Coloque cedilha nos ésses, mas não se pergunte se é agudo o acento de ésses.
Porque (separado ou junto, tanto faz)) grave é o circunflexo em econômia.
Circunflecho !?
Não importa, desde que a exclamação sinalize, antes, sua pergunta em dúvida.
Duvida?
Quem?
De quem?
Está certo, tudo.
Ésta, certo, de tudo duvida, em todos a dúvida.
Direis, dirás, ide em paz homens de boa-vontade (traceje um hífen); (vírgula abaixo, ponto
acima) o mau é pior, é mal.
Pois bem, o quê tu pensas?
Este e deste 'que' é vocabular coloquialmente dialogando?
Sei não, erudito, quem sabe...
Não, não estou reticente. Só não quero mais falar disso nem disto.
(Caos Markus)
REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
terça-feira, 15 de novembro de 2011
QUINTA-FEIRA, 8 DE DEZEMBRO DE 2011: "COISA NOSSA, COISAS VOSSAS"
Suasticamente falando, cá em Brazil mulheres fazem renda; e todas essas mulheres rendeiras (providas de TVs, liquidificadores, micro-ondas etc., etc.) mui felizes estão na reedição nacional de alices no país das maravilhas abençoado por deus, bonito, gigante pela própria natureza.
Eu, de fernando em fernando, meio gabeira, já fiquei sem todos eles. Porque, afinal, mesmo sendo louco por ti, nuestra América, faz tempo, foi por medo de avião que eu empunhei pela única vez um fuzil mouse 1908.
Em terra, firme! Nesta terra à vista, na liquidação da pechincha neoliberal dos camelôs da idiotice globalizada.
Das cruzes de outrora, nenhum martírio ou qualquer opressão: desaparecida até a lista, nenhuma pista. Enfim, o flagelo passado, redimindo o presente sem futuro.
Salve, Salve! Yes, nós temos salada nos trópicos e neva em campos de apanhadores de centeio.
Lennon disse "somos mais famosos que Jesus", bem depois de Nietszche declarar que "deus está morto". Porém, nem um nem outro percebeu que no Pão-de-Açúcar o redentor piedosamente ainda olha a gringolândia de tios-sam num vaivém frenético pelas ipanemas-calçadas da baía sem santos mas cheias de agás.
(Caos Markus)
QUARTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO DE 2011: "O HOMEM EM SUAS TRÊS PARTES"
Salvação e libertação apresentam diferenças entre si, como também pecado e crime são entendidos de maneiras diversas. E ainda sugestiva é a distinção das concepções 'alma' e 'espírito'. Por isso, muito do que se ensina sobre um outro reino, além deste mundo por nós conhecido, busca divulgar a crença no sofrimento da humanidade, ou a convicção no padecer dos miseráveis e na irreversibilidade da condição dos marginalizados; tudo em função de um incerto destino redentor. Assim, pelo 'pecado' deveríamos esperar a 'salvação'; pelo 'crime', a 'liberdade'. Mas... Por que?
O castigo e a punição seriam respostas indispensáveis a todos os inconformados? Ou tais ideias servem mesmo para limitação dos indivíduos em suas reais aspirações? Afinal, vocação maior do ser humano, a libertação é um processo envolvendo-o em 'corpo', 'alma' e 'espírito'. E como precisa alimentar o corpo, igualmente dependem de alimento a sua 'alma' e o seu 'espírito'.
Por acreditarmos na conjugação do homem reunidas as suas três esferas, unificadas as partes que o compõem, defendemos a efetiva participação política -individual e coletiva- nos destinos dos nossos governos, rompendo com o falso dogma de predestinação à pobreza material, desvinculada da emancipação da sociedade.
É por inabalável crença na libertação do ser humano por meio da mobilização popular (identificada na máxima de que a "salvação implica a totalidade do mundo de Deus"); é pela irrecusável certeza de que "fomos criados exatamente para isso, receber a vida de Deus em nosso espírito, viver esta vida e expressar o próprio Deus em nosso viver"; é ainda na admissão de que "totalidade não significa uma grandeza fechada em si mesma, mas uma relação da realidade que se funda em Deus como o sentido pleno e a radical plenitude do ser"; é por concordância absoluta com essas lições doutrinárias da Igreja que, ateus, propugnamos ao humano ser sua efetiva integridade. Algo somente conquistado na perseverança de quem deva almejar um mundo melhor neste plano que, pela mais adequada interpretação dos axiomas eclesiais, então é também de Deus, posto que obra do Criador.
Desejando, pois, o triunfo dos "homens de boa vontade", na vitória da solidariedade sobre o egocentrismo; eis a conclamação, a companheiros e companheiras "conduzidos por Deus em seu desígnio": resgatar a nossa humanidade "numa completa libertação de todas as alienações", voltada ao porvir marcado pela justiça, sob o signo da união dos povos pela liberdade.
(Caos Markus)
TERÇA-FEIRA, 6 DE DEZEMBRO DE 2011: "MÚSICA, MORADA DO CONHECIMENTO, HABITAT DO AMOR"
A música, em princípio, é a arte das Musas, ou seja, é toda a atividade inspirada em uma das Musas. Estas, entidades da mitologia, são dotadas de extraordinariedade, muitas vezes superiores aos deuses, com cujo poder podem conceder aos homens a revelação de verdades e iluminações que, sozinhos, talvez jamais alcançariam.
É justo então pensar que o universo das relações sonoras e rítmicas ao qual chamamos 'música' não é aquele exclusivo de suas influências. Pois, muito embora as atividades musicais "sonoras" estivessem no terreno sob o domínio das Musas, outras atividades aí podiam ser incluídas.
Essas atividades já receberam denominações
diversificadas: 'artes' ("technai", para os gregos), 'atividades artísticas' e 'técnicas'. No entanto, a própria filosofia foi referida como o exercício da "mais nobre música", em virtude de as Musas inspirarem todas a especializações, não se limitando a atividades específicas e determinadas.
Por outro lado, é preciso lembrar que as Musas são todas filhas de Mnême, a 'Memória'. E este é um sinal de novo encontro da filosofia com a música, em sentido amplo, pois o saber filosófico implica em uma atividade onde a memória tem papel central. É por seu intermédio que a alma (a psique) está capacitada a sair da ignorância e se aperfeiçoar.
O desejo de aprender, hoje por nós muitas vezes conhecido como 'curiosidade', era chamado de 'amor', sendo o efeito inicial da memória em todos nós, a nostalgia do conhecimento perdido.
Assim, esse amor se confunde com a nossa noção de desejo, mas não de um desejo insatisfeito.Trata-se de desejo que insiste no prazer da busca incessante, sempre renovado; e, por isso, eterno.
(Caos Markus)
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE DEZEMBRO DE 2011: "PONTO"
Faz-se imperioso um silêncio sepulcral: é chegada a hora de não mais enxergar o inimigo, para que ele então deixe de ser sujeito no enredo que criamos à nossa própria vida.
Toda e qualquer palavra tem existido em função do outro, jamais ao seu autor. E se o brado não servir a quem o clamor articula, não deverá prestar a mais nada, senão a perene duelo de frágeis atos, débeis gestos.
Antagonismo maior que o das diferenças imagináveis é o da dualidade inexplorada na afronta de indivíduos tão absolutamente incapazes à admissão de si mesmos.
Calados, exímios artífices, apenas ouvimos o eco ensurdecedor da súplica, ocultada por nossas próprias dissimulações.
Não direi frase nova; não entoarei moderno hino à liberdade; não darei mil vidas das vidas que não tenho.
Antes, convencerei a mim, e a ninguém mais, da impossibilidade de mudança sem revogação. E para isso, de mim eu quero ouvir a minha voz. Da voz alheia pretendo desistir em favor de quem igualmente precisa dar ouvidos às suas particulares palavras.
Sem grito de esperança. Sem esperança.
Sem busca que não encontra porque foge do ponto de partida.
(Caos Markus)
DOMINGO, 4 DE DEZEMBRO DE 2011: "PÁTRIA AMADA, MÃE GENTIL"
Êta caipirada vagabunda esta, a nossa!
Masarópis jecas tatús, essa gentinha de fome nordestina até come "vrido" pra não cavar poço, sempre esperando a parte que lhe cabe neste latifúndio.
Paus-de-arara, são papagaios na arte de imitar africanos da Somália, do Zaire, Etiópia, Ruanda.. ... Anda! Anda!! Circulando! Por que essa cara feia de quem não comeu, não gostou e cospe no prato cheio de repolho com carne tirada de corvo?! Por que caçar animal morto?! Hienas, estes zés-ninguém sem eira nem beiradas, na marginalidade das margens plácidas!?
Ó! céus. Ó! azar, Tudo eu...! Cincoenta e um é melhor ideia, porque aos 50 qualquer ancião vira vagabundo. Mundo, vasto mundo, se eu me chamasse Raimundo...
Ora, ora! Mas este é o meu nome: R A I M U N D O ! Assim, com todas as letras maiúsculas desta minha vida minúscula.
Seria uma rima pobre, sem alguma solução para os versos ínfimos desta tragédia grega que contenta troianos acionistas da Indústria de Secos e Molhados. Aliás, por que não, se seca é também maçada? E lenga-lenga é a cota única no direito de quem não chove nem molha? Coisas do agreste, talvez.
Agressões à parte, certamente. Mas, contudo, entretanto, todavia...
Do que falávamos mesmo?
Ora, faz mal não. A gente dá a volta por cima e sacode a poeira deste chão de estrelas no horizonte do céu de anil; com ordem e muito progresso na estreita faixa presidencial. Afinal, cantemos: "-Eu não sou cachorro não!".
Nem cachorro nem vagabundo!! Idependentemente de qualquer coisa, sei não, certeza nenhuma se cão que ladra não morde, porque no passado mordeu muito, na calada da noite dos frios porões que serviam de caserna a alguns especialistas adestrados, garras afiadas na rota do Isto é, Veja, Brasil... tortura nunca mais.
Ó! xente... Intestinamente, a farofa enroscou na garganta cortada de outras Canudos, todas saqueadas, dizimadas, folhas mortas de história que o povo conta, tiradas do cordel, na literatura repentista medieval que é o Brasil de agora.
Ó! cabra da peste, mula sem cabeça, da dengue, dos mosquitos que dormem na manidão ipiranga sob a mira miliciana da pacificação...
Ó! quantas reticências neste pobre rincão hesitante... Sem lenço nem documento, sem carteira assinada; Brasil temporário, de dois em dois anos, um século de quinhentos anos ainda e eternamente descobrindo. Ao que Holmes diria: "-Elementar, meu caro!". Para em seguida, exultante, num brado retumbante, revidar: "-É a mãe!!!".
(Caos Markus)
domingo, 13 de novembro de 2011
SÁBADO, 3 DE NOVEMBRO DE 2011: "TÊMIS, MÍDIA E DIKE"
No intervalo entre a velha Grécia e o contemporâneo mundo globalizado, uma interrupção separa o decurso de duas épocas, distanciando também divindades antes materializadas muito além das titânidas, ultrapassando as brutais forças elementares. Entre o direito essencial, a Têmis e a Justiça, no âmago da sua filha com a supremacia de Zeus, opõe-se atualmente, no hodierno Olimpo, a venerada "Mídia". E a olímpica Dike, já preterida, sucumbe ao imperativo da nova deusa, no mais recente intermédio entre gerações divinizadas no grego panteão. E "Mídia", na gênese de outra ética, avança globo afora, conquistando séquito de pagãos, em incomparável rendição à fantasia, na submissão ao ideal do efêmero, em adoração que Édipo não imaginaria capaz.
Ora, direis que "nem tanto assim... faz parte da civilivilização o conhecimento do alheio, obsoleto o 'conhecer a si mesmo'; nem penso, logo existo; porém, vejo e logo tudo o que posso ver deverá existir imediatamente. Ainda que momentaneamente".
Mesmo que -por isso- liberdade, amor, respeito, fraternidade, sejam também provisórios, de curtíssima duração, verdadeiras efemeridades. Afinal, na nova ordem nada disso preocupa, porque não há algo mais interessante a não ser o fugaz, desde que este cause devoção eterna às meras impressões que se alternam sucessivamente, e, como elos partidos, não unem. Pois, sem coadjuvantes, protagonistas se revezam em único enredo, sob impressionados olhares figurantes, em mantra sagrado ao bendito é o fútil.
Ora, diremos uns aos outros o quanto nos queremos bem, no soar das trombetas. E que por amor imolamos a alma coletiva, reverenciando quinze minutos de fama, na boca draconiana da voraz "Mídia". Holocausto civilizador, refrigerantes, cigarros, automóveis e democracia obedecem o mesmíssimo padrão de comportamento, porque a logolatria criou clichês com especiais efeitos, tudo na crença de duvidosa veracidade, em resignação e perseguição ao "homem de sucesso", em sepultamento do 'homo-sapiens'. Porque, por fim, ter ou não ter, eis a sugestão.
(Caos Markus)
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