Opinião' é somente a manifestação da crença, da ideologia do indivíduo.
Nesta compreensão, ao responder como avaliamos a administração de um prefeito (se ótima, boa, regular, ruim, péssima), por exemplo, estamos apenas manifestando a nossa opinião sobre o tema da abordagem.
Na atitude, contudo, muito além do que se crê e até se defende, o interesse é o da ação concreta.
Nesta, não somente avaliamos, porém, intervimos na situação.
Isso já é o suficiente para percebermos que 'opinadores' muitos somos.
Atitude, esta quase ninguém possui.
Afinal, na 'opinião', qualquer um de nós é mero receptor do repassado contínua e incessantemente como 'certo' ou 'errado', o 'mal' e o 'bem'. Mas na 'atitude' cada indivíduo é o próprio agente, aquele que não faz propaganda de suas idéias e põe essa idéias em prática.
Ser "formador de opinião" é, pois, algo sem valor, quando comparado ao 'transformador de atitude'.
(Caos Markus)
DOMINGO, 29 DE JULHO DE 2012: "O VALOR SOCIAL DA LINGUAGEM"
Para a maior parte das pessoas, toda experiência, real ou potencial, é saturada de verbalismo.
A linguagem interpenetra integralmente a experiência direta.
Isso talvez explique porque tantos amantes da natureza não sentem que estão verdadeiramente em contato com ela, até que tenham dominado os numerosos títulos de flores e árvores.
Tudo como se impossível fosse aproximar-se da natureza, a menos que se dominasse antes a terminologia que de algum modo, magicamente, a expresse.
É esse constante intercâmbio entre as 'linguagens' e a 'experiência' que afasta a própria linguagem da fria posição de sistemas pura e simplesmente simbólicos, tais quais a simbologia matemática ou as demais espécies de 'sinalização'. O valor social primário da 'fala' reside, pelo que se constata, na eficiência do conjunto de indivíduos em sintonia com o alívio das tensões sociais.
(Caos Markus)
SÁBADO, 28 DE JULHO DE 2012: "BINÔMIO HUMANO"
Ensinamentos da sensibilidade, negar a inocência é negar o homem mesmo; culpá-lo é compactuar com a injustiça.
A pretensão de superar a própria humanidade está sempre presente nos que julgam. Ao decretar a culpa de uma pessoa, toma-se a imagem de uma vil divindade que, castigando, se julga portadora da verdade. E a verdade, sendo o Absoluto, não é atributo humano.
No ato de julgar, o que se vê é um violento 'sim' ao mundo da injustiça e da morte. Trata-se de conduta de quem é contra o ser humano.
Afinal, a revolta sensível leva à história, porém, não exclui o mundo. A negação do indivíduo revoltado é proferida no mundo dos homens. É consumada no binômio da inteligência e da ação. A sua lucidez e racionalidade contrapõem-se ao irracional da condição em que se mantém. À injustiça fundamental de que é vítima, esse indivíduo irá contrapor a atividade apaixonada de justiça e amor. Exigência da sensibilidade, será norma da inteligência e da ação, imprimindo o sentido de luta, que reflete o sentido da vida. Combaterá o que pode ser mudado, lutará por qualquer ideal de felicidade que, mesmo distante, assemelhando-se a utopia, possa fazer justiça ao homem. O retorno ao mundo da felicidade indicará a medida da autenticidade de todos os seres humanos.
(Caos Markus)
SEXTA-FEIRA, 27 DE JULHO DE 2012: "O TORPE MONUMENTAL"
Até então utilizado pelo historiador interessado em reconhecer uma determinada época da civilização ,com o materialismo histórico foi rompido o método da 'empatia, através da acedia, isto é, da indiferença a tudo o que se soubesse sobre fases posteriores da história.Na Idade Média, para os teólogos, a fonte da tristeza era a acedia, um torpor, por assim dizer.
A natureza dessa 'melancolia' torna-se mais evidente quando se indaga com quem os historicista entra em empatia.
Porque a resposta é sempre a mesma, qual seja, a sua relação é com o vencedor.
Afinal, todos os que até hoje triunfaram foram herdeiros dos que venceram antes. Do legado da dominação, esse retraimento de sensações, emoções e comportamento (tendentes a aceitar a vitória dos conquistadores como versão exclusiva) beneficiam, obviamente, os próprios dominadores.
Para o materialismo histórico, essa é a chave do processo analisado: todos os que até hoje venceram participam do séquito glorioso, no qual os atuais dominadores humilham, desprezam os corpos prostrados, inertes, dos dominados. Os 'restos' são levados nessa procissão da vitória. Despojos cujo nome é conhecido, são de fato os chamados 'bens culturais'.
O materialismo histórico observa-os à distância, pois todos os bens culturais notados têm uma origem sobre a qual ele não pode pensar sem abominá-los.
São bens devidos não somente ao esforço de expressivos gênios criadores, mas também ao trabalho gratuito imposto a anônimos contemporâneos dessas criativas personalidades. Por isso, todo monumento de cultura é ao mesmo tempo uma obra da volência. E da mesma maneira como a cultura não é imune à violência, desta não está isenta o seu processo de transmissão.
Eis a razão, no materialismo histórico, da necessidade de desviar-se desse caminho simplista, procurando, tanto quanto possível, o completo resgate da história.
(Caos Markus)
QUINTA-FEIRA, 26 DE JULHO DE 2012: "O TORPE MONUMENTAL"
Até então utilizado pelo historiador interessado em reconhecer uma determinada época da civilização ,com o materialismo histórico foi rompido o método da 'empatia, através da acedia, isto é, da indiferença a tudo o que se soubesse sobre fases posteriores da história.Na Idade Média, para os teólogos, a fonte da tristeza era a acedia, um torpor, por assim dizer.
A natureza dessa 'melancolia' torna-se mais evidente quando se indaga com quem os historicista entra em empatia.
Porque a resposta é sempre a mesma, qual seja, a sua relação é com o vencedor.
Afinal, todos os que até hoje triunfaram foram herdeiros dos que venceram antes. Do legado da dominação, esse retraimento de sensações, emoções e comportamento (tendentes a aceitar a vitória dos conquistadores como versão exclusiva) beneficiam, obviamente, os próprios dominadores.
Para o materialismo histórico, essa é a chave do processo analisado: todos os que até hoje venceram participam do séquito glorioso, no qual os atuais dominadores humilham, desprezam os corpos prostrados, inertes, dos dominados. Os 'restos' são levados nessa procissão da vitória. Despojos cujo nome é conhecido, são de fato os chamados 'bens culturais'.
O materialismo histórico observa-os à distância, pois todos os bens culturais notados têm uma origem sobre a qual ele não pode pensar sem abominá-los.
São bens devidos não somente ao esforço de expressivos gênios criadores, mas também ao trabalho gratuito imposto a anônimos contemporâneos dessas criativas personalidades. Por isso, todo monumento de cultura é ao mesmo tempo uma obra da volência. E da mesma maneira como a cultura não é imune à violência, desta não está isenta o seu processo de transmissão.
Eis a razão, no materialismo histórico, da necessidade de desviar-se desse caminho simplista, procurando, tanto quanto possível, o completo resgate da história.
(Caos Markus)
QUINTA-FEIRA, 26 DE JULHO DE 2012: "COLETIVIDADES INTEGRAIS"
Desde o pensamento livre até a mais arraigada certeza, a convicação adquirida, é frequente o desejo de comunhão.Esta ambição por uma concordância geral tem levado grupos humanos ao extremado antagonismo-das formidáveis aventuras, passando por gestos de pura nobreza, até episódios de requintado terror.Via de regra, o aspecto esotérico da padronização das consciências, forjadas em cifrada mística, é a causa das mais graves repressões contra os indivíduos. Pois, pode-se constatar, desde que uma construção coletiva social e/ou religiosa se aproxima da uniformização das consciências (o seu intrínseco objetivo, aliás), surge a incontida cobiça de manter intacta essa construção, por meio de um império da concordância, fundado na aceleração de movimento rumo ao absolutismo da unanimidade pela coação. Já então presente a hierarquia, atribuída a necessidade de ordenamento. E tamanha é a obstinação dessa hierarquia que, como efeito das reações daí advindas, toda a obra da construção coletiva é ameaçada de ruir. Todavia, em todos os lugares regidos por determinada mística, onde nasce um desejo vivo de efetuar a comunhão, a maior tendência é a da reafirmação de coletividades integrais, justificando, no espírito das suas hierarquias reguladoras, medidas rigorosas de restrição sobre os indivíduos que fazem parte dessas comunidades, ainda que alguns se recusem admití-las.
(Caos Markus)
QUARTA-FEIRA, 25 DE JULHO DE 2012: "FRONTEIRIÇO"
Projetando-se ainda mais à frente, o esforço humano tem sido direcionado a uma conquista sem limites, não apenas do Universo, mas do próprio homem, num mundo a cada dia maior, constantemente inacabado. É empreendimento que se faz a fim de atingir o seu amor, isto é, a união universal da qual almejada é a consumação.
Porque, alimento da evolução espiritual, esse amor é reserva sagrada de energia.Da libido na concepção freudiana de 'ligação', essa energia é essencial à coesão da coletividade, unidos todos os seu membros pelo vínculo do amor que dela provem.
Aqui, não mais a exclusiva libido narcísica, mas sim a extensão de seu conceito a cada partícula, resultando em somatória de todas as células, numa libido plural que busca unificar as frações da substância viva. Coesão e dinâmica , afinal, enquanto força motriz do Universo; a evidente manifestação desse amor que - desde a junção dos átomos, da mútua aproximação dos planetas uns aos outros, até a atração do homem para o homem- faz convergir o mundo inteiro para um centro único.O quê, no individual e no comum; no sensível e no insensível; se expressa sob forma de atração, é efeito direto desse impulso universal.
(Caos Markus)
TERÇA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2012: "CIRCULAÇÃO TEMPORAL"
Proposição suscitada do mito do 'eterno retorno' cíclico é o tempo: o quê agora ocorre já houve antes, ensejando outros futuros acontecimentos da mesma natureza. É repetição que reflete a eternidade temporal cósmica.
A vida no mundo, mutante, é regida por modelos estáveis, divinizados, ou através de energias arquétipicas.
No tempo secular, movimenta-se adiante, quase sempre alheia aos padrões míticos que ela mesma repete, sem que deles possa escapar.Na compreensão do novo é imprescindível voltar ao antigo, porque o recente é o ressurgir do remoto.Duas modalidades de tempo, conforme os mitos que o encerram, contrastam entre si.
Assim, o secular e o sagrado; o racional e o místico; o que para a frente avança e o circunscrito à circularidade.Nessas circunstâncias, a direção do corpo é uma linha reta, enquanto a alma circula em direção de si mesma, num movimento de concentração da consciência em si própria; da intelectualidade, do viver a vida; tudo nela inserido, nada em lugar algum fora dela.
Por efeito desses variados movimentos, a projeção do corpo para a frente é limitada pela alma. Em meio ao ofício de viver, nos tênues momentos de indecisão é que a alma se faz presente com o seu poder de restringir.
É vida que segue.
(Caos Markus)
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