Não se deve temer o erro (sob a condição de se distinguir entre erros construtivos e os que não o são), tanto quanto não se deve temer o esquecimento. Pois, o importante não é o esquecimento, e sim a incapacidade para restituir o conteúdo esquecido. Afinal, se o indivíduo compreende o mecanismo de produção do conhecimento, poderá restituí-lo por si mesmo, de múltiplas maneiras e não de uma só. O contrário disso é a existência de um sujeito constantemente dependente de outros que possuem conhecimento, por isso podendo outorgá-lo. Mas o sujeito independente porque compreende os mecanismos de produção desse conhecimento, converte-se, por consequência, em criador do conhecimento.
Há um grande abismo entre a noção do sujeito da aprendizagem como receptor de um conhecimento recebido de fora para dentro, e a concepção desse mesmo sujeito como um produtor de conhecimento.
Não será conquistado progresso no conhecimento senão através de um conflito cognitivo, isto é, quando a presença de um objeto (no sentido amplo de 'objeto de conhecimento') não assimilável forçar o indivíduo a modificar seus esquemas de apropriação e interpretação, ou seja, a realizar um esforço de adequação tendente à incorporação do que resultava não apreensível (tecnicamente, uma pertubação).
Contudo, da mesma maneira que a atividade intelectual não é definida por atividade qualquer, aleatória, tampouco qualquer conflito é um conflito cognitivo a permitir um real progresso no conhecimento.
Assim, não se trata de ser colocado o indivíduo continuamente em situações conflitivas dificilmente suportáveis, mas sim de detectar os momentos cruciais nos quais ele é sensível às pertubações e às suas próprias contradições, de modo a avançar, então, no contexto de uma reestruturação.
(Caos Markus)
REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
terça-feira, 19 de julho de 2011
QUARTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO DE 2011: "ESTADO, O DOMICÍLIO DO CATIVEIRO"
Ao contrário do que afirmam os contratualistas, o Estado não nasce pelo consentimento ou pelo pacto voluntário, mas sim como fenômeno social representado por conflitos étnicos e, principalmente, pela subjugação de um segmento mais forte sobre outro mais fraco, cuja dominação, a fim de se efetivar, necessita de uma organização.
Nessa forma de organização social (o Estado), cumpre-se seu objetivo através da disciplina do grupo dominado, defendendo-se a autoridade, a conquista e a exploração econômica pelo grupo dominador, algo que, sem dúvida, não se deixa de visualizar na história da humanidade, onde múltiplos são os espetáculos da violência criando impérios e Estados. De certo modo, é o que se nos apresenta na atualidade com a ideologia capitalista, na economia do neoliberalismo, contextualizada na globalização. Certamente, evidenciam-se a conquista e a exploração econômica, provocando um efeito de isolamento, já outrora designado "Estado-Popular-Nacional-de-Classe". Este se apresenta como verdadeira encarnação da vontade popular, 'povo-nação', sendo tal binômio entendido como um conjunto de cidadãos cuja unidade o Estado capitalista representa, e que possui precisamente como real substrato esse efeito de isolamento, consequência manifesta das suas típicas relações econômicas.
Não é então uma unidade, porém, potencialmente, uma unidade de luta de classes.
Não por outra razão, "aprendemos" a submissão, confundindo-a, não raro, como decorrência natural de uma autoridade supostamente indispensável a ficcionada harmonia social.
Não por outro motivo, temos, geralmente, o cativeiro por domicílio e o Estado por residência.
(Caos Markus)
TERÇA-FEIRA, 23 DE AGOSTO DE 2011: "LIBERDADE REEXAMINADA"
A liberdade tanto mais parece salvaguardada quanto os nossos fins jamais se apresentam definitivamente fixados. Na medida em que continuamos a existir, prosseguimos na escolha de nossos objetivos, pois a liberdade é a essência de nossa existência. Em qualquer opção particular, podemos reexaminar nossa preferência anterior; e, por consequência, toda decisão tomada consoante esta escolha pode ser considerada como uma renovação desta própria seleção. Assim, temos o direito de julgar todos os nossos atos voluntários como atos livres, porque ao determiná-los também decidimos quanto aos fins que os explicam.
(Caos Markus)
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