Na década de 1970, uma transformação conceitual mudou as práticas escolares. A linguagem deixou de ser entendida apenas como a expressão do pensamento para ser compreendida também como um instrumento de comunicação, envolvendo um interlocutor e uma mensagem que precisa ser assimilada. Todos os gêneros foram então valorizados como importantes instrumentos de transmissão de mensagens: o aluno precisaria aprender as características de cada um deles para reproduzi-los na escrita e também identificá-los nos textos lidos.
Ainda era essencial seguir um padrão preestabelecido, e qualquer anormalidade seria um ruído. A fim de contemplar a perspectiva, o acervo de obras estudadas foi ampliado, pois o formato dos textos clássicos não servia de subsídio à escrita, por exemplo, de cartas.
Nessa concepção, a língua é um código, e escrever seria o exercício de combinar palavras e frases com o objetivo de formar um texto. Assim, o ensino precisava focar prioritariamente as estruturas (os substantivos, os verbos, os pronomes etc.) componentes da língua e seus usos corretos.
Em pouco tempo, no entanto, as correntes acadêmicas avançaram, apresentando uma moderna noção de linguagem, a ‘enunciativo-discursiva’, considerando o discurso uma ‘prática social’ e uma forma de interação. A relação interpessoal, a conjuntura da produção dos textos, as diferentes situações de comunicação, os gêneros, a interpretação e a intenção de quem o produz são hoje os instrumentos da efetiva contemporaneidade escolar. A expressão não era mais vista como uma representação da realidade, mas o resultado das intenções de quem a produziu e o seu impacto no receptor.
Ao aluno, então, foi direcionada a atenção enquanto sujeito ativo (não mais um reprodutor de modelos), substituída sua passividade, no momento de ler e ouvir, pela participação atuante, onde o aluno constrói hipóteses sobre a escrita e também aprende ao reorganizar os dados em sua mente.
Hoje, a tendência propõe a elaboração diária de certas atividades, com os alunos de todos os anos, no objetivo de desenvolver habilidades leitoras e escritoras.
Entre elas, estão a leitura e a escrita realizadas pelos próprios estudantes e pelo professor para a turma (enquanto eles ainda não compreendem o sistema de escrita); as práticas de comunicação oral dirigidas ao aprendizado dos gêneros discursivos; e as atividades analíticas reflexivas acerca da língua.
A leitura, coletiva e individualmente, em voz alta ou baixa, deve fazer parte do cotidiano na sala. O mesmo acontece com a escrita, no convívio com diferentes gêneros e propostas diretivas do professor. O propósito maior deve ser ver a linguagem como uma interação.
Se o educador estiver alinhado com as atuais concepções de linguagem, deverá ensinar os alunos a colocá-las em prática, formando cidadãos leitores e escritores de uma cultura onde a escrita é predominante.
Porque esses sistemas priorizam a relação interpessoal, as circunstâncias de ação textual, a multiplicidade de situações de comunicação, os gêneros, a intenção de quem o produz e a interpretação de quem o recebe. Portanto, mais do que ensinar os elementos e as normas que compõem a Língua Portuguesa, é urgente ensinar as Práticas de Linguagem vivenciadas em nossa língua materna. O desafio é formar praticantes da leitura e da escrita e não apenas sujeitos que possam ‘decifrar’ o ‘sistema de escrita’.
(Caos Markus)
Nessa concepção, a língua é um código, e escrever seria o exercício de combinar palavras e frases com o objetivo de formar um texto. Assim, o ensino precisava focar prioritariamente as estruturas (os substantivos, os verbos, os pronomes etc.) componentes da língua e seus usos corretos.
Em pouco tempo, no entanto, as correntes acadêmicas avançaram, apresentando uma moderna noção de linguagem, a ‘enunciativo-discursiva’, considerando o discurso uma ‘prática social’ e uma forma de interação. A relação interpessoal, a conjuntura da produção dos textos, as diferentes situações de comunicação, os gêneros, a interpretação e a intenção de quem o produz são hoje os instrumentos da efetiva contemporaneidade escolar. A expressão não era mais vista como uma representação da realidade, mas o resultado das intenções de quem a produziu e o seu impacto no receptor.
Ao aluno, então, foi direcionada a atenção enquanto sujeito ativo (não mais um reprodutor de modelos), substituída sua passividade, no momento de ler e ouvir, pela participação atuante, onde o aluno constrói hipóteses sobre a escrita e também aprende ao reorganizar os dados em sua mente.
Hoje, a tendência propõe a elaboração diária de certas atividades, com os alunos de todos os anos, no objetivo de desenvolver habilidades leitoras e escritoras.
Entre elas, estão a leitura e a escrita realizadas pelos próprios estudantes e pelo professor para a turma (enquanto eles ainda não compreendem o sistema de escrita); as práticas de comunicação oral dirigidas ao aprendizado dos gêneros discursivos; e as atividades analíticas reflexivas acerca da língua.
A leitura, coletiva e individualmente, em voz alta ou baixa, deve fazer parte do cotidiano na sala. O mesmo acontece com a escrita, no convívio com diferentes gêneros e propostas diretivas do professor. O propósito maior deve ser ver a linguagem como uma interação.
Se o educador estiver alinhado com as atuais concepções de linguagem, deverá ensinar os alunos a colocá-las em prática, formando cidadãos leitores e escritores de uma cultura onde a escrita é predominante.
Porque esses sistemas priorizam a relação interpessoal, as circunstâncias de ação textual, a multiplicidade de situações de comunicação, os gêneros, a intenção de quem o produz e a interpretação de quem o recebe. Portanto, mais do que ensinar os elementos e as normas que compõem a Língua Portuguesa, é urgente ensinar as Práticas de Linguagem vivenciadas em nossa língua materna. O desafio é formar praticantes da leitura e da escrita e não apenas sujeitos que possam ‘decifrar’ o ‘sistema de escrita’.
(Caos Markus)