REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
domingo, 18 de novembro de 2012
TERÇA-FEIRA, 4 DE DEZEMBRO DE 2012: "LATINIDADE IMIGRANTE"
Sociedades nascidas para fora, isto é, para fornecer produtos e condições econômicas de desenvolvimento às potências mundiais, as nações latino-americanas nunca se esqueceram de sua trágica condição. E nem os movimentos de independências nacionais das duas primeiras décadas do século XIX libertaram os novos países da dominação colonial, pois a estrutura permaneceu idêntica: a economia agrário-exportadora dominada por elites locais ligadas aos mercados compradores – principalmente a Inglaterra. A fragmentação que o território latino-americano sofreu após o movimento libertador de Simón Bolívar representa a impossibilidade de formar uma unidade nacional: cada elite identificou-se com um pedaço do território e nela formou seu país, de acordo com seu papel no comércio internacional.
Mesmo os países com certo desenvolvimento industrial (Brasil, Argentina e México) não escapam dessa dominação econômica imposta pelas potências internacionais. Basta uma análise mais detalhada nos índices econômicos dessas nações para se comprovar o argumento. Grande parte das receitas comerciais dessas nações ainda vêm da exportação de matérias agrícolas, pecuárias ou minerais. O campo, a agricultura e as indústrias primárias ainda são marcos dos tempos coloniais.
Na verdade, as indústrias desses países têm força local, ou seja, encontram mercado apenas em países subdesenvolvidos que não produzem tais mercadorias. Perante as potências, não passam de apêndice das multinacionais com o objetivo de fornecer lucros à matriz. A industrialização latino-americana não nasceu dos anseios de desenvolvimento sócio-produtivo, mas da impossibilidade de importar produtos manufaturados durante a recessão econômica mundial dos anos 30. Formou-se uma indústria baseada na "substituição de importações", reforçada durante os anos 50 e 60 com o advento das multinacionais e políticas internas de crescimento. Contudo, a industrialização latino-americana nunca deixou de estar ligada aos interesses estrangeiros, ao fornecer produtos que tais mercados necessitavam e importar tecnologias que, em vez de incrementar o desenvolvimento, só aumentavam a dependência.
Assim, entende-se que o movimento industrial do continente foi mais uma etapa do colonialismo perante as potências mundiais: fornecer produtos baratos, baseados no baixo valor da mão de obra e na exploração do assalariado, para se encaixar no mercado internacional globalizado e obter técnicas que a indústria local é incapaz de produzir.
Mudam os tempos e os métodos, mantém-se a exploração, o subdesenvolvimento e a inviabilidade de um crescimento autônomo e, principalmente, voltado às classes mais injustiçadas do sistema.
Grassa o populismo, renovado sob diversificadas feições e variadas formas, fruto da latinidade imigrante que, dentre outros males, causou as migrações desordenadas por territórios de povos cujas origens "emigraram", deixando a sua propria História.
(Caos Markus)
SEGUNDA-FEIRA, 3 DE DEZEMBRO DE 2012: "VIDA GRATUITA"
Doutrinariamente, indivíduos cuja solidariedade entre si compõe um conjunto, integram um sistema estrutural.
Percebe-se, estrutura não é, pois, o "arcabouço" da singularidade, mas sim a organização da multiplicidade.
Ordenar enquanto método de disposição é intrínseco ao agir avesso à exclusividade de hierarquização. Nesta, contrariamente, não há escolhas, posto ser sua característica privilegiar, cedendo a concessões sabidamente restritivas.
Onerada é a mente reduzida a sedentarismo de estrutura vã.
Não há moeda de troca.
O preço de cada um ou é valor atribuído 'per si' ou o admitido face a especulação de terceiros.
Não há espaço próprio para quem não se indaga acerca de sua condição no estruturalismo, porém, se omite nas decisões que posterga.
Nada é cobrado da disponibilidade alheia, apenas a sua continuidade ilimitada, sem qualquer hipótese de moratória.
Eis o preço de quem não deve: viver gratuitamente a auto-exclusão.
(Caos Markus)
Assinar:
Postagens (Atom)