Atualmente, no campo dos estudos sobre planejamento, são identificadas três tendências: o gerenciamento da qualidade total; o planejamento estratégico e o planejamento participativo. No Brasil, com referência ao aspecto histórico, têm merecido redobrada atenção os modernos enfoques de planejamento, denominados ‘planejamento normativo’ e ‘planejamento participativo’. Diversas são as questões suscitadas sobre as teorias e práticas do planejamento educacional. Assim, muito se pesquisa a respeito da relevância de um conceito ‘racional e técnico de planejamento’, adaptado das teorias de administração de empresas, indagando-se: como ajustar ideais e ideias educativas a dogmas de eficiência e eficácia, mais condizentes com a construção de pontes ou a empresas fabricantes de eletrodomésticos, por exemplo, orientadas por outras finalidades?
Na trajetória histórica do planejamento, sobressaem duas abordagens: o ‘planejamento normativo ou racional’ e o ‘planejamento situacional, interativo, participativo’. Grosso modo, o ‘planejamento normativo’ é caracterizado pelo fator determinístico, sendo assim intitulado porque está situado na ótica da prescrição de formas de ação dentro de uma programação mais fechada e pré-ativa. O ‘planejamento participativo’ recebe diversas nomenclaturas, sendo uma delas o ‘planejamento interativo ou situacional’, compreendido desta forma em razão de as organizações serem manejadas por pessoas, cuja percepção do que é possível e desejável depende da situação na qual são colocadas. O planejamento é ‘interativo’ pelo sentido aplicado à organização (e as pessoas nela atuantes), onde ela é o sujeito do plano e, na busca de seus objetivos, também ela própria se modifica e encoraja transformações, inclusive dos indivíduos.
O ‘planejamento participativo’, é concebido enquanto um processo político, um contínuo propósito coletivo, de reflexão e amplo debate a fim de deliberar sobre a construção do futuro da comunidade, contando com a participação do maior número possível de membros das categorias de sua formação.
O ‘planejamento participativo’ no ‘âmbito da escola’ implica reavivar continuamente o processo de reflexão e ação da coletividade (da comunidade escolar). Significa, ainda, a busca da identidade institucional, ou seja, da identidade construída e reconstruída pela coletividade. Por isso, o ‘planejamento participativo’ passa a ter, então, um conjunto de instrumentos técnicos a serviço de uma causa política. Seu escopo é obter a participação co-responsável e consciente a favor de mudanças estruturais. A co-responsabilidade atinge também o processo decisório. A serviço dessas decisões, e buscando atingir seus objetivos de maneira mais rápida, racional e eficaz, são colocadas as técnicas de planejamento. É de se notar, tal modalidade de planejamento demanda maturidade de conscientização. Esta, aliás, apenas ‘objeto’ de conquista quando há efetiva pré-disposição do ‘sujeito’ da consciência.
(Caos Markus)