REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
sábado, 30 de agosto de 2014
SEGUNDA-FEIRA, 15 DE SETEMBRO DE 2014: "RÉPLICA"
Nunca compreenderemos a existência de uma outra pessoa diante de nós, pois a vemos como objeto.
Porque só há lugar para 'outro' se for em nosso próprio contexto.
Será necessário que eu, você, ele, nos desdobremos (distanciados de nossos particulares territórios), se pretendermos viver a experiência alheia. Afinal, enxergamos no 'outro' sempre a nossa réplica. Um ser real, mas à margem, já que é por trás de nós que ele existe. Da mesma maneira como tudo adquire independência absoluta somente à margem do nosso campo de visão.
(Caos Markus)
DOMINGO, 14 DE SETEMBRO DE 2014: "HIPÓTESE"
Muita gente acredita em Rousseau porque precisa acreditar.
E precisa porque não pode crer em Hobbes.
Porque crer em Hobbes seria suicídio pleno de sanidade.
Por isso, a "insanidade" sempre é relegada, esquecida como hipótese primeira.
Haveria outra alternativa para tanto medo de si mesmo?
E precisa porque não pode crer em Hobbes.
Porque crer em Hobbes seria suicídio pleno de sanidade.
Por isso, a "insanidade" sempre é relegada, esquecida como hipótese primeira.
Haveria outra alternativa para tanto medo de si mesmo?
(Caos Markus)
SÁBADO, 13 DE SETEMBRO DE 2014: "DESÍGNIOS"
Aos 16, 18, 20 anos de idade, quando muito, quase todos somos 'revoltados' (para os 'existencialistas', dimensão superior a de meros revolucionários, posto que a 'revolta' é condição permanente de vida, enquanto a 'revolução' tem prazo determinado, validade apenas para um lapso temporal).
O singular, a trazer sofrimentos vários, sem dúvida, é prosseguir na vida -aos 25, 30, 50- com as aspirações essenciais à revolta.
Mais que predestinados, alguns são designados a se rebelar contra a resignação.
Por esses desígnios, exalam o que inspiram.
O singular, a trazer sofrimentos vários, sem dúvida, é prosseguir na vida -aos 25, 30, 50- com as aspirações essenciais à revolta.
Mais que predestinados, alguns são designados a se rebelar contra a resignação.
Por esses desígnios, exalam o que inspiram.
(Caos Markus)
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
SEXTA-FEIRA, 12 DE SETEMBRO DE 2014: "UNIDADE E IDENTIDADE"
Toda palavra é antes de tudo uma generalização.
A generalização é um ato verbal do pensamento excepcional, porque reflete a realidade em um modo diferente de como ela é cogitada nas sensações e percepções imediatas.
O significado da palavra possui na sua universalização um ato de pensamento. Ao mesmo tempo, é um ato de linguagem, pois um termo sem acepção é apenas um som vazio.
O sentido é, simultaneamente, fenômeno do conteúdo semântico e do juízo de valores, considerado enquanto um exemplar da concepção verbalizada.
A comunicação só ocorre na medida em que se é capaz de transmitir ao outro, através de vocábulos articulados, uma impressão.
Quando uma pessoa está sentindo algo e quer comunicar isso a outrem, só o conseguirá se generalizar e nomear sua vivência, classificando conhecimentos instantâneos em determinada classe de condições observadas pelo seu interlocutor.
A palavra é compreendida, então, não só como unidade do pensamento e da linguagem, mas também como identidade da generalização comunicativa do raciocínio precedente.
(Caos Markus)
QUINTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2014: "APROXIMAR A UNIVERSIDADE DA ESCOLA BÁSICA"
A construção da escrita e a função da escola serão o resultado de novas convicções para recriar a realidade a partir de uma revisão crítica do conhecimento, preocupada com as minorias, com a diversidade cultural, com o direito à palavra, com o impacto de suas descobertas, capaz de não só ousar no plano teórico, mas de assumir com humildade o diálogo com os educadores.
A crença na alfabetização iniciada e terminada entre as quatro paredes da sala de aula, na aplicação correta de um método a garantir ao professor o controle do processo de ensinar as primeiras letras, baseia-se tradicionalmente no enfoque de ‘como se deve ensinar a ler e a escrever’.
Tal perspectiva precisa ser deslocada, concentrando-se na abordagem do ‘como se ensina’ e ‘como se aprende’, fixando a escrita no seu devido lugar, enquanto objeto sócio-cultural de conhecimento.
Retirando-se da escola o monopólio da alfabetização, e no centro dessa questão admitir a premissa do sujeito ativo e inteligente, traduz-se na ideia verdadeiramente revolucionária de que o aprendiz precisa pensar sobre a escrita para se alfabetizar.
Por demasiado tempo tem sido atribuida por meta escolar determinar os pré-requisitos necessários ao ensino básico, um formatado conjunto de habilidades consideradas indispensáveis às crianças no seu aprendizado inicial, subjugando-as à verificação dessas hipotéticas aptidões através de uma série de testes ou exercícios, a fim de mensurar a maturidade dos recém- ingressos na educação institucionalizada.
Ao professor ainda hoje outorga-se a competência de ministrar essa tarefa de maneira estritamente escolarizada, cabendo aos iniciantes aprender só o ensinado pelo educador. Assim, pela estagnada metodologia, primeiramente, a assimilação das letras e/ou sílabas escritas e seus respectivos sons; quando memorizadas as correspondências, então, os aprendizes serão proficientes na leitura e na escrita. E se não aprendem, a responsabilidade facilmente é justificada em problemas pessoais, défict de atenção, dependentes exclusivamente de tratamento clínico, psicológico ou psicopedagógico.
A falsa dialética, contudo, está fadada à decadência, hoje demonstrando-se o contrário: o substancial no ato de alfabetizar não reside em esfera de natureza perceptual, mas, sim, na órbita conceitual. Ou seja, por trás da mão que segura o lápis e escreve e de um olho a ler o escrito, está um sujeito 'a pensar sobre a escrita', a respeito da existência do texto em seu meio social, com o qual ele toma contato por atos envolvendo sua participação em práticas sociais associadas à leitura e à escrita.
Pode-se falar de uma evolução da escrita na criança, progressão influenciada, porém, não totalmente estabelecida pela ação das instituições educativas. Pode-se descrever uma psicogênese nesse domínio, isto é, não somente distinguindo etapas sucessivas, entretanto, também interligando-as em termos de mecanismos constitutivos justificadores da sequência dos níveis sucessivos.
A mudança no eixo das pesquisas mostra um elemento novo: as crianças possuem ideia da escrita muito 'antes de serem autorizadas pela escola a aprender'. As ideias assumem formas inesperadas, e ao invés de acumularem as informações oferecidas, o novos alunos inventam formas surpreendentes de escrever, dentro de uma ordem precisa.
O impacto desta conjetura na Educação define um marco divisor na história da alfabetização brasileira.
Com o objetivo de ampliar a compreensão dos educadores sobre os dilemas cognitivos enfrentados pela criança na construção textual, a psicogênese da língua escrita tem o mérito de trazer a temática para uma exterioridade expandida: dos aspectos formais (como o reconhecimento das letras e o estabelecimento das relações entre elas e outras marcas de representação como a pontuação, os números e os desenhos) aos modos de produção e interpretação a partir de fatores como a escolaridade, o dialeto e a ideologia.
Mesmo assim, a psicogênese em sala de aula tem se configurado sob a forma de práticas aleatórias.
A crença na alfabetização iniciada e terminada entre as quatro paredes da sala de aula, na aplicação correta de um método a garantir ao professor o controle do processo de ensinar as primeiras letras, baseia-se tradicionalmente no enfoque de ‘como se deve ensinar a ler e a escrever’.
Tal perspectiva precisa ser deslocada, concentrando-se na abordagem do ‘como se ensina’ e ‘como se aprende’, fixando a escrita no seu devido lugar, enquanto objeto sócio-cultural de conhecimento.
Retirando-se da escola o monopólio da alfabetização, e no centro dessa questão admitir a premissa do sujeito ativo e inteligente, traduz-se na ideia verdadeiramente revolucionária de que o aprendiz precisa pensar sobre a escrita para se alfabetizar.
Por demasiado tempo tem sido atribuida por meta escolar determinar os pré-requisitos necessários ao ensino básico, um formatado conjunto de habilidades consideradas indispensáveis às crianças no seu aprendizado inicial, subjugando-as à verificação dessas hipotéticas aptidões através de uma série de testes ou exercícios, a fim de mensurar a maturidade dos recém- ingressos na educação institucionalizada.
Ao professor ainda hoje outorga-se a competência de ministrar essa tarefa de maneira estritamente escolarizada, cabendo aos iniciantes aprender só o ensinado pelo educador. Assim, pela estagnada metodologia, primeiramente, a assimilação das letras e/ou sílabas escritas e seus respectivos sons; quando memorizadas as correspondências, então, os aprendizes serão proficientes na leitura e na escrita. E se não aprendem, a responsabilidade facilmente é justificada em problemas pessoais, défict de atenção, dependentes exclusivamente de tratamento clínico, psicológico ou psicopedagógico.
A falsa dialética, contudo, está fadada à decadência, hoje demonstrando-se o contrário: o substancial no ato de alfabetizar não reside em esfera de natureza perceptual, mas, sim, na órbita conceitual. Ou seja, por trás da mão que segura o lápis e escreve e de um olho a ler o escrito, está um sujeito 'a pensar sobre a escrita', a respeito da existência do texto em seu meio social, com o qual ele toma contato por atos envolvendo sua participação em práticas sociais associadas à leitura e à escrita.
Pode-se falar de uma evolução da escrita na criança, progressão influenciada, porém, não totalmente estabelecida pela ação das instituições educativas. Pode-se descrever uma psicogênese nesse domínio, isto é, não somente distinguindo etapas sucessivas, entretanto, também interligando-as em termos de mecanismos constitutivos justificadores da sequência dos níveis sucessivos.
A mudança no eixo das pesquisas mostra um elemento novo: as crianças possuem ideia da escrita muito 'antes de serem autorizadas pela escola a aprender'. As ideias assumem formas inesperadas, e ao invés de acumularem as informações oferecidas, o novos alunos inventam formas surpreendentes de escrever, dentro de uma ordem precisa.
O impacto desta conjetura na Educação define um marco divisor na história da alfabetização brasileira.
Com o objetivo de ampliar a compreensão dos educadores sobre os dilemas cognitivos enfrentados pela criança na construção textual, a psicogênese da língua escrita tem o mérito de trazer a temática para uma exterioridade expandida: dos aspectos formais (como o reconhecimento das letras e o estabelecimento das relações entre elas e outras marcas de representação como a pontuação, os números e os desenhos) aos modos de produção e interpretação a partir de fatores como a escolaridade, o dialeto e a ideologia.
Mesmo assim, a psicogênese em sala de aula tem se configurado sob a forma de práticas aleatórias.
Professores, ansiosos por encontrar alternativas face os dramáticos índices de reprovação, têm feito uma transposição das situações de pesquisa, tratando-as como mais uma metodologia de trabalho, acima do estímulo à reflexão, ao estudo e ao planejamento de práticas compromissadas com os educandos. Muitos educadores assumem a psicogenética como solução para todos os conflitos.
Por consequência, surge uma série de modismos pedagógicos, originados da má interpretação dos princípios psicogenéticos. O mais grave deles evidencia uma posição voltada à extrema espontaneidade e liberalidade, notado através de procedimentos equivocados, destacando-se: a ausência de intervenções pedagógicas, em falha identificação de poderem se constituir em obstáculos ao processo de aprendizagem, sem, em contrapartida, a preocupação de propor experiências favoráveis à construção dos saberes; a aceitação de qualquer tipo de erro sem esforço interpretativo para entender a sua lógica ou para transformá-lo em recurso na superação das dificuldades; a desconsideração do planejamento; a pretensão de esboçar a aprendizagem em etapas, induzindo a sua progressão a partir de níveis hierarquizados; deixar a criança escrever sem inferências nem propósitos ou destinatários; trabalhar apenas com textos, em detrimento de uma reflexão organizada do funcionamento do sistema; evitar a correção ou qualquer forma de revisão textual; a adoção de livros didáticos que, pretendendo substituir as cartilhas, agrupam diferentes tipos textuais, não assegurando as especificidades das mensagens nem as reais situações de uso.
Enfim, a psicogênese da língua escrita permitiu discernir o quanto este saber não é suficiente para aprender a ler e a escrever. Insuficiente, todavia, não significa desnecessário.
A complexidade da construção da escrita sugere a premência de iniciativas que, tanto do ponto de vista político quanto no plano pedagógico, possam estimular a continuidade de pesquisas básicas e aplicadas, agregando-as ao debate e à permuta de experiências dos educadores, a fim de aproximar a universidade da escola básica, de maneira a valorizar a própria Educação.
(Caos Markus)
Por consequência, surge uma série de modismos pedagógicos, originados da má interpretação dos princípios psicogenéticos. O mais grave deles evidencia uma posição voltada à extrema espontaneidade e liberalidade, notado através de procedimentos equivocados, destacando-se: a ausência de intervenções pedagógicas, em falha identificação de poderem se constituir em obstáculos ao processo de aprendizagem, sem, em contrapartida, a preocupação de propor experiências favoráveis à construção dos saberes; a aceitação de qualquer tipo de erro sem esforço interpretativo para entender a sua lógica ou para transformá-lo em recurso na superação das dificuldades; a desconsideração do planejamento; a pretensão de esboçar a aprendizagem em etapas, induzindo a sua progressão a partir de níveis hierarquizados; deixar a criança escrever sem inferências nem propósitos ou destinatários; trabalhar apenas com textos, em detrimento de uma reflexão organizada do funcionamento do sistema; evitar a correção ou qualquer forma de revisão textual; a adoção de livros didáticos que, pretendendo substituir as cartilhas, agrupam diferentes tipos textuais, não assegurando as especificidades das mensagens nem as reais situações de uso.
Enfim, a psicogênese da língua escrita permitiu discernir o quanto este saber não é suficiente para aprender a ler e a escrever. Insuficiente, todavia, não significa desnecessário.
A complexidade da construção da escrita sugere a premência de iniciativas que, tanto do ponto de vista político quanto no plano pedagógico, possam estimular a continuidade de pesquisas básicas e aplicadas, agregando-as ao debate e à permuta de experiências dos educadores, a fim de aproximar a universidade da escola básica, de maneira a valorizar a própria Educação.
(Caos Markus)
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