"Não há mal que sempre dure e nem bem que nunca se acabe". "Dê tempo ao tempo". "A pressa é inimiga da perfeição".
Êta, sabedoria popular! Êta, povo sábio!
Será mesmo? Quem espera sempre alcança? ou só descansa quem espera? Ou nem isso nem aquilo, apenas conversa pra boi dormir? E, enquanto isso … de grão em grão a galinha enche o papo, de verdade? Então, me responde com sinceridade: com quantos paus se faz uma pequena canoa, uma canoa modesta, dessas que dê pra gente atravessar um "córguinho"?
Você é tão esperto, tão inteligente, tem resposta pra tudo, sabe o valor das coisas, conhece a importância da amizade, não tem preconceito de raça, de cor, de credo, de tudo … me diga. pois, por que mais vale um pássaro na mão do que dois voando? É por que você se contenta com pouco, ou é por que o passarinho estava dando sopa mesmo e, já que não fez nenhum esforço para ter algum, então, tanto faz e tanto fez, mais vale qualquer um do que três ou quatro que daria muito mais trabalho para pegar? Hein, garoto?
Você que é politicamente mais que correto, é perfeito, não dá esmolas porque acredita que o melhor é não dar o peixe e sim ensinar a pescar, diga-me coisinha: e você, tem pescado bastante? E o quê e de quem? Olha que a mentira tem perna curta … Nem tanto quanto a sua memória, mas certo é que tem.
Se promessa é dívida, já é chegada a hora de descretar a falência da confiança mútua, e, assim, confie desconfiando, com um pé na frente e o outro atrás; e sem muita conversa. porque desculpa de aleijado não é mutreta. Afinal, pra que mentir, se ninguém fala mesmo a verdade! Nem que a vaca tussa vão acreditar em santo de casa de ferreiro. Escute: falar é prata, calar é ouro. Depois da bonança vem a tempestade; aí, então, os últimos verão os primeiros rindo ainda melhor. É ver pra crer. Assim, meio São Tomé…
Quem entra na chuva é pra se molhar, não? Se você não quer entender as regras do jogo, não dance conforme a música, nem arrisque e nem petisque, cuspindo no prato que comeu. Ao contrário, lembre-se que hoje é dia da caça … amanhã e depois de amanhã também. Mas, desesperar jamais; nunca é tarde para começar, ainda que você tenha terminado. Começar de novo … sabendo que rir, se não é o melhor remédio, então, definitivamente, é sinal dos tempos de que muita gente ri da própria desgraça, porque pimenta nos olhos dos outros é igual a comer e coçar, só vai de começar.
Se arrependimento matasse, todos nós, em uníssono, diríamos em alto e bom tom: mais um herói vivo do que dois coelhos mortos com uma só cajadada. Ou seria contrário? Mais vale um covarde vivo do que a luz no fim do túnel? Vivendo e aprendendo… Assim como nada de um dia após o outro. Pois, se a pressa é inimiga, quem avisa, amigo, é da perfeição uma meta.
Se morrer o homem, o que é que tem? Fica a fama de quem tem cama. E, assim como dois e dois são quatro, "verás que um filho teu não foge à luta", mesmo que seja para fazer cortesia com o chapéu alheio, desvestindo um santo para dar esmola demais, que nem desconfia por que tanta banana por um tostão.
Atrás de cada grande homem há sempre um monte de gente, mulher ou não, todos querendo puxar a brasa para a sua sardinha, certos de que propaganda é a alma de quem não a tem. E, para que correr? O apressado não come crú?
Há mais mistérios entre o céu e a terra do que a nossa vã filosofia dos males o menor. Dos males alguém já não disse "o importante é competir para vencer?" Que estória é essa de que o amor é cego? Uma ova! À primeira vista nem à cavalo dado. Tudo, mas tudo mesmo vale mais do que é pegar ou largar.
Nessa sua, nessa nossa infinita sabedoria, compramos galinha morta na atacado e arrotamos perú na varejo, dando murro em ponta de faca, convictos de que água mole em pedra dura é a salvação nacional, nesse horizonte perdido do céu pode esperar. Isso talvez porque a mãe gentil quer padecer no paraíso. Isso certamente porque é nos pequenos frascos que se encontram as amostras-grátis da grande panacéia pátria.
Eis que esse país é "cult", que todo mundo aqui é auto-didata; já nasceu divinamente; um bravo, antes de tudo. Eis que de médico e de louco e mais um pouco todo brasileiro tem um pouco, nessa modalidade singular de inteligência, epidérmica, por osmose, no é dando que se recebe, meio minhoca, que se basta a si mesma, afastada das doutrinas acadêmicas, pós-vangruarda, pré-apocalíptica, dona-flor-e seus dois maridos … … Folclórica! Porém, sem "folk-lore".
Proverbial, a nação imita Confúcio e Bruce Lee, em eternos minutos de sabedoria provinciana, expondo-se como nativa progressista na alemã Frankfurt. A nossa feira pra lá de Bagdá é peça de "arqueologia" da cultura contravencional para o deleite do "homo-sapiens" da Europa pós-muro e permeável à cortina-de-ferro.
No trem da Sorocabana, agente faz de conta que viaja para Madagascar, Casablanca e Transilvânia, fazendo troça do boitatá e fingindo medo do conde drácula. Afinal, ninguém pode dizer que "dessa água não beberei", pois, em terra de cego quem tem um olho, eu não sei, mas dizem os mudos que é rei.
Pelo sim, pelo não, diz o clamor, e repete o refrão popular, que não existe pecado do lado de baixo do Equador. Em assim sendo, uma outra inscrição num outro pavilhão nacional muito além do Anhembi: "Em boca fechada não entra mosquito".(Marcus Moreira Machado)
REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
TERÇA-FEIRA, 28 DE ABRIL DE 2009:"IDEÁRIOS"
Doutrinas supostamente divergentes entre si expressaram o mesmo preceito em relação ao princípio que situa o homem em seu meio. Assim, "o homem propriamente dito não existe, sim a humanidade", afirmou August Comte; e "isolado, o homem não conheceria outros limites à sua ação da força, dissera Karl Marx". Sob essas considerações será necessário reconhecer que o desaparecimento das desigualdades humanas se fará pela discussão, com a cooperação, e no consentimento. A esse sistema dá-se o nome de "democracia", conquista só possível a povos "criadores" de conhecimento, insubordinados à alienação doutrinária. Pois, o que é uma "doutrina" senão um conjunto anterior de múltiplas teorias! Por isso essa similaridade entre comunismo e fascismo, ambos procurando suprimir o indivíduo-soberano para a almejada transformação do Estado num todo consciente e absoluto; por isso o "individualismo" da Revolução Francesa ainda presente como a lógica da Constituição norte-americana, como "um contrato de indivíduos para o resguardo das respectivas liberdades".
A "babel" de hoje é bastante singular: diferentes discursos imprimem um igual sentido ao mesmo lugar-comum dos ideários de "libertação". A soberania do voto, quando não trabalhadas as contradições individuais e coletivas, pode destinar o eleitor a confinamento que supõe-se típico tão somente a regimes ditatoriais; a similitude entre os "rosseaunianos" e "os hobbesnianos" modernos é a cada dia mais crescente, quase não se distinguindo o "bom selvagem" do "homem lobo", tamanha a semelhança de procedimento.
A "liberdade" consentida é própria aos regimes que postulam na Educação um elemento condicionador, a repetir situações de "erro" e de "esquecimento" perenes. A "liberdade" pelo voto poderá valer tão pouco quanto a "alforria" dos exilados, se por liberdade entender-se uma independência subordinada ao prévio conhecimento de uma elite intelectual.
A cognição geradora de conflitos assimiláveis é a base da compreensão como fator preponderante na aquisição das liberdades individuais e coletivas. A "liberdade" adquirida, então, é possibilidade e não vã promessa de Estado revolucionista, insensível ao imperativo das transições.
A apropriação de dentro para fora é, no caso, a única verdade indissolúvel, porque traduz a mais completa renovação. Renovando-se o homem também poderá renovar os seus conceitos de igualdade e liberdade.(Marcus Moreira Machado)
SEGUNDA-FEIRA, 27 DE ABRIL DE 2009:"OS NOMES DA LIBERDADE"
Segundo a teoria piagetiana, não se deve temer o erro e, tampouco, o esquecimento. Assim, se diz que "o importante não é o esquecimento, e sim a incapacidade para restituir o conteúdo esquecido". Pois, somente pela compreensão do mecanismo de produção do conhecimento o mesmo pode ser restituído; mas, o contrário significará a absoluta sujeição do aprendiz à dependência de terceiros que possuam conhecimento.
A independência de qualquer pessoa está, portanto, diretamente vinculada àquela compreensão que, se admitida, torna o indivíduo um "criador" do conhecimento. No caso, o conflito cognitivo é premissa na atividade intelectual; uma restruturação, como base no progresso do conhecimento, exige sensibilidade às próprias contradições.
Uma nova ótica a enfocar a assimilação - não mais de fora para dentro, porém a conceber um indivíduo como produtor de conhecimento -, se faz necessário no sentido de romper-se o formidável caos proporcionado pela constante reiteração de uma experiência de fracasso, sempre em idênticas condições.
A esse tempo, já é possível entender a desigualdade social e econômica como fruto da falta de conhecimento, conseqüência imediata da desigual distribuição de oportunidades educacionais, quando resta para significativa parcela da população apenas ser "conduzida", limitada que está ao mero "reproduzir", tolhida na produção de conhecimento.
Oportunismo, argumenta Wittgenstein: "A palavra não tem significação quando nada lhe corresponde. É importante constatar que a palavra 'significação' é usada incorretamente, quando se de designa com ela a coisa que 'corresponde' à palavra. Isto é, confunda-se a significação de um nome com o 'portador' do nome". E suas "Investigações Filosóficas", o vienense Ludwig Wittgenstein, aluno de Bertrand Russel na Universidade de Cambridge, constribui em muito com a maior reflexão sobre a natureza do "conhecimento". Assim, para ele "haveria um paralelismo completo entre o mundo dos fatos reais e as estruturas de linguagem, ou seja, na medida em que uma proposição é uma figuração da realidade, deve haver nela tantos elementos a serem distinguidos quanto os que existem no estado de coisas afigurado".
Reduzidos, pois, pela alternativa do "individualismo" e a sua "mtafísica da liberdade natural peculiar ao indivíduo soberano", num instante, e do "socialismo" com seu aforisma da igualdade não somente do ponto de partida, como do ponto de chegada", em outro momento, temos, na Educação que conduz, um evidente elemento de opressão a configurar, pela imperfeita definição do homem, um Estado "revolucionista", ou pela utopia da superioridade do indivíduo, ou pelo asfixiante conceito de igualdade humana. Aquela se traduz pela máxima de que "o eleitor é soberano", este pelo entendimento do "Governo como representação da tirania". Em comum, num caso e outro, a constância na "reprodução" do "conhecimento", confundido-se, mais uma vez, a "significação de um nome com o portador do nome".(Marcus Moreira Machado)
quarta-feira, 15 de abril de 2009
terça-feira, 14 de abril de 2009
segunda-feira, 13 de abril de 2009
QUARTA-FEIRA, 22 DE ABRIL DE 2009:"PERSPECTIVA"
Entendido como 'final', qualquer 'desfecho' é, todavia, profundamente ligado com a 'totalidade' de tudo que o antecedeu. A sua perspectiva é a de preencher o que ficou incompleto no 'enredo'. Assim, quanto mais amplo, maior a compreensão, maior a admissão e o prazer trazidos pelo 'desfecho'.(Marcus Moreira Machado)
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