REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
QUARTA-FEIRA, 19 DE MARÇO DE 2014: "MESQUINHEZ"
Eu sou amplamente favorável à
AUTODESRECRIMINAÇÃO: ninguém deve sujeitar-se a críticas amargas cujo único propósito é, através da mesquinhez, da chantagem emocional, transferir a culpa do egocêntrico, incapaz de assumir suas próprias frustrações.
(Caos Markus)
TERÇA-FEIRA, 18 DE MARÇO DE 2014: "OBJETO NA ATEMPORALIDADE"
Existe uma forte conexão entre o conhecimento e o ensino. O conhecer é o modo de adquirir informações sobre tudo o que quiser e puder compreender e o ensino é transferir esse conhecimento possibilitando ao receptor captar com clareza as informações transmitidas. O conhecimento fornece diversas formas de aprendizado e saber, todavia, a influência no público receptor das mensagens, junto às características do contexto social em que os processos se realizam, proporciona o exercício de um efeito diferenciado nas instituições de ensino. O processo educativo está sempre sujeito a variações, ora de forma antiquada, ora de forma moderna.
Tem-se percebido, alguns estabelecimentos de ensino mais enfatizam a forma contextualizada de algumas disciplinas, com educadores mais conscientizados aos tipos de métodos que possam ser utilizados para um melhor aproveitamento.
São questionamentos presentes entre alguns educadores, principalmente na disciplina da língua portuguesa, apreensivos com a forma de assimilação dos alunos, como captam o conteúdo programático adotado pela instituição escolar.
Constata-se o receio relacionado aos educadores e, por efeito, também, aos coordenadores escolares, ainda cometendo os erros passados, sem se importarem com o conhecimento propriamente dito, com a contemporaneidade, ignorando que os jovens de hoje não são mais aqueles do século passado, das décadas de 70, 80, quando o aluno era obrigado a decorar, entre outras disciplinas, a tabuada ensinada na matemática, e os conceitos estabelecidos na gramática, mas sem saber como usá-los.
Falta valorizar o conhecimento adquirido pelo ser humano, durante a sua formação, o seu dia-a-dia. Ao iniciar o ensino médio, o aluno não consegue se expressar de forma correta, escrever textos com coerência, usar a gramática, aprendida no ensino fundamental, nas elaborações de redações, entender o conteúdo de um texto, fazer uma boa leitura, além de apenas gostar de ler.
Esse ser humano, quando já dotado de conhecimentos da língua e da escrita, passa pelo ensino fundamental, onde lhe são ensinados regras necessárias às construções de seus textos, formais ou informais, aos modos de falar, de conceituar termos gramaticais ou matemáticos. Entretanto, o maior temor, enquanto aluno integrado ao meio, objetivando o seu futuro, uma faculdade, um emprego, uma formação técnica, é não encontrar formas de integrar as informações que lhes são apresentadas durante o ensino, desde o fundamental médio. A falta da contextualização ou de integração entre as disciplinas, é obstáculo à preparação dos discentes para o futuro almejado. E assim, nem linearidade nem transdisciplinaridade, ausente a comunicação educativa para aproximá-las, o sujeito da aprendizagem, como a viver na atemporalidade, torna-se objeto, número de duvidosas estatísticas oficiais.
(Caos Markus)
domingo, 16 de fevereiro de 2014
SEGUNDA-FEIRA, 17 DE MARÇO DE 2014: "PREMISSAS DA AÇÃO"
O conceito de representação social dos mitos, da ciência e da ideologia confronta-se com os pressupostos de natureza psicológica que lhe são habitualmente associados, como os de ‘opinião, atitude e imagem’. Basicamente, essas concepções são afirmadas na hipótese da existência de um estímulo externo, correlacionado à resposta individual. Contudo, nas representações sociais, o princípio é o da inexistência de separação entre o universo externo e o universo interno da pessoa, ou seja, em sua atividade representativa, o indivíduo não reproduz passivamente um determinado objeto, mas o reconstrói, constituindo-se então como sujeito, pois, ao apreendê-lo, ele próprio se situa no universo social e material, confirmando as representações sociais (as opiniões e as atitudes) como premissas da ação, pois são reconstituídos os elementos do ambiente no qual o comportamento terá lugar, integrando-o a uma rede de relações às quais está vinculado o seu objeto.
(Caos Markus)
DOMINGO, 16 DE MARÇO DE 2014: "DE HOMENS PARA HOMENS"
A obediente veneração tem caracterizado a relação da sociedade com os meios de comunicação. E adoração significa tanto submeter-se sem questionamento, a partir de determinados dogmas, quanto temer os meios. Essa inclusive, é outra forma de conferir a tais meios um largo espaço em nossas vidas, a ponto de gastarmos muito tempo de nossas preocupações maldizendo-os, negando-os, enxergando-os como a grande magia atual. Desde a falta de empregos à banalização da nudez, criando, portanto, uma sociedade dita sem valores; das eleições manipuladas à prática da violência. Por todas as desonras, enfim, eles têm sido responsabilizados. Incorporados ao convívio social, os meios de comunicação atraem para si a culpabilidade de todos os males, porém, de forma pontual, pois estes são arrolados um a um, como se não formassem um conjunto, uma totalidade. Por algum tempo, fala-se só da nudez; em outro, apenas da manipulação eleitoral. Com isso, deixam-se de lado discussões absolutamente indispensáveis para entendê-los e, ao final, certamente modificá-los. O papel do Estado na chamada modernidade; os direitos dos cidadãos ou a própria conceituação de cidadania; como os meios de comunicação aparecem neste projeto de Estado e qual deve ser seu papel na formação de homens não somente cientes dos seus direitos, mas aptos a reivindicá-los; são questionamentos ordinariamente não formulados nem refletidos. Na verdade, os meios de comunicação precisam ser observados sem a aura de virtuosismo. É necessária a consciência de que eles não passam de instrumentos a serviço de políticas causadoras de malefícios e/ou benefícios à sociedade, deixando, assim, de ser considerados algo próximo ao sobrenatural para então, sob a ótica da realidade, identificarem-se como construídos e sustentados por seres humanos. Afinal, são objetos manipuláveis, orientados e transformados pelo coletivo de seus usuários. É indispensável recusar a divinização desses meios, invertendo-se-lhes o sentido, e transformando a reverência num olhar dono de si mesmo, livre e soberano diante das propostas midiáticas. A soberania desse novo olhar qualifica o cidadão, habilitando-o a repensar o resultado das concepções de Estado. Logo, impõe-se acrescentar à pauta das discussões acerca dos meios de comunicação o debate sobre qual é a sociedade desejável, como o Estado deverá atuar para garantir os direitos básicos da cidadania irrestrita, e aí incluído, sim, o papel dos meios; tudo resultando em um diálogo de homens para homens.
(Caos Markus)
SÁBADO, 15 DE MARÇO DE 2014: "COMUNICANDO A CONSCIÊNCIA"
A produção de ideias, de representações e da consciência está, em primeiro lugar, direta e intimamente ligada à atividade de geração e comércio de bens de consumo entre os homens. Esta é a linguagem da vida real. A consciência não é a determinante da vida, mas sim a vida é quem demarca a consciência. Isso não significa que o homem crie suas representações mecanicamente, pois sua crença, seu conhecimento e seu modo de pensar sofrem interferência também das ideias (representações) previamente elaboradas. E ao mesmo tempo, as novas concepções ocasionam mudanças, proporcionando a recriação da sua existência. A evolução humana e o desenvolvimento da sua história não dependem de um único fator; ocorrem a partir das necessidades materiais. Estas, bem como a forma de satisfazê-las; considerados também os padrões de relacionamento para consumar metas; observadas ainda as compreensões multiplicadas, sem ignorar o próprio homem inserido na natureza circundante; são interdependentes, constituindo uma rede de interferências recíprocas. Daí decorre ser infinita a sequência contínua de mutações, onde o ser humano se (re) produz. Nessa multideterminação envolvendo inter-relações e intervenções mútuas entre idealizações e condições materiais, a base econômica será sempre causa fundamental. As circunstâncias econômicas em sistemas sociais baseados na propriedade privada resultam em grupos cujos interesses são conflitantes, com possibilidades diferentes no interior da sociedade, ou seja, acarretam distinções entre segmentos. Em qualquer organização marcada por antagônicos objetivos, as percepções refletem esses contrastes. E, embora predominem as representativas das especificidades do grupo preponderante, uma vez possibilitada a manifestação de expressões da realidade contrária, confirma-se a plausibilidade transformadora presente na sociedade. Portanto, é de se esperar, em um certo momento, há significações diversificadas e opostas do mundo. Hoje, por exemplo, tanto os conteúdos políticos correspondentes à conservação das condições existentes quanto os voltados à sua supressão, correlacionam-se a interesses próprios de diversificadas classes sociais. Dentre as ideias concebidas pelo homem, parte delas constitui o conhecimento referente ao mundo. Em suas múltiplas modalidades (senso comum, cientifico, teológico, filosófico, estético), o conhecimento humano exprime condições materiais de uma pontual época histórica. Uma das formas desse saber, a ciência é delimitada pelas carências materiais ao longo da sua trajetória, ao mesmo tempo nela intervindo. O progresso científico não é, pois, prerrogativa do homem contemporâneo, mas sim a marca comum da pluralidade de situações no evoluir da sua construção. Em concomitância, a bilateralidade atua como fonte originária de pensamentos e explicações, gerando outras reais disposições e ordenamentos, reflexos da ruptura ocorrida pela transposição racional dos mais recentes referenciais, buscando superar a ilusão, o ignorado e o imediato, almejando compreender as normas gerais regentes dos novos fenômenos.
Enquanto tentativa de explicar a realidade, a ciência identifica-se como uma atividade metódica que, ao se propor conhecer esta mesma realidade, busca atingir sua meta por meio de ações passíveis de serem reproduzidas. Por isso, a ciência moderna é síntese de teses (hipóteses comprovadas) articuladas, não necessariamente verdadeiras, onde a comunicação as tornará comum a dois ou múltiplos sujeitos, por ação multilateral e por meios diversos, abrangendo codificação, transmissão ou deslocamento.
Por efeito, não se faz necessária qualquer veemente argumentação a fim de reconhecer na comunicação o meio de a consciência ampliar-se, atingindo o seu máximo grau, o da conscientização operada pela ideação.
(Caos Markus)
SEXTA-FEIRA, 14 DE MARÇO DE 2014: "REDUTO"
Sob a égide de uma proposta modernista, do avanço tecnológico e do progresso, a ciência assume o seu papel de espaço fechado e incontestável e guardiã dos saberes, reservando para si o direito de dizer a verdade absoluta sobre as coisas. Atende, dessa forma, a interesses políticos e econômicos bastante claros no universo onde o capital é quem dita as normas.
Sob este aspecto, suspender os valores tidos como princípios da sociedade capitalista pós-moderna consiste em hediondo crime contra o sistema; e aqueles que o fizerem deverão ser punidos, assim como manda a lei dos mais fortes. Neste sentido, a loucura transforma-se num reduto para todos cuja sanidade não parece ser a referência, o gueto dos discordantes.
(Caos Markus)
QUINTA-FEIRA, 13 DE MARÇO DE 2014: "ESCOMBROS"
A quem interessa produzir toda uma classe de homens domesticados?
Trata-se de opor, aos que criam o homem para ser pequeno, o projeto de criá-lo para ser grande: a construção da ponte para o além-do-homem.
A proposta exige, pelo menos parcialmente, um processo de desinibição para neutralizar os mecanismos sociais repressivos, historicamente utilizados para submeter os fracos aos interesses dos fortes.
Parece haver nas práticas genéticas, no entanto, um reforço aos impulsos inibidores que os meios tradicionais de educação não mais conseguem gerar em proporção suficiente para se opor ao crescente embrutecimento da sociedade de massas, submetida a uma onda cultural desinibidora sem precedentes, pelos meios de divulgação da indústria de entretenimentos.
A ponte da oposição, nota-se, é demolida todos os dias, em permanente desafio a quem, ciente da sua valiosa importância, busca reerguê-la dos escombros.
(Caos Markus)
QUARTA-FEIRA, 12 DE MARÇO DE 2014: "LUGAR"
Só a consciência da pessoal participação no infinito partilhado poderá assegurar a cada um o seu lugar no universo.
A individualidade não se universaliza na breve finitude do individualismo.
(Caos Markus)
TERÇA-FEIRA, 11 DE MARÇO DE 2014: "VERSÃO"
Na vida não há sistema, uma história fragmentada, apenas; sem reminiscência ou identitária experiência entre razão e realidade. Narrativa, somente, dos intervalos entre sujeito e objeto: o conteúdo do silêncio à busca de tradução no intérprete retórico.
Artífice da sua linguagem, ei-la, a eloquência, vívida mesmo na duvidosa versão.
(Caos Markus)
SEGUNDA-FEIRA, 10 DE MARÇO DE 2014: "DECISÃO"
Escolhendo a loucura do caos, há pessoas a quem cabe decidir sobre o universo fragmentado.
E cada um delas, como um deus no gênesis, admite a ansiedade, utilizando-a para modelar a desordem, no prazer estimulante da criatividade.
(Caos Markus)
DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014: "FORMALIZANDO INFORMAÇÕES"
A discussão sobre ‘técnica’ e ‘educação’ deve começar pela constatação de sua existência como fenômenos das sociedades contemporâneas. Essa postura inicial, pragmática, há de ser considerada como complementar e não como oposta às abordagens críticas produzidas pela filosofia, pela sociopsicologia ou por outras ciências. Ela implica a tentativa de indexar alguns dados da dimensão empírica dos dois sistemas considerados úteis na análise do tema. Essa indexação pode, por sua vez, adotar posturas críticas de diversas ordens teóricas ou ideológicas. Não há educação sem uso de técnicas; a maioria destas é de natureza substancialmente comunicacional.
A primeira designa a comunicação como todo ato de relação do indivíduo com as outras pessoas e com o restante do mundo. Ora, o ser humano está em uma relação com alguém ou alguma coisa a partir do momento em que há uma interação. A não ser em raros casos, a interação é a situação mais frequente da existência humana. Por isso, a comunicação não se limita aos atos intencionais, nem sequer à mensagem, nem, ainda, ao intercâmbio e à interatividade. Ela inclui também o sistema e o contexto que a tornam possível, transformando-a de uma inocorrência ao equivalente à mensagem explícita.
Em certas culturas admite-se que os deuses falam aos homens por intermédio do trovão, consideradas as pedras como sinais dispostos pelas divindades no deserto para ajudar os homens a atravessá-lo. Neste sentido, todos os fatos têm a ver com a comunicação, e neste caso, deve-se inserir nela também os atores aos quais os membros de uma comunidade atribuem intenções comunicativas, a exemplo dos seres sobrenaturais, dos mortos, os animais, as árvores. Existe nisso outra significação: até em culturas cujo repertório de comunicação é limitado, este será sempre muito mais vasto, além do simples uso da palavra.
Essa conceituação genérica da comunicação inclui necessariamente a educação, mas ela é por demais universalizante e, via de conseqüência, de praticidade muito reduzida. De fato, complica tanto quanto explica. Um observador distraído, frente ao mundo abarrotado de ‘objetos’ comunicacionais, pode simplesmente decidir que ‘tudo é comunicação’. Tal postura assemelha-se a um niilismo. Há, evidentemente, multiplicidade de abordagens conceituais da comunicação. Não é prioridade expor seu extenso rol, mas é útil refletir o quanto criticá-las e tentar construir simbolicamente a comunicação não oculta a sua outra dimensão, o fenômeno por ela representado, patente na infinidade de práticas, produtos, organismos, leis, usuários, produtores. Se os aparatos técnicos de comunicação não são entes da natureza, também não se reduzem a objetos ideais. Eles fazem parte da ecologia humana contemporânea, não tendo sido criados ‘por’ e ‘para’ nada.
Importa ainda considerar, o ato educativo é uma forma peculiar de comunicação, à particular disposição do docente: o professor não é apenas uma correia de transmissão de conhecimentos retirados de uma prateleira e depositados nas carteiras dos alunos. Pelo contrário, ele é um comunicador de saberes. Sem as técnicas e as artes de comunicá-los não teria, certamente, nenhum sucesso no seu mister, qual seja, o de, professando, intercambiar conteúdos programáticos com o discente. Porque, considerando um programa de informática como a formalização de um processo sistemático, constituído por número determinado de operações, das quais se espera resultados através de variadas linguagens; as informações ministradas pelo educador também são processadas, porém, em condição superior, através de sistemas constituintes de inúmeras respostas, tantas quantas forem as perguntas precedentes.
(Caos Markus)
SÁBADO, 8 DE MARÇO DE 2014: "DEFENDER OU DEFENDER-SE"
O desafio atual é reinventar a comunicação ordenada (desenvolvida há décadas sob uma visão restritiva), voltada agora a uma contemporânea direção, tendente a valorizar o encontro da diversidade e da diferença (por vezes em oposição ao desejo de rigidez disciplinar institucional em torno de uma só voz) e propensa à capacidade de decidir e inovar, inspirada pelos novos princípios de uma efetiva interlocução.
O entrosamento subsidia este processo, desenvolvendo e implementando alterações cada vez mais influenciadas pela aptidão em estabelecer variedade de padrões inter-seccionais, ao construírem redes criativas, alianças e parcerias articuladas entre órgãos públicos de fomento às universidades e centros de pesquisa. Além deste importante atributo, as relações internas atuarão de maneira decisiva na criação de um ambiente educacional arrojado. Adicionalmente, impõe-se instigar o posicionamento social generalizado, enfocando, em especial, a qualificação de todos os envolvidos com a Educação sistematizada.
A conservadora atitude defensiva da escola e do sistema educativo os levou a desconhecer ou dissimular o fato de que o problema de fundo está neste desafio, apresentado por um ecossistema comunicativo, do qual emerge outra cultura, outro modo de ver e ler, de aprender e de conhecer, não limitado a identificar, somente com o livro, o melhor do modelo pedagógico tradicional, reprovando o contexto audiovisual, em sua pluralidade de linguagens por múltiplos meios de transmissão, como se de resto apenas fossem recepcionadas a frivolidade, a alienação e a manipulação.
Afinal, ‘defender’ é propugnar. ‘defender-se’ é resignar-se.
(Caos Markus)
SEXTA-FEIRA, 7 DE MARÇO DE 2014: "MECANISMOS DAS NEUROSES"
Em sociedades autoritárias, não há limites para o exercício do poder. E nesses regimes, as instituições são a continuação da ideologia do Estado. Qual a relação existente entre uma ditadura e as transformações do poder nas instituições? É inadiável perceber o quanto as relações de poder são travadas a todos os instantes e em todos o lugares, delas decorrentes as neuroses individuais. As pessoas são sujeitos sociais transformados constantemente pelo meio no qual vivem e, nesta perspectiva, é da relação com outros indivíduos que constroem suas próprias referências.
Por esta razão, a classe dominante, forjada na concepção capitalista, detém os principais mecanismos de mediação usados para condicionar o sujeito, através da sua socialização primária, integrando-o em algum complexo de papéis conveniente ao sistema, subtraindo-lhe a própria personalidade.
(Caos Markus)
QUINTA-FEIRA, 6 DE MARÇO DE 2014: "ERRÔNEA TRADUÇÃO"
A comunicação interativa, superada a unilateralidade do emissor na passividade do receptor, fornece um quadro compreensivo de vários aspectos cruciais ao desenvolvimento da inovação, percebida a comunicação enquanto condição decisiva no seu desenvolvimento e, por efeito, na sua viabilização e implementação. Inovação e comunicação interagem de forma profunda e complexa, pois nem todas as maneiras de pensar a comunicação auxiliam no entendimento da atual dinâmica dos processos inovadores. O meio ambiente externo às instituições, principalmente as dedicadas ao ensino, influencia poderosamente o que se passa dentro delas. Antes, tudo mudava linearmente, vagarosamente e de maneira quase sequencial. Entretanto, profundas alterações são agora confirmadas, em direção à intensificação das inter-relações criadoras de maior interdependência entre a variedade de atores atuantes no desenvolvimento das organizações, seus produtos e serviços, e seus relacionamentos com os mais diversos públicos alvos. A intensa e abrupta natureza de rupturas da modernidade trouxeram a imprevisibilidade e a incerteza dos ambientes em geral, com destaque ao contextos educacionais. Neste cenário, inovar é preciso, e para isso é indispensável comunicar de forma adequada aos novos desafios. Comunicar neste cenário caótico requer modos mais flexíveis e dinâmicos de discernimento dos fenômenos comunicacionais, sempre verificados em condições marcadas pela celeridade e complexidade. Antigas formas de pensar a comunicação estavam mais preocupadas em produzir resultados competitivos a partir da maior uniformidade possível nas ações (internas e externas). No entanto, atualmente são bem mais elaboradas em suas interações, onde discentes, por exemplo, interagem compartilhando interesses simultaneamente coincidentes e conflitantes. Tais comunidades precisam atuar em conjunto, identificar problemas com rapidez, tomar decisões objetivas, e agir com precisão e acerto. Fundamentalmente, não há inovação no processo de educação sem a sistematização dos meios de comunicação nas principais frentes responsáveis pelo seu desenvolvimento, de forma a imprimir realidade ao universo relacional dos entes co-partícipes, vencendo os desafios apresentados pelo dinamismo da informação na errônea tradução da verdadeira formação.
(Caos Markus)
QUARTA-FEIRA, 5 DE MARÇO DE 2104: "LEGITIMAÇÃO DA INÉRCIA"
Nas discussões de políticas públicas, já é hoje inadiável o debate sobre uma escola que, no seu dia-a-dia, não educa democraticamente, mesmo empenhada em ministrar aulas temáticas com referências à ‘civilidade’ e à ‘urbanidade’. Não se aprende a ser democrático em cursos sobre a democracia; aprende- se a ser democrático em famílias que admitem pais e filhos não-convencionais, em escolas onde são assumidas a dissidência e a diferença como riqueza, com meios de comunicação capazes de dar, verdadeiramente, a palavra aos cidadãos. Essa realidade produz uma defasagem muito grande entre o modelo de comunicação paradigmático fora da escola, na sociedade consumista de comunicação, e o padrão comunicativo ainda hegemônico, no qual se baseia o saber escolar.
Qual seria, então, a reação do sistema educativo a esta experiência cotidiana da defasagem? Ou, em outras palavras, qual é a reação do sistema educativo escolar ao fosso cada vez maior entre a cultura apregoada por professores e a cultura e sensibilidade apreendidas pelos alunos? Este é um problema não enfrentado sequer pela própria Unesco. A instituição, em boa quantidade de seu acervo documental, mostra a míope visão prevalente da mera instrumentalidade: ainda usar os meios televisivos com o objetivo de “facilitar” a mais gente poder estudar; porém, estudar sempre a mesma coisa, ou seja, permitir, por exemplo, aos alunos verem uma ameba numa tela gigantesca.
Trata-se aqui de uma análise caricatural, mas, é fato, muitos dos documentos da Unesco perpetuam uma concepção incapaz de enfrentar os desafios culturais do ecossistema comunicativo ao sistema educativo em seu conjunto. Por isso, as escolas continuam vendo nesses meios unicamente uma possibilidade de ilustrar o continuísmo repassado por professores, uma forma menos aborrecida de “ensinar” a lição, de amenizar algumas jornadas de trabalho, presas da inércia mais insuportável. O comportamento preservado na escola e no sistema educativo leva ao desconhecimento ou ao simulacro, de maneira a evitar o confronto com o cerne do problema, presente no embate apresentado por um ecossistema comunicativo, do qual emerge outra cultura, outro modo de ver e ler, de aprender e de conhecer.
Os gestos mantenedores, conservadores, se limitam a identificar, no livro, o melhor do modelo pedagógico tradicional, reprovando a era audiovisual, mal interpretada como contextos de frivolidade, de alienação, de manipulação. Quisera o livro fosse um meio de reflexão e de argumentação, mas, infelizmente, não o é. Pesquisas sobre hábitos de leitura e usos sociais da televisão demonstram o quanto a imensa maioria das pessoas, de todas as classes sociais, identifica ‘livro’ com ‘dever escolar’. Desta maneira, uma vez terminado o período escolar desses indivíduos, o livro perderia a sua função. As escolas não estão sendo um espaço no qual a leitura seja um meio de criatividade e de prazer, mas sim o espaço no qual leitura e escrita associam-se a uma tarefa obrigatória e enfadonha; castradora, inclusive.
Confundindo qualquer manifestação de estilo próprio com anormalidade ou com plágio, os professores sentem-se no direito de reprimir a criatividade. É o efeito dos hábitos e da inércia do ensino legitimado pelo modelo imperante de comunicação escolar. Nos segmentos populares, o aprendizado da leitura, em vez de enriquecer, está empobrecendo o vocabulário das crianças, pois, ao tentar falar como se escreve, as crianças perdem grande parte da riqueza do seu mundo oral, inclusive sua espontaneidade narrativa.
Ou seja, há um processo educativo ocupado em distanciar crianças e adolescentes da leitura e da escrita criativas, ignorando a existência de uma cultura da oralidade, detentora de idioma próprio, especialmente nas classes mais periféricas, distanciadas da mal denominada erudição. E isso não pode ser, de modo algum, confundido com analfabetismo. Essa é a outra cultura confrontando a da escola institucional, tão absurdamente desprovida de didáticas interativas, paralisada diante do contemporâneo complexo de meios midiáticos.
(Caos Markus)
TERÇA-FEIRA, 4 DE MARÇO DE 2014: "MODELO"
Padrão constituído de quatro características necessárias ao leitor contemporâneo: a) quebrador de códigos; b) criador de sentidos; c) usuário de textos; d) crítico de textos (de modo a promover uma revisão no conceito de alfabetização).
Apesar de ser mais uma categorização, a proposta é de um processo onde o alfabetizando não seja apenas um espelho inerte diante do código linguístico, mas um sujeito negociador, insurgente, crítico e criativo.
(Caos Markus)
SEGUNDA-FEIRA, 3 DE MARÇO DE 2014: "ABALANDO LASTROS"
Conceitos fundamentais e tradicionais como conhecimento, ciência, civilização, humanismo, filosofia e epistemologia passam por uma profunda reformulação, na atualidade. Isto ocorre, em parte, porque a matriz dessas concepções, o pensamento metafísico ocidental, vem sendo constantemente questionada. A grande tendência da contemporaneidade é abalar tudo aquilo antes aparentemente sólido e imutável. A partir da segunda metade do século vinte, a aceitação das verdades seculares cede lugar a um espírito crítico repleto de argumentos, avesso à construção de sistemas capazes de explicar rigorosamente os fenômenos, o qual põe em dúvida as certezas da marca da modernidade, o 'pensamento forte' (centrado na racionalidade, absolutista, sistemático, auto-suficiente, intolerante com qualquer forma objeção, universalista e resistente a mudanças), em oposição ao 'pensamento fraco' pós-moderno (de caráter intuitivo, relativista, mutável, auto-crítico e estético), que lastreava a rígida teoria do conhecimento.
(Caos Markus)
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