Recente na história política brasileira, foi na década de 80 que a participação popular -notadamente, através dos Conselhos ('Comunitários' e 'Populares')- assegurou a retomada da democracia representativa, num contexto onde puderam as práticas sociais melhor expressar o que até então consolidara-se como um vago, indeterminado conceito de 'cidadania'.Cumpre observar que esses canais democráticos de participação popular sempre serão tão mais fortes quanto menos "liberais" e "populistas" forem os projetos políticos em voga. E essa disposição é válida no transcorrer da história da civilização humana, pelo mundo afora, em várias sociedades.
Conselhos Operários ou Conselhos de Cidadãos, articulados no sistema de produção ou atuando diretamente no cenário econômico e social da política nacional, a instituições de auto-gestão expressam, certamente, o grau de maturidade de um povo e do seu governo. Porque, percebe-se, o alheamento cede lugar à opinião ou à deliberação emanadas da voz e do clamor dos agentes diretos e centrais da prática política, quais sejam, os representantes mais próximos da comunidade; e nesta, a liderança imediata dos seus segmentos.
Em brevíssimo prazo (dois meses), ainda no século XIX, em curso o ano de 1871, através das 'Oficinas da Comuna', pretenderam os operários parisienses imprimir modelo nas relações 'capital-trabalho',pelo qual, desde 'jornada de trabalho' até 'fixação de salários', a participação dos trabalhadores era organizada em comitês.Tal pioneira experiência levou o nome de 'Comuna de Paris', uma singular auto-gestão operária. Porém, seria em 1917, com a criação dos 'sovietes' da São Petesburgo de 1905, que operários, soldados e intelectuais, juntos, participariam no desempenho de funções antes exclusivas do Estado. Uma gestão participativa, indubitavelmente. Articuladas do lado de fora do aparelho estatal -como em demais exemplos observados nos 'Conselhos de Fábricas' (Alemanha, 1918/1923) ou nas 'Comissões Internas de Fábricas' (Itália); e mesmo nos Estados Unidos da América, ainda que nesse país a meta dos Conselhos sempre tenha sido a 'integração' e não a 'emancipação'- essa instituições podem ser a base de um Estado de feição nova, concebido a partir da experiência e do envolvimento daqueles que melhor conhecem no dia-a-dia os seus problemas, podendo, por isso mesmo, indicar a sua solução.
No Brasil atual, vê-se a implantação de conselhos que deveriam fomentar perspectiva de avanço da sociedade civil na busca do domínio político. E como prática social interventiva, essa seria então a ação dos Conselhos de Saúde, dos Conselhos Agrícolas, dos Conselhos de Segurança, dos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente, etc., etc. Formas de organização social a buscar atendimento às carências do setor que representam, resgatando à população o sentido concreto da sua existência, identificadas as classes sociais da sua composição, acima da abstração a que resta confinada face a um Estado que, mistificando-a, quer, na despolitização dos múltiplos segmentos, negar a existência dessas classes, em negação, via de consequência, dos conflitos de interesses marcantes nos diversos grupos sociais.
(Caos Markus)
REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
quarta-feira, 27 de junho de 2012
SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO DE 2012: "ANTEVISÃO"
A alma circula. E à medida de seu movimento, ela retorna um sem número de vezes aos primórdios da personalidade: a honra e a dignidade; a coragem, a graça e o valor. Se por efeito de nossa conduta fomos muito além em uma só direção e num único sentido, passamos à frente de nós mesmos. Por efeito, já não circulamos em torno de questões proeminentes para a alma. É quando então tem-se o desejo de retornar a essas preocupações não periféricas, voltando-se ao eixo, ao que de fato merece antenção. Daí a escola, onde a personalidade se aprende. Nela a beleza se faz sentir pela primeira vez e a justiça se torna questão apaixonante. Ela, o lugar onde a honra, correndo o risco de desabar, exige a coragem; o ambiente favorável à antevisão tanto da loucura quanto da serenidade.
Na personalide, a alma circulante volta-se em direção ao eterno.
(Caos Markus)
QUINTA-FEIRA,12 DE JULHO DE 2012: "MARXISMO, RESGATE DO HOMEM NA HISTÓRIA"
O marxismo, realista, não teme, a cada contexto, evocar uma racionalidade, uma concepção positivista da ciência, ou até mesmo um irracionalismo voluntarista da violência, em teorias que se aliam à técnica totalitária da tomada e da conservação do poder, ou seja, à recondução da dominação.
Em antagonismo a uma história deduzida diretamente do conceito do materialismo histórico, sugestiva é a proposta de resgatar uma outra história, na qual as sequelas do sofrimento do passado permaneçam presentes em seus feitos; resgate do homem na sua propria história.
A tradução do sofrimento em concepções universais e abstratas torna-o sem voz, desprovido de significado. Não se trata da piedade piegas de um suposto revolucionário qualquer, mas sim da real compaixão. Eis, então, o verdadeiro revolucionário compreendendo a conexão entre compaixão e política. Aquele, ao contrário, exalta o sofrimento do povo e, ao mesmo tempo, o submete à mais cruel repressão. Se a compaixão é um compadecimento, a sua efetiva identificação se perfaz com a angústia do indivíduo face o sofrimento alheio. Porque sua força reside no fato de estar unida a um ser particular, único, não podendo, assim, ser generalizada. Ela é uma tristeza que reconhece e compartilha o mesmo sofrimento dos demais, sendo levada, portanto, a querer o seu próprio fim.
A emancipação não é possível se, limitada, apenas genericamente alvo de sua própria busca.
Diversamente, pela compaixão, surge a liberdade do indivíduo, na medida em que é nele que se concentra o conflito entre a autonomia da razão e as forças obscuras e inconscientes que invadem esta razão.
(Caos Markus)
terça-feira, 26 de junho de 2012
QUARTA-FEIRA, 11 DE JULHO DE 2012: "CO-INCIDIR"
Eu sou levado a renovar reflexões acerca das co-incidências na História da Civilização Humana. Pois, senão, vejamos.
Tantos séculos para, sucumbindo o Feudalismo, alcançarmos pretenso superior estágio, o dos Estados Nacionais; vasto tempo para ao menos vislumbrar o incipiente conceito de Soberania; e nova derrocada. O homem, perpassando fases, desde a Economia das multinacionais e transnacionais; incide, agora, através da globalização e do neoliberalismo, o poderio concentrado de fortalecidas CORPORAÇÕES, hábeis na supressão de Estados, preservando-lhes, quando muito, os seus territórios. Afinal, não precisam os atuais detentores do poder atravessar fronteira de país algum, quando já o fazem por meio de uma porta sempre aberta a qualquer lugar onde queiram entrar: a porta do capital.
(Caos Markus)
domingo, 24 de junho de 2012
TERÇA-FEIRA, 10 DE JULHO DE 2012: "JOGRAL POLÍTICO"
Sem República nem Pacto Federativo algum, já conspurcadas as instituições (as públicas, notadamente), o quê agora assistimos é o II Ato. Explico. A DIREITA, com "experiência em Carteira", terceirizou a oposição. E o fez no I Ato: da coxia, sussurrou o script à "ESQUERDA", que nada mais buscava senão as feéricas luzes do holofote do poder. Depois, do camarim, ensaiado o jogral político, ambas ocupam o palco, revezando-se entre protagonistas e coadjuvantes da peça cujo enredo, pleno de improvisações, permite interagir com a platéia. Nós outros, brasileiros de todas as plagas e rincões, interioranos, metropolitanos e suburbanos, pagamos de bom grado pelo espetáculo interativo. Preço: o voto.
(Caos Markus)
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE JULHO DE 2012: "DIALÉTICA DO SECTARISMO"
Há pessoas que pertencem à dimensão da Ciência. 'Partidos', o vocábulo já assim epressa, são 'secções'. Por isso, partidários políticos são sectários.
Eu, como marxista-darwinista que sou, entendo que na dialética do materialismo-histórico (dinâmico, sempre) temas como 'pena de morte' são absolutamente pertinentes. O quê não se deve admitir é esse arremedo de marxismo, estagnado pelo reducionismo da hipocrisia moralista do proselitismo demagogo.
(Caos Markus)
SÁBADO, 7 DE JULHO DE 2012: "DOCUMENTO PROBATÓRIO"
MULHER PEDE INDENIZAÇÃO POR TER CASADO COM HOMEM DE PÊNIS PEQUENO
Vinte e seis anos anos, advogada e residente no município de Porto Grande no Amapá, KDB decidiu processar seu ex-marido por uma questão até então inusitada na jurisprudência nacional. Ela processa ACD, comerciante de 53 anos, por insignificância peniana.Embora seja inédito no Brasil os processos por insignificância peniana são bastante frequentes nos Estados Unidos e Canadá. Esta moléstia é caracterizada por pênis que em estado de ereção não atingem oito centímetros.
A literatura médica afirma que esta reduzida envergadura inibe drasticamente a libido feminina interferindo de forma impactante na construção do desejo sexual.
O casal viveu por dois anos uma relação de namoro e noivado, e durante esse tempo não teve relacionamento sexual de nenhuma espécie, por causa da convicção religiosa de ACD. KDB hoje o acusa de ter usado a motivação religiosa para esconder seu problema crônico. Em depoimento a imprensa a denunciante disse que "se eu tivesse visto antes o tamanho do 'problema' eu jamais teria me casado com um impotente".
A legislação brasileira considera erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge quando existe a "ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável, ou de moléstia grave". E justamente partindo desta premissa é que a advogada pleiteia agora a anulação do casamento e uma indenização de R$ 200 mil pelos dois anos de namoro e 11 meses de casamento.
ACD afirma que a repercussão do caso gerou graves prejuízos para sua honra e também quer reparação na justiça por ter tido sua intimidade revelada publicamente. O fato é que se o gato não come o bife, ou o gato não é gato, ou o bife não é bife.
(copydesk, Caos Markus)
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