Há muitas pesquisas, atuais e confiáveis, denunciando a falta de interesse dos jovens pela prática e discussão de temas políticos. Pouca gente, contudo, arrisca-se a explicar ou a pesquisar quais razões estariam por detrás dessa falta de apetite do jovem pelas questões que envolvem pólítica.
Se nos detivermos na observação do contexto social, político e econômico do país e do mundo, considerando os enormes desafios à frente, é possível perceber que as expectativas, interesses e anseios dos jovens parecem correr em sentido inverso ao debate e da busca de entendimento do fenômeno político. No Brasil, um número cada vez mais expressivo de jovens é afetado pelo agravamento das desigualdades sociais diante da exacerbação da competitividade humana, principalmente nas atividades relacionadas com a sobrevivência.
Deste modelo econômico cada vez mais concentrador de riquezas, determinando a lógica da economia de mercado, com o capital especulativo prevalecendo sobre o capital produtivo, mais profundas são as consequências do desequilíbrio brutal na oferta de empregos, provocando, por efeito dessa instabilidade, o agravamento da exclusão social.
As gerações que viveram sua junventude nos anos 50 e 60 sonhavam com a utopia revolucionária como instrumento de ampla liberdade. Hoje, jovens enfrentam um sistema cujo objetivo é transformá-los sobretudo em consumidores, passivos espectadores da História. Sofrem com o imperativo de curtir o aqui e agora, viver o momento presente, sem possibilidade de sonhar, idealizar, o futuro.
São muitos os desafios. E à juventude, como herdeira desses desafios, compete buscar as respostas. Há de encontrar novas formas de identidades coletivas, reconhecendo a urgência da necessidade de tranformação das relações interpessoais , promovendo-se, assim, a convergência e a identidade grupal.
Reinventar a cidadania, no Brasil e no mundo, é missão cuja premente iniciativa cabe aos jovens, de grandeza tal a não permitir dela abdicar.
( Caos Markus)
REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
terça-feira, 30 de agosto de 2011
SEXTA-FEIRA, 30 DE SETEMBRO DE 2011: "ONTEM E HOJE NO AMANHÃ POSTERGADO"
O decorrer do tempo só pode ser concebido enquanto inexorável redução da complexidade do imprevisível e, por isso, não planejado. O que flui no passado não pode mais ser alterado. Entretanto, pela estabilização de estruturas apropriadas de expectativas é possível aumentar a complexidade do futuro e a seletividade do presente, de tal maneira a não prevalecer a casualidade como situação de qualquer superveniente ocorrência, mas, ao contrário, verificar-se a racionalização enquanto escolha sensata entre outras tantas hipóteses ou variáveis. Então, o presente não é mais somente o dar sentido à experiência imediata. Diversamente, dele reivindica-se recorrer a processos apropriados de seleção, geradores do pretérito futuramente útil. E po efeito, a exigência de se viver na projeção e no desenvolvimento de planos. Nessa abertura a um futuro de altíssima complexidade, somado ao acréscimo na seletividade da experiência e da ação, reside a plausível modificação do caráter na atualidade. Enquanto preparação para o porvir desejável, a contemporaneidade se submete a regras que ainda não lhe pertencem. São normas cujo conteúdo é ocultado em significados não prontamente convincentes, posto que desprovidos de manifesta evidência. Faz-se necessário permanecerem indeterminadas, ou, quando dotadas de precisão, têm de ser elaboradas na suscetibilidade de reinterpretação posterior.
Isso poderá acontecer quer na forma da instrumentalidade valorizada, quer na forma de ideologia; tanto na forma da disponibilidade de capital ou educação, quanto na de disposição de competências e processos legitimados. Certo é que em todos os casos o futuro substitui o passado enquanto horizonte temporal predominante, perdendo o pretérito sua dimensão de exclusividade para ser levado restritivamente ao futuro, ou seja, na qualidade de capital ou conhecimento histórico, nas fronteiras da própria História.
(Caos Markus)
QUINTA-FEIRA, 29 DE SETEMBRO DE 2011: "DOMINÂNCIA, A BILATERALIDADE DA OPRESSÃO"
A uniformização da funcionalidade do intelecto, por força da qual se perfaz a dominação sobre os sentidos; a resignação do pensar à produção da unanimidade; significam tanto um empobrecimento do próprio pensar como o da possível experiência inovadora. A separação dos dois campos importa em danos para ambos. Na restrição do pensar à organização e administração (exercida pelos que estão no controle) é implícita a pequenez dos detentores do poder, a partir do momento em que não mais se trata de manipular os demais, sujeitados a esse mesmo poder.
O intelecto converte-se no aparato de dominação e autocontrole, algo sempre ignorado pela filosofia burguesa.
A surdez das massas populares não se constitui em vantagem alguma, diante da imobilidade dos mandantes.
Aprimorada longa e tardiamente, a sociedade mantém-se através da imaturidade dos dominados. As reais condições de trabalho nessa organização social são as determinantes do conformismo, e não as influências conscientes. Por cima disso, os homens oprimidos tornam-se embrutecidos e distantes da verdade.
Assim, a impotência dos trabalhadores não é somente efeito de uma estratégia ardilosa dos "dominantes", mas sim a consequência lógica da sociedade industrial.
Tal resta evidente ao notar-se que também circunscritos na mandala da 'dominância', em bilateralidade, estão os opressores, equivocadamente denominados "dominadores".
(Caos Markus)
TERÇA-FEIRA, 27 DE SETEMBRO DE 2011: "LUGAR"
SEGUNDA-FEIRA, 26 DE SETEMBRO DE 2011: "O DESAFIO ÀS NOVAS GERAÇÕES"
Há muitas pesquisas, atuais e confiáveis, denunciando a falta de interesse dos jovens pela prática e discussão de temas políticos. Pouca gente, contudo, arrisca-se a explicar ou a pesquisar quais razões estariam por detrás dessa falta de apetite do jovem pelas questões que envolvem pólítica.
Se nos detivermos na observação do contexto social, político e econômico do país e do mundo, considerando os enormes desafios à frente, é possível perceber que as expectativas, interesses e anseios dos jovens parecem correr em sentido inverso ao debate e da busca de entendimento do fenômeno político. No Brasil, um número cada vez mais expressivo de jovens é afetado pelo agravamento das desigualdades sociais diante da exacerbação da competitividade humana, principalmente nas atividades relacionadas com a sobrevivência.
Deste modelo econômico cada vez mais concentrador de riquezas, determinando a lógica da economia de mercado, com o capital especulativo prevalecendo sobre o capital produtivo, mais profundas são as consequências do desequilíbrio brutal na oferta de empregos, provocando, por efeito dessa instabilidade, o agravamento da exclusão social.
As gerações que viveram sua junventude nos anos 50 e 60 sonhavam com a utopia revolucionária como instrumento de ampla liberdade. Hoje, jovens enfrentam um sistema cujo objetivo é transformá-los sobretudo em consumidores, passivos espectadores da História. Sofrem com o imperativo de curtir o aqui e agora, viver o momento presente, sem possibilidade de sonhar, idealizar, o futuro.
São muitos os desafios. E à juventude, como herdeira desses desafios, compete buscar as respostas. Há de encontrar novas formas de identidades coletivas, reconhecendo a urgência da necessidade de tranformação das relações interpessoais , promovendo-se, assim, a convergência e a identidade grupal.
Reinventar a cidadania, no Brasil e no mundo, é missão cuja premente iniciativa cabe aos jovens, de grandeza tal a não permitir dela abdicar.
( Caos Markus)
DOMINGO, 25 DE SETEMBRO DE 2011: "A AUTONOMIA MORAL NA HISTÓRIA"
O conceito de 'moral' reclama autonomia. Porém, os que mais dele fazem uso, intransigentes, não toleram essa autonomia. E se alguém deve ser chamado de hipócrita, posto que verdadeiro traidor, é justamente aquele que atenta contra a própria autonomia.
Porque assim agindo, não admite por fundamento a filosofia, mas adota a ideologia, ocultando as reais condições da existência, valendo-se de valores espectrais, tais como a religião, a propriedade privada e o direito burguês.
Hoje, nesse aspecto, nota-se ausente um 'sujeito histórico', no sentido de 'agente transformador' da sociedade e da consciência, a mesma da qual advém a 'moral'. Pois, o proletariado integrou-se à sociedade unidimensional, disciplinada na administração absoluta; da era pós-industrial, sem oposição nem contradição.
Sociedades assim, sem 'sujeito' ou 'indivíduos', preterem quaisquer esperanças revolucionárias, à mercê do surgimento de um novo agente revolucionário, predisposto a reencontrar o rumo da História.
Contemporaneamente, essa é a nossa sociedade: caótica, carente de agentes históricos, respaldados na moralidade sempre autônoma, e afastados por completo do moralismo intolerante.
(Caos Markus)
SÁBADO, 24 DE SETEMBRO DE 2011: "HISTÓRIA, O OCASO DA ALVORADA"
Como alegoria da degradação temporal, os destroços monumentais indicam a irreversível supressão de tudo o que é corroído pela História. O efeito é de tristeza, caminhar entre tão distante recordação e saber que tamanho esplendor e formidável vitalidade precisaram desaparecer. Com a História nobreza e beleza se vão, restando-nos a inconsolável e irreparável dor em contemplar ruínas.
Contudo, esse movimento da História é apenas o negativo espetáculo de uma transição: há o instante da perda do desaparecimento, pois essa luz tênue não é só crepuscular, mas também o ocaso da alvorada.
E porque é da nossa essência a transitoriedade, muito embora a constância da recusa em admití-la, sofremos. A dor, todavia, não é outra senão a do sofrimento diante da mudança que imaginamos possível poder adiar.
(Caos Markus)
SEXTA-FEIRA, 23 DE SETEMBRO DE 2011: "O FIM DO COMEÇO"
A rearticulação do movimento oparário parecia despertar a consciência de uma classe que ainda trazia o peso de uma falta de lideranças que vinham da era Vargas.
Após 1973, esse movimento parecia vir acompanhado de auto-reflexão de alguns trabalhadores com ideias avançadas. Levando ao chão das fábricas a concepção de melhores condições de trabalho, revisão da carga horária etc. Essas discussões trouxeram aos trabalhadores um salto qualitativo no seu conhecimento, aprendendo que poderiam sempre ter como último recurso lançar mão do legítimo direito de greve. As greves do ABC foram um marco na história do "novo" sindicalismo brasileiro. Não se pode negar a importância da resistência que representou São Bernardo do Campo para todo o Brasil.
Surgindo dessa nova classe de trabalhadores combativos, vivíamos, mundo afora, tempos de "abertura" sindical. Na Polônia, o líder Lech Walesa à frente das greves. Nesse clima nasce a CUT,(Central Única do Trabalhadores), dando novo rumo às lutas "sociais", retomando o fio da história sindical, avivando a memória dos que ainda permaneciam alheios àquela reorganização, de maneira a trazê-los aos "subterrâneos da liberdade", combatendo o velho sindicalismo "pelego".
Contudo, uma luta assim não era só dos trabalhadores, mas de todos aqueles que se sentiam privados dos direitos fundamentais. Dessa forma, ocorreram avanços nos direitos dos trabalhadores: redução da jornada de trabalho; em alguns casos, participação nos lucros. O sindicalismo se fortalecia, convergindo com a luta de classes sempre presente, por mais que os patrões não admitissem-na. Entretanto, revés desse movimento, a social-democracia prestou-se a mostrar quem mandava de fato, não importando qual fosse a sigla partidária na gerência do poder. O neoliberalismo apontava suas garras, através da tercerização, das privatizações, além da quase extinção da CLT, deixando os trabalhadores à mercê da classe dominante. Mas, e a CUT? O que ela fez? Ela aderiu ao sistema, filiou-se a CIOSL. Para a CUT, filiar-se a uma entidade pluralista como a Ciosl significou assumir um papel subalterno na luta do movimento operário no Brasil.
Hoje, desarticulados, reféns do poder institucional, subjugados ao Direito e à Justiça das neo-oligarquias detentoras do monopólio e da concentração do capital; restou aos trabalhadores tão-somente lutar pela preservação dos seus empregos, sequer vislumbrando defender os fundamentais direitos do vínculo empregatício.
É neste contexto que, mal iniciada essa mobilização, é decretado precocemente o seu fim, golpeado o sindicalismo, na ruptura da globalização, pelo modelo conveniente à social-democracia, o 'sindicalismo de resultados'.
(editado por Caos Markus)
QUINTA-FEIRA, 22 DE SETEMBRO DE 2011: "A DOMINAÇÃO NA INÉRCIA"
Ao falar genericamente do proletariado, a teoria de Marx permaneceu no plano abstrato, sucumbindo ao poder autoritário da História, força manifestada pela imposição ao presente da repetição de formas que, ao longo do seu curso, têm sido observadas como significâncias do terror. O que se repete na História, isto sim, é a violência, onde e quando todos os vencidos são vítimas; e os vitoriosos, os vencedores do momento determinado.
Estar no poder, alcançar a condição de dominador, é ter o controle, é comandar a prostração na inércia dos mortos. E essa história, que a si mesma imita, a história unidimensional do vencedor na provisoriedade da sua conquista.
(Caos Markus)
QUARTA-FEIRA, 21 DE SETEMBRO DE 2011: "PENSAR A EXISTÊNCIA"
Eis o dilema: como romper o ciclo fatal de uma história que se naturalizou, perdeu seu papel humano, e, ainda, de uma natureza que se artificializou, tornando-se espectral, irreconhecível e estranha ao homem que nela vive.
O homem contemporâneo, vítima de um expatriamento transcendental, vaga sem norte, distante de uma suficiência racional enquanto primado de um agir articulado, garantia única de pertencer, de fato, a este mundo.
Se o "cogito" cartesiano fornecia uma estável, permanente, referência ao 'sujeito', hoje a própria identidade já é desacreditada. Em decorrência, ao invés do "(eu) penso, logo existo", paira outra indagação: quem é esse 'eu' que pensa através de mim?
Desprovido do aval só possível na certeza dos princípios lógicos da identidade, da ausência de contradições e de uma razão suficiente, cabe a cada um e a todos construir a própria história, repensando, enquanto 'sujeitos', a questão da atividade redimensionada ao nível de outra (re)evolução, a que viabilize perdoar-nos a nós mesmos por nossas injustificáveis ações e omissões.
(Caos Markus)
TERÇA-FEIRA, 20 DE SETEMBRO DE 2011: "AVESSO"
Se por 'liberdade' devessemos entender sucessão de segmentos ("a minha termina onde começa a sua"), forçados seríamos a admitir que ela, a 'liberdade', é sempre fragmentada. Penso que o "onde" sequer existe no processo de construção da liberdade. Em seu lugar, somente 'aonde' é que cada um de nós, e juntos, seremos todos livres, compartilhando isso que é 'dimensão' e não 'condição'. Porque 'para onde' é meta predeterminada; 'por onde', o rumo, a rota da caminhada.
O que aprendemos desde crianças foi o legado da apreensão de preceitos que, irrefletidamente, também os transmitimos, pela via dos preconceitos.
Exortar a humildade como atributo individual é vangloriar-se às avessas. Eu sou avesso ao mimetismo das metamorfoses do caráter.
(Caos Markus)
domingo, 28 de agosto de 2011
SEGUNDA-FEIRA, 19 DE SETEMBRO DE 2011: "ALQUIMIA"
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