Os especialistas em educação e a legislação a respeito afirmam que o aluno é o ‘sujeito’ principal do processo de ensino-aprendizagem. Entretanto, conforme os dicionários, 'sujeito' é aquele que 'se sujeita' à vontade alheia; um ser passivo, então.
Este ente, subordinado à alheia dependência, somente quando provocado poderá se transformar em 'sujeito autônomo, significando, então, quem faz, age, assume responsabilidades, conduz o seu próprio caminho, aprende a pensar, argumentar, defender, criticar, concluir, antecipar sua opinião, capaz de escrever sua própria história, chamando a si aquilo a ser realizado, reunindo as disposições inerentes à autonomia.
Dessa maneira, nota-se, os alunos, por culpa de pedagogias e estruturas educacionais arcaicas, não são sujeitos autônomos de nada, tão-somente de sua própria ausência de conhecimento e da habitual ociosidade.
Com o objetivo de implementar-se uma ‘pedagogia da autonomia’, do professor requer-se a condição de 'mediador' entre a autossuficiência e a aprendizagem do educando, exercendo-a, porém, de modo desafiador, despertando no discente a percepção do quanto cada vez mais ele necessita aprender.
Assim como Sócrates, perceber que “tudo o que sei é que nada sei diante do que eu sei’, entendendo o conhecimento enquanto construção de uma permanente aprendizagem.
A sociedade de um modo geral, e até mesmo alguns educadores, vêem o ‘professor facilitador’ do processo de ‘ensino-aprendizagem’ na equivocada atribuição do indivíduo a quem cabe facilitar a aprovação do aluno, passando-lhe ‘trabalhos’, ‘atividades extras’, ‘dando pontos’, tudo a fim de obter uma média no final do ano letivo, poupando, evitando a sua retenção. E pior, especialistas e pais apóiam esta errônea noção sobre o facilitador da autonomia.
Desmistificando tal mito, é útil a analogia com uma 'negociação', na qual participa um conciliador, cuja finalidade é mediá-la, tornando mais compreensivas as propostas. Assim, também o professor 'mediará o conhecimento' aos alunos, buscando a sua maior compreensão,
instigando a curiosidade e o interesse dos aprendizes, pois se eles forem sacrificados pela ortodoxia de superadas didáticas, apenas serão conduzidos à má 'formação autônoma'.
Se o professor facilitador dessa autonomia for um limitador, a educação corre o sério risco de ser um processo vago e temporário. Quanto mais fácil o sistema de ensino-aprendizagem, menor esforço, dedicação e responsabilidade o aluno terá. Por efeito, cada vez menos aprenderá.
Em geral a sociedade, precisa admitir: educar não é um direito, é um dever; cada aprendiz é 'sujeito' de sua 'individualizada autonomia'; e só através dela mais e mais valorizará a sua contínua instrução
(Caos Markus)