A principal unidade para análise do discurso em uma perspectiva crítica é o texto. Portanto, as formas convencionais, os gêneros e subgêneros, ao mesmo tempo, limitam e possibilitam os significados e as relações sociais entre falantes e ouvintes, leitores e escritores. São identificadas duas formas de análises textuais, quanto às posições de sujeito e quanto ao padrão utilizado para estruturar as relações sociais entre sujeitos, que nos livros didáticos têm enfocado tradições seletivas de valores, ideologias e representações.
O uso da voz ativa ou passiva em um livro didático de história descrevendo a
"colonização" das Américas, por exemplo, pode ter o efeito ideológico de situar ou em primeiro plano ou no fundo de cena a ingerência anglo-européia. A escolha lexical de "colonização" em vez de "invasão", além de verbos direcionados, pretende ocultar fatos e propósitos reais. Ou talvez, como em muitos outros livros didáticos, dirija as análises e as ações de seus leitores com perguntas imperativas, por exemplo: "Responda as seguintes questões após a leitura".
O procedimento utilizando as técnicas interdisciplinares de análise textual tem por objetivo ver como os textos constroem representações do mundo das identidades e das relações sociais. O discurso e a linguagem na vida diária podem funcionar ideologicamente tornando a ideia particular semelhante ao senso comum e natural. Assim, a tarefa da análise crítica do discurso é simultaneamente desconstrutora e construtora. Em sua etapa desconstrutora, visa quebrar e problematizar os temas e as relações de poder da fala escrita do cotidiano. Em sua ocasião construtora, a análise crítica do discurso tem sido aplicada no desenvolvimento de um currículo de alfabetização crítica com a meta de expandir a capacidade dos alunos, de criticar e analisar retóricas e relações sociais, e com a intenção de distribuir mais equitativamente os recursos discursivos.
São identificadas três implicações inter-relacionadas aos estudos educacionais (também para a sociologia da educação): a 'teoria educacional' e sua prática têm-se apoiado, historicamente, na construção metafórica da criança no convívio com seu meio (mundo industrialmente racional, meios digitais); a 'análise do discurso' destaca um conjunto de técnicas e possibilidades metodológicas que compartilhem abordagens quantitativas e qualitativas, sempre evidenciando nos fatos sociais a propriedade de uma existência anterior à alocução; possibilita demarcar o terreno a fim de se repensar as práticas pedagógicas e os enunciados resultantes dela, sugerindo uma remodelagem nessas expressões, a fim de introduzir estudantes na análise crítica de textos de culturas e economias contemporâneas.
Além disso, o exame do discurso em uma perspectiva crítica fornece os meios para a sociologia da educação pesquisar novos fenômenos, tais como: os novos locais de trabalho, comunidades e esferas cívicas; os novos textos, gêneros e teorias; e as novas identidades sociais.
(Caos Markus)
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REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
quarta-feira, 1 de janeiro de 2014
SEGUNDA-FEIRA, 20 DE JANEIRO DE 2014: "METÁFORA E CRÍTICA TEXTUAL
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