SE BEBER, NÃO ABRA A BOCA PARA FALAR
ASNEIRAS !
REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
sábado, 3 de novembro de 2007
sexta-feira, 2 de novembro de 2007
DOMINGO, 4 DE NOVEMBRO DE 2007:"SEMÂNTICA DAS SEMELHANÇAS".
Consumar ou Consolidar.
Vínculo ou União.
Agregar ou Acrescer.
Instituição ou Constituição.
Padronizar ou Fomentar.
Delírio ou Lucidez.
Eu não sou o amo de palavras cativas. E não sou escravo das palavras imperativas.
Eu não as escolho, elas não me procuram. Não há conluio entre nós.
Apego-me a pegadas de pensamento já ausente, seguindo a sua trilha marcada com vocábulos.
A cada termo recolhido, um fragmento reconhecido.
Diferente de aprisionar-me, palavras são cifras cunhando signos de códigos remanescentes. Não as notas de inédita composição, mas sim notações de recomposição.
Definitivamente, não há 'delírio' em tudo o que não se vê. Muitas são as vezes que não se vê porque , 'consumado' o 'vínculo', 'agrega-se' à 'instituição' 'padronizada'. Então, nem de fato se antevê.
'Constituídos' por 'acréscimo'no 'fomento' à 'união', a 'lucidez' é tentada ao 'delírio' da "proximidade" que "autentica" relações.
Contudo, se o "objeto" de ambos (delírio e lucidez) pode ser o mesmo, outros são os "objetivos": o 'delírio' não sabe que é presa da sua própria aceitação; a 'lucidez' só quer da razão alcançar as pegadas, reencontrando ritos de passagem.
(Marcus Moreira Machado)
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
DOMINGO, 4 DE NOVEMBRO DE 2007:"CONCRETUDE".
Os meus sonhos só são pequenos quando não se 'realizam'.
Eis o porquê das imprescindíveis utopias: emprestam singular forma à ficção desses devaneios, na gênese da minha apropriada realidade.
Não fosse isso, todos os matizes, justapostos, não lograriam ao menos vislumbrar indícios da luz dissipada. E toda a essência jamais se revelaria em fluidez perceptível.
A concretude dos ideais imaginários, ei-la em
terra firme, onde caminhar eu posso, nos passos decididos de quem (re) conhece companheira presença.
(Marcus Moreira Machado)
SÁBADO, 3 DE NOVEMBRO DE 2007: "INTERINIDADE".
Somos todos muito pobres!
Nessa miserabilidade, rogamos a deuses criados à proporção da nossa indigência.
Cá estamos, sem sequer saber de onde viemos.
E porque tal condição nos aflige tanto, precisamos -sempre com muita urgência- acreditar na possibilidade de algum lugar a nos esperar.
Recusando a inegável 'transição' do 'ser', olvidamos então a melhor realidade, silentes sobre o que podemos fazer, agora, aqui !
(Marcus Moreira Machado)
terça-feira, 30 de outubro de 2007
SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO DE 2007: "BINÔMIO".
Quando virá a tristeza? Será, é ela que vem? Ou antes dela, é a felicidade que parte?
Haverá breve tempo em que -nem feliz nem triste- a paz não precise significar provisório estado da alma? E, por efeito, ela possa de fato existir?
Serão recordações sem prévio aviso de chegada a causa dos extremos?
E por que e por quem o pretérito faz da lembrança meia vida em "eterno regresso"?
Há futuro se ausente a paz?
Há paz quando o presente é o passado decidindo a sorte de um (in) feliz?
Quando vida e morte não serão confundidas entre si, a ponto de na vida a maior sorte não mais ser a própria morte?
Há futuro sem a memória de tristezas e alegrias no presente de quem da vida mais teme o seu porvir feito em morte?
Há o quê?
(Marcus Moreira Machado)
QUINTA-FEIRA, 1 DE NOVEMBRO DE 2007: "Auto-retrato".
No verso que eu não devo -um poema confinado, ficcionando tempo na alma contida- o pranto seria fim desse ser que, vívida alucinação, insiste em fugidios encontros.
Desejar da confirmada impossibilidade te amar nessa comprovada eternidade, é sentimento na causa sem efeito, o caos permanente da crise incipiente.
Eis o que, nem vigor possui, sequer é teorema. Além do inexorável, porque inexaurível.
Ondes estás?!
Em teu destino sou eu o peregrino, amando divindade moldada no entalhe que me esforço por detalhar.
Obra do meu auto-retrato, o teu rosto, a cada traço, fraco, eu refaço.
Há em ti amor do anverso, posso ver, na proximidade que, nem breve nem pausa, convida-nos à celebração do perene essencial.
(Marcus Moreira Machado)
QUARTA-FEIRA, 31 DE OUTUBRO DE 2007: "Semeadura".
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
TERÇA-FEIRA, 30 DE OUTUBRO DE 2007: "LUNAR".
Duas paixões: a noite e à noite.
Labor e libido têm horário preferido.
Thanatos e Eros nunca foram amantes. Porque é o amor que fica sem dormir, sempre à espera de que a luz da vida acorde a cada um, nessa que é a ribalta comum.
Eu também, mais varonil, sou reconciliável no lábaro que ostento juvenil, na coincidência dos ponteiros, no porvir da madrugada afora.
Por isso, navegar é preciso por mares nunca antes navegados: nessa ilha, nesse arquipélago, nesse imenso rebanho de ovelhas negras perdidas nas utopias, desgarradas do açoite que deseja o dia inteiro.
Busco na noite a minha intimidade ainda não devassada: meu ser é de verdade, nessa realidade que faço da minha imaginação...
Vôa, liberdade! Ainda que tardia... à noite!
'Libertas', ó terra de rio...! Dos grilhões da infame miséria, 'libertas'!
Antes que a lua cheia desperte os vampiros de alma destas plagas, ressuscita-me!
À noite, acontece a ressurreição.
Na noite o grande espetáculo da vida, antes natimorta pelo ponto do cartão.
E o canto, e eu canto. E o cântico, a ode e a ária.
E a ufania da geral no estribilho, no bis do delicioso e farto falsete de quem sabe que além do mais é legítimo dueto.
Bom dia, noite querida!
(Marcus Moreira Machado)
domingo, 28 de outubro de 2007
SEGUNDA-FEIRA, 29 DE OUTUBRO DE 2007: "FINITUDE".
Cá no peito, trago a idéia
de qual veraz sentimento
não é súplica nem lamento.
E na cabeça uma sensação
de existência que transcende.
Tudo como se pensar e sentir
fossem mesmo para se decidir
onde fazer e quando querer.
Há então única maneira de se ir além,
sem lembrança ou sequer esperança:
findar no tempo o futuro que espreita
e buscar a tempo apreender o real da fantasia,
admitindo que o amor só existe
no seu próprio exercício,
sem dom ou vocação que dele façam potência.
Mas com a dedicação que o determina na certeza.
(Marcus Moreira Machado)
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