O desenvolvimento de uma cultura que abusivamente se apropria dos medos a torna, por si própria, uma 'cultura de medo', cuja visibilidade amplia-se nas mais diversificadas fontes de poder, com padrões de expressividade em variadas áreas da vida social e humana.
Sim, o medo faz parte da existência humana como forma de precaução face ao desconhecido. Por isso, é um mecanismo básico de preservação e de sobrevivência da espécie.
Há, no entanto, um outro medo: o medo criado e desenvolvido pelos homens; o medo que se constitui em padrão; por consequência, um produto cultural, quando transformado em valores e símbolos partilhados por coletividades.
O desenvolvimento de uma 'cultura de medo', disseminado entre nós pelos meios de entretenimento e de cultura massificada, como o cinema, as programações televisivas, DVDs e outros 'instrumentos de jogos' (na Net, por exemplo), apreendidos pelas crianças e por adolescentes nas fases mais críticas do processo de socialização, poderá ser um dos fatores com maior expressividade nos índices de insegurança e de violência manifestados paulatinamente, e de forma sempre mais estruturada, por uma parcela substancial de indivíduos.
Não se sabe, do ponto de vista científico, até que ponto a sua incorporação terá efeitos a longo prazo nos sistemas cognitivos e emocionais das audiências de mais tenra idade, ou em personalidades de maior fragilidade.
A construção de uma 'cultura de medo' passa pela exploração dos aspectos de insegurança reservados no mais recôndito de cada individualidade.
E quanto mais vulneráveis forem os indivíduos, maior será, por efeito, a intensidade da 'emoção do medo'.
Os meios de comunicação social não abrem mão de -regular e insistentemente- divulgar imagens de violência e de pânico, tendo por exclusiva intenção (de maneira apelativa e muitas vezes abusiva) ilustrarem ou imprimirem uma dinâmica mais convincente às suas notícias. A repetição consecutiva dos mesmos quadros, não raramente de horror, a fim de conquistar ou manter audiências, invoca o medo, propagando-o sem reservas.
A manipulação dos sentimentos de insegurança e de incerteza quanto ao futuro da vida das pessoas tem sido gradualmente introduzida em nossa cultura e sorrateiramente entranha-se nos nossos hábitos e percepções.
Procura-se conhecer e antecipar o futuro: o nosso e o dos outros. Pessoas comuns, empresários, políticos e estrelas dos milionários espetáculos recorrem sucessivamente a subterfúgios e malabarismos, na ânsia de controlarem e comandarem as suas vidas e o seu porvir, através da pretendida antecipação do que lhes possa acontecer.
Muito possivelmente por causa deste engendrado sistema, nota-se, é crescente a influência das "pesquisas" e dos "indicadores" nas opções e nas decisões políticas.
A 'ação política' progressivamente afasta-se das utopias, dos ideais, das ideias e dos projetos, cedendo lugar a uma ação absolutamente desprovida de conteúdo programático.
Ao contrário, está assentada na 'sondagem' do eleitorado, ou seja, na 'previsão'.
O que lhe interessa é agradar ao maior número de eleitores e ferir o menor número de
suscetibilidades.
Este mecanismo oculta sua perversidade, porque não é mais meta da política solucionar problemas, mas, sim, resta-lhe o claro objetivo de seduzir os eleitores, fugindo desta forma ao confronto e à luta de ideias e de projetos.
(Caos Markus)
REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
quinta-feira, 1 de agosto de 2013
QUINTA-FEIRA, 8 DE AGOSTO DE 2013: "O ESTADO FIGURANTE"
O ESTADO FIGURANTE
Se 'eros' e 'tanathos' são em nossos dias as vozes mais ouvidas, certamente isso ocorre em virtude de um veemente declínio moral da humanidade. Após a atual derrocada daquela que erroneamente conhecemos por "sociedade moderna", um novo critério moral deverá aproximar homens e mulheres, pais e filhos, irmãos e irmãs, em critério forjado no amor e no afeto recíprocos.Modificadas as relações de propriedade, normas próprias de conduta regularão a família, onde o amor seja de fato máximo princípio moral. Esta instituição, é inegável, tem progredido ou se modificado na mesma medida do maior ou menor progresso, condicionada, pois, às transformações sociais. Por isto mesmo, negar um Estado e um regime repugnantes, que se propagam através da chamada "célula mater" da sociedade é recusar a dominação para proclamar a independência. Afinal, nos seus passos evolutivos, o homem se descobrindo protagonista da evolução e dotado de singularidade notável, a permitir-lhe se relacionar com as demais criaturas,.se reconhece dotado de razão e inteligência o suficiente para organizar sua própria vida e mantê-la da melhor forma que realizada. E assim se identifica protagonista, subjugando o Estado ao papel de simples figurante.
(Caos Markus)
Se 'eros' e 'tanathos' são em nossos dias as vozes mais ouvidas, certamente isso ocorre em virtude de um veemente declínio moral da humanidade. Após a atual derrocada daquela que erroneamente conhecemos por "sociedade moderna", um novo critério moral deverá aproximar homens e mulheres, pais e filhos, irmãos e irmãs, em critério forjado no amor e no afeto recíprocos.Modificadas as relações de propriedade, normas próprias de conduta regularão a família, onde o amor seja de fato máximo princípio moral. Esta instituição, é inegável, tem progredido ou se modificado na mesma medida do maior ou menor progresso, condicionada, pois, às transformações sociais. Por isto mesmo, negar um Estado e um regime repugnantes, que se propagam através da chamada "célula mater" da sociedade é recusar a dominação para proclamar a independência. Afinal, nos seus passos evolutivos, o homem se descobrindo protagonista da evolução e dotado de singularidade notável, a permitir-lhe se relacionar com as demais criaturas,.se reconhece dotado de razão e inteligência o suficiente para organizar sua própria vida e mantê-la da melhor forma que realizada. E assim se identifica protagonista, subjugando o Estado ao papel de simples figurante.
(Caos Markus)
quarta-feira, 31 de julho de 2013
"QUARTA-FEIRA, 7 DE AGOSTO DE 2013: "A ERUDIÇÃO DO COLOQUIAL"
A Esquadra de Cabral aportara em solo indiano, em 22 de abril de 1500, trazendo consigo, além da tripulação de marujos treinados pela Escola de Sagres, do Infante Dom Henrique, uma enorme população de portugueses, suprimida socialmente por Portugal e sem muita escolha sobre o próprio destino. Porém, apesar de termos até então entendido o referido desbravamento como uma descoberta, algumas importantes investigações científicas mencionam outra realidade: a de que o Brasil precisava ser oficialmente apresentado ao mundo europeu, indicando-se então a referida data como a de seu oficial descobrimento pelos portugueses.
O que era então, em seus primórdios, o Brasil em relação ao que entendemos por uma sociedade, senão apenas uma terra em que lusitanos desgarrados, em sua maioria homens? E judeus obrigados a se converterem ao cristianismo, aqui se estabelecendo sem qualquer espécie de ordenação social, sob o impacto da enorme dificuldade de comunicação?
Nesta época, travava-se por parte dos lusitanos, intensa, árdua e complicada comunicação com os índios locais a fim de instituir uma comunicação sustentável que lhes prouvesse, no mínimo, o convívio necessário à sobrevivência de ambos, que ali já se interagiam como povos, dividindo e mesclando culturas e tradições, criando um vínculo de intimidade entre os sexos opostos, resultando na primeira matriz de brasileiros. Surgia a miscigenação como caráter principal de uma sociedade em formação. Povos que se uniam, por interesses diversos e que, ao longo dos anos, constituíam famílias vivendo sob uma marca cultural de forte autenticidade, totalmente diferente das gerações antecedentes.
Na seara sociolinguística, variantes de expressões do coloquial eram quase que naturais e bem absorvidas, pois não havia, à época, razões econômicas ou políticas, de hábito, forte influência nas colônias, capaz de descentralizar a sociedade.
Percebe-se, cada sistema cultural está sempre em mudança. Entender esta dinâmica é importante para atenuar o choque entre as gerações e evitar comportamentos preconceituosos. Da mesma forma como é fundamental à humanidade compreender as diferenças entre povos de culturas diversas, é necessário saber entender as diversidades dentro do mesmo sistema.
Enfim, a erudição do coloquial ocorre no mesmo dinamismo deste processo, o da superação da imposta dualidade cunhada no binômio "nobreza-plebe".
(Caos Markus)
O que era então, em seus primórdios, o Brasil em relação ao que entendemos por uma sociedade, senão apenas uma terra em que lusitanos desgarrados, em sua maioria homens? E judeus obrigados a se converterem ao cristianismo, aqui se estabelecendo sem qualquer espécie de ordenação social, sob o impacto da enorme dificuldade de comunicação?
Nesta época, travava-se por parte dos lusitanos, intensa, árdua e complicada comunicação com os índios locais a fim de instituir uma comunicação sustentável que lhes prouvesse, no mínimo, o convívio necessário à sobrevivência de ambos, que ali já se interagiam como povos, dividindo e mesclando culturas e tradições, criando um vínculo de intimidade entre os sexos opostos, resultando na primeira matriz de brasileiros. Surgia a miscigenação como caráter principal de uma sociedade em formação. Povos que se uniam, por interesses diversos e que, ao longo dos anos, constituíam famílias vivendo sob uma marca cultural de forte autenticidade, totalmente diferente das gerações antecedentes.
Na seara sociolinguística, variantes de expressões do coloquial eram quase que naturais e bem absorvidas, pois não havia, à época, razões econômicas ou políticas, de hábito, forte influência nas colônias, capaz de descentralizar a sociedade.
Percebe-se, cada sistema cultural está sempre em mudança. Entender esta dinâmica é importante para atenuar o choque entre as gerações e evitar comportamentos preconceituosos. Da mesma forma como é fundamental à humanidade compreender as diferenças entre povos de culturas diversas, é necessário saber entender as diversidades dentro do mesmo sistema.
Enfim, a erudição do coloquial ocorre no mesmo dinamismo deste processo, o da superação da imposta dualidade cunhada no binômio "nobreza-plebe".
(Caos Markus)
TERÇA-FEIRA, 6 DE AGOSTO DE 2013: "HÁ QUINHENTOS E TREZE ANOS"
Quem descobriu o Brasil? Quem meteu os pés no brasil? A Europa cá veio dançar valsas vienenses e ainda trouxe da África o lundu, temperado com pimenta do reino. Quanto açúcar com café nas usinas e nas lavouras dos senhores engenhosos! A Ásia cabe aqui. Venham todos, queremos vocês. Venham espanhóis, portugueses, franceses, ingleses, alemães! Tragam-nos a sua mão-de-obra especializada, de "Primeiro Mundo". Não será a primeira vez. Sírios-libaneses para cá vieram, mascatear, no sertão que vira mar, rios de dólares. Nós somos um povo gentil, coração e braços abertos ao mundo. Temos norte e nordeste, sul e sudeste, noroeste e sudoeste. Uma imensidão... Somos presidencialistas, somos parlamentaristas, republicanos e monarquistas. Somos qualquer coisa, somos todas as coisas a um só tempo, porque -pluralistas- não discriminamos ninguém. Venham, o trono está vago a qualquer tempo, pois há quinhentos e treze anos rendemos homenagens, e não seria agora que inventaríamos ser brasileiros. E, por favor, desculpem-nos, não foi nossa intenção, não pretendíamos ser pobres fingindo riqueza. Não queríamos dar tanto trabalho a vocês.
(Caos Marcus)
(Caos Marcus)
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE AGOSTO DE 2013: "SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE JURÍDICA"
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE JURÍDICA
Direito pode incluir estágio em favela
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) propôs ao Ministério da Educação uma alteração no currículo dos cursos de Direito, que poderão incluir um estágio em comunidades carentes do País. O estágio, de seis meses, seria dentro do período do curso.
A proposta foi apresentada nesta em 29/7/13. Segundo a entidade, a grade curricular do curso é do século 19, e a metodologia e o sistema de avaliação são precários. A OAB pretende um curso de Direito que prepare cidadãos conscientes de seu papel no mundo e não meramente burocratas ou tecnocratas.
Ó órgão classista propõe ainda um aumento de disciplinas para o curso. Nesse período, os estudantes teriam de fazer um estágio "de verdade", como afirma um de seus representantes. Hoje, o estágio já é previsto na grade curricular e deve ser realizado em fóruns, juizados e tribunais, mas são experiências de "faz de conta".
O estágio não deverá ser obrigatoriamente em comunidades carentes, mas terá de dar aos estudantes experiência prática no exercício do Direito. Será realizado em favelas, em empresas, em escritórios, em tribunais, enfim, onde o estudante tiver sua vocação e sua afinidade, de maneira condizente a um país democrático e plural, onde a liberdade das pessoas desenvolverem suas potencialidades deve ser respeitada.
A criação de novos cursos de Direito está suspensa desde o início deste ano, quando a OAB e o Ministério da Educação firmaram um acordo para criar um marco regulatório para a área. Por 12 meses, a criação de novas faculdades ficará parada, até que a OAB apresente e o MEC aprove um novo currículo para a área. A maioria dos alunos sai das instituições de ensino superior sem conhecimentos básicos, como processo eletrônico e prática do Direito. Procurado, o MEC não se pronunciou sobre a proposta da OAB de incluir estágio em comunidades carentes.
Médicos
A ideia de propor que estudantes façam algum trabalho social veio à tona com a decisão do governo federal de incluir na formação de médicos dois anos de trabalho remunerado no Sistema Único de Saúde (SUS). Os dois casos, no entanto, são diferentes.
(copydesk, Caos Markus)
Direito pode incluir estágio em favela
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) propôs ao Ministério da Educação uma alteração no currículo dos cursos de Direito, que poderão incluir um estágio em comunidades carentes do País. O estágio, de seis meses, seria dentro do período do curso.
A proposta foi apresentada nesta em 29/7/13. Segundo a entidade, a grade curricular do curso é do século 19, e a metodologia e o sistema de avaliação são precários. A OAB pretende um curso de Direito que prepare cidadãos conscientes de seu papel no mundo e não meramente burocratas ou tecnocratas.
Ó órgão classista propõe ainda um aumento de disciplinas para o curso. Nesse período, os estudantes teriam de fazer um estágio "de verdade", como afirma um de seus representantes. Hoje, o estágio já é previsto na grade curricular e deve ser realizado em fóruns, juizados e tribunais, mas são experiências de "faz de conta".
O estágio não deverá ser obrigatoriamente em comunidades carentes, mas terá de dar aos estudantes experiência prática no exercício do Direito. Será realizado em favelas, em empresas, em escritórios, em tribunais, enfim, onde o estudante tiver sua vocação e sua afinidade, de maneira condizente a um país democrático e plural, onde a liberdade das pessoas desenvolverem suas potencialidades deve ser respeitada.
A criação de novos cursos de Direito está suspensa desde o início deste ano, quando a OAB e o Ministério da Educação firmaram um acordo para criar um marco regulatório para a área. Por 12 meses, a criação de novas faculdades ficará parada, até que a OAB apresente e o MEC aprove um novo currículo para a área. A maioria dos alunos sai das instituições de ensino superior sem conhecimentos básicos, como processo eletrônico e prática do Direito. Procurado, o MEC não se pronunciou sobre a proposta da OAB de incluir estágio em comunidades carentes.
Médicos
A ideia de propor que estudantes façam algum trabalho social veio à tona com a decisão do governo federal de incluir na formação de médicos dois anos de trabalho remunerado no Sistema Único de Saúde (SUS). Os dois casos, no entanto, são diferentes.
(copydesk, Caos Markus)
terça-feira, 30 de julho de 2013
DOMINGO, 4 DE AGOSTO DE 2013: "A VERDADE DO VALOR PRÁTICO"
Eu já acreditei em muita coisa. Procurei uma verdade mais permanente, não a de um batalhão móvel de metáforas, metonímias, antroporfismos, enfatizados poética e retoricamente
Ainda hoje, não damos esmolas para não estimularmos a mendicância, e condenamos à morte os miseráveis como exemplo, no cínico e absurdo contraste entre a suposta indolência dos despossuídos e a obstinação dos bem sucedidos.
Não fui o único; não sou o único. Muitos quiseram - e ainda insistem em querer - a paz, substituindo os horrores e a infâmia da "humanidade" pela majestade do amor.
Utopia, acreditávamos, não existia; era questão de tempo. Como o tempo insistia em não chegar, desistindo, então, de um aprendizado a nos libertar da nossa miséria, renunciando a ensinamentos vários sobre o caminho libertador de um pensamento ou de uma prática qualquer; procuramos revelar-nos a nós mesmos, pretendendo poder ver o que éramos e depois esquecer-nos; enfim, pretenderamos sair do ego, chegar à criatividade pela visão do nosso vazio, e descobrir, simultaneamente, o amor.
Mentimos! Nossas boas intenções nada mais fizeram que ocultar a omissão dos nossos gestos.
Ainda hoje, não damos esmolas para não estimularmos a mendicância, e condenamos à morte os miseráveis como exemplo, no cínico e absurdo contraste entre a suposta indolência dos despossuídos e a obstinação dos bem sucedidos.
Hoje, eu afirmo:se sou incapaz de gestos, não mais quero me capacitar com intenções. Para ser sincero, não sei a quem cabe minha reflexão, ou se ela é mesmo reflexão. Talvez não seja mais que uma advertência, a mim e a todos quantos se batem pelas intenções. E o digo porque a verdade do valor prático é a verdade imediata que edifica. Somente dela poderemos nos orgulhar, pois nela veremos concretas obras, antes promessas escudadas no valor empírico de uma vaga e incerta nobreza de espírito; outrora sublimadas na minha, na sua, na nossa boa intenção.
(Caos Markus)
Ainda hoje, não damos esmolas para não estimularmos a mendicância, e condenamos à morte os miseráveis como exemplo, no cínico e absurdo contraste entre a suposta indolência dos despossuídos e a obstinação dos bem sucedidos.
Não fui o único; não sou o único. Muitos quiseram - e ainda insistem em querer - a paz, substituindo os horrores e a infâmia da "humanidade" pela majestade do amor.
Utopia, acreditávamos, não existia; era questão de tempo. Como o tempo insistia em não chegar, desistindo, então, de um aprendizado a nos libertar da nossa miséria, renunciando a ensinamentos vários sobre o caminho libertador de um pensamento ou de uma prática qualquer; procuramos revelar-nos a nós mesmos, pretendendo poder ver o que éramos e depois esquecer-nos; enfim, pretenderamos sair do ego, chegar à criatividade pela visão do nosso vazio, e descobrir, simultaneamente, o amor.
Mentimos! Nossas boas intenções nada mais fizeram que ocultar a omissão dos nossos gestos.
Ainda hoje, não damos esmolas para não estimularmos a mendicância, e condenamos à morte os miseráveis como exemplo, no cínico e absurdo contraste entre a suposta indolência dos despossuídos e a obstinação dos bem sucedidos.
Hoje, eu afirmo:se sou incapaz de gestos, não mais quero me capacitar com intenções. Para ser sincero, não sei a quem cabe minha reflexão, ou se ela é mesmo reflexão. Talvez não seja mais que uma advertência, a mim e a todos quantos se batem pelas intenções. E o digo porque a verdade do valor prático é a verdade imediata que edifica. Somente dela poderemos nos orgulhar, pois nela veremos concretas obras, antes promessas escudadas no valor empírico de uma vaga e incerta nobreza de espírito; outrora sublimadas na minha, na sua, na nossa boa intenção.
(Caos Markus)
segunda-feira, 29 de julho de 2013
"SÁBADO, 3 DE AGOSTO DE 2013: "À SUPERFÍCIE"
Que espírito é esse, o que anima os medíocres a confinar em inaudito exílio todos quantos não são conformados com a peleja do faz-de-conta?! Por que essa mentalidade tacanha a querer expurgar em covarde assepsia?! Como explicar que, ao vestir a carapuça feita sob encomenda, a velhacaria não se dê conta de sua pequenez?
Eu já estou muito cansado dessa história de que no fundo, no fundo, todo mundo é bom. Para mim, é passada a hora de a bondade se revelar à superfície.
Aceitar-me exigiria também admitir a completa ignorância alheia no que diz respeito ao sagrado e inalienável direito do ser humano -o de poder manifestar a sua opinião sem render-se aos despropositais imperativos das circunstâncias sócio-econômicas. Esse patrimônio, o da liberdade, eu não o troco por fatia alguma de poder algum. Se algum legado eu deixar, ele será o da indignação permanente, única garantia de manutenção dignidade própria.
(Caos Markus)
Eu já estou muito cansado dessa história de que no fundo, no fundo, todo mundo é bom. Para mim, é passada a hora de a bondade se revelar à superfície.
Aceitar-me exigiria também admitir a completa ignorância alheia no que diz respeito ao sagrado e inalienável direito do ser humano -o de poder manifestar a sua opinião sem render-se aos despropositais imperativos das circunstâncias sócio-econômicas. Esse patrimônio, o da liberdade, eu não o troco por fatia alguma de poder algum. Se algum legado eu deixar, ele será o da indignação permanente, única garantia de manutenção dignidade própria.
(Caos Markus)
SEXTA-FEIRA, 2 DE AGOSTO DE 2013: "ESTRANHA CRIATURA"
A sabedoria oriental perdura ainda hoje como uma advertência à estupidez que sistematicamente tem desfigurado a raça humana. Insensatos, preferimos privilegiar a ancestralidade beligerante dos primórdios da civilização humana, decaindo sempre, ao invés de procurarmos apressar o destino a todos nós reservado pela: a comunidade supranacional apartidária, unida no congraçamento de diferenças étnicas, econômicas e culturais.
O sideral espaço por nós já encontrado, com toda a sua grandiosidade, ainda é exíguo, se comparado a uma outra imensidão, em quase nada explorada: a nossa alma, o nosso psique. A viagem ao interior dessa ampla morada vem sendo há muito adiada, pois nenhum ser extraterreno imaginável poderá assemelhar-se à estranha criatura residente no âmago de nós mesmos, algo que certamente pressentimos e no entanto (ou por isso mesmo) queremos evitar. Mas, inevitável, aproxima-se o momento da decisão, quando, para não sucumbirmos, necessariamente escolheremos a paz como exclusiva condição da nossa sobrevivência.
Haverá êxito nesse projeto se existir, porém, disposição em construí-lo, ânimo em vê-lo além do mero esboço, vontade em percebê-lo além da nossa humana fragilidade, como um desígnio divinal, traçado por mãos mais habilidosas, num intento superior aos planos débeis dos estratagemas que tão somente tem assegurado a cada um de nós a própria perplexidade diante do que se nos afigura inaudito.
(Caos Markus)
O sideral espaço por nós já encontrado, com toda a sua grandiosidade, ainda é exíguo, se comparado a uma outra imensidão, em quase nada explorada: a nossa alma, o nosso psique. A viagem ao interior dessa ampla morada vem sendo há muito adiada, pois nenhum ser extraterreno imaginável poderá assemelhar-se à estranha criatura residente no âmago de nós mesmos, algo que certamente pressentimos e no entanto (ou por isso mesmo) queremos evitar. Mas, inevitável, aproxima-se o momento da decisão, quando, para não sucumbirmos, necessariamente escolheremos a paz como exclusiva condição da nossa sobrevivência.
Haverá êxito nesse projeto se existir, porém, disposição em construí-lo, ânimo em vê-lo além do mero esboço, vontade em percebê-lo além da nossa humana fragilidade, como um desígnio divinal, traçado por mãos mais habilidosas, num intento superior aos planos débeis dos estratagemas que tão somente tem assegurado a cada um de nós a própria perplexidade diante do que se nos afigura inaudito.
(Caos Markus)
QUINTA-FEIRA, 1 DE AGOSTO DE 2013: "A CONSCIÊNCIA DA ESPERANÇA"
A 'guerra', um fenômeno político social, foi outrora fator essencial para impulsionar os progressos da civilização.
A partir, porém, do momento no qual os progressos da civilização deram à humanidade consciência de constituir-se um todo fundamentalmente homogêneo, os conflitos beligerantes deixaram de ser fator estimulante da evolução.
Dessa maneira, se a moral na antiguidade esteve, por um lado, reduzida à admiração pela bravura guerreira, por outro, também foi alicerçada na fidelidade à amizade, na reprovação da maledicência, da traição, da covardia e da arrogância.
Mas hoje... O que dizer da moral contemporânea? Qual o comentário sobre uma civilização que, a despeito de suas realizações tecnológicas, tem eleito como primeiríssimo argumento da sua suposta prosperidade a guerra, e dela, como alvo, o próprio homem?
A'esperança' tem sido compreendida, erroneamente, como um exagerado otimismo de pessoas desprovidas de senso da realidade.
'Esperança', entretanto, é a ambição de todos quantos acreditam na possibilidade como promessa a ser cumprida, porque lúcida, porque consciente, porque sincera.
(Caos Markus)
A partir, porém, do momento no qual os progressos da civilização deram à humanidade consciência de constituir-se um todo fundamentalmente homogêneo, os conflitos beligerantes deixaram de ser fator estimulante da evolução.
Dessa maneira, se a moral na antiguidade esteve, por um lado, reduzida à admiração pela bravura guerreira, por outro, também foi alicerçada na fidelidade à amizade, na reprovação da maledicência, da traição, da covardia e da arrogância.
Mas hoje... O que dizer da moral contemporânea? Qual o comentário sobre uma civilização que, a despeito de suas realizações tecnológicas, tem eleito como primeiríssimo argumento da sua suposta prosperidade a guerra, e dela, como alvo, o próprio homem?
A'esperança' tem sido compreendida, erroneamente, como um exagerado otimismo de pessoas desprovidas de senso da realidade.
'Esperança', entretanto, é a ambição de todos quantos acreditam na possibilidade como promessa a ser cumprida, porque lúcida, porque consciente, porque sincera.
(Caos Markus)
QUARTA-FEIRA, 31 DE JULHO DE 2013: "DOR IMERSA"
Seria a mais cândida inocência uma pessoa pretender conhecer bem a História a ponto de supor que, após todos esses séculos de sistemas sociais corruptos, o imperfeito pudesse se transformar em algo perfeito e puro.
Temos notoriamente sido alimentados de uma esperança desacreditada até mesmo pelos mais crentes e otimistas.
Ora, a dor não necessariamente deve ser uma forma de adquirir conhecimento, pois fosse isso verdade e já teríamos povos amadurecidos, em meio a tanto disparate ainda a manter a humanidade em permanente flagelo. Haverá, sim, a sabedoria além daquela que se aprende através do sofrimento.
Percebemos a desordem, ao defrontarmo-nos com o gigantismo das nossas instituições -a projeção de nossa megalomania. Uma inferioridade sublimada está oculta em nossas insólitas obras.
A desorientação tem sido o mau roteiro da atualidade: imaginamos seguir adiante, quando, atônitos, apenas caminhamos em círculos.
Já houve quem dissesse "o homem é um projeto que não deu certo". Porém, quem o disse foram outros homens, acreditando-se imbuídos de redefinir o juízo de valores de nossa civilização. Mas o julgamento humano não atenta para o profundo sentido da dor que não aparece, imersa sob o domínio de circunstâncias criadas pelo e para os privilégios dos próprios "julgadores".
(Caos Markus)
Temos notoriamente sido alimentados de uma esperança desacreditada até mesmo pelos mais crentes e otimistas.
Ora, a dor não necessariamente deve ser uma forma de adquirir conhecimento, pois fosse isso verdade e já teríamos povos amadurecidos, em meio a tanto disparate ainda a manter a humanidade em permanente flagelo. Haverá, sim, a sabedoria além daquela que se aprende através do sofrimento.
Percebemos a desordem, ao defrontarmo-nos com o gigantismo das nossas instituições -a projeção de nossa megalomania. Uma inferioridade sublimada está oculta em nossas insólitas obras.
A desorientação tem sido o mau roteiro da atualidade: imaginamos seguir adiante, quando, atônitos, apenas caminhamos em círculos.
Já houve quem dissesse "o homem é um projeto que não deu certo". Porém, quem o disse foram outros homens, acreditando-se imbuídos de redefinir o juízo de valores de nossa civilização. Mas o julgamento humano não atenta para o profundo sentido da dor que não aparece, imersa sob o domínio de circunstâncias criadas pelo e para os privilégios dos próprios "julgadores".
(Caos Markus)
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