REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
sábado, 17 de março de 2012
DOMINGO, 22 DE ABRIL DE 2012: "O DISCURSO DA DESAGREGAÇÃO"
Contemporaneamente, a partir de investigações sobre a família institucional, compreendemos a perda de sentido da antiga 'autoridade familiar', num espaço cuja regulação suprema é fixada na competência (técnica) individual, condição a suprimir os pais como fontes seguras de orientação para se lidar com o mundo externo. São criadas, portanto, novas formas de 'consciência' e, por efeito, inéditas expressões psicopatológicas.
Uma outra 'força' superou a autoridade da família nuclear. No lugar da palavra dos pais, presente, hoje, o discurso 'fascinante' da "organização", qual seja, o Estado associado à grande empresa.
O processo não é assim tão aparente, do ponto de vista institucional. E de pilar da sociedade, a família, nesse discurso, passa a ser o 'lugar' onde ela própria corre o risco frequente de se desfazer.
O seu convencional padrão, substituído pela 'família liberal avançada', transforma-se em simples imagem, e mesmo discursivamente apoiada em textos escolares, na imprensa, pela Igreja, parece ser reflexo de inevitável morte do modelo.
O indivíduo, e não a individuação, adquire 'status' de superioridade, outorga que se lhe é concedida tão-somente em razão das conveniências do Estado, a quem de fato interessa a desagregação.
(Caos Markus)
SÁBADO, 21 DE ABRIL DE 2012: "HISTÓRICO DA HISTÓRIA"
Se pretendermos que a História escape desse massacre mal denominado 'progresso', é indispensável o rompimento com tudo que é "histórico". Romper com o 'temporal', com o conceito de história contínua; afastá-la da linearidade do progresso científico-tecnológico, tão ao gosto da racionalidade de dominação.
A racionalidade científica, que se faz passar pela única forma crível de 'racionalidade', não faz mais que recalcar aspectos valiosos da razão.E menospreza, assim, a sensualidade, a sensibilidade e a sensação.
O 'sensorial', generalizadamente, é considerado antagônico pela civilização repressiva; é preterido na hipertrofia da racionalidade analítica, pragmática e calculadora -marcada pelos números da ascensão social permissiva.
Apesar dos desenvolvimentos técnicos e científicos, é incontestável o que se nota com muita evidência: há uma regressão da sociedade, que se comprova pelas periódicas recaídas na barbárie, no ápice da civilização (com o renascer dos fascismos; através do ressurgimento dos nazismos; por meio do totalitarismo que se impõe).
Isso ocorre agora, quando a ciência recai na mitologia que ela buscava combater, mas, debilitada não mais possui uma destinação humana.
É ciência que se converte em mitologia porque ao invés de vencê-lo, ao contrário, este se tornou o conteúdo de uma estrutura dita "racional". Presente, então, o irracional na essência da própria razão. E a razão converte-se em vioL~encia histórica!
Disso, a constatação: para além do modo de dominação, no autoritário (sim!) Brasil, no liberalismo europeu ou no "socialismo real", sempre a mesma racionalidade produtivista e destrutivista!
Ora, não por acaso, Nietzsche proclamava a necessidade de se "reprimir" o que chamamos de "instinto de conhecimento".
Com efeito, urge novamente questionar a razão para o cumprimento das suas promessas não concretizadas; indagar de tudo o que ficou a dever às suas próprias esperanças.
Carecemos de uma racionalidade apta a nos inserir nas contingências ao nosso redor!
Precisamos da racionalidade dotada de memória, a recordar o sofrimento passado para que a catástrofe deixe de ser a história da história.
(Caos Markus)
QUINTA-FEIRA, 19 DE ABRIL DE 2012: "DO CAMINHÃO À TRIBUNA, A VOZ"
Já faz muito tempo, 'quantidade' e 'qualidade' não eram confundidas entre si. Grandeza e peso, eram mensurados na casa de vários zeros à direita do algarismo inicial.
Àquela época, os 'pró qualquer coisa' alardeavam o "maciço comparecimento de mais de 500.000 pessoas" num evento por eles organizado. Os 'contra' contestavam os números, afirmando que o tal 'ato', revelara-se total 'fracasso', "não passando de 5.000 os presentes".
Muita água rolou, mesmo com a seca desde a "queda" do muro de Berlin. Nessa estiagem, muitos dos 'libertadores' da pátria não se deram conta da dízima periódica onde eles próprios confinaram a sua 'militância'.
Não era mais suficiente o brado; não fazia eco o berro. Apenas de muito longe, ouvia-se vago sussurro.
Outrora, mote para clichês do tipo "o povo unido jamais será vencido"; depois, apenas trote de quem, mal acostumado no truco, não deu ouvidos a clamores plenos de conhecimento. Um saber infelizmente preterido pelos 'combatentes' de surda 'fraternidade' (dessas onde o primogênito põe os irmãos em ordem unida até papai chegar).
Sem "know-how" e sem mobral, a 'milícia' opositora se viu forçada a trocar o caminhão de som pela tribuna, e daí a buscar remédio jurídico na 'ordem constituída' , a mesma contra a qual habitualmente dirigiam seus loquazes discursos.
Ato contínuo, a corporação, inclinada à fala mansa, se organizou em tropas de peticionários, admitindo a via legal, sempre que esta pudesse fazer as vezes dos movimentos sociais, quer 'populares', quer 'grevistas', quer isso e/ou aquilo.
O dilema, no entanto: como fazer um mundo inteiro num único dia, se os 'redentores' descansaram por décadas?! Como pretender liminares os 'luminares' dessa 'revolução com Executiva pré-determinada a conquistar assento no Executivo determinante?!
No corre-corre de quem estudou na véspera, pleitearam por mal traçadas linhas fosse proibido o futuro de acontecer, sob o fundamento fático da superveniência de hipóteses envolvendo o 'inimigo', isto é, o 'adversário'; quer dizer, o 'oponente'. Quer dizer, nada a dizer, senão que o 'direito adquirido' sobre a 'verdade libertadora' não poderia ser indeferido no pleito dos 'conquistadores militantes' por vinte e tantos anos.
Não valeu nada o alerta, muito antes, de Belchior, avisando da importância de ser apenas um rapaz latino-americano.
Assim foi, assim tem sido, assim haverá de ser pelo país afora, do braço forte, este impávido colosso. O movimento (ginga) de 'inigualáveis cristãos' de estirpe, em nome do céu e da terra, contestaram o nome da rosa, 'requerendo' através de leguminosa (abobrinha) a luminosidade já ofuscada.
E não se dando conta (outra vez!) que 'liminar' tem por origem etimológica o significado de 'soleira da porta', a 'classe operária' foi ao 'paraíso' do Alvorada.
Ora, ora! Se de fato algo de valor conhecessem, os neo-postulantes não se arriscariam a confirmar sua origem, o lugar de onde nunca passaram: a soleira da porta. Porque, porta aberta, lá fora, o antigo caminhão de som é utilizado para recolher trecos e tralhas, na reciclagem sonora feita da tribuna.
(Caos Markus)
QUARTA-FEIRA, 18 DE ABRIL DE 2012: "NA IGNORÂNCIA DOS SABERES"
Mais e mais, a cada dia, entra ano, sai ano, as universidades parecem transformar-se em escolas profissionais com o exclusivo objetivo de produzir 'funcionários' robotizados; técnicos de todos os níveis. Esquece de sua missão primordial: formar a inteligência. Quer, isto sim, formatá-la! Não assume a iniciativa de promover, inventar ou reinventar a cultura num mundo que se desfaz e refaz.
A universidade precisa ser entendida como um lugar de comunidade e comunicação, e não como um aglomerado de saberes justapostos, onde seus especialistas se ignoram reciprocamente, criando um círculo em que cada um dá as costas aos demais, em nítida traição à exigência que os congregou, qual seja, uma comunidade de saber que se afirma na unidade das disciplinas e do processo educativo.
A universidade não deve e não pode ser um mero depósito central da cultura. Não é dela a função de distribuir um estoque de saber em pequenas porções aos educandos.
Ensino e pesquisa não podem ser dissociados quando se busca o conhecimento. Contudo, a teoria, ou a força e o poder do conhecimento e da reflexão, deverá estar desvinculada das aderências políticas, administrativas e ideológicas.
Não é papel do educador ser um transmissor de conhecimentos já realizados. É função do educador manter desperto no aluno o princípio da cultura continuada, jamais restrita e isolada na própria escola.
Não cabe ao educador a adequação do conteúdo e da forma de seu ensino aos ditames do mercado de trabalho, às regras da produtividade, do rendimento.
O educador, desvirtuando o real valor do ensino, se contentará em fabricar em série diplomados de todas as espécies, incapacitando-os à elaboração de uma teoria geral da cultura, apta a integrar os saberes no conjunto amplo do espírito e no sentido da totalidade humana.
Um 'alquimista', esse educador possui uma falha de caráter que o "habilita" a fazer o que não é educação: ele não duvida de si mesmo, não questiona o seu próprio saber, pois que está 'protegido' pelas táticas didáticas cujo segredo mantém consigo nos rituais de suas técnicas pedagógicas.
(Caos Markus)
TERÇA-FEIRA, 17 DE ABRIL DE 2012: "ORGANIZANDO O FUTURO"
O trabalhador deve repudiar, com muito vigor (porque nefasta aos seus interesses imediatos, quer materiais, quer morais) a colaboração de classes. Esta apenas prepara o enlace definitivo do proletariado ao jugo capitalista, no advento do fascismo. O proletariado não possui a escolha dos meios. Por isso, a sua conduta é ditada pelo capitalismo. A violência organizada e sistematizada obriga a resposta com violência igualmente organizada e sistematizada. À força deve-se opor a força.
O proletariado, em consequência, da mesma maneira que o capitalismo, também deve estabelecer seu sistema de defesa e de ataque; deve traçar o seu plano de destrutivo e construtivo; agrupar todos os elementos do problema que se propõe resolver e organizar suas forças, levando em conta, sempre, o objetivo a ser alcançado, e considerando as modificações frequentes nas quais o seu adversário planeja estrutura e ação.
A primeira tarefa do proletariado consiste em racionalizar a sua própria organização interior, e em escala internacional, se quiser com vitória contra o capitalismo.
Importa que unifique a sua organização sobre o plano mundial, sem deixar de levar em conta as necessidades de cada dia.
O proletariado precisa nessa empreitada estabelecer um princípio geral de organização, para o presente e visando o futuro. E por esta razão, ele deve se opor a 'organizações' que já conhece, as do capitalismo, afastando-se da natureza das instituições que combate. Ou então a luta será inútil e a derrota, antecipadamente, a única certeza.
Na sua própria organização, a sua força de ataque.
(Caos Markus)
SEGUNDA-FEIRA, 16 DE ABRIL DE 2012: "IMPOSIÇÃO, IMPOSTOS E IMPOSTORES"
Equivalente a uma lei natural, é sobejamente conhecido como irrefutável axioma: à medida que a sociedade 'progride', uma coisa cresce de valor. Uma lei natural em virtude da qual o aumento da população, o progresso das artes e os melhoramentos de qualquer modalidade fazem crescer uma reserva que a justiça nos autoriza a observar para uso social.
Pois bem, uma vez que o crescimento dessa reserva aplicável ao uso social significa aumento no ganho que toca igualmente a todos os membros da coletividade, oportuno um questionamento: não é claro que a lei, segundo a qual os valores da terra crescem com o progresso social (ao passo que crescem os valores dos frutos do trabalho), não é óbvio que essa lei tende -com o avanço da civilização- a tornar cada vez maior a parte que deve tocar a cada um dos membros da coletividade, quando comparada com a que lhe cabe pelos ganhos individuais? E desse modo, não tende a fazer que o avanço da civilização diminua as diferenças que, num estado social primitivo, existem entre os 'fortes' e os 'fracos', entre os ricos e os pobres?
Essa lei não nos mostra que ao 'progresso' deva corresponder um outro 'progresso'? Não somente quanto ao poder e às faculdades dos homens, mas quanto à igualdade entre eles?
Também não é a mais pura obviedade que o nosso desprezo por esses objetivos naturais está realizando exatamente o contrário -uma desigualdade cada vez mais monstruosa ?!
A história mostra-nos que o valor da terra , decorrente do progresso social, é destinado a satisfação de necessidades sociais. Porque, a recusa em absorver ao uso comum os valores da terra (gerados pelo crescimento da população) implica na 'necessidade' de se obter as rendas públicas através de impostos. Impostos que diminuem a produção, tornam injusta a distribuição da riqueza produzida e corrompem a sociedade.
Recusar o valor social da terra é pemitir que alguns se apoderem do que a todos pertence. E essa recusa gera um direito também natural: o da ação contrária, pela retomada à coletividade da terra que se lhe foi expropriada. Esse direito gera leis próprias, ou seja, que os intrumentos para a retomada sejam os de livre escolha pelos que da terra necessitam. Ainda que tais meios possam aparentar uma outra 'violência'.
(Caos Markus)
DOMINGO, 15 DE ABRIL DE 2012: "PRETÉRITO E FUTURO PRESENTES"
Constante dos estudos de Friedrich Engels,os "peles vermelhas" foram exemplo de constituição 'gentílica' completamente desenvolvida.Uma tribo dividida em diversas 'gens'; e, com o aumento populacional, cada uma das 'gens' primitivas se subdividia em várias outras ("filhas"), para que com o tempo, na ramificação da própria tribo, surgisse entre elas uma conferação das aparentadas.Antes, no entanto, sempre preservada a 'gens-mãe' como 'fatria'.Essa organização simples é totalmente adequada às condições sociais que a criaram. Um agrupamento espontâneo, capaz de dirimir todos os conflitos porventura nascidos no seio da sociedade correspondente.Ali não cabiam nem dominação nem servidão, ausentes diferenças internas entre 'direitos' e 'deveres'.Para o índio, não existia o problema de saber se era um direito ou um dever tomar parte nos assuntos de interesse social.Percebe-se nitidamente a presença, isso sim, da 'coordenação'. Coordenação essa defendida como essencial pelos 'anarquistas'. Com efeito, o quê para muitos hoje é 'utopia irrealizável', já foi a expressiva realidade do índio, um anarquista por natureza.
Cabe, então, perguntar: utopia é uma questão de tempo, uma situação no tempo ou uma condição de um tempo?
(Caos Markus)
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