REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
sábado, 2 de fevereiro de 2013
TERÇA-FEIRA, 5 FEVEREIRO DE 2013: "CERTEZAS"
A verdade, forçoso admitir, é intangível.
O que presumimos como certezas não são mais que provisoriedades convincentes.
(Caos Markus)
SEGUNDA-FEIRA, 4 DE FEVEREIRO DE 2013: "HUMANIZAR PARA DEMOCRATIZAR"
Nós temos instituições em excesso, sem que elas cumpram devidamente seus misteres; ao contrário, são formidáveis obstáculos à consecução do bem comum. Em várias delas o que se verifica é a prevalência de interesses de grupos minoritários, sempre em função diametralmente oposta à consideração de Jean Jacques Rousseau, em seu célebre "Du Contrato Social". Segundo o filósofo francês, para que haja "vontade geral" torna-se necessário que nenhum outro órgão coletivo se interponha entre o indivíduo e o Estado. E esta vontade se origina do que resta de comum no confronto de vontades individuais, não se devendo confundir a vontade geral com a vontade de todos, pois que a primeira visa o interesse comum, enquanto a segunda permanece no interesse privado, de cada um.
Importa, assim, para bem realizar o enunciado da vontade geral que não haja sociedades parciais no Estado, e que cada cidadão opine somente por si.
Uma vez compreendido como exercício da democracia o direito de opinião, faz-se imperioso elevar o nível moral de quem o exerce.
Mas, isso só será possível mediante eventual habilidade de estadista, a ser notabilizado pela argúcia na administração da coisa pública, e não pela astúcia, infelizmente entendida por nós brasileiros como "política".
A desumanização em que vivemos é fruto, também, da substituição da alma (psique) pela abstração de suas relações íntimas possíveis com a pessoa.
Democratizar, então, é humanizar. Seremos capazes disso?
(Caos Markus)
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
DOMINGO, 3 DE FEVEREIRO DE 2013: "UNIFORMIZADAMENTE DIPLOMADOS"
Se há algo admissível como característica primeira do "futuro gênio" essa reside no grau de insatisfação com o ensino comum, essência do espírito divergente. Naturalmente, em franca observação à maioria dos "intelectualizados" nacionais, comumente o que se verifica é o conformismo, e não a predisposição em alterar idéias arraigadas na prepotência e sedimentadas no orgulho exacerbado. E, contrária ao verdadeiro gênio, anacronicamente, uma variada gama de brasileiros busca recompensa pela vantagem da exclusividade.
Ora, por que esse lamento eterno de professores que pouco fazem além de ensebar o diploma "universitário" debaixo do sovaco, procurando bastar-se a si mesmo, relutante em admitir o seu único e real status, o de trabalhador? Por que esse queixume de advogados que muito pouco enxergam adiante de uma fantasiosa singularidade baseada na prerrogativa de elemento indispensável à administração da justiça? Por que esse pranto de médicos que não distinguem como diferença entre os seus jalecos, os paletós e gravatas dos executivos ou os crachás dos bancários, tão somente a cor das suas indumentárias, apenas o corte dos seus uniformes?
Exatamente por isso: "uniformizaram-se" de tal maneira, padronizaram-se com tamanha distinção, que uns e outros cegaram-se diante da pequena significância que têm enquanto pessoas humana, quando não vislumbram o maior significado que deveriam ter como trabalhadores comuns, à serviço da comunidade.
(Caos Markus)
SÁBADO, 2 DE FEVEREIRO DE 2013: "VOZES ÍNTIMAS"
O humano ser continua dando preferência a duas formas dentre as muitas que ele tem para se tornar um imbecil, quais sejam, as militâncias de esquerda ou direita.
Em virtude de tamanha incompreensão, não logramos admitir a impossibilidade de coincidência entre o bom e o justo, confundindo, sempre, o julgamento -como máximo referencial do justo -, com o necessário sacrifício quando o que se pretende é atingir o bom. Pois, reduzidos pela pequena estatura da 'maior segurança', preterimos a própria justiça, desatentos à exigência superior da transformação de uma parte do nosso direito em sacrifício. De fato, o cérebro e o coração humanos não têm negado a sua escolha para ser a arena do universo.
Pela engenhosa capacidade de adaptação, somos respeitáveis servos, emprestando respeitabilidade aos senhores a quem nunca deixamos de admirar, mesmo porque, procurando evitar atritos, preferimos a bajulação à auto-estima.
(Caos Markus)
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
SEXTA-FEIRA, 1 DE FEVEREIRO DE 2013: "NORMAIS E ALIENANTES"
A princípio, consideremos a existência do 'alienado', do 'alienante' e do 'alienista'.
Compreendendo o antigo termo "alienista" no seu correlato e atual vocábulo 'Psiquiatra', haveremos de admitir, por analogia, a acepção de "alienado" como a condição do hoje chamado 'louco', um "estranho" no na sociedade. E como de louco todos temos um pouco, por que não considerarmos a nós próprios como "estranhos terrestres"?. Sim, caberá a pergunta: "Mas haverá então terrestre que não seja estranho?". Ao que eu responderia: "-Sempre existem os autodenominados "normais". Estes eu não considero, por consequência, terrestres, apenas alienantes.
(Caos Markus)
QUINTA-FEIRA, 31 DE JANEIRO DE 2013: "O GÊNIO DA LOUCURA"
Submisso, não compreende o homem contemporâneo a relatividade dos conceitos emblemáticos. Curva-se à verdade.
E o que é a verdade?
De fato, hoje o homem intelectual tornou-se uma criatura dada a explicações. Somente por isso, a conscientização das massas populares é pura mistificação, porque impede o despertar da consciência individual. Não por outro motivo, é preciso dispensar a política um tratamento tal que ela não venha a prejudicar a vida do espírito, pois a pluralidade - pressuposto a ser assumido de forma resumida pela imaginação no diálogo do pensamento - vem sendo ameaçada desde o início da modernidade.
Pois, como jamais houve na história da humanidade uma revolução consentida, não haverá libertação que não seja uma consequência do questionamento filosófico da condição humana.
O Homem libertar-se-á quando disser 'não' ao 'sim' a que foi adestrado repetir sistematicamente; quando, enfim, pensar ao invés de idolatrar. No diálogo do pensamento está a gênese do amor. O amor, anárquico que é, rompe todas e quaisquer imposições que teimam em circunscrever os sentimentos nos limites da indução.
A alma quer mesmo o que quer: tem o seu próprio conhecimento, sentada, infeliz, na superestrutura da sua explicação, feito um pássaro que, coitado, não sabe de que lado vai voar. É no gênio da loucura que resgataremos, a cada um de nós, as profecias das verdades insondáveis.
Personalíssimos, poderemos comungar a vida em sua apoteose transcendental, porque a verdade não será nunca a primeira, totalitária, e sim a de “um senso comum que possibilita partilhar o mundo com nossos semelhantes”.
'Pensar', na pluralidade, será comprometer-se apaixonadamente com a divindade única da existência terrena - a vida.
Não se permitindo conhecer a pluralidade, o homem se recusa a compreender, afastando-se da plenitude da vida e preferindo a morte adiada, em culto ao deus-projeção de si mesmo que minimize o absurdo da imensurável existência humana.
A moderna-idade é, portanto, tão antiga quanto o ser humano, da mesma forma como dele é a capacidade humana de iniciar.
(Caos Markus)
QUARTA-FEIRA, 30 DE JANEIRO DE 2013: "PARLATÓRIO E FALATÓRIO"
Nos bares e nas padarias, nas praças e nos clubes, onde haja mais de uma pessoa, enfim, o assunto é sempre o mesmo, a mania não muda; é quase um cacoete (ou, quem sabe, uma catarse coletiva) falar, opinar, bradar, protestar, admitir, negar, sugerir sobre tudo quanto foi, é ou será um grande, um inédito e pomposo escândalo - no Planalto, na planície, no Palácio... E tome CPI! CPI, aliás, virou logotipo, marca, rótulo, não passa de uma sigla.
Você já percebeu como virou também moda denunciar? Denunciar o Presidente, o Governador, o Vereador, denunciar o irmão, o pai, a mãe, e o vizinho mais próximo quando não se tem quem denunciar. Comentar maldosamente que o fulano não trabalha, que ele vive de contrabando de muamba do Paraguai, é agora um exercício de cidadania, tanto quanto descobrir quem pegou a grana do INSS ou coisa do tipo. Saco! Nós nos tornamos um bando de fofoqueiros. E, pior, tudo em nome da mais cândida democracia!
Por isso essa minha indisposição para falar com seriedade, quando a pauta do dia é sempre mais o banal, a vulgaridade. Quisera também eu poder legislar, uma única vez, para proibir o lugar-comum da crescente invasão da privacidade alheia. A televisão, o rádio, a Net - em bárbara disputa por "audiência" - não fazem outra coisa senão expor a miséria e a humilhação, promovendo um incerto gigantismo das atrocidades, enfatizando os horrores, como em versão moderna dos circos mambembes medievais que buscavam atingir o público com exposição de xifópagos e das mais variadas aberrações do gênero humano. A privacidade do noticiado, a minha e a sua privacidade, estão escancaradas em nome de uma cínica liberdade de imprensa que nem liberdade sabe o que é, que corrompe o espectador com a falsa idéia de que está protegendo-o da corrupção, com a mentira de que ele é convidado a participar, quando não quer outra coisa senão devassar o particular, no pretexto de que a sociedade civil organizada clama por centenas, milhares de cidadãos-fiscais-denunciantes. O antigo parlatório cedeu lugar ao atual falatório.
(Caos Markus)
TERÇA-FEIRA, 29 DE JANEIRO DE 2013: "A EMANCIPAÇÃO CONSENTIDA"
No caso, o conflito cognitivo é premissa na atividade intelectual; uma restruturação, como base no progresso do conhecimento, exige sensibilidade às próprias contradições.
Uma nova ótica a enfocar a assimilação (não mais de fora para dentro, porém a conceber um indivíduo como produtor de conhecimento) se faz necessária no sentido de romper-se o formidável caos proporcionado pela constante reiteração de uma experiência de fracasso, sempre em idênticas condições.
A esse tempo, já é possível entender a desigualdade social e econômica como fruto da falta de conhecimento, conseqüência imediata da desigual distribuição de reais oportunidades educacionais, quando resta para significativa parcela da população apenas ser conduzida, reservada-lhe 'cotas de participação', limitada ao mero "reproduzir", tolhida na produção de conhecimento.
A independência de qualquer pessoa está, portanto, diretamente vinculada àquela compreensão que, se admitida, torna o indivíduo um "criador" do conhecimento. No caso, o conflito cognitivo é premissa na atividade intelectual; uma restruturação, como base no progresso do conhecimento, exige sensibilidade às próprias contradições.
Reduzidos, pois, pela alternativa do 'individualismo' e a sua metafísica da liberdade natural peculiar ao indivíduo soberano, num instante; e do 'socialismo', com seu aforisma da igualdade; não somente do ponto de partida, como do ponto de chegada'; em outro momento, temos, na Educação que conduz, um evidente elemento de opressão a configurar, pela imperfeita definição do homem, um Estado "revolucionista" (ou pela utopia da superioridade do indivíduo, ou pelo asfixiante conceito de igualdade humana).
A "babel" de hoje é bastante singular: diferentes discursos imprimem um igual sentido ao mesmo lugar-comum dos ideários de emancipação. E essa emancipação consentida é própria aos regimes que postulam na Educação um elemento condicionador, a repetir situações de "erro" e de "esquecimento" perenes.
No Brasil, hoje, proporciona-se o ingresso, ao sistema educacional falido, do egresso desvalido, tudo na ficção da ordem e do progresso, desprezando-se que a apropriação do conhecimento de dentro para fora é a única verdade indissolúvel, traduzida na mais completa renovação.
(Caos Markus)
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