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REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
sábado, 1 de agosto de 2009
SEGUNDA-FEIRA, 17 DE AGOSTO DE 2009:"MATURA A IDADE"
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DOMINGO,16 DE AGOSTO DE 2009:"A POBREZA EXPANDIDA"
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No Brasil, compreendida a "crise" como provisória circunstância, ela é, de fato, o reflexo imediato da "má administração do desenvolvimento e da mudança".
O país, agora um simples espectador da sofisticada tecnologia estrangeira, ainda não alcançou a fundamental "liderança técnica" que, a despeito da superação da "crise", possa garantir-lhe a "competência " como defesa às imprevisões futuras. Nesse aspecto, o Japão soube "copiar" a tecnologia norte-americana, adquirindo-a, sistematicamente, através de sucessivos "contratos de licenciamento", privilegiando-os sobre os investimentos estrangeiros.
É de compreender-se que a formação de estoques de capitais é uma "decisão humana" específica, comportando a aquisição do conhecimento como base do processo. Porém, sem o aprimoramento das "estruturas internas políticas e econômicas", não há que se falar em conversão dos recursos em melhor economia e mais organizada sociedade, pois que a criação da riqueza provém de anterior difusão do conhecimento, a partir do restabelecimento das instituições criadoras dessa mesma riqueza.
Modernamente, contrariando o período inicial da exportação do capital, em que o financiamento se operava pelos recursos exportados do país investidor, a mobilização desses recursos é feita no próprio mercado do investimento, diminuindo substancialmente as transferências de capital do país originariamente investidor. Obviamente, a "complementação" se faz pela participação financeira governamental e dos bancos de investimentos.
Colaborando, também, com a escassez dos estoques de capitais, os subsídios aos bens importados, indiretamente, através da isenção de impostos, repercutem na economia nacional, depauperando-a ainda mais, posto que, aumentando a competividade do produto estrangeiro, leva o país à ociosidade e ao desemprego, em verdadeira discriminação contra a indústria nacional. E, mesmo que o mecanismo adotado seja a redução das alíquotas de importação, diminuída a produtividade interna, subtrai-se a capacidade das reservas cambiais.
Ora, se existir de fato a pretensão de erradicar-se a inflação, sem o receio de conseqüente recessão, há que se promover, seja qual for o governo, reformas estruturais capazes de intervir definitivamente para a aquisição de "Know-how", impedindo-se o monopólio da pesquisa que determina a “transferência" de tecnologia apenas pelo pagamento de "royalties".
A má administração do desenvolvimento e da mudança, mais uma vez é a responsável pelo longo período de transmissão denominado "crise", considerando-se aqui não a impossibilidade e sim a falta de decisão humana ou, mais apropriadamente, a ausência de vontade política.
Coniventes ou não, os governos de países subdesenvolvidos têm permitido que esses se tornem "plataformas de exportação", expressão utilizada por Celso Furtado para explicar a estratégia dos países desenvolvidos que, procurando se instalar em áreas onde os salários são baixíssimos, empreendem a reconquista do mercado interno a partir do corte do custos de produção. Proclamar severo combate aos oligopólios sem observar a natureza da concorrência oligopolista, será sempre discurso sem conteúdo, desatento ao modo como as grandes empresas, através dos "holdings", procuram expandir-se pelas nações pobres. Diversamente, o incentivo fiscal e tributário às pequenas empresas é forjar a imprescindível "identidade econômica" de que precisa não apenas o Brasil, mas todos os países hoje dependentes das nações economicamente desenvolvidas.
A contradição que se verifica nas nações do mundo subdesenvolvido, coexistindo, lado a lado, abundância de matérias-primas, poderosa força de trabalho, e a extrema pobreza traduzida pala mendicância e prostituição, é, deveras surpreendente. Mas, identificados os males, cabe reconhecer as suas causas; não há cabimento, no caso, para o fatalismo que apregoa total carência de infra-estruturas que permitam o desenvolvimento gerador de riquezas, pois essa condição de prosperidade não nasce por si só, antes depende das decisões governamentais específicas, no sentido de preparar um futuro.
Mais outra vez cumpre notar que o elemento fundamental desse processo de emancipação é o "conhecimento", não o transferido, mas sim o adquirido.
O futuro, dessa maneira interpretado, não será obra do acaso, porém o desdobramento planejado passado que o previu. (Marcus Moreira Machado)
SÁBADO, 15 DE AGOSTO DE 2009:"DELÍRIO"
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(Marcus Moreira Machado)
SEXTA-FEIRA, 14 DE AGOSTO DE 2009:"LIAME"
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QUINTA-FEIRA, 13 DE AGOSTO DE 2009:"NOME AO BOI"
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De várias maneiras, andam descobrindo o Brasil. Há sinais de proximidade de terras, como há escrivães de plantão, sempre prontos à narrativa de tão auspicioso descobrimento. A cultura nacional, também, a cada dia é redescoberta, como segmento de raízes mais nobres. E, ainda que matemos, roubemos, julguemos e condenemos, somos fidalgos.
Em "Calabar, O elogio da traição", Ruy Guerra e Chico Buarque lembram, na voz emocionada do personagem Mathias: "Sabe, no fundo eu sou sentimental. Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dosagem de lirismo. Além da sífilis, é claro. Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar, trucidar, meu coração fecha os olhos e, sinceramente, chora".
Mathias de Albuquerque, "governador e comandante supremo de Pernambuco, Itamaracá, Paraíba e Rio Grande" só faz lembrar uma certa hereditariedade, mesclada entre o atroz e o passionário, presente no caráter nacional. Pois, acrescenta a cantiga: "Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal, /Ainda vai tornar-se um imenso Portugal. /Ainda vai tornar-se um Império Colonial".
Por isso esse Brasil, esse país colonial, descoberto aos poucos, essa "erva marinha", esse "rabo-de-asno" indicando a promissão que nunca chega. Coincidência ou não, Pascoal recebeu esse nome em virtude de ser o tal monte o primeiro ponto avistado pela maruja de Cabral, no dia de uma das oitavas da Páscoa; e hoje todos esperamos, ainda, que venha a ser uma Canaã, como de Deus fosse realmente brasileiro e nós os únicos de Abraão.
Porém, já é chegada a hora de darmos nome ao boi, isto é, ao povo destas plagas. Porque se somos assim tão pacientes, de qual adjetivo nos servimos? O "paciente-resignado", o "paciente-sofredor", o "paciente-manso", o "paciente-doente", ou aquele outro tipo, "o que recebe a ação de um agente"? Ou seríamos todos eles simultaneamente? O quê é bem mais provável, dada a aparente complexidade a permitir até uma "especialização sociológica" - os "brasilianists", estudiosos supostamente ilustres porque hipoteticamente examinam e entendem melhor do Brasil e dos brasileiros do que nós mesmos.
Essa nossa condição de colonos reflete-se, notadamente, nas fontes de inspiração aonde buscamos paradigmas à nossa evolução. Exemplos não faltam. como é o caso de legislações consideradas de primeiro mundo, o mesmo que procuramos imitar, sem, no entanto, a devida atenção para o contexto de quarto mundo em que vivemos e, portanto, a sua inadequadação.(Marcus Moreira Machado)
QUARTA-FEIRA, 12 DE AGOSTO DE 2009:"OPINIÃO E SEDUÇÃO"
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Contemporaneamente, assim como Pilatos, encontram-se, abrigados em suas fortalezas políticas, homens públicos que resistem em curvar-se diante da verdade. Parafraseando o antigo procurador romano, governantes de hoje também perguntam o que é a verdade. E, por não terem nem dignidade, nem princípios, burlam o tempo todo, artífices que são de sensacionais patranhas.
Sofismar é verbo da atualidade, quando multidões inteiras têm sido vítimas da arte de lograr. Onzeneiros profissionais, falsos líderes fustigam - da comodidade e segurança das suas tribunas - a intriga e a infâmia. Outra preocupação não há senão a de aturdir, no inconseqüente burburinho, a opinião pública. O vulgo, presa fácil da achincalhação, sempre um adventício em seu próprio território. A ambigüidade substituiu o caráter e a dissimulação pretende olvidar a verdade.
Apóstolos da incredulidade, os novos procuradores da plebe propagam, pela doutrina da sedução, o aliciamento dos incautos forjados na falsidade. Os crassos, em obediência desvairada, não percebem habitar o arrabalde do poder. E a pêta grassa país adentro, imiscuindo-se na honorabilidade nacional, em execrável e torpe conduta peculiar aos ignominiosos.
Saber o que é bom e trilhar o imprestável é característica dos egoístas que, por comodismo, tornam-se capazes de tudo, menos de seguir o equânime.
Pois, que tremebundo rincão o nosso! A vileza tem primazia sobre o decoro; a miserabilidade é a elegia da turbação a que foi subjugada a prole dos desafortunados. Proceres messiânicos prometem a abastança, na basófia dos insolentes! E, a mossa se faz sentir no litígio dos abjetos.
“Quid est veritas? A verdade não é de quem não tem a sua própria.
“Quid est veritas?” A evidência dos fatos revela, senão a verdade, todo o embuste para ocultá-la.
(Marcus Moreira Machado)
TERÇA-FEIRA, 11 DE AGOSTO DE 2009:"LOGUS"
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(Marcus Moreira Machado)
SEGUNDA-FEIRA, 10 DE AGOSTO DE 2009:"DINHEIRO E VALOR"
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Para melhor compreensão desse que, notável feito, alcança hoje função mais ampla, não mais restrito a mero indicador de valores, tendo adquirido mesmo qualidade de mercadorias, de um valor comercial internacionalmente reconhecido e, por isso mesmo, sujeito também às mudanças cambiais e as variações nas leis da oferta e procura; contribuindo com o esclarecimento sobre o originário atributo desse que atualmente já não é mais um simples meio auxiliar no intercâmbio comercial - o dinheiro; cumpre observar Aristóteles, resumindo para a sua época a idéia a respeito de moeda: "Tudo que é trocado deve ser comparável. O dinheiro serve a tal finalidade, tendo se tornado verdadeiro mediador. O dinheiro avalia e compara se e como um objeto é superior a outro valor".
Da mesma maneira pela adoção da Escolástica - uma filosofia fundamentada em Aristóteles -, a Igreja Católica entende que do dinheiro não pode surgir a criação de uma utilidade, combatendo duramente tanto a usura quanto o comércio, no que reabilitou o trabalho não mais como mercadoria e sim como dignidade. Como que a refletir preocupação com as conseqüências de um desequilíbrio, a instituição parece concordar com a descrição de Lísias, fabricante de armas e advogado, por volta de 100 e a.C., em Atenas, expressando-se sobre os grande comerciantes de então: "Apenas pelo nascimento são habitantes de nosso Estado. Segundo sua concepção, todo país que lhes confere vantagens é a sua pátria, por que consideram pátria não o lugar onde nasceram, mas onde conseguem aumentar as suas posses".
Já contrariamente a Aristótoles, defensor da propriedade privada e para quem o "valor" é uma "relação", não havendo valor intrínseco, sendo este então a utilidade atribuída individualmente a uma determinada coisa, originando-se da necessidade do comprador, outro sábio, Platão, condena com veemência a individualidade sob esse aspecto, pregando a excelência da propriedade coletiva; afigura-se, por esse prisma, aos modernos socialistas, devendo ser considerado precursor de tal doutrina, quando combate, ainda, o próprio comércio.
Na defesa do primeiro acode a sua seguidora, a Igreja Católica, entendendo a propriedade privada como a base da sociedade, um estado de civilização e de progresso mais avançado do que a coletiva. E, para tanto argumenta: em virtude do trabalho do homem surge a propriedade, naturalmente privada, como o seu resultado mais imediato. No entanto, recomenda não dever essa ser usada contra o interesse público, primando o social sobre o privado.
Curiosamente, no ano de 486 a.C., os plebeus, que tinham em Mercúrio o deus do comércio, liderados em Roma por Spurios Cassio, um representante bastante popular, promoveram a Lei Agrária, tudo no intuito de assegurarem para si o domínio sobre a terra pública, como espetacular fonte do comércio. Mas, a sua lei jamais entrou em vigor, considerando a condenação e morte de Cássio pela realeza, sentindo-se visada.
É de se notar que com o aparecimento do dinheiro e o seu desdobramento mais próximo - a propriedade privada - o homem esteve motivado a produzir sempre mais do que o estritamento necessário para seu próprio consumo, substituindo, trocando a sobra, o excedente por poder e garantia de poder no futuro. Que tal situação modificasse constantemente as suas relações, consagrando ou privilégios, ou desvantagens com o surgimento de classe sociais, isso seria inevitável, ainda que instituições de grande poder, como é o caso da Igreja, proclamassem a necessidade de disciplina para evitar desarmonia entre ricos e pobres.
Assim, a expressão "proletário", contemporaneamente utilizada para designação totalmente diversa da sua verdadeira origem, significou no passado, por volta de 264 a.C., em Roma, quando conhecida por "proletarii", a divisão de eleitores perfeitamente qualificados como cidadãos, e cuja propriedade individual fosse inferior a 10.000 "asses" de cobre.
Agora, já no século XXI, decorridas muitas etapas do desenvolvimento econômico da civilização humana, obviamente, não há que se admitir qualquer ingenuidade imaginável no trato do dinheiro como mercadoria que é, independente da sua função primordial, quando então não passava de veículo intermediário das necessidades de sobrevivência do homem na terra.
Avaliar hoje todo e qualquer projeto norteado exclusivamente nos aspectos econômicos, pela propriedade privada ou coletiva, desprezando-se a destinação social do dinheiro e não considerando outras culturais necessidades do ser humano, será flagrante desatenção aos erros do passado e descaso para com efetivas exigências da vida moderna, voltada para o homem em sua integridade, e não reduzida exclusivamente às frágeis garantias de felicidade pela estabilização financeira de um país.
(Marcus Moreira Machado)
DOMINGO, 9 DE AGOSTO DE 2009:"NUMERAIS"
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Eis os limites à que nos reduziram: externamente, a pressão do neocolonialismo; aqui dentro a evidência do coronelismo por mandato, confundindo lei com ordem-de-serviço.
A aritmética de um e de outro é ficção, é surreal, é ilusionista , Steven Spielberg, Salvador Dali, David Coperfield. Valor nominal e valor real são tratados como uma coisa só, o mesmo número; comemora-se a queda vertiginosa da inflação para percentuais mínimos enquanto a miséria grassa em geométrica. Os indicadores econômicos orientam contribuintes na desorientada bússola da reivindicação social; e o movimento sindical senta no rabo porque não aprendeu a fazer outras contas senão as do patrão .
O país tropical, que tanto se orgulha de não ter terremoto nem morro de ventos uivantes , faz vista grossa ao “abalo sísmico” com “C” de cebola, provoca fendas e grotas na sua sociedade “extratificada” com “X” de “maucon-néx” róliudiano. O que fisiologicamente obriga a nação a ser ‘rép’; falando e escrevendo sem vírgulas , ansiosa por chegar lá , aonde a classe operária vai ao paraíso . Temos visconte - biscoito e chocolate; temos felino - gato siamês, xifópago, sete vidas e um destino; de cinema não temos o novo , ainda que por aqui Deus e o diabo esteja na terra do sol; do italiano temos uma certa inclinação mafiosa para desejar ter nascido na Calábria e comer o espaguete alheio; do francês nem Godard, apenas a vaga lembrança de um 14 bis sobrevoando Paris pelas mãos de um refinado Dumont.
Você já foi à Bahia ? Então não vá .Barra por barra, farol por farol , Rio de Janeiro continua lindo ( Alô, alô, aquele abraço ! Alô, alô, eu me desfaço ! ), tem Teresa da praia que não pode ser minha nem sua também. ( E a garota de Ipanema, mora hoje em Vigário Geral, Lava roupa todo dia, que agonia ? ) .
São Paulo, meu irmão de fé, meu amigo, meu camarada lenitivo ( nada , mas nada mesmo a ver com Lenin), não é mais da garoa, é submersa nas torrentes das paixões políticas que vão para o esgoto entupido da plebe rude. Não fume quando vier para cá. Nem pise na grama do Pacaembu, nem se esqueça, jamais, de fazer aquilo a que já está habituado desde o primeiro plano sazonal da temporada de caça aos famintos: aperte os cintos e sinta “uma-lufada’ de ar oxigenando os seus pulmões ecológicos como a rosa de Nagasáki, sempre que descer na liberdade. Liberdaade, liberdaade... abre as asas sobre nós...nas chuvas, nas tempestades, nas inundações...!!
(Marcus Moreira Machado)
SÁBADO, 8 DE AGOSTO DE 2009:"VAMPIRISMO"
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(Marcus Moreira Machado)
SEXTA-FEIRA, 7 DE AGOSTO DE 2009:"FAZ-DE-CONTA"
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Sem dúvida o Brasil parece consigo mesmo. No jogo de faz-de-conta, nós encontramos alguma 'vantagem' na lambujem, e os governantes fingem não ver, lucrando muito mais por deixar de investir e administrar, concedendo ao seu parceiro-perdedor um proveito aparentemente significativo, mas de nenhum valor de fato.
Eu custo a acreditar que o engodo foi aceito, que a malícia elegeu a velhacaria como hino pátrio da barafunda nacional. E só posso crer, então, na premissa de que cada governo tem o povo que precisa, muito mais do que a linguagem corrompida de que "cada povo tem o governo que merece". Ininteligível, o nosso idioma se forja na cupidez, em discurso desarrazoado de homens insanos!
No arrabalde da civilização, a nossa megalomania é a nossa única grandeza, vendida como guloseima "três por dois" na maria-fumaça das marias-vão-com-as-outras da nação suburbana. Paus-brasis e paus-de-arara, manchamos todos de vermelho-brasa a honra nacional, sem pejo algum, em ausência total de rubor, na falta de vergonha característica de tantos quantos acendem uma vela para Deus e outra para o diabo.
O meu país é um 'trem', é teréns que se joga em cima de caminhão-palanque em 'mudanças' de fim-de-semana, com direito a cachorro latindo e criança chorando. O meu país não precisa de catraca, porque os usuários passam por cima sempre que estão por baixo, sempre que estão de fora. E sempre estão. O meu país é 'trem-fantasma' de um povo que não faz assim tanta conta das espectrais contas emigrantes para os paraísos das ilhas fiscais. Esse play-center não cobra ingresso nem na montanha russa da nossa sobrevivência nem na roleta russa da nossa consciência. E, por isso achamos muita graça, imaginando que tudo é de graça.
Afinal, no subúrbio do inconsciente coletivo temos como herança essa forma troglodita de existir, vivendo nas cavernas, nos porões e nos vagões da barbárie!
A única resposta que obtenho é sempre a minha mesma: não sei se moro num sub país tropical ou se o sul do meu Equador é mais do norte. Embora a minha bússola esteja desnorteada, ainda me restam as estrelas como guia, as mesmas que serviram aos astronautas extasiados enxergando da Lua o azul da Terra. E eu aqui da Terra ainda vejo São Jorge matando o dragão da maldade contra o santo guerreiro glauberiano. Invento que perdi o cordão umbilical da nave mãe, perco a gravidade na ilha perdida da minha fantasia e viajo de teleférico sem cobrador pelos planetas que imaginei para o meu Brasil, com muito mais de vinte e sete estrelas-satélites do pavilhão pátrio. A minha suburbana também não conhece estações.
(Marcus Moreira Machado)
QUINTA-FEIRA, 6 DE AGOSTO DE 2006: VERBO.
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