Aqueles que dominam a natureza são os mesmos indivíduos aptos à autodominação. O projeto de toda 'racionalidade de controle da natureza' é inerente ao 'patriarcado'. Submete-a ao homem, inviabilizando qualquer idealizada emancipação.
No sentido mais abrangente de um pensar dirigido ao progresso, a 'razão' persegue a meta de livrar os seres humanos do medo, tornando-os 'senhores' do mundo onde vivem. Contudo, a terra resplandece sob o signo do infortúnio vitorioso. A pretensão de dissolver os mitos e eliminar a imaginação através do 'saber', tanto quanto a comunhão do entendimento dos homens com a natureza das coisas, são, ambas, essencialmente 'patriarcais'.
Do 'entendimento', triunfante sobre a superstição, exige-se voz de comando sobre a natureza livre de crendices. E é a 'técnica' o cerne desse 'saber'. Via de consequência, por objetivo não busca os conceitos ou as imagens, nem o prazer da contemplação, mas sim o método, a exploração do trabalho alheio, ansiando acumular e concentrar o capital.
O que de fato alguns homens querem aprender da natureza é como aplicá-la a fim de, dominando-a, subjugar os demais, os que não possuem igual conhecimento.
(Caos Markus)
REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
SEXTA-FEIRA, 16 DE SETEMBRO DE 2011: "O JUDICIÁRIO NO 'ESTADO-ESTEIO' "
Quanto mais se agiganta o Estado patrimonialista, ainda mais se omite, no Brasil, o Judiciário, através de Resoluções várias, estabelecendo critérios sugestivos de pretendida modernidade e adequação aos reclamos dos jurisdicionados. Mas de fato, inversamente, tais métodos são dirigidos a determinar diretrizes tendentes a delegar ao cidadão o que se lhe é impossível, qual seja, o cumprimento da provisão originariamente exclusiva, e constitucionalmente imposta aos magistrados.
Para tanto, com tal conduta, tem-se criado e institucionalizado a teratológica excrescência da 'cultura da conciliação'.
Inescusável, todavia, a inocuidade dessas normas -emanadas pelo próprio Judiciário- só faz aumentar a iniquidade, sublimando-se uma forma velada de validar a "neutralidade" da função jurisdicional, voltada, isso sim, à representação do Direito enquanto superestrutura deste mesmo "Estado-Esteio" dos máximos interesses oligárquicos.
(Caos Markus)
SEXTA-FEIRA, 16 DE SETEMBRO DE 2011: "BULA DIVINA"
Deus, mal terminara a criação do Homem, e se deu conta do grave esquecimento: não fizera a bula, para advertir sobre as reações adversas e os efeitos colaterais da obra, o humano ser.
Já era o sétimo dia, tempo de descansar.
Então, para aliviar a sua própria consciência, o criador deu à criatura o livre arbítrio.
(Caos Markus)
QUINTA-FEIRA, 15 DE SETEMBRO DE 2011: "MEMORIAL DA RAZÃO"
Não por acaso, Nietzsche dizia ser necessário 'reprimir' o que é chamado de 'instinto do conhecimento'. Pois, impõe-se por imprescindível reinterrogar a razão para cumprir suas promessas não efetivadas, e tudo o que ficou devendo às suas próprias esperanças. Com efeito, é preciso uma racionalidade capaz de nos inserir nas contingências das coisas; uma racionalidade dotada de memória, recordando o sofrimento do pretérito a fim de evitar-se a repetição de toda e qualquer tragédia. Porque esquecer não é apenas olvidar o que foi, contudo, também o que ainda poderá ser.
Trata-se de estabelecer perspectivas nas quais o mundo revele suas fissuras. Alcançar essas diretrizes sem arbitrariedade e violência, tão-somente na simplicidade do contato com os 'objetos', mensurando-os em seus referenciais; é esta, e não qualquer outra, a função do pensamento, na base da mais ampla racionalidade.
(Caos Markus)
QUARTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO DE 2011: "AUTÓGRAFO"
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
TERÇA-FEIRA, 13 DE SETEMBRO DE 2011: "SENSIBILIDADE REPRIMIDA"
Para que a história possa se afastar do massacre chamado progresso é necessário o rompimento com tudo o que é 'histórico', ou seja, com o mau, eivado de temporalidade. É imperiosa a ruptura da noção de história como uma 'continuidade' "ad infinitum"; imprescindível cindir com a linearidade do progresso científico-tecnológico da maneira como a racionalidade o estabeleceu.
Essa racionalidade, que se faz passar por exclusiva veracidade do pensamento humano, recalca aspectos importantes da própria razão, tais quais a sensação, a sensualidade e a sensibilidade. Esta última tem sido subtraída do campo sensorial e levada ao da estética.
Sensação, sensualidade e sensibilidade foram tornadas antagônicas pela nossa civilização repressiva, preteridas na hipertrofia da racionalidade analítica, pragmática e calculista.
Salta aos olhos, não obstante o desenvolvimento das técnicas e das ciências, confirma-se presente uma miserável regressão da sociedade, demonstrada por periódicas recaídas no que se convencionou denominar "barbárie".
Com efeito, a razão tem sido responsável pela produção irracional, vez que manipula o homem e a natureza, apenas valorizando as garantias de um 'eu' dominador de sensações, sentimentos e paixões.
(Caos Markus)
domingo, 21 de agosto de 2011
SEGUNDA-FEIRA, 12 DE SETEMBRO DE 2011: "ALTENÂNCIAS: ANALOGIAS HISTÓRICAS"
Sempre observada, uma ordem “dialética” entre fatos e idéias, determina vínculo entre os sucessivos momentos da história, sob a regência de constante transformação, em absoluta assertiva de que, face a evolução do pensamento, nota-se um esquema ou “lei histórica” pela qual a todas as Idades-Médias se seguem sempre outras Renascenças; como a estas outros tantos Iluminismos, a abdicarem, por esgotamento, em novas Idades-Médias. E nesta regra, com certeza, situa-se a concepção de Estado, já que é a norma das originais e necessárias exceções. Assim, a forma grega de Estado situa-se, como exemplo, no contexto das limitações econômicas e políticas da sociedade grega, logicamente. Contudo, a idéia de Estado para os gregos nem sempre é expressa pela realidade social. Portanto, não podemos avaliar as teorias aristotélicas sob o único prisma de que, à época, escravos não tinham direito algum; o pensamento interage com o fato, e ambos se completam porque são efetivamente diversos, daí a dialética da evolução. Não se nega, todavia, que a concepção da ‘polis” trazia em seu bojo os caracteres da organização política grega, como extensão e população pequenas. Por isto, a especulação científica não deve se ater a um ou outro aspecto isoladamente, e sim ao sentido global da vida social.
(Caos Markus)
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