Sugestivamente inesgotável fonte do poder das empresas em países pobres, contextualizadas no processo da globalização, é o amplo controle da ideologia, ou seja, dos valores condicionantes da maneira como vive um povo. Hábeis, essa empresas estão aptas em determinar a maior parte daquilo que esse mesmo povo vê na televisão ou no cinema, na imprensa falada e escrita, na Net, ouve no rádio, ou em qualquer outro canal midiático. O papel que um governo desempenha na formação de valores, gostos e atitudes, através do que se conhece também como "sociedades fechadas", as empresas globalizadas o fazem em muitas áreas do chamado mundo livre. Por meio da TV, comerciais nos cinemas, revistas em quadrinhos e anúncios em variadas publicações, empresas estrangeiras exercem, sem dúvida, influência ainda mais contínua sobre a mente de povos diversos, superando em muito o sistema educacional desse ou daquele país.
Não raro, apenas uma pequena parcela da população vai à escola depois do terceiro ano do ensino fundamental (atualmente assim 'classificado', no Brasil).
Nesses países, dominados ideologicamente antes de tudo, para a vasta maioria da população o contato com a escola é passageiro, mas perdura a vida inteira o contato com a TV e o rádio principalmente. Afinal de contas, não é preciso saber ler para assimilar uma "mensagem" qualquer!
A propaganda governamental não se iguala ao poder da publicidade. A exemplo, o 'Princípio Constitucional da Publicidade' é relegado à inferioridade, se comparado com a mídia públicitária. Brasileiros orgulham-se dos sucessivos prêmios conferidos a agências de propaganda nacionais; e não se dão conta de que essas premiações são, no reverso, a prova da nossa submissão à ideologia empresarial. Assim, filmes publicitários institucionais exortando a população à preservação do meio ambiente, por exemplo, concorrem pela atenção com toda sorte de anúncios -de cervejas, cosméticos, vestuário 'da moda' e tantos outros símbolos do que passa a ser considerado 'boa vida'. Veiculados sob múltiplas formas, sempre preparados com requintadas técnicas publicitárias, tais anúncios oferecem fantasias de luxo, amor e poder que nenhuma mensagem de um Ministério da Saúde conseguiráde semelhante influência.
Pelo mundo subdesenvolvido afora, as empresas multinacionais estão comercializando, com muito sucesso, os mesmos sonhos que vendem nos países industrializados.E não seria diferente, uma vez que estimular o consumo em países de baixa renda e adaptar os gostos locais a produtos mundialmente distribuídos é crucial no desenvolvimento de um shopping center global sempre maior.
Naturalmente, aqueles que conquistam seu "bem-estar" mediante o sistema de prestações, quaisquer que sejam os impulsos revolucionários que trazem dentro de si, não gostam de pensar em justiça social, em nada contribuindo, via de consequência, para a indispensável transformação da sociedade, deixando-se contagiar, então, pelos mercadores da sua própria alma, não mais diferenciando-se o público na publicidade.
(Caos Markus)
REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
domingo, 10 de junho de 2012
SEXTA-FEIRA, 29 DE JUNHO DE 2012: "DESORDEM PROGRAMADA"
Pablo Emmanuel:
Quando eu penso que vou ter que acordar cedo amanhã para encarar salas de aula desordeiras com simulacros de estudantes, apenas fantasmas com os quais o Estado tem alto gasto inútil, tenho mais é vontade de morrer, no mais lúcido desejo de morte, pois, num ambiente de caos e conflito sucessivos, eu me transformo em alguém que eu não sou, nunca fui, nem quero ser. Job burnout. Chega, tô queimadaço, já era.
Luiz Claudio Souza:
Simulacros de Estados, simulacros de professores e simulacros de escolas, crianças são as verdadeiras vítimas deste descalabro que é a nossa sociedade consumista e ignorante.
Marcus Moreira Machado:
Amigo Pablo, não são poucos os que a nós, professores, querem atribuir toda a responsabilidade por essa deplorável efígie, a caricata imitação de uma sociedade, cuja solidez institucional não existe, cedendo lugar ao consumo enquanto 'ideol...ogia', ou, ao consumismo ideológico. Neste sentido, o Estado é a mais alta instância do mesmo simulacro. Cumpre-nos registrar, todavia, que crianças e jovens não são seres incompletos, à mercê de suplementação (a médio ou longo prazo) de 'cabeças,troncos e membros', pendentes de desenvolvimento em seus corpos. Tratados, então, como seres humanos que são desde o nascimento, muito antes alcançariam maturidade não encontrada também nas gerações precedentes, estas dos 'adultos' de hoje, a reproduzirem igual arremedo anteriormente lhes incutido pela ideologia do poder. Os protagonistas dessa Babilônia, das Sodomas e Gomorras contemporâneas, são os mesmíssimos indolentes de todo o sempre, cuja burla menor é o vício maior da adoção de técnicas sociais de condicionamento, pelo alheamento alucinante e inábil a enxergar o real das vicissitudes características da vida. Ser troglodita numa tribo da pré-história era algo condizente com a época, considerada a evolução do homem. Ser "pré-histórico" hoje, é não ser nem proto-histórico nem homo- sapiens: é ser, cada um, o seu próprio 8º passageiro, o Alien da autofagia, sequer perceptível em distâncias tão curtas, diante de incontroláveis frenesis.
QUINTA-FEIRA, 28 DE JUNHO DE 2012: "O SITE DE RELACIONAMENTO DO HOMO-SAPIENS"
MÚSICA, O "SITE DE RELACIONAMENTO" DO HOMO-SAPIENS
MUITO ANTES DA INTERNET, HÁ 40 MIL ANOS, PELA MÚSICA, CONSTITUIRAM-SE AS PRIMEIRAS REDES SOCIAIS
A MELODIA, E NÃO A LINGUAGEM ARTICULADA, APROXIMOU OS HOMENS ENTRE SI
Flautas feitas de osso de passarinhos e dentes de marfim de mamutes, encontradas em uma caverna no sul da Alemanha, são, confirmadamente, os instrumentos musicais mais antigos utilizados pelo ser humano.
Através de datação por carbono, compovou-se que essas flautas têm entre 42 mil e 43 mil anos de idade, da mesma época em que o homo-sapiens iniciou a ocupação da Europa.
Este achado sugere que os humanos modernos teriam chegado ao Danúbio Superior antes de uma fase climática de frio extremo ter atingido a região, entre 39 mil e 40 mil anos atrás.
Acreditava-se eté então na presença do homo-sapiens no local somente após esta onda de frio.
Constata-se agora, o rio Danúbio foi uma importante passagem no trajeto da movimentação dos humanos, proporcionando, consequentemente, inovações tecnológicas no centro da Europa, há 40 mil e 45 mil anos.
Argumentação científica, os instrumentos musicais tiveram destacada função voltada a rituais religiosos ou com objetivos de entretenimento. A música teria sido um dos fatores a distinguir os homens modernos e os neandertais, extintos em grande parte da Europa há cerca de 30 mil anos.
À música atribui-se então habilidade para manutenção, em priscas eras, de redes sociais de grande porte, influeciando uma capacidade de expansão territorial maior do que a dos neandertais.
(copydesk, Caos Markus)
QUARTA-FEIRA, 27 DE JUNHO DE 2012: "ILUSIONISMO CULTURAL"
Não é exagero, bastará um só olhar minucioso dirigido ao comportamento popular nas sociedades de massas para que se identifique o seu caráter 'mecânico' , 'automático' e 'alienado'.
Não é difícil entender que se destaque a apatia política quando se sabe que, ao lado da limitação coercitiva das formas de organização e expressão social, o monopólio da manipulação, nas mãos das novas 'oligarquias', constrói a 'cultura da ilusão'.
O avanço das tecnologias em comunicação, do fascínio da televisão à rede mundial de computadores, mais a rigidez do sistema político, são os instrumentos hábeis para, consolidando o conformismo, gerar expectativas na população.
Através da propaganda ideologicamente infiltrada, o consumo, até então limitado para a maioria, torna-se valor maior na realização cotidiana.
É bastante evidente a vil impostura na criação de uma atmosfera de consumismo numa realidade de muita carência, tendo início na ampla e "estimulante" difusão publicitária, por todos os canais da mídia, de artigos de luxo, visando em especial um público a quem falta o essencial.
O conformismo das massas se verifica por meio de uma combinação entre a 'cultura da ilusão' e a velada 'repressão'. Porque a experiência do pobre não é só a da carência econômica e cultural, mas também a da rigidez dos instrumentos de cerceamento nas sociedades urbanas de massas. E isto resta claro ante a confirmação de que uma das mais exaltadas reivindicações populares é referente à questão da 'segurança'. Esta ausente 'segurança' concreta -contra a prisão arbitrária, a violência física, a repressão pela despedida no emprego-, sem a mínima 'garantia' de reconhecimento de alguma instituição onde pudessem atuar, que, suprimindo a mobilização organizada, tem levado as classes populares à completa devoção no altar da propaganda e do consumo.Na espoliação de todo um povo, o lucro político é dos governos que, coadjuvantes da manipulação, não apenas consentem como ainda investem nesse mesmo monopólio.
(Caos Markus)
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