Certeza há de que o futuro da civilização em muito depende do encontro de soluções para os problemas psicológicos atualmente manifestos. É verdade inquestionável afirmar que o homem fez grandes progressos em se tratando de questões materiais da sua existência. Mas não é menos real o reconhecimento de que o ser humano poderá ver-se derrotado, ou até aniquilado, como consequência de sua demonstrada incapacidade em resolver esses dilemas psicológicos com que vem se defrontando -desde os atritos interpessoais, interraciais e internacionais; passando pela delinquência, pelos distúrbios classificados como doenças mentais; até a crescente perda do senso de propósito e a inaptidão para aprender, em nível que possa a todos manter à altura do conhecimento geral em expansão.
Destarte, a lógica de nossa cultura exige que as ciências do comportamento desempenhem, cada vez mais, função relevante ao futuro previsível da sociedade em confronto com essas contradições. Trata-se de um desafio à seleção e treinamento de indivíduos voltados a uma eficiência criativa na procura e descoberta do novo e significativo conhecimento, já agora imprescindível.
Todavia, sem dúvida, o acesso à pesquisa cumulativa de informações sobre aprendizagem e criatividade deve ter como pressuposto a autonomia nessa expansão do conhecimento. E para isso, faz-se indispensável que, analogamente às chamadas ciências do comportamento, se considere a Educação como meio interveniente nos problemas que afligem a comunidade, conduzindo então a sociedade à superação dos conflitos gerados exatamente pelo menosprezo à sua inata capacidade.(Marcus Moreira Machado)
REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
sábado, 26 de janeiro de 2008
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO DE 2008: "ESCREVER PARA PENSAR".
Na natureza humana a dualidade é permanente. O homem é matéria e espírito, unidos em vínculo substancial para formar este ser distinto. Assim, por conseguinte, o ser humano é um animal apto a múltiplas atividades em comum com os demais exemplares da criação bruta. Contudo, ele se distingue porque é racional. Dessa racionalidade, duas as faculdades que o afastam dos animais inferiores: a possibilidade de pensar e a de se expressar. A sua faculdade de pensar implica o pensamento abstrato, pois que o pensamento do singular pode ser atribuído aos animais inferiores. Já o pensamento conceitual, o abstrato, é ato absolutamente diverso, peculiaridade restrita ao homem. Afinal, em nenhum outro espécime se encontra o mais leve traço de algo que se assemelhe à linguagem escrita.
Para a espécie humana, o mais importante, certamente, é o fato de que a linguagem não é apenas uma ferramenta de comunicação, mas também um instrumento de pensar. Nota-se que as palavras são o abrigo das idéias, e, por isso, são especialmente relevantes no domínio do pensamento conceitual. Na falta das palavras, é difícil imaginar como poderia a mente apreender idéias, compará-las, descobrir relações entre elas , quer dizer, fazer o que é da essência do pensamento abstrato, qual seja , as interferências. Interferir enseja, com efeito, pensar. Escrever para pensar é meio indispensável à pretendida interferência.(Marcus Moreira Machado)
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
QUINTA-FEIRA, 24 DE JANEIRO DE 2008: "PODER E SABER".
Não obstante a certeza de ter sido a Igreja Católica que abriu, na Europa, por meio de suas propagandas, dos seus apelos ao povo, de sua escolas e universidades, a perspectiva do 'moderno' Estado educativo; igualmente certo é que nunca ela pretendeu fazer nada no genero desse Estado. Não distribuiu o saber com a sua benção, mas o deixou, inadvertidamente, solto e desordenado.
Não era da República Romana que a Igreja se reputava a herdeira, porém, sim, do imperador romano. A sua concepção de Educação não era a de uma libertação, a de um convite à participação. Antes, pretendia somente a subjugação dos espíritos.
Dois do maiores educadores da Idade Média que fizeram uso da organização da Igreja, não foram de modo algum eclesiásticos ou homens dessa instituição, mas monarcas e estadistas: Carlos Magno e Alfredo o Grande, da Inlgaterra. Contudo, foi a Igreja que ministrou a organização.
Igreja e monarca, em sua competição pelo poder, invocaram, ambos, o apoio da consciência e dos pensamentos do homem comum. E em resposta a esses apelos contraditórios surgiu o 'homem de fora', não oficial e independente, a pensar por si mesmo.
O poder não lograra perceber que buscando no homem comum somente pretexto para justificar as suas ambições, acabaria por incentivar o saber nesse mesmo homem, que, depois, também entraria nessa disputa, reivindicando a sua efetiva participação na sociedade.(Marcus Moreira Machado)
terça-feira, 22 de janeiro de 2008
QUARTA-FEIRA, 23 DE JANEIRO DE 2008: "LEI QUE CALA A VOZ".
As garantias legais obtidas pelos movimentos sindicais dos países capitalistas democráticos implicam, em contrapartida, limitações à ação sindical. Pois, como tais, são direitos burgueses que impõem restrições à mobilização da classe trabalhadora.
Anteriormente ao estabelecimento do direito de greve, a paralisação era contraposta ao contrato de trabalho. Então, a greve se identificava através do rompimento desse contrato de trabalho. Inexistia o 'direito de greve', mas havia, sim, o direito à ruptura, em recusa ao cumprimento forçado do contrato. Iniciada uma paralisação, nenhum obstáculo jurídico antepunha-se à demissão sumária dos grevistas.
A instituição e consolidação do 'direito de greve' significou o reconhecimento jurídico de que a paralisação não rompe o contrato de trabalho, porém, só o coloca em discussão. Ou seja, é a lei calando a voz dos trabalhadores.
Vieram então as 'garantias legais' contra a demissão de grevistas. Essas 'garantias', no entanto, correspondem aos limites impostos ao pleno exercício da greve. Limites, aliás, estreitos, em razão do seu conteúdo derivado da ideologia jurídica burguesa. Postulado básico dessa ideologia, é presente a concepção de que todo direito tem o seu limite na obrigação de não prejudicar terceiros.
Ora, esses "terceiros" são, obviamente os donos do capital, os patrões. Porque é inerente à greve gerar prejuízos.
Assim, surgem os conceitos de 'greve lícita' e 'greve ilícita', sinalizando, em verdade, que a lei que concede é a lei que impede.(Marcus Moreira Machado)
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
TERÇA-FEIRA, 22 DE JANEIRO DE 2008: "O BRASIL INTERNACIONALIZADO".
No processo da globalização, o Brasil apoiou o seu desenvolvimento em corporações multinacionais cujo segredo foi o controle da tecnologia através das reservas de patentes e do combate a possíveis concorrentes, assim como as antigas potências mundiais mantiveram dependentes as suas colônias, impedindo a formação de quadros que porventura pudessem futuramente dirigir nações emergentes.
Sabe-se que o 'know-how' não se transfere por contrato de licença. É conquistado por meio de pesquisa árdua nas salas de desenho e oficinas de trabalho, o que requer esforços próprios na aquisição de tecnologia independente.
A mera obtenção de projetos prontos para a execução nos leva, em curto prazo, a problema político de graves consequências. E sem essa observação, o Brasil desperdiça recursos em "educação" de sua juventude, enquanto o mercado de trabalho dos engenheiros mecânicos, eletricistas, técnicos eletrônicos se encontra controlado pelas corporações multinacionais, que, via de regra, se abstêm de contratar efetivos projetistas, gerar, ou mesmo fixar tecnologia no país. Por isso, ao Brasil tem restado mercado de trabalho para engenheiros de operação e manutenção, somente. Eis a razão da nossa imensa reserva de proletariado acadêmico.
Assim, o Brasil "internacionalizado", uma nação dominada, exporta sapatos a salários de fome, a fim de poder pagar a importação de instalações hidrelétricas ou vagões ferroviários, garantindo empregos às "metrópoles" do imperialismo e, por consequência, mantendo ociosas e subdesenvolvidas as suas próprias indústrias.(Marcus Moreira Machado)
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