REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
sábado, 5 de janeiro de 2013
SEXTA-FEIRA, 18 DE JANEIRO DE 2013: "A DECISÃO NO CAOS PESSOAL"
Bondade e caridade são questões mais técnicas do que espirituais e, por isso mesmo, pagar um bom salário, investir em treinamento de pessoal (ao invés de apenas diplomá-lo), é certeza de retorno no bom desempenho dos empregados e, indubitavelmente, lucro imediato, que por consequência possibilitaria uma mais igualitária distribuição da renda nacional. Percalços existem. E são tantos a ponto de oferecerem subsídios para mestrado em Sociologia, pela identificação dos obstáculos impostos na sociedade de consumo de um país sofrível como é o nosso, a forjar uma cultura que privilegia o “ter” em detrimento do “usufruir”.
Mas na bizarra cultura brasileira, não é preciso muito esforço para refletir: como pensar em "socialismo", ou em "social-democracia", e que tais, desprezando os hábitos de todo um povo? Querem os desiguais tornar-se iguais? A 'desigualdade' não é antes de tudo mais que 'injustiça', uma verdadeira 'aspiração'?
Não é difícil, pois, compreender a decisão de alguns 'idealistas', abandonando lutas de décadas, ante a necessidade premente de resolver o seu próprio caos, o econômico e financeiro -a única conquista de fato vitoriosa na malfadada luta de classes.
(Caos Markus)
QUINTA-FEIRA, 17 DE JANEIRO DE 2013: "ANTROPONARQUIA"
Não há mais dúvidas, o consenso da ignorância triunfou. A "lei de Gérson" faz tempo foi abolida, e vigora a norma exemplar da sobrevivência humana, ditada pelo que se convencionou denominar "Antroponarquia", regulada pela extinção do excedente humano, que uma vez exportado, renova o câmbio, em inovadora heterodoxia econômica e monetária.
Esse novo governo proclama a virtude de ter sido o único a resolver o problema angustiante da fome no mundo: o poder do homem é atributo peculiar aos donos de oligopólios, cartéis e konzers. Conseguiu o novo regime reformular o princípio da "periodicidade das crises" na livre concorrência, agastando-as da relatividade a que estavam sujeitas quando por ocasião de desequilíbrio entre produção e consumo.
Afinal, resta demonstrado, não cometeu erro algum aquele renomado cientista social que preconizou a inevitabilidade da concentração comercial e industrial como decorrência de uma lei "universal e absoluta". Vitória, certamente, da inspiração profética desse revolucionário das massas.
Na mais simbólica alucinação, eu vejo a prodigalidade, a dilapidação e a incúria, celebradas como ícones da nova ordem. O luxo, procedente de um exagerado amor de si mesmo, já fez desaparecer qualquer atitude caritativa para com o próximo, pois o próximo não mais existe.
A magnificência passou a significar, desde então, vício e imperfeição moral, nunca mais se empregando os grandes capitais disponíveis para oferecê-lo em abundância ao trabalho lucrativo. Ao contrário, o próprio salário readquiriu o conceito de simples mercadoria, em respeito à observação deformada do pensamento onde "quando dois patrões correm atrás de um operário, o salário sobe; quando dois operários correm atrás de um patrão, desce o salário".
No caso, a "Antroponarquia" devolve aos poucos homens de verdade (os especuladores) o mundo do qual eles já eram os legítimos proprietários, restituindo-lhes a acepção correta do vocábulo derivado do latim "speculator", ou seja, 'descobridor'. E, pois, quem 'descobre' tem por merecidas as honras de Chefe de Estado.
Meu delírio presencia o inaudito: afirma-se como realidade, ouvindo-se em alto e bom tom um novo hino, de todo inspirado em neo-malthusianos: "O homem que nasce em um mundo já ocupado, se sua família não tem meios com que o alimentar e nem a sociedade necessita do seu trabalho, não lhe cabe direito de reclamar alimento: ele é demais sobre a terra. No grande banquete da Natureza não há lugar para ele; ela manda-o marchar e não tardará em executar sua ordem".
Prevenindo-se da tragédia vizinha, consequência da diferença entre o crescimento em progressão geométrica da população e o aumento das subsistências em progressão aritmética, a nova casta dos "naturais" (os dignos representantes da espécie, por excelência) confunde-se com a própria Natureza. Dessa forma, a licenciosidade de qualquer meio que consiga restringir a natalidade é admissível no controle da demanda populacional.
Demência passageira, ou algo "profético", domados pela ignorância, estamos a consentir o declínio da existência humana na terra.
(Caos Markus)
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
QUARTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO DE 2013: "FIM SEM COMEÇO"
Eu não me considero um pessimista, porém, um realista.
Esse rito de passagem, essa virada, se fecham no mantra dos que são "enfeitiçados" pelas cores e desenhos de milionárias queimas de fogos.
O mantra dos que querem um "abandonar-se", um nirvana do cotidiano massacrante.
Os governantes, sob os ensinamentos de Maquiavel, sabem investir e ganhar com essa "desincorporação", essa catarse coletiva. Desenhar uma nova realidade requer, por princípio, recusar a fantasia da burla.
Ao contrário, todavia, essa renitência, essa persistência em memorar junto, ou 'comemorar', fim de ano sem começo.
(Caos Markus)
TERÇA-FEIRA, 15 DE JANEIRO DE 2013: "O POVO NO CALENDÁRIO"
Considerando o tempo na História, ainda a pouco não se falava de neoliberalismo nem de Sustentabilidade Ambiental, ou da inclusão de um sem número de minorias (tantos segmentos, todos com direitos "assegurados" por cotas várias, bolsas múltiplas, e até vale-cultura); nem de eventos, shows ("de graça") patrocinados pelo Poder Público aos governados da plebe rude.
Houve outra época em que as estações eram melhor definidas, com calor no verão e frio no inverno, e sem represa inundando florestas ou qualquer conhecimento sobre uma camada de ozônio; ou muito menos de um perigo no desequilíbrio do ecossistema em virtude de nefasta interferência do homem nos desígnos da mãe natureza.
Noutras décadas, de eras não tão priscas assim, existiram duas especies de pessoas, somente: as que estavam de um lado e as que não estavam desse, mas sim daquele outro. Ou melhor, dois comportamentos até então: os que falavam e os que faziam calar a boca. Como e porque alguns falavam (e o que falavam) é uma outra história. Como e porque alguns, não poucos, faziam calar a boca dos primeiros, não é uma outra história, nada diferente em razões e falta de razões.
De lá para cá, anarquistas e ateus tornaram-se governantes e ministros da eucaristia; o tráfico de entorpecentes e a polícia de pacificação nas favelas ocuparam maior destaque na mídia que, por sua vez, de rabo preso com o leitor (porque sem ele não dá para não justificar) invadiu a privacidade e o anonimato da cidadania, inventando que a ninguém era possível mantê-la, imbuindo-se do mister de suscitar aprovação ou desaprovação para assuntos variados no tema, na necessidade, na verdade ou na falta dela. Tudo sempre "comprovado" pela 'deusa-estatística': "que o povo sabe o que quer", mesmo que o tal povo jamais tivesse pensado em dividir com o próximo algo além da comum alienação.
Parece, enfim, que houve um outro tempo, além deste que só o calendário deixa para trás.
(Caos Markus)
domingo, 30 de dezembro de 2012
SEGUNDA-FEIRA, 14 DE JANEIRO DE 2013: "INSTITUIÇÕES, AS SOCIEDADES PARCIAIS"
Temos instituições em excesso, sem que elas cumpram devidamente seus objetivos. Ao contrário, são formidáveis obstáculos à consecução do bem comum. Em várias delas o que se verifica é a prevalência de interesses de grupos minoritários, sempre em função diametralmente oposta à consideração de Rousseau, qual seja, para que haja "vontade geral" torna-se necessário que nenhum outro órgão coletivo se interponha entre o indivíduo e o Estado. E esta vontade se origina do que resta de comum no confronto de vontades individuais, não se devendo confundir a 'vontade geral' com a 'vontade de todos', pois que a primeira visa o interesse comum, enquanto a segunda permanece no 'interesse privado', 'de cada um'. Importa, assim, para bem realizar o enunciado da 'vontade geral', a supressão de 'sociedades parciais' no Estado, e que cada cidadão opine somente por si.
Com efeito, fundamentar o Estado nos valores em que o futuro esteja ligado ao passado pelo nobre cativeiro do dever é missão precípua da educação. Afinal, o que havemos de colocar dentro do Estado, devemos antes por dentro da escola. E uma vez compreendido como exercício da democracia o direito de opinião, faz-se imperioso elevar o nível moral de quem o exerce. Assim, quanto mais força a estrutura do governo der à opinião pública, mais essencial será ilustrá-la. Por isso mesmo, é necessário, primeiro, educar o próprio governante.
O governante que de fato estiver preocupado com o bem-estar do seu povo não o subjugará ao império das paixões, pois, presume-se, ele mesmo estará muito acima delas, norteado por inescusável altruísmo. Requer-se sensibilidade tal que permita aglutinar semelhanças e respeitar diferenças, identificando a alma nacional, porque não pode haver nação sem um lastro comum de pensamento e sentimento.
Conceituando 'instituição' enquanto um grupo de pessoas reunidas em torno de uma ideia, capaz de realizá-la graças a uma organização permanente, podemos constatar a ausência de efetiva reais instituições no Brasil.
Isso, contudo, só será possível mediante a eventual habilidade de estadista, a ser notabilizado pela argúcia na administração da coisa pública, e não pela astúcia, infelizmente entendida por nós brasileiros como 'Política'.
(Caos Markus)
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