A linguagem e o discurso constroem, regulam e controlam o conhecimento, as relações sociais e as instituições e, sem dúvida, as práticas analíticas, tais como as investigações e a pesquisa. Eles não se limitam à noção de discurso à linguagem, mas referem-se mais genericamente às palavras-chave recorrentes em todos os textos de todos os tipos. Tais palavras-chave aparecem intextualmente e compreendem padrões familiares de conhecimento e práticas que são disciplinares e paradigmáticos. Segundo tal entendimento, as instituições sociais como escolas e universidades são constituídas por e através de discursos que engendram o denso tecido de textos falados, escritos e simbólicos das burocracias institucionais (políticas, documentos, curriculares, formulários) e seus ubíquos encontros face a face (interações em salas de aula, conversas informais).
A “desconstrução” filosófica e literária indaga se interpretações definitivas são possíveis em primeira instância. Conclui-se que o pós-estruturalismo constitui uma crítica da ontologia e da epistemologia nas abordagens empíricas às ciências sociais, além de defender a idEia de que toda investigação é por definição uma forma de análise do discurso e que, toda pesquisa consiste na "leitura" e na "reescrita" de uma série de textos de um ponto de vista histórico e epistemológico particular. A segunda orientação da análise crítica do discurso traz da sociologia a premissa de que as práticas textuais existentes e as interações com textos tornam-se formas "corporificadas" de "capital cultural", com valor de troca em campos sociais particulares. Estes textos são vistos como articulações "heteroglóssicas" de interesses históricos, culturais e de classe em luta por capital e poder social. Como coletar, ler e interpretar tais textos, e como analisar e situar seu "poder simbólico" é uma tarefa complexa. Requer o estudo dos diversos "mercados linguísticos" e "campos sociais", nos quais, a competência pela educação utilizada. A análise crítica do discurso apropria-se da teoria cultural neomarxista como sua terceira orientação, apoiando-se na ideia de que esses discursos são produzidos e usados dentro de economias políticas e, assim, produzem e articulam nesses campos interesses ideológicos e formações sociais e movimentos mais amplos. Sendo assim, o autor nos mostra que essa virada teórica possui o potencial de desestabilizar as teorias e os paradigmas dominantes. A análise do discurso na perspectiva crítica parte da premissa de que não existe regular distribuição de poder e recursos entre falantes e ouvintes, leitores e escritores, ou seja, que o seu acesso a recursos linguísticos e sociais são desiguais e assimétricos. Ao estabelecerem posições de leitura, os textos têm a possibilidade de interpelar os leitores, situando-os e posicionando-os em relações identificáveis de poder e agência quanto a esses textos. A principal unidade para análise do discurso em uma perspectiva crítica é o texto. Portanto, as formas convencionais, os gêneros e subgêneros ao mesmo tempo limitam e possibilitam os significados e as relações sociais entre falantes e ouvintes leitor e escritores. Pode-se identificar duas formas de análises textuais, quanto às posições de sujeito e quanto à forma que se estruturam as relações sociais entre sujeitos, que nos livros didáticos têm enfocado tradições seletivas de valores, ideologias e representações. O uso da voz ativa ou passiva em um livro didático de história descrevendo a "colonização" das Américas, por exemplo, pode ter o efeito ideológico de situar ou em primeiro plano ou no fundo de cena a agência anglo-européia. A escolha lexical de "colonização" em vez de "invasão" e de verbos. Ou talvez, como muitos outros livros didáticos, ele dirija as análises e as ações de seus leitores com perguntas imperativos, por exemplo: "Responda as seguintes questões após a leitura". Tal procedimento, utiliza as técnicas interdisciplinares de análise textual para ver como os textos constroem representações do mundo das identidades e das relações sociais. Dito isto, um alerta para que o discurso e a linguagem na vida diária podem funcionar ideologicamente fazendo com que idéia particular pareça senso comum e natural. Assim, a tarefa da análise crítica do discurso é ao mesmo tempo; desconstrutora e construtora. Em seu momento desconstrutor, visa quebrar e problematizar os temas e as relações de poder da fala escrita do cotidiano. Em seu momento construtor, a análise crítica do discurso tem sido aplicada no desenvolvimento de um currículo de alfabetização crítica com objetivo de expandir a capacidade dos alunos (as) de criticar e analisar discursos e relações sociais, e com o objetivo de uma distribuição mais equitativa dos recursos discursivos.
(Caos Markus)
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REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
quarta-feira, 1 de janeiro de 2014
SÁBADO, 11 DE JANEIRO DE 2014: "TECENDO DISCURSOS"
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