Em nossa compartilhada gênese, do ego contemplo mil séculos. E, percebo, pirâmides forjaram super-homens dementes, no padecimento da alma-prima. Do verbo criador ao ato criativo, percorrendo toda a ancestralidade, salta aos olhos a reprodução impensada no instinto já então raciocinado.
Por conta do olvidado, como que pretendendo atenuar a impossibilidade de resgate, o pretérito habitual é motriz da sucessão num continente sedimentado em raças de humano aluvião; abdicado o espólio.
Por exato paradoxo, a revolução que revogando a existência suprime os fatos. Tudo para assegurar 'patrimatrimônio' da estirpe sem qualquer condução. Menosprezado o vínculo, adulterados laços, os que rompem mas não ousam, que hesitam e, ainda assim, confirmam as provas. Tudo em instrução sem nenhuma veraz postulação.
Antecipado o gesto, é quase incesto a dor moral do golpe presto na mira do futuro incerto. Porque determinado só será o múltiplo de geométrica progressão a impressionar na ilusória dízima de períodos tantos. E com a sugestão de que há processos findos de divina e permanente autoria.
Tudo como se existir depois e agora fosse o absoluto venerável. Porque o diverso seria atentado ao lugar certo e sabido na história do inconsciente coletivo, ressureição de pagãos a quem única gruta se destina, ocultada no desatino da inadmissão que afiança o débil intelecto.
Senão, como (jus) tificar a crueldade do litígio, quando, por ambíguo acordo, sucumbe o espírito vindouro em nome da paz passada à limpo por fatais torturas?
Estamos sem significação, artistas rupestres de ícones que somos! E doravante, como antes, as notas de rodapé falarão muito mais que as inúmeras resenhas autobiográficas escritas todos os dias nesta nossa curta existência, garantindo no prelo ulteriores edições revisadas da vida que ingenuamente enxergamos sempre inédita.
(Caos Markus)
REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
terça-feira, 6 de março de 2012
SEXTA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2012: "O DISCURSO DA DESAGREGAÇÃO"
Contemporaneamente, a partir de investigações sobre a família institucional, compreendemos a perda de sentido da antiga 'autoridade familiar', num espaço cuja regulação suprema é fixada na competência (técnica) individual, condição a suprimir os pais como fontes seguras de orientação para se lidar com o mundo externo. São criadas, portanto, novas formas de 'consciência' e, por efeito, inéditas expressões psicopatológicas.
Uma outra 'força' superou a autoridade da família nuclear. No lugar da palavra dos pais, presente, hoje, o discurso 'fascinante' da "organização", qual seja, o Estado associado à grande empresa.
O processo não é assim tão aparente, do ponto de vista institucional. E de pilar da sociedade, a família, nesse discurso, passa a ser o 'lugar' onde ela própria corre o risco frequente de se desfazer.
O seu convencional padrão, substituído pela 'família liberal avançada', transforma-se em simples imagem, e mesmo discursivamente apoiada em textos escolares, na imprensa, pela Igreja, parece ser reflexo de inevitável morte do modelo.
O indivíduo, e não a individuação, adquire 'status' de superioridade, outorga que se lhe é concedida tão-somente em razão das conveniências do Estado, a quem de fato interessa a desagregação.
(Caos Markus)
QUINTA-FEIRA,12 DE ABRIL DE 2012: "CONTRAPOSIÇÕES"
Quanto mais se pretenda racionalizar o capitalismo atual, maiores serão os antagonismos que se criarão.
Há uma evidente razão neste raciocínio: a intenção dos conglomerados empresariais é a de eliminar o trabalho humano.
A racionalização, agora, é aplicada na redução dos preços de custos, visando ainda maior acréscimo ao lucro.
Os métodos, as tecnologias utilizadas na obtenção desse resultado, tiveram início com a organização científica do trabalho e a sua padronização (ou, a unififormização dos produtos). Paulatinamente, novas reformas foram então introduzidas.
Produzir em série pressupõe consumo igualmente seriado. Desnecessário outro motivo, o adestramento (pelo poder de sedução) dos consumidores é condição básica à boa operacionalização desses novos métodos.
O consumo instintivo, pois, deve ser repensado, procurando em seu lugar o consumo racional.
A função da racionalização capitalista assim se autodetermina: aperfeiçoar, padronizar e impor o produto como 'norma'. Simplificar a mão-de-obra manual tornando-a mais rentável. Imprimir ao trabalho o máximo de eficiência na contrapartida do mínimo esforço. Coordenar as empresas com a finalidade de se evitar o gasto inútil de matérias-primas e energia, diminuindo o quanto possível os indesejáveis efeitos da concorrência.
O capitalismo não tem mais definido objetivo senão o da diminuição do custo da produção, em acréscimo de benefícios aos proprietários dos seus meios, nada se importando com os prejuízos imensos causados aos trabalhadores, àqueles que vendem a sua mão-de-obra.
De fato, o aumento da produtividade do trabalho, através do aperfeiçoamento técnico, constitui a clássica forma do progresso da produção capitalista. Essa racionalização acarreta, por efeito imediato, a subtração radical na oferta de empregos.
Por outro aspecto, a desvalorização da soma total de salários da classe trabalhadora explica a retração do mercado (não obstante o estimulado consumismo, e com ele a inadimplência), e, pelos monopólios e cartéis, a luta agravada nos mercados, desencadeando, inevitavelmente, sucessivas guerras, voltadas a novas divisões do mundo.
Humanizar e sistematizar a economia racionalizada, eis a tarefa realmente revolucionária, rumo à pacificação da beligeância, já que as guerras são o fruto podre das ambições desmedidas de uma imensa maioria de homens, num sistema minado por suas própria contradição, trilhando contraposições.
A reorganização econômica da sociedade, só ela, revolucionariamente, trará paz aos povos.
(Caos Markus)
QUARTA-FEIRA, 11 DE ABRIL DE 2012: "SE VOCÊ DISSE QUE EU DESAFINO"
"ACORDA, AMOR! EU TIVE UM PESADELO AGORA, SONHEI QUE TINHA GENTE LÁ FORA!"
MINISTÉRIO DEFENDE MONOPÓLIO DO ECAD
AO DEFENDER O MONOPÓLIO DO ESCRITÓRIO CENTRAL DE ARRECADAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO (ECAD) no processo em que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) investiga a formação de cartel pelo Ecad e pelas associações filiadas, O MINISTÉRIO DA CULTURA FORNECEU ARGUMENTOS PARA UMA POSSÍVEL CONDENAÇÃO DA ENTIDADE.
Para o ministério, o Ecad é um monopólio natural protegido pela Lei de Direitos Autorais (nº 9.610), que deu a ele a exclusividade na arrecadação e fixação de percentuais desses direitos. Para os órgãos de defesa da concorrência, monopólios devem ser punidos pela Lei Antitruste (nº 8.884), pois reduzem a competição no mercado.
A CONCLUSÃO DO MINC ESTÁ EM PARECER DA DIRETORIA DE DIREITOS AUTORAIS, ASSINADO PELA MINISTRA ANA DE HOLLANDA: "NÃO HÁ DÚVIDA QUE O ECAD É UM MONOPÓLIO.
Esse monopólio decorre da Lei de Direitos Autorais.
O ministério informou que o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a legitimidade da cobrança unificada de direitos autorais, em 2003, e que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) permitiu que o Ecad fixasse os preços. "Segundo copiosa jurisprudência do STJ, é legítimo o arbitramento pelo Ecad da precificação dos direitos autorais na modalidade apontada", informou o ministério.
O problema é que a Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça pediu ao Cade justamente o fim do monopólio no setor. A SDE quer que os percentuais sejam de livre fixação pelas associações dos artistas e autores. O objetivo seria ter um mercado em que os artistas buscam as associações com melhores propostas e os percentuais de cobrança de direitos autorais seriam livres.
O processo contra o Ecad foi aberto após a Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA) contestar na SDE a cobrança de 2,55% da receita bruta das empresas de TV por assinatura. O valor equivale a mais de R$ 250 milhões e era cobrado de maneira unificada pelo Ecad. Todas as TVs eram chamadas a pagar. O Cade está para julgar o assunto e é tradicionalmente contrário a monopólios e à fixação de preços unificados. Não obstante, o Minc defendeu um monopólio ao Cade.
Há outras contradições no processo. O Minc fez dois pareceres completamente distintos. No primeiro, de 2010, concluiu que os preços cobrados pelo repertório de cada artista deveriam ser diferentes, proporcionais ao conteúdo da música. No segundo, defendeu que o Ecad está no topo da pirâmide de arrecadação de direitos autorais, num "sistema de gestão coletiva unificado da música". O objetivo do sistema seria o de "reunir o máximo de representações de direitos incidentes sobre as obras musicais e fonogramas". "Esse licenciamento unificado evita cobranças aleatórias", disse o Minc.
A diferença entre os pareceres está em seus autores.
A DIRETORIA DE DIREITOS AUTORAIS FOI TOTALMENTE TROCADA DURANTE A GESTÃO DA MINISTRTA ANA .
A ANTERIOR EA CRÍTICA AO ECAD E A NOVA PASSOU A DEFENDÊ-LO.
Os procuradores que analisaram o caso também tiveram manifestações opostas. A Procuradoria do Cade recomendou o fim da fixação conjunta de preços pelo Ecad, em 2011. Na segunda-feira, o Ministério Público Federal concluiu parecer dizendo que não há espaço para a defesa da concorrência nessa área.
Procurada, a ABTA informou que acha "NO MÍNIMO ESTRANHO O FATO DE DOIS PARECERES DO MINC SEREM TÃO CONTRADITÓRIOS EM TÃO POUCO TEMPO". O Ecad preferiu aguardar a decisão final do Cade. "Só vamos nos pronunciar após a manifestação dos conselheiros", afirmou o advogado do escritório de arrecadação.
(copydesk, Caos Markus)
TERÇA-FEIRA, 10 DE ABRIL DE 2012: "CLANDESTINO PODER"
Faz pouco tempo, a gente não tinha tanta novidade. O novo era então tudo e só o que esperávamos.
Esperávamos?!Não! A gente não ficava com a mão aberta até que um mais afortunado fizesse a sua piedosa caridade (a sua maior certeza, também, de ainda mais fortuna fazer, através da manutenção da sua "piedade" a tantos quantos permaneciam miseráveis por conta disso).
Se uma maioria parecia dispersa nas chamadas 'massas populares', havia quem destas pretendesse (convicto!) a emancipação. Tudo em nome de uma 'liberdade' precedente a qualquer moderno conceito de Estado de Direito; mais ampla que a contemporânea 'garantia dos direitos fundamentais'. Porque 'fundamental' era a liberdade, concreta e concretizada, sem os meios termos nem o mínimo ético. Absoluta, integral, essencial, internacional.
Os comunistas defendiam-na, doutrinariamente e por meio do pragmatismo político.Todavia, segregados, nem sempre ou em qualquer lugar podiam sublevar-se contra os oligarcas. Então, reunidos em suas"células", conspiravam o mundo mais justo, a sociedade igualitária, a luta de classes -indispensável à realidade das suas utopias.
Também no Brasil, houve quem não hesitasse proclamar o advento comunista, articulando na clandestinidade o seu porvir. Nuances entre o 'comunismo' e o 'socialismo', ou mesmo o 'anarquismo', jamais foram impedimento às estratégias então planejadas. Até eventuais seguidores de Bakunin, partidários remanescentes do 'socialismo libertário', poderiam ser tolerados por marxistas, leninistas ou trotskistas.
Porque na promoção do bem comum (pela transformação da sociedade e da relação de classes), grandes e pequenas lutas convergiriam à uma grande história, afirmavam todos.
Revisionistas à parte, brasileiros e brasileiras, sufocados por golpistas militares (também, ou, principalmente, os civis), insurgiam-se mais uma vez, já passada a ditadura Vargas, superado o entusiasmo nacional com Juscelino, derrotado Jânio Quadros e expulso Goulart. Todos retomando a luta contra o Estado pequeno-burguês.
Dessa feita, a clandestinidade se dava através dos "aparelhos", onde os ditos "subversivos" tramavam "guerrilhas".
História mais recente, todos sabemos no que deu. Nas aposentadorias que o Estado deu a alguns, inclusive, nem sempre tão guerrilheiros assim. E também sabemos no que deu e no que deram estes últimos: presidentes e ministros de estado, que, distantes anos-luz de um Marighella, por exemplo, conspiram, em nome de uma revolução adiada, no codinome do poder, o mausoléu da esquerda nacional.
Em cada prefeitura, no Alvorada (do crepúsculo à madrugada, até o alvorecer), hoje, há centenas de modernos "aparelhos"-gabinetes, destinados a garantia de uma vaga ordem nacional num incerto progresso ideal.
Quem sabe, por isso, da outrora mobilização do antigo proletariado, na já extinta luta de classes, tão-somente reste a recordação, acima de maior aspiração.
(Caos Markus)
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE ABRIL DE 2012: "FINALIDADE, O PRESSUPOSTO DA EXISTÊNCIA"
Num estudo sintético e unitário, identifica-se como mais adequada metodologia, a fim de se conhecer o Estado enquanto um todo, através de elementos utilizados também em outras ciências.
Então, são buscados princípios do Estado vigentes a qualquer tempo, distanciando-se do estudo esparso. Nessa 'unidade', se lhe investiga a origem, finalidade, organização, as formas típicas e os meios de atuação.
O conjunto, intitulado 'Doutrina do Estado', destaca de início a procura da origem ou 'formação' do Estado. Após, investiga-se a sua 'finalidade', a sua 'organização', suas 'formas' típicas, e como ele, o Estado, atua.
Maior relevância é dada à 'finalidade' do Estado, considerando-se que qualquer questão política importante alcançará solução se perceptíveis os fins estatais. Porque é a 'finalidade' o pressuposto da existência do ser; a causa final é a primeira na concepção, e a última na execução. A meta, o 'fim', do Estado é a determinante da sua existência. E o seu objetivo final estabelecerá a sua continuidade.
Explica-se o porquê: a função gera o órgão, desde que essa função seja a finalidade. Assim, o órgão servirá à execução.
Com brevidade: o Estado é meio e não fim.
Historicamente, observa-se o Estado assumindo múltiplas modalidades, desobrigado a um 'tipo padrão' pré-fixado. Destacam-se, entretanto, três "espécies": o patrimonial, o político e o jurídico.
Na sua forma de atuação, contudo, comprova-se, o Estado não pode recorrer a meio qualquer se pretende alcançar sua finalidade.
Com efeito,o meio desprovido de idoneidade é sempre inepto à pretensão de verdadeiramente se constituir um Estado.
Não serão suficientes, ainda, os meios por si só aptos. Há de ser reconhecida a moralidade presente nesses meios.
Afinal, quem quer os fins, pretende os meios. E o contrário disso é evidente expressão de totalitarismo.
Porque em uma crítica atual do totalitarismo, ele não é mais identificado em sua forma clássica, aparente à superfície. Agora, impõe-por imprescindível constatar: se ausente a auto-limitação do Estado, eis presente o totalitarismo.
Adotando os critérios da crítica contemporânea sobre a Doutrina do Estado, resta-nos refletir se de fato e de direito temos um estado brasileiro.
(Caos Markus)
DOMINGO, 8 DE ABRIL DE 2012: (IN) FORMAR
SÁBADO, 7 DE ABRIL DE 2012: "O JUDICIÁRIO DA LIBERTAÇÃO"
O JUDICIÁRIO DA LIBERTAÇÃO: ELOQUÊNCIA DA MAGISTRATURA GAÚCHA
Em um tratado mais simples e direto, Inri vem do hebraico bíblico "Eloquente".
DETERMINADA A RETIRADA DOS CRUCIFIXOS DOS PRÉDIOS DA JUSTIÇA GAÚCHA
O acrônimo de Iesus Nazarenus Rex Iudaeorum, "Jesus Nazareno Rei dos Judeus". Segundo os evangelhos, foi o título que Pilatos ordenou que fosse fixado na cruz onde Jesus Cristo foi morto.Ao contrário do que muitos acreditam, todavia, a sigla INRI foi criada antes da crucificação de Jesus. Vê-se o uso do mantra Inri secretamente entre os egípcios, os pársis (adoradores do Fogo no Irã), e mesmo entre os maias, astecas e incas. E entre os judeus pré-Jesus o Inri era entoado secretamente durante certos rituais entre os Essênios e os Ebionitas.
Na primeira sessão do ano do Conselho da Magistratura do TJRS, realizada na última terça-feira (6/3), FOI ACATADO O PEDIDO DA LIGA BRASILEIRA DE LÉSBICAS e de outras entidades sociais SPBRE A RETIRADA DOS CRUCIFIXOS E SÍBOLOS RELIGIOSOS NOS ESPAÇOS PÚBLICOS DOS PRÉDIOS DA JUSTIÇA GAÚCHA. A decisão foi unânime.O relator da matéria afirmou em seu voto que o julgamento feito em uma sala de tribunal sob um expressivo símbolo de uma Igreja e de sua doutrina não parece a melhor forma de se mostrar o Estado-juiz equidistante dos valores em conflito.
Resguardar o espaço público do Judiciário para o uso somente de símbolos oficiais do Estado é o único caminho que responde aos princípios constitucionais republicanos de um estado laico, devendo ser vedada a manutenção dos crucifixos e outros símbolos religiosos em ambientes públicos dos prédios, explicou o magistrado.
Nos próximos dias, será expedido ato determinando a retirada dos crucifixos.Em fevereiro deste ano, a Liga Brasileira de Lésbicas protocolou na Presidência do TJRS um pedido para a retirada de crucifixos das dependências do Tribunal de Justiça e foros do interior do Estado.O processo administrativo foi movido em recurso a decisão de dezembro do ano passado, da antiga administração do TJRS. Na época, o Judiciário não acolheu o pedido por entender que não havia postura preconceituosa.
(copydesk, Caos Markus)
SEXTA-FEIRA, 6 DE ABRIL DE 2012: "A TRAJETÓRIA NA PRODUÇÃO DO CONSCIENTE"
Não se pode falar de inconsciente senão relacionado-o a estados e atos passíveis de serem conscientes.
A fim de se ter uma noção lógica do inconsciente, é necessário não olhar onde há apenas o fisiológico. Se deixamos de filosofar sobre a essência da natureza, é indispensável a distinção em dois domínios. Assim, para a psicologia, o fisiológico não poderá ser consciente ou inconsciente.
Apesar de tudo, as filosofias do inconsciente têm a sua importância porque valorizam a idéia de uma força inconsciente que governaria a atividade consciente. Percebem que o inconsciente regularmente sustenta o consciente, o fazendo a título de instinto ou de tendência; e analisam positivamente o seu papel nas decisões voluntárias, nos sonhos e nos temperamentos.
Por isso tudo, é compreensível a idéia de que a vida subconsciente do espírito possa decorrer explicitamente de produções da metafísica do inconsciente.
Por consequência, admissível a compreensão: abaixo da superfície mais evidente à observação interior, prolonga-se uma obscura e despercebida região, plena de fenômenos de ordem psicológica, dos quais somente são assimilados os últimos efeitos, diversamente combinados e alterados.
Das raízes do inconsciente, pois, surgem, um a um, cada fato consciente.
(Caos Markus)
QUINTA-FEIRA, 5 DE ABRIL DE 2012: "CONTROLAR A RENDIÇÃO"
Meio simbolicamente generalizado de comunicação, o poder não depende nem da submissão concreta nem imediatamente do efeito obtido por seu detentor.
Isto porque, entendido como código que de fato ele representa, realiza uma redução de complexidade (de ambos os lados, ou seja, nos pólos ativo e passivo; do detentor e do submetido) ao nível da ação também bilateral.
Equivale dizer, também o detentor do poder tem de ser movido para usá-lo, causando sucessivas dificuldades. Efeito disso, ele não é o instrumento de uma vontade sobre a outra; porém, como 'meio' de 'comunicação', instrumentaliza não uma vontade já dada, mas sim o querer já produzido, enquanto 'meio', vinculando-o, sujeitando-o e conduzindo-o ao sucesso na absorção de riscos, e, por efeito, também levando-o ao fracasso.
Nessa situação, nota-se, o poder é meio à transmissão de seleção de ações, quando ambos os comunicadores são sistemas, aos quais atribuem-se critérios seletivos para o seu agir.
Do submetido (o sujeito passivo do poder) espera-se a escolha sua própria ação, daí inferindo-se possível a auto-determinação.
Por este pressuposto, todavia, é que são dirigidos contra ele, o subjugado, elementos de poder, através de ameaças, no sentido de regulá-lo na escolha realizada.
De igual modo, o detentor do poder se auto-determina. Com isso, na relação entre ambos resta postulada a possibilidade de previsível e identificável divergência.
Confirma-se, a ambiguidade prevalece: de um lado, força e rendição; de outro, controle e submissão.
(Caos Markus)
QUARTA-FEIRA, 4 DE ABRIL DE 2012: "AGIR HUMANO"
O homem que, vivendo em sociedade, convive com pluralidade de pessoas, oriundas dos mais variados segmentos, a si mesmo mesmo uma só pergunta deve formular.
Questão central da Moral e da Ética, cabe-lhe indagar como deverá, ele próprio, agir perante os demais. A resposta não será facilmente encontrada, não obstante a simplicidade da interrogação.
Pois, Moral e Ética, não raramente, são palavras que sugerem sinonímia no conceito de um e outro vocábulo. E, não por menos, a ambas costuma-se definir como conjunto de princípios ou padrões de conduta. No entanto, Ética encerra ainda o significado de Filosofia da Moral; portanto, um pensamento reflexivo acerca dos valores e das normas que regem as condutas humanas.
Certamente, entendimento mais recente, ética também pode referir-se a um conjunto de princípios e normas, estabelecido por um grupo como diretrizes no exercício profissional.
Não bastasse, Ética é expressão alusiva a uma distinção entre princípios que norteiam o pensar, dispensando a prescrição de formas precisas de comportamento (conduta ética) e regras determinadas e inflexíveis (a moral).
Por outro ângulo, 'moral' é termo que a muitos traduz sentido pejorativo, associado a "moralismo"; razão pela qual muitos preferem vincular à palavra ética os valores e as regras pelos quais têm apreço, no objetivo de se diferenciarem dos "moralistas". Ante a verificada imprecisão de conceitos e definições, é mesmo indispensável filosofar a ética. Este agir parte do pressuposto que é necessário possuir critérios, valores, e, mais acentudo, estabelecer relações e hierarquias entre esses valores, buscando imprimir rumo às ações em sociedade. Porque, inegável, são muitas as situações onde dilemas, impasses impõem essa necessidade. Com efeito, a moralidade humana, tal qual na Filosofia, deve ser abordada no contexto histórico e social, através de reflexões antropológicas e sociológicas, a permitirem o conhecimento mais real da diversidade de valores presente na sociedade.
(Caos Markus)
TERÇA-FEIRA, 3 DE ABRIL DE 2012: "PRETEXTO DO PROTESTO"
Não se pode ignorar, manuseando as páginas da História, que as sociedades, tanto quanto o homem, têm suas épocas de preparo, de arrojos juvenis, de estacionamento forçado e de pronunciada decadência. E cada um desses estágios pode ser mais ou menos longo, conforme o bom ou o mau regime político então vigente, e segundo os bons ou os maus costumes em que se assenta o corpo social.
Quando a herança de um governo é um 'corpo' gasto e carcomido pela corrupção política, torna-se bastante fácil apoderar-se do poder, sem no entanto conseguir injetar-lhe novo sangue, nova vida que o regenere. Nesse estado, ocorre, por prolongado tempo, o recrudescimento dos perniciosos hábitos já arraigados no seio do povo.
A extrema decadência faz então surgir os especuladores políticos, verdadeiros corifeus da demagogia, acenando com a liberdade fementida. Fascinam platéias de ingênuos 'cidadãos', para depois os subjugarem; e sob a falaciosa promessa de "soberania popular", o povo é desses "caudilhos" o pretexto do protesto no brado do poder plenipotenciário, voltado a mantê-lo inconsciente, na órbita da ignomínia.
A insensatez da ambição e a cegueira desse mesmo poder produzem espetaculares aberrações na defesa de hipotética liberdade.
Sob o argumento de inaugurar nova ordem social, arregimentando e disciplinando uma horda de assemelhados (com os quais empreenderá temerosa campanha), a 'classe política' intenta, no mais absoluto desprezo aos anseios humanitários, avassalar o próprio mundo.
Dispondo das massas de povo ignaro (contaminado em suas qualidades morais pela fúria das paixões), forceja por suplantar os sustentáculos da razão. Esse sistema, cooptando perversos sequazes, utiliza o sofisma e toda sorte armas dissolutas fornecidas pela propaganda institucional, principalmente, disseminando, então, somente intolerância e intransigência.
Ausente o critério fundado na aliança da autoridade, da razão e da consciência, grassa o alheamento, a impedir determinação da certeza e da verdade.
Ora, se o objetivo é evitar o declínio de uma sociedade, há que se adquirir maturidade necessária à exata compreensão dos fatos articulados. Não se poderá postergar o reconhecimento dos valores virtuais à emancipação da unidade nacional, se for real o objetivo de valorizar a probidade enquanto maior pressuposto na exortação do consenso.
(Caos Markus)
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