O diferencial do 'fraterno' é que nele não há os estreitos limites da consanguinidade (conservadora por natureza). Por isso, será somente na 'fraternidade' que o amor perpassará quaisquer valores tacanhos de instituições medíocres, rumando ao 'universal' a ser buscado na 'humanidade'.(Marcus Moreira Machado)
REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
sábado, 3 de janeiro de 2009
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
SEGUNDA-FEIRA, 12 DE JANEIRO DE 2009:'LAVANDO ROUPA"
"Roupa suja se lava em casa", é o que, desde que eu me conheço por gente, ouço sempre. Mas, não sei mesmo até onde isso é uma verdade. Há algumas casas aonde ninguém demonstra a mínima preocupação em "lavar a roupa". Muito pelo contrário, procuram usar uns as 'roupas' dos outros e depois jogá-las num canto qualquer. Depois da festa, após aquela churrascada híper disputada, o hábito mais freqüente nessas "famílias" é a formidável 'ressaca', resquício da desordem organizada para pretexto de confraternizações várias. Nesses festins, o mais comum é a artificialização da amizade para ocultar o verdadeiro propósito da solenidade, que é o de juntar a fome com a vontade de comer.
Acabada a comemoração, resta a imundície, sem ninguém com disposição para a necessária assepsia. nem poderia ser diferente quando comemoração se confunde com aglomeração.
Em alguns lugares nem tudo acaba em pizza, pois que já se começa com elas. E como brasileiro não pode ver caixote que logo pensa em fazer o seu discursinho, o falatório é geral entre os convivas, todos procurando impressionar uns aos outros, por que afinal de contas o importante não é participar mas sim competir. E como competir significa rivalizar, a emulação é o ponto alto, todos gentis e tentadores ao mesmo tempo.
Na falta de água e sabão, "roupa suja" não se lava em casa. Afinal, o melhor que se pode fazer num caso desses é tornar público o mau cheiro. (Marcus Moreira Machado)
DOMINGO, 11 DE JANEIRO DE 2009:"ANDAM DIZENDO".
Dizem as más línguas que fulano e fulana só fingem aparências, que na verdade nem dormem mais no mesmo quarto, que um e outra, "liberais", apostaram no casamento aberto até as últimas conseqüências e finalidades; dizem que, nem hipocrisia nem cinismo, os dois são um modelo de boa convivência, buscando no casamento apenas o "diploma" social competente para abrir as portas do sucesso financeiro e do prestígio nos círculos refinados dos colunáveis; dizem até que a manutenção de vidas sexuais independentes é, no caso, não uma tolerância daqueles cônjuges, porém um compromisso assumido em nome da liberdade individual, um respeito mútuo resultante de mentalidades arrojadas e despojadas de ranço e preconceito.
Dizem que fulano e sicrana e fulana e beltrano são ótimos companheiros, bons amigos, compartilhando entre si as virtudes de concepções modernas, onde a vida pública não se confunde, jamais, com a privada; e dizem que talvez por isso tudo tenham fulano e fulana conquistado um matrimônio tão duradouro, fundamentado na compreensão recíproca das potencialidades de cada um e na aceitação das suas necessidades distintas; dizem que têm em comum um patrimônio milionário, fruto de um contrato tácito voltado para o aspecto prático de um relacionamento.
Dizem que muita gente morre de inveja, porque se vê forçada à uma vida mesquinha e miserável, restrita e resumida num cotidiano insuportável, onde marido e mulher só têm em comum a frustação e o desprêzo; dizem que não é mais possível suportar a família nessa estrutura arcaica, a futilidade e o tédio fazem soçobrar a plenitude uma fecunda em nome da moral e dos bons costumes; dizem que não falta quem não desejasse modificar o seu estilo de comportamento condicionado às rígidas normas e padrões sociais, conquistando, então, a saúde de uma relação compromissada somente com a fartura, o prazer e a serenidade.
Dizem que tanto faz o governo, tanto faz a economia, tanto faz a política, que só interessa realmente a sua firme decisão em ser feliz, o seu propósito constante em transformar-se num respeitável cidadão. porque a grande maioria nasceu para obedecer e admirar os bem sucedidos, num misto de inveja e imitação típicos aos que, desprovidos de sagacidade, nada têm a oferecer e, por isso, alimentam as mais desenfreadas, descabidas e inoportunas paixões, sempre incapazes de auto-realização, precisando enxergar no outro o que não conseguem ver em si mesmos.Dizem que as más línguas nasceram do confronto entre a inteligência e a estupidez, com a vitória da primeira sobre a segunda logo de início; dizem que todo mundo diz o que vem à cabeça, sem o mínimo cuidado em estabelecer nexo entre verbo e raciocínio, e que isso acontece com exagerada frequência porque não raro o ser humano tem na prequiça o real motivo da sua incapacidade para pensar, para trabalhar, para reivindicar com seriedade, para, enfim, ser sério sem ser arrogante; dizem que quase ninguém está de fato preocupado com seu próximo, além, é claro, de preocupar-se em ver longe, muito longe aquele que por ventura procura se aproximar; e dizem que ninguém entende de nada, que tudo e todos são mera presunção, que o homem é um projeto que não deu certo, que o mais correto é cada um pensar em si, porque é isso que qualquer pessoa sensata deve fazer quando quer encontrar a paz e a felicidade.... (Marcus Moreira Machado)
SÁBADO, 10 DE JANEIRO DE 2009:'UTILIDADE CONCEITUAL"
Um conceito objetivo e realista de utilidade é aquele que - fundamentado nas qualidades de uma coisa - determina o seu valor de uso. E essa qualificação há que ser considerada pela “ofelimidade”, isto é, na relação de conveniência entre a coisa e o desejo. A Psicologia, nesse caso, trará recursos à Economia, quando questionará o ser humano antes de ser ele tratado como consumidor padronizado.
Trazer bem-estar à população de um país - no caso como o Brasil - será respeitar as suas crenças e os seus hábitos; será admitir que um “disc-laser” é tão importante quanto um pequeno rádio à pilha para o torcedor nos estádios; será permitir a convivência entre as sabedoria e o conhecimento; será coexistir o erudito com o popular, em reconhecimento da alma humana concebida como unidade, no dizer de Kant.Preocupar-se com o bom desenvolvimento de um povo exige o não aniquilamento da sua personalidade, através da harmonia do inconsciente compromisso entre o primitivo instinto com o consciente adquirido por influência das forças sociais.(Marcus Moreira Machado)
SEXTA-FEIRA, 9 DE JANEIRO DE 2008: "PARADOXOS, RELATIVIDADE"
“Eu sou eu mais as minhas circunstâncias”, asseverou o filósofo. Pois, certo é que em dado momento uma particular situação é exigente em uma conduta singular e aparentemente contraditória àquela outra, verificada em condição diferente. Ser, então, incoerente é muito mais atributo da personalidade que debilidade moral. Não é certo que adolescência sucede à infância? E para cada idade não existe uma relação de conveniência entre uma coisa e qualquer desejo? E que o valor de uma coisa implica em comparação e preferência?
A “desejabilidade”, se livre da utilidade normativa, fundamenta o valor; o hedonismo, não confundido com devassidão, é determinante na fixação do valor de riquezas. No entanto, no desprezo aos prazeres, a valorização da posse relega a própria vida a valor secundário, forjando circunstâncias a prevalecerem sobre o ego. Daí o desafio de Proudhon à aparente contradição: “Sendo a riqueza composta do valor das coisas possuídas, como se explica que uma é tanto mais rica quanto as coisas estão por mais baixo preço?”
O que se nos parece é que a riqueza de uma nação não deveria ser constituída tal qual a riqueza de um indivíduo, isto é, pelos valores das suas posses. Mas, quando suprime-se a relatividade do conceito de riqueza, impondo-se padrões de utilidades, certamente até mesmo a moral e a ética adquirem valor secundário, uma vez reduzidas a mero reflexo de circunstâncias artificializadas..
Certamente vivemos numa sociedade paradoxal, onde o que de fato pode e deve ser mais útil tem menor valor. Pois, aqui considera-se mais uma forçada reserva de dólares que uma lauta refeição, ou mesmo simples pão com manteiga. O vago conceito de raridade desse ou daquele item acaba por privilegiar muita coisa que não se pode prazerosamente consumir. O supérfluo não existe, isso é inegável. Desnecessário será tudo aquilo que não proporcione efetivo deleite; uma tela de Rafael somente tem importância se corresponde ao fascínio de um amante da pintura, e uma coleção de “souvenirs” por preço algum será vendida quando o seu dono a entende como valorizada propriedade. É a relatividade daquele mencionado conceito de riqueza.(Marcus Moreira Machado)
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
QUINTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO DE 2009:"FAZER"
Respire, transpire, corra, sofra, olhe, se desdobre. Faça tudo, mas faça com convicção. Poucas são as oportunidades na vida, além de ela mesma ser apenas esta. E para se ter certeza de que tudo vai acontecer é só necessário que a convicção seja também um acontecimento. Pois, afinal, não amamos, choramos, perdemos, gritamos, lamentamos, brigamos, crescemos, conquistamos... sempre porque estávamos convictos de que era tudo o que podíamos fazer?(Marcus Moreira Machado)
QUARTA-FEIRA, 7 DE JANEIRO DE 2009:"QUÍMICA"
Quanto à questão do 'ódio', às favas quem me condene por isso, mas creio mesmo que há o "ódio salutar" -aquele que faz a gente reagir quando, se não for assim, sucumbiremos. Nem é 'sentimento' esse ódio de que falo; é 'reagente', sim; componente num processo químico, a resultar em alguma auto-preservação.(Marcus Moreira Machado)
Assinar:
Postagens (Atom)