Um dos problemas cruciais ao se refletir sobre uma outra razão que não seja a razão tecnocrática é a noção de 'consenso', a permear a proposta de sua emancipação. Pois, se tudo depende de um processo capaz de propiciar a busca da verdade sob o melhor argumento, há então que se responder, inicialmente, qual forma possibilitará distinguir empiricamente (no cotidiano da sociedade) o consenso gerado espontaneamente do consenso artificialmente forjado.
Ora, se esse processo requer (para a sua própria estabilidade) a retaguarda não só de uma cultura política igualitária (desprovida de vícios de formação), mas também maneiras de pensar, de uma população verdadeiramente habituada à liberdade política; não havendo, com efeito, formação racional da vontade política sem o necessário auxílio de um modo de vida racionalizado; impõe-se evitar que o potencial banalizador da comunicação política no dia-a-dia afete essa cultura, tornando-a sempre mais vulgarizada, irrefletida, desestimulada, desprovida de questionamentos. E, portanto, vulnerável às mais variadas formas da manipulação pela 'indústrias culturais', especializadas na 'produção de consensos'.
(Caos Markus)
REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
sexta-feira, 27 de maio de 2011
segunda-feira, 23 de maio de 2011
SÁBADO, 9 DE JULHO DE 2011: "A MORALIDADE SUBLIMADA NO DIREITO"
O enlace simultâneo do direito com a política é viabilizado porque o tão difundido 'Estado de Direito' utiliza as leis e os códigos não só como instrumentos de controle e direção social, porém, igualmente, como estratégias de fundamentação e justificação abertas a argumentações de caráter moral. Desta maneira, a moral, já então compreendida como um conjunto de normas acima dos axiomas do próprio direito, se interioriza no direito normatizado, ultrapassando-o mesmo. Essa moralidade é de natureza essencialmente procedimental, na medida que se desvincula de todas as regras do conteúdo anterior, sublimada nos ritos de contigentes normativos possíveis.
Assim, os dois procedimentos controlam-se um ao outro, em igual esforço e medida, restando um 'direito' e uma 'moralidade' que administram-se mutuamente.
(Caos Markus)
SEXTA-FEIRA, 8 DE JULHO DE 2011: "A RAZÃO INSTRUMENTALIZADA"
Apenas quando o homem (individual e real) novamente assumir em si o cidadão abstrato, será consumada a emancipação do 'ser'(verbo) 'humano'(substantivo).
Abandonada a via da comunicação, permanece, pois, a filosofia da praxis como uma variante da 'filosofia do sujeito'. Por outro lado, ciência e técnica (conjuntamente, um inequívoco potencial libertador) já transformaram-se num meio de comprovada eficácia na repressão social.
Não por outro motivo, a filosofia da praxis encontra-se diante da mesma tarefa antes pertencente à filosofia da reflexão. Daí o questionamento: como contrapor-se à razão
instrumental, se ela própria está dentro do contexto onde tudo é tranformado em coisa?
(Caos Markus)
QUINTA-FEIRA, 7 DE JULHO DE 2011: "CONTEMPORÂNEAS"
Em trégua com os meus desvarios, é nesta vida pequena que eu exclamo um 'sentimento ilhado', à maneira do cantar de Fagner.
Evitando uma crônica episódica de surto, para não ser ainda mais humilhado, me recuso à humildade.
É atitude sem maldade alguma, admitindo toda a possibilidade do provável. Assim: mais que mera sugestão, eis que devo me convencer das obviedades contemporâneas. Já aprendemos a difícil lição, agora propagada aos quatro cantos deste Brasil (re)publicando. Basta imaginar um outro 'Cinema Novo' : "uma idéia na cabeça" será o ideal, sem dúvida.
A "câmera na mão"? Um celular top de linha, modelo "faz-tudo", e não se fala mais nisso. Afinal, convém reconhecer que se "esta terra ainda vai cumprir seu ideal", não corre o risco de "tornar-se um imenso Portugal". Sem calabares, só malabares eleitos no sufrágio da beata democracia .
Muito distante, hoje, o receio de este país "tornar-se um Império Colonial". É só rezar: "Obama nas alturas!".
Eu sei, concordo, não dá pra fingir que está bom, que não dói, e coisa e tal. Do jeito que vai, até o fulano de tal pode pensar que sou um ciclano, e por isso devo concordar com beltrano!
Então, vou falar.
Deixa pra lá...
Na alvorada tudo é palácio, o céu de anil só quem não viu fui eu. Você também não? E daí ? Que diferença faz, quando para ser diferente é só preciso protestar pela igualdade?
(Caos Markus)
QUARTA-FEIRA, 6 DE JULHO DE 2011: "RACIOCÍNIO MODELAR"
Como consequência da insuperável limitação a que estamos todos submetidos em virtude do nosso raciocínio binário, os padrões científicos (considerados estruturalmente enquanto modelos) melhor expressam seus significados através de tríades, isto é, das formas triangulares.
Na evidência da escolha desse esquema, são reconhecidas as características peculiares dessa figura fechada da geometria plana: possuir o menor número de vértices e, sobretudo, corresponder cada vértice, exclusivamente, a apenas outros dois. Com efeito, no triângulo mais fielmente está representada a concepção nuclear da binariedade, ou seja, de duas hipóteses vertentes para cada efetiva situação.
(Caos Markus)
TERÇA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2011: "PODER COLOQUIAL"
Em qualquer situação, a complexidade é vista como o número de possibilidades sempre maior que as reais. As ações recíprocas, no entanto, existem invariavelmente em menor quantidade. Naquelas, há permanência na atualização. Nestas, isso já não ocorre.
Importa observar, o que é atualizado jamais exclui outra possibilidade. Por decorrência, todo sistema é potenciamente precário, e só não o seria se com a complexidade ele se identificasse.
Daí, a questão da 'seletividade', ou 'escolha'. Nela, está presente a noção de 'código', prioritariamente o 'linguístico'.
Assim abordado, o poder, cifrado, vincula-se a multiplicidade de signos, destacando-se a 'escrita' como sua potência. A linguagem, no caso, é o código básico. E nesse sentido, o homem é 'um ser que fala', primeiramente, e depois escreve.
Já o 'meio' é uma construção convencionada através de símbolos gerais, reguladores da transmissão dos desempenhos seletivos. Por efeito, todo sistema social envolve escolhas dentro de uma complexidade maior; e toda seletividade é contingente. A seleção concretamente realizada é um desempenho seletivo. Via de consequência, a contingência é dupla, porque parte de um parceiro para o outro.
A admitir uma 'capacidade seletiva' está a 'norma', posto ser ela que permite a comunicação.
O poder não é, por conseguinte, coloquial. Ele se oculta na norma que torna a linguagem emblemática.
(Caos Markus)
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