Na identidade do povo consigo mesmo e da sociedade com o Estado, não há oposição.
A coincidência e a fusão entre indivíduo, sociedade e Estado são ideologicamente produzidas. O objetivo: que tudo seja 'um'.
É esse o agir do totalitarismo.
A atitude encontrará respaldo no direito.
Por efeito, a paz criada pelo direito será o nome escolhido pelo vencedor ao silêncio dos vencidos, para fazê-la passar por definitiva.
(Marcus Moreira Machado)
REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
SÁBADO, 8 DE DEZEMBRO DE 2007: "DA LIBERDADE ENCARNADA".
A revolta sempre é franca e livre. Todavia, a liberdade que o revoltado defende não é a liberdade abstrata e absoluta. Ele sabe que entre o fraco e o forte, a liberdade oprime; e da lei, com efeito, é que virá a liberação.
A liberdade revoltada supõe limites para preservar o valor humano. Assim, a revolta contesta o poder que permite a um 'superior' violar o limite do proibido.
Admitir a liberdade sem restrições, sem limites, é aceitar a morte. O revoltado protesta contra a morte.
Liberdade assim é injustiça: a revolta é permanentemente contra a injustiça. O revoltado empreende esforços para uma ação digna do homem. Ele sabe que para ser fiel ao homem tem que ser obstinado, a fim de poder afirmar a justiça; o que torna os limites absolutamente indispensáveis.
(Marcus Moreira Machado)
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO DE 2007: "DIALETOS DA DIALÉTICA".
Da mais aprimorada concepção sobre as causas primárias no decorrer da natureza e da sociedade, nasceu a 'dialética', máxima resultante do conceito desenvolvido por Hegel, o filósofo alemão que emprestou a sua teoria para Karl Marx no estudo dos doutrinadores socialistas, a resultar no que viria a ser intitulado 'socialismo científico'.
Nessa 'dialética hegeliana' presentes estão a 'contradição' e o 'antagonismo', como essência mesmo da evolução, pois que no efeito do constante movimento decorrente da imediata 'negação' seguinte à 'afirmação', o 'progresso' instalar-se-ia como sucessão natural e aprimorado novo elemento.
Já para Max Nordau, "a oposição entre os governos e os povos, a cólera dos partidos políticos uns contra os outros... tudo isso representa as manifestações da moléstia geral da época". Para Nordau, não só o coletivo é portador desse mal, mas também cada indivíduo se encontra enfermo, contagiado pela "doença" a qual jamais busca analisar em suas reais causas.
Entre Hegel e Max Nordau, a dialética do primeiro parece confirmar -às avessas- a natural decadência apregoada tacitamente pelo segundo. Porque 'afirmação' e 'negação', ou 'situação' e 'oposição', seriam todas pólos do antagonismo, nas contradições naturais do ser humano, presentes na evolução desta singular espécie, que em nome da paz é devota da guerra.
Ora, em concepção desprovida de comprometimento com o estudo da verdade transcendente a qualquer espécie de fronteira, o que de fato se confirma é a 'variedade' confundida com 'pluralidade'. E nesse distúrbio, o prevalecimento do dialeto na dialética, reduzindo-a aos regionalismos mais próprios ao "idioma". Tudo como se realmente fosse indispensável provar o possível, na confirmação de possibilidades individualizadas que se demonstram "mais corretas" porque traduzidas através do poder.
Ainda que, sob o mal-estar que a todos nos aflige, fosse provável estirpar a tragédia que de cada um de nós ceifa a própria vida... democraticamente...
(Marcus Moreira Machado)
QUINTA-FEIRA, 6 DE DEZEMBRO DE 2007: "MITHOS PATERNUS".
Com a derrubada do Muro de Berlin (este, por si só um emblema), outros mitos também caíram. Contudo, como nós os humanos não podemos viver sem ícones -eis que todas as nossas entidades morais são representadas em alegorias, apegados que somos à herança das convenções sociais forjadas na idolatria e, por isso, inibidoras da verdade com substrato filosófico-, ato contínuo, criamos novos signos que pudessem justificar "nova ordem" no quase eterno duelo entre o bem e o mal (estes, conceitos arquitetados igualmente na iconolatria). A rigor, 'ordem' mais uma vez "revitalizada", contemporaneamente sofisticada -tudo na falsidade própria ao sofisma que, pela afetação, oculta o natural enquanto expressão mais imediata da realidade, imprimindo-lhe caráter de subordinação à burla, encobrindo-o e deturpando-o.
Com efeito, na pregação "de esquerda" pós-muro, o quê se viu, o quê se vê é a "neo-parede" do enredo habitualmente paternalista: o "mithos", a alegoria supressora do real, utilizada em nome da "verdade próxima", no advento do "frater patruelis", onde a fraternidade se limita à somatória de 'primos co-irmãos' pelo lado paterno.
De resto, o "frater" suscitando o "pater", na consolidação do "paternus" a decidir a estirpe humana, e a construir o seu "patrimônio moral".
Tudo na mal disfarçada ira dos que da "mater" somente querem matrimônio que lhes assegure linhagem e dote. Porém, jamais professando-a como "magister". Porque nada mais dela querem. E com ela nada desejam aprender.
(Marcus Moreira Machado)
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
QUARTA-FEIRA, 5 DE DEZEMBRO DE 2007: "ESTADO DE JUSTIÇA".
No torvelinho do frenesi social -com o derrame de leis, decretos e atos normativos- a normorragia, 'fenômeno' já trivial no Brasil, não mais causa surpresa.
E é nesse ambiente que, não raro, um espírito de VULGARIDADE MÍTICA e AUTOCIENTÍFICA reflete o menoscabo à dignidade do homem e afronta aos seu mais sublimes ideais.
Porque contrariamente aos fundamentos essenciais à justiça, o próprio direito foge ao primordial entendimento de sua isenção num contexto igualmente real, tanto quanto a realidade que o permeia.
Afinal, é o que se espera -como afirma o brocárdio latino, "ubi societas, ibi jus"-, onde há sociedade, aí estará a justiça !
Ora, o denominado "Estado de Direito" só tem razão de ser enquanto abertura de perspectivas para um 'Estado de Justiça', fazendo da 'verdade jurídica' exata expressão de justiça, em dever correspondente aos mandamentos do justo.
Diversamente, a norma que carrega um contra-valor é a própria negação do direito, constituindo-se no 'anti-direito'.
Por isso, quando a lei assume -no momento de interpretação e aplicação do direito positivo- foros de verdade quase absoluta (em especial, com referência a dogmas e axiomas), essa mesma lei apenas consagra o injusto.
(Marcus Moreira Machado)
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
TERÇA-FEIRA, 4 DE DEZEMBRO DE 2007: "SANTA BABEL DO PAU-BRASIL".
No 'despertar dos mágicos', quando 'eros e civilização' comungam, em pleno enlace com os propósitos arquétipicos do genoma humano; no florescer do 'Novo Homem' -já fortalecido do 'eterno regresso' e emancipado em alvorada irrompida irrompida na gênese da metamorfose absoluta; "mutatis mutandis"; eis que da hierarquia horizontal os ícones coordenam geométrica progressão, projetando da seleção cataclísmica a espécie incondicional -fúlgida em sua singular incandescência.
Do amálgama rude, em absoluto, a projeção infinitamente permeada de conjecturas plasmadas em conclave dos mitos siderais.
E na transcendência, a supressão da contemporaneidade: nem pós nem prós, porque exaltar e ascender à magnificência não é ou será dos sentidos múltipla organização.
Santa Babel, em tua resplandecente altivez Pau-Brasil, eis decifrados vocábulos antes jamais ficcionados em neologismos antológicos. À tua santidade, castos coloquiais e eruditos informais rendem homenagens, pois que sabem todos da eternidade dos teus dias, das glórias cosmológicas nas órbitas galácticas interplanetárias.
Por ti a loucura reverente alcançará a final abdução. E convictos de que a razão pura está altruisticamente ao largo da aurora boreal -impávida e colossal- , erguemos nossos braços fortes, em esplêndido berço adormecido no seio dessa intrínseca natureza, origem do brado de ordem e do progresso vertiginoso, nesse 'espetáculo do crescimento'.
És tu, ó! Santa Babel, da inconsciência revelada na insanidade aflorada na epiderme... O germe, enfim, da inocência perdida!
(Marcus Moreira Machado)
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