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REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
QUARTA-FEIRA, 4 DE MARÇO DE 2009:"NEGÃO"
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TERÇA-FEIRA, 3 DE MARÇO DE 2009:"SONHO POSSÍVEL"
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SEGUNDA-FEIRA, 2 DE MARÇO DE 2009:'MEDO"
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Temos, isso é certo, medo de amar. Porque essa é uma atitude que exige responsabilidade. O ódio, ao contrário, é a rendição do ser humano à irresponsabilidade típica dos que têm medo da vida. Viver é proclamar o império da solidariedade, é exaltar a pátria da justiça no alicerce moral da existência fraterna.
Um mundo sem preconceitos que nos dividam, porque a vocação maior é para a vida. A minha, a sua, as nossas vidas que somadas não mais se distinguem.
É preciso mais que nunca dar razão ao coração. O coração sempre terá voz... a razão é ocasional, forjada por breves circunstâncias que, em dado momento, impressionam, mas, fugazes, desaparecem cedendo oportunidade a outros tantos imperativos igualmente transitórios.
"Eu quero lhe falar de um grande amor/ Das coisas que eu aprendi nos discos/ Eu quero lhe contar como eu vivi e tudo o que se passou comigo/ Viver é melhor que sonhar..."
Eu quero lhe falar do meu amor que, apesar das aparência, resiste. Ainda que tenhamos essa fisionomia grave, sisuda, de quem vive (vive?) em meio a tanta turbulência, a tanto disparate. Não fosse esse inatacável sentimento e teríamos sucumbido às agressões de tantos quantos elegeram a discórdia como conquista vil da raça humana.
Quero estar vigilante para poder, acordado, bradar aos quatro cantos em alto e bom tom o grito de alerta: "Desesperar jamais!"
Não se trata de otimismo homeopático, mas sim de resgate necessário à sobrevivência da espécie humana; resgatar o que se nos é comum e essencial - o sentimento maior que nos aproxima uns aos outros. Não existe acaso diante do Universo, e não estamos, pois, nesse mundo senão por um propósito determinado; estarmos aqui agora não é isolamento, é preparação.
"Amai-vos uns aos outros" não é parábola e, portanto, não admite interpretações diversas e contraditórias. Dificílimo, inegável, para todos nós que da evolução só cuidamos de conhecer a técnica, em desatenção ao aperfeiçoamento moral da humanidade. Mas, fundamental, se pretendermos a harmonia como confirmação do valor de nossas existências. (Marcus Moreira Machado)
DOMINGO, 1 DE MARÇO DE 2009:"COMPARTILHAMENTO"
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SÁBADO, 28 DE FEVEREIRO DE 2009:"CÍRCULO VICIOSO"
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Restritos estamos a um círculo vicioso, em que transformações estruturais fundamentais urgem, reclamando presteza nas mobilizações, e, no entanto, são imediatamente recusadas por governantes insensíveis ao significado das premissas alheias.
Essa situação é caracterizada pela enorme probabilidade de um conflito violento entre as partes envolvidas, só podendo ser evitado a tempo com a compreensão das reais proporções da tragédia.
A natureza do conflito que se anuncia está em tudo quanto concorre para dar o caráter atual da nossa sociedade. Podemos, sem dúvida alguma, preparar - nos para ele; dessa forma, construiremos uma nova civilização, em tudo diferente do que qualquer outra que tenhamos tido até aqui. Ou, ao contrario, podemos resistir à sua marcha, com irreparável prejuízo para as gerações vindouras.
Precisamos - isso sim! - descobrir quais as causas mais profundas e impessoais do conflito, e não mais atribuí-lo à vontade caprichosa de homens de má fé. Essa descoberta só é possível com investimentos numa educação melhor adaptada ao caráter do nosso tempo , porque a maior parte da nossa população ( e aqui incluem-se os governantes) não é atingida, de modo profundo pela nossa herança cultural; segue pela vida sem consciência das forças que regem o seu destino, sendo presa fácil , nas grandes crises , de receitas paliativas, e rapidamente cai sobre quaisquer indivíduos, se persuadida de que eles são os responsáveis pelos seus males.
Há um interesse claro na perpetuação da ignorância, e dela só poderemos nos livrar se combatermos esse interesse.(Marcus Moreira Machado)
SEXTA-FEIRA, 27 DE FEVEREIRO DE 2009:"CONSENTIMENTO"
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QUINTA-FEIRA, 26 DE FEVEREIRO DE 2009:"PRODUTOS DA RAZÃO"
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Da mesma forma como a superação da barbárie pelo advento da pré-civilização se operou através da incessante aproximação dos povos, e assim sucessivamente, o processo humano tem sido retardado pelos membros mais ambiciosos da família humana que, inconscientes, supostamente promovendo a modificação e a diferenciação das espécies, em processo de seleção natural. atrasa em milhares de anos o processo civilizatório, pelo confinamento oriundo de sucessivas guerras.
A desintegração e o conflito têm, ao que parece, acompanhado o processo das modificações fundamentais dos períodos revolucionários da raça humana. Reconhecer e preparar-se para advento de uma nova época, evitando a análise superficial, pela adoção de critérios de identificação das causas mais profundas e impessoais, será não escolher a alternativa mais pobre de resistir às mudanças.
Como a maior parte da população não herda a cultura conseqüente do acúmulo das experiências da civilização humana, impõe-se o reconhecimento dos malefícios causados pela ignorância, como percepção de uma nova educação norteada para a compreensão da atualidade. O desprezo por essa educação significará perpetuar a ignorância, já considerada como endêmica em nossa civilização
Se a exigência de um governo se fundamenta na condição necessária de relações sociais pacíficas, como forma de regulamento imposto aos sentidos opostos dos objetivos humanos, a sociedade só pode ter menos governo quanto mais sólidas forem suas bases, sempre estabelecidas por um acordo entre os homens, e assegurando-se a economia como um direito geral. Naturalmente, a consciência de uma herança cultural, através da implementação de um projeto educacional voltado para contemporaneidade, mais disciplinaria um novo espírito, voltado para um mundo que busca nascer, não mais dependente de governos fundados na excessiva soberania.
A História registra que todas as nações agressivas no nacionalismo exacerbado e segragador, pereceram juntamente com os seus inimigos. Pois, ainda que todos os homens não provenham de um tipo já definido numa única espécie, resultando, dessas diferenças, linguagens também diferentes, da mesma maneira como outrora conservaram em comum o uso da lança como um desenvolvimento da faca, e o da clava como um rudimento do martelo, superando, todos, a primitiva condição de "pithecanthropos", também agora a aquisição de experiências fertilizará a imaginação, preparando a chegada de um mundo mais justo.
O conflito desordenado de forças individuais, uma vez substituído pela formulação de regras conquistadas pela inteligência, cederá espaço à noção categórica da moral, obtendo-se, assim, a consciência como imperativo acima mesmo da lei.
Sendo a civilização uma educação, à concepção de um ditame intelectual e moral está condicionado o desenvolvimento da razão humana; a primeira renova-se à medida em que a segunda é aprimorada, e, reciprocamente, uma e outra determinam o maior e o menor progresso das relações sociais.
Sociedade e homem são, afinal, mecanismos e produtos da razão consciente.(Marcus Moreira Machado)
QUARTA-FEIRA, 25 DE FEVEREIRO DE 2009:"LOUCO ÚTIL"
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TERÇA-FEIRA, 24 DE FEVEREIRO DE 2009:"ESPECTRAL"
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Nos países onde o governo é tão simples que todo cidadão pode conhecer suas intenções, fiscalizar o trabalho, e ajudá-lo, ele considera os impostos como despesa pela qual recebe um equivalente; sabe por assim dizer o que obtém por cada soldo de imposto, e a equidade evidente de tal transação impede o mau humor de se manifestar. No Estado atual, pelo contrário, o imposto torna-se necessariamente odioso, não só pelas grandes despesas exigidas pela má construção do mecanismo governamental, como por ser em toda parte muito elevado, sua distribuição injusta, resultado de uma organização histórica da sociedade e de absurdas leis; mas o imposto é sobretudo odioso porque é determinado pelo fisco e não por virtude de um fim político racional.
Segundo a idéia moderna do Estado, o burocrata deve ser o mandatário do povo, de quem recebe os ordenados, os poderes, a consideração, o cargo. O burocrata deveria, em virtude desta idéia, considerar-se sempre servidor da nação e responsável perante ela; deveria sempre ter presente ao espírito que é nomeado para cuidar dos interesses dos particulares. Em cem leis decretadas, quer com o concurso do povo, quer sem ele, há, seguramente, noventa e nove que não têm por fim aumentar a liberdade de ação e as regalias da existência do cidadão, mas sim facilitar aos burocratas o exercício dos direitos soberanos que arrogaram para si.
A concepção filosófica do Estado mudou atualmente. Todas as constituições, desde 1789, falam do princípio da soberania do povo; mas, na prática, a máquina do Estado conservou-se a mesma. E, lamentavelmente, ainda prevalece a premissa de que o cidadão constitui-se em propriedade desse fantasma impessoal chamado Estado!(Marcus Moreira Machado)
SEGUNDA-FEIRA, 23 DE FEVEREIRO DE 2009:"FARSA"
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Os constrangimentos que o Estado impõe ao indivíduo estão inteiramente fora de proporção com o conforto que oferece em troca. O cidadão não renuncia evidentemente, sua independência senão com fim determinado e com a esperança de certas vantagens. Supõe que o Estado, ao qual sacrifica parte do seu direito de soberania, lhe prometa em compensação velar sobre a sua vida e a sua propriedade; pensa que o Estado se servirá das forças reunidas de todos os cidadãos para executar coisas vantajosas ao indivíduo e que este não poderia nem empreender nem realizar sozinho. Pois bem! Forçoso é confessar que o Estado só corresponde a estas suposições muito imperfeitamente; não o faz melhor que os grupos bárbaros primitivos, que concedem aos seus membros liberdade individual incomparavelmente maior que a permitida pelo Estado civilizado. O capricho de alguns homens ou o egoísmo de pequenas minorias restringem, muito frequentemente, a eles somente o fim para que eram dirigidos os esforços do conjunto. O excesso moderno de governo, os documentos, os protocolos, e funcionalismo, as proibições e licenças sem fim, não protegem a vida e a prosperidade do indivíduo mais do que faria a ausência de todo esse aparelho complicado. Em troca de todos os sacrifícios, de dinheiro e de liberdade que o cidadão faz ao Estado, não recebe deste outros auxílios senão a justiça - por toda parte desmesuradamente lenta e dispendiosa -, e a instrução, que está longe, muito longe de ser acessível a todos no mesmo grau. Para obter estas mesmas vantagens, bastaria apenas uma só das numerosas restrições a que sujeitam a independência do indivíduo, do cidadão. Dizer que a liberdade individual é enfraquecida em atenção aos direitos da coletividade é ocultar a realidade; essa suposta atenção não impede que os indivíduos os sejam oprimidos, e priva a todos da maior parte de sua liberdade natural; a lei exerce de improviso e constantemente sobre todos cidadãos o constrangimento que, sem ela, algumas naturezas impetuosas exerceram talvez, em casos excepcionais, sobre alguns. A dependência em que se acha o cidadão para com as instituições do Estado não o dispensa de proteger-se a si próprio, tal qual faz o selvagem livre, com a diferença que aquele é mais inepto que este; porque desaprendeu de tomar cuidado de si próprio, não possui mais a compreensão exata de seus interesses, está acostumado desde a infância a sofrer a opressão e o constrangimento, contra o que o selvagem se revoltaria ainda mesmo com perigo de vida; o Estado incutiu-lhe na mente que as administrações e as autoridades devem ocupar-se dele em todas as situações.(Marcus Moreira Machado)
DOMINGO, 22 DE FEVEREIRO DE 2009:"REPULSA"
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Não venham os imbecis de cátedra vincular de uma vez por todas a causa da nossa depauperada economia a suposta e bastante questionável conseqüência de alienação e de despolitização. Imunidade à idiotice institucionalizada adquire-se na recusa em aceitar a tal instituição. É algo mais ou menos assim: cada um de nós poderia (ou ainda poderá?) readquirir a capacidade inata de pensar, recusando-se a ser mero e passivo receptor e, consequentemente, fiel depositário das babaquices jornalísticas, para reassumir a freqüência de competente transmissor e gerador de idéias. Adaptar-se, em simbiose parasitária às imposições de uma mídia monopolista é render-se à farsa da festa democrática, onde todos têm o sacrílego direito de discordar sobre tudo e qualquer coisa que não ofereça nenhum perigo à estabilização da ordem cultural vigente e vigorosa (vigorosa porque tradicional, ainda que travestida na fantasia da renovação).
Eu não sou capaz de incomodar sempre que a pré-ocupação é incomodar-se com inverossímeis incredualidades.
Não levamos todos estes anos para a conquista de Estado de Direito algum! Então, que direitos são essas mil possibilidade de organizarmos as nossas outras mil diferenças em mais mil comitês dos “iguais”. O tempo que levamos não foi outro senão o para podermos admitir que agora já fazemos tudo aquilo que antes a censura não nos permitia: - as nossas próprias bobagens. Eles, os governantes de outrora (aliás, não por coincidência os mesmos de hoje), é que perderam o medo de nós (tinham?), perceberam que não oferecíamos o menor perigo, porque souberam identificar o crucial: que nós não temos o hábito de pensar, e que, por isso, quem não pensa arruina-se por imaginar que o faz.
Pré - potência é confinar-se no que pode vir a ser mas não virá, é perpetuar-se na latência do promissor postergado. Não é essa a minha vocação. Eu espero que discordem de mim sempre, mas não porque eu use ou não cuecas, jamais porque eu desacate com o meu impudor a Liga das Senhoras Católicas (ou o que restou delas) representada por uma imprensa banal e fofoqueira a vasculhar não os escândalos da rampa do palácio, porém as rampeiras das passarelas. Eu preferiria ser totalmente desacreditado por uma nação se ela dessa nota zero à espalhafatosa alegoria dos meus inebriantes discursos e desclassificasse o meu samba enredo de “pé quebrado”.
Se presidente fosse (e não quero ser presidente nem de clube da esquina) eu renunciaria imediatamente após a divulgação do pleito, somente para poder - em derradeira oportunidade - advertir os meus eleitores que eles são autogovernáveis, desde que distinguam “archein” de “krátos”. Quem sabe o Brasil ficasse curado de tanta insânia, também ela, a exemplo da vinheta global, gerada na ficção, dessa vez a política. E, quem sabe, cessasse de imediato essa insistente ejaculação verbal precoce pelo país afora. E, quem sabe, quem sabe, o brasileiro ouvisse mais atentamente a sua própria razão, que já não sei se está irremediavelmente enclausurada nos prosaicos atos libidinosos de um “juiz de fora” que nem de bandeirinha apita mais, amargurado em sua alcova presidencial da Sapucaí.
Enquanto eu não renuncio (o povo está preparado sim para votar, só não está para renunciar), cansei de não ouvir. Vocês, porém, façam-me apenas uma gentileza (vocês são deveras pródigos em gentilezas), ouçam-me uma única vez: '-Tchau e benção!'(Marcus Moreira Machado)
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