O mal é autofágico.
Porém, não se destrói a si mesmo.
Tudo devorar, eis a estrutura da sua construção.
Nutre-se da podridão.
Vive nisso e para isso.
Sobrevive disso, reproduzindo-se mais e mais,
quanto maior possa ser a voracidade do seu apetite.
A autofagia do mal não o consome:
ele devora não para se consumir,
mas sim para se consumar.
(Caos Markus)
REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
sábado, 12 de novembro de 2011
QUINTA-FEIRA, 1 DE DEZEMBRO DE 2011: "VIVER OU EXISTIR, UMA CONCEPÇÃO"
Há quem creia, alma/corpo é uma díade a estravasar o âmbito exclusivamente humano, expandindo-se para todos os seres existentes. Entretanto, evidente, melhor é ser uma existência viva ao invés da perceptível inércia como único registro existencial. Um corpo e uma alma alcançam superior condição de existência através deste 'anima'.
Sob a consideração teórica da metempsicose (transmigração das almas de
um para outro corpo) não haverá exclusiva referência à alma (psique) humana. Então, em maior amplitude, tudo 'o que é' possui alma.
A interpretação cristã, ou a denominada exegese dos textos pagãos, buscou incentivar a concepção da alma enquanto elemento divino, essencialmente separado do corpo. Dessa interpretação advem o conceito fundado no discernimento das características excludentes da alma e do corpo enquanto atributos humanos. E da tradição cristã, estruturou-se, com efeito, uma teoria platônica da espiritualidade da alma, em exagerado papel de recusa do corpo em favor da alma. Assim, se o corpo (em grego, "soma") somente é admitido como o túmulo (em grego,"sema") da alma, tal compreensão está baseada em necessidade de inverter perspectivas, e pensar a morte como passagem a nova vida.
Nesse sentido, alma, memória e ciência compartilham da mesma constituição divina, face a imortalidade, comum a todas, porque -não nascidas- as três comungam do mesmo atributo, ingênitas por origem. Conforme a crença, são elas que permitem ao mortais, ou seja, aos nascidos, a possibilidade de escapar ao círculo das gerações, da maldição do 'vir-a-ser'. Ou, do renascer-viver-morrer-renascer, uma condenação à infinita repetição da mesma vida, sem recurso a qualquer mudança. E para haver a diferença, o renascer sem mera repetição da mesma coisa em igual situação, seria, pois, indispensável outra existência: a de lugar destinado ao aperfeiçoamento.
Enxergando a transcendência das metáforas em realidades construídas, cabe indagar qual "espírito" anima a "alma" da vida a nos confirmar existentes.
(Caos Markus)
terça-feira, 8 de novembro de 2011
QUARTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO DE 2011: "POLÍTICA: DESPREZO À INEXISTÊNCIA"
Afastados os critérios histórico, filosófico e sociológico na compreeensão do Estado, ressalta-se o seu aspecto político. Neste ponto, impõe-se questionar o que é Política.
Se por Política entende-se "a ciência do governo do povo, do Estado, da sociedade", infere-se a sua abrangência em dois termos, o científico e o artístico. Enquanto ciência, há de buscar os mesmos princípios sociológicos e filosóficos do Estado. Como arte, investigará a conveniência ou necessidade no âmbito da realização do bem público.
Duas abordagens, portanto, dos elementos políticos-estruturais do Estado; dois campos delimitados, o da 'política científica' e o da 'política artística'. Somados, resultam em novo aspecto à visão do Estado, de qual deve ser a atuação do governo e a do povo, como determinantes, no plano político, dos respectivos meios de agir, de executar, já que os princípios regem os meios artísticos, e a arte, propriamente dita, os meios de atuação, à semelhança de um pintor que para executar em sua tela essa ou aquela imagem, precisa ter meios para o fazer; ou seja, a sua arte necessita ter ciência.
Aliás, sob tais considerações, comprova-se, o homem jamais caminha em sua trajetória na terra se não for guiado por princípios, norteado por uma concepção de vida, dirigido por uma filosofia.
Afinal, se a metafísica é reconhecida como de grande valor para as denominadas "ciências exatas", assim também os atos humanos, igualmente a moral, são todos de extrema importância ao homem, que sem eles não poderá dar um passo sequer, prejudicado na ausência de uma 'filosofia', interpretada esta como ciência de causas primeiras, perenes, indicadoras da mesma eternização observadas nas "partes" científicas. Tudo no prévio conhecimento de que em suas outras "seções" tanto a 'filosofia' como a 'Moral' serão de expressivo interesse na pesquisa da origem e do desenvolvimento do Estado. Pois, a 'Moral' é eterna, imutáveis seus princípios.
Mudam-se os costumes, não a Moral.
Hoje, a Política, face à extrema mudança no seu exercício (inspirado sob a prática de bizarros costumes), é desprezada pelo povo, que a repele por uma suposta falta de seriedade. Contudo, o real desprezo não se dirige à Politica, mas sim a toda sorte de reflexos do que ela nunca foi, não é e sequer será algum dia.
(Caos Markus)
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
TERÇA-FEIRA, 29 DE NOVEMBRO DE 2011: "TRADUÇÃO"
SEGUNDA-FEIRA, 28 DE NOVEMBRO DE 2011: "FORJA"
É necessário forjar arquétipos de uma cultura (na mais ampla acepção da palavra, compreendido o termo principalmente no âmbito da sociologia) de esquerda. E isso exige superação: abandonar hábitos adquiridos de remota ancestralidade, a caminho então de modelo a ser incorporado por outras tantas vindouras gerações.
(Caos Markus)
DOMINGO, 27 DE NOVEMBRO DE 2011: "OPINIÃO, IGNORÂNCIA E SABER"
Existem, de início, duas dificuldades para se conceituar 'opinião pública'. A primeira é que esta expressão faz parte da família dos conceitos de 'teoria política', dificilmente aceitos de forma generalizada, pois, igualmente na discussão sobre 'democracia', 'partido político' ou 'separação de poderes', por exemplo, há notórias divergências. Assim, o conceito de 'opinião pública' tem essa mesma característica: a de suscitar discussões e polêmicas.
Dependendo da ênfase atribuída a um ou a outro aspecto do fenômeno (influência efetiva, elite melhor informada, opinião racionalmente formada etc., etc.), a perspectiva vai se alterando, e as definições adquirem diferentes contornos. Há também outra dificuldade: a própria expressão 'opinião pública' está bastante popularizada; e, de modo geral, as pessoas fazem uso do termo no dia-a-dia. Presidentes, governadores, deputados, jornalistas, professores, estudantes, empresários, líderes classistas, todos já possuem "noção" do seu significado. Portanto, qualquer pretendida mais acertada conceituação, restringirá a amplitude cotidianamente conferida à ideia de 'opinião pública', podendo ser entendida como radicalismo a utilização do termo desprovido do rigor conceitual.
Por efeito, muitos analistas preferem compreendê-la como o resultado verificado nas 'pesquisas', ou seja, só estará sintonizado à 'opinião pública' quem agir de acordo com o demonstrado pelas 'pesquisas'.
Há ainda quem nela veja o sinônimo de 'moral', 'cultura', ou mesmo 'sociedade'.
Considerando o início do desenvolvimento das 'pesquisas' a partir da década de 30, no século passado, nos E.U.A., elas seriam então posteriores à ideia de 'opinião pública', esta já muito antes observada em escritos clássicos do século XVIII.
A identidade da 'opinião pública' com a 'pesquisa' é relacionada à 'teoria da democracia', mais especificamente à concepção da 'igualdade' supostamente presente nas disputas eleitorais.
Em uma eleição, cada voto vale exatamente a mesma coisa, independentemente de o eleitor ser rico, instruído e sofisticado, ou pobre, ignorante e rústico. Nesse sentido, a 'opinião pública' seria mera somatória do conjunto de opiniões individuais. Há, todavia, críticas à identificação baseada na correlação 'opinião pública/resultados de pesquisas'. A de maior destaque assevera que a 'pesquisa' coloca artificialmente em posição de igualdade 'opiniões' qualitativamente diferentes.
Assim como todos são iguais na hora de votar(uma das bases normativas da democracia), de forma análoga, uma pesquisa sobre um assunto qualquer coloca no mesmo plano a avaliação de um especialista e a impressão genérica de um indivíduo pouco escolarizado, (muitas vezes respondendo às perguntas sem conhecimento do tema).
Os defensores da 'pesquisa', considerando-a legítimo retrato da 'opinião pública', rebatem, afirmando que 'opinião pública' é diferente de 'conhecimento'; é aquilo que as pessoas "pensam" acerca de algo ou sobre alguém.
Sob a ótica psicológica, a 'opinião' está mais próxima das crenças do que das atitudes absolutamente racionais (as baseadas em amplas informações) a respeito do tema objeto da 'pesquisa'.
Afinal, não por outro motivo, já se disse que a 'opinião' está situada a meio caminho entre a ignorância e o saber.
(Caos Markus)
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