REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
sábado, 4 de maio de 2013
QUARTA-FEIRA, 8 DE MAIO DE 2013: "ABDUÇÃO"
Pero Vaz de Caminha, assim como eu, também era um apóstolo da fé. E ele - profeta que era - anunciara a farta vida que hoje todos desfrutamos. Aqui em se plantando tudo deu; até canabis-sativa, aos montes. Droga! Não fossem uns poucos pés-de-chinelo a incomodarem a polícia com granadas e metralhadoras, e eu até diria que vivemos no Paraíso. Não faz mal, minha fé é inabalável, inquebrantável. Sou cem por cento amor, o que faz de mim paciente com os pequenos erros de todos os nossos grandes (enormes!) governantes.
Como eu sou feliz!
Segunda-feira é a primeira conta do meu rosário, no terço que rezo em sete dias.
Pago a promessa que fiz quando pequenino: ou ficar a Pátria livre ou morrer pelo Brasil.
Como eu sou feliz!
A ordem e progresso positivistas de Comte tremulam no pavilhão da minha esperança.
Sou um crente por excelência. Minha fé cega não remove montanhas mas - e estou convencido disso - leva-me até elas. Sempre acreditei nos políticos, nunca, nem por um minuto, eu desabonei um projeto governamental, por menor ou por maior que ele fosse. Afinal, num país tão grande, assim imenso, de proporções continentais, não há como fazer milagres. Ainda assim, eu creio neles, muito embora eu não confunda patriotismo com fervor; este último, é ele o meu guia, movido por ele sou brasileiro “profissão esperança”.
Sou cliente especial e a minha fila no banco é indiana e não serpentina; eu sou eleitor e inscrito no CPF; tenho duas profissões, sinal de que sou inteligente e capaz, não me faltando, nunca, oportunidades de trabalho.
Por nada me faltar que não seja de fato necessário, pensei num singelo pedido, desses pedidos que só se faz quando não se precisa de mais nada: eu quero ser abuzido!
(Caos Markus)
sexta-feira, 3 de maio de 2013
TERÇA-FEIRA, 7 DE MAIO DE 2013: "PASSAPORTE DO ESPÍRITO PEREGRINO"
Misantropo, ou quase isso, tenho alguma aversão ao lugar-comum vulgar e erroneamente denominado “sociedade”.
Essa paúra, esse desespero de gentes hostis, essa maldade reinante...Isso tudo jamais me faria chorar. Sou mesmo um sentimental e acho isso bastante natural, porém, sou avesso às lágrimas de crocodilo desse bicho-homem, besta-fera que quis inventar um mundo difícil e cruel só para justificar a piedade e a justiça.
Não haverá nada mais justo que a exata noção de equilíbrio, de harmonia; atributo que da divina criação parece, hoje, ser ato verdadeiramente humano o calar-se, para sobre nada mais conversar.
Quando Alfonsin assumiu o poder na argentina, eu chorei. Mas não chorei apenas porque me comoveram as lágrimas das “locas da plaza de maio”, as mães do desaparecidos durante o governo militar daquele país. Chorei por que a notícia foi dada ao som de “Dont” cry for me Argentina”, do Webber. Naquele dia eu não era mais brasileiro ou portenho ou latino, somente eu ganhava nova identidade, um cidadão do mundo, com lenço e documento - um passaporte para a viagem do espírito peregrino.
No entanto, por quem os sinos dobram nesse miserável cotidiano de tribos urbanas ? Por que esse lamento, essa lamúria pelo leite derramado ? Afinal numa terra em que se plantando tudo dá, por que deixar a erva daninha vingar, dona desse imenso latifúndio ?
Eu até gostaria de ser mais sensível aos males que afligem essa página de sangue do livro em que escreve o história do Brasil, ou melhor, que retratam a triste condição de alienados - na mais pura acepção da palavra - em que se tornou a imensa maioria dos brasileiros; contudo, já não sou mais capaz da lidar com os mesmíssimos problemas de quando,eu ainda eu adolescente, era chamado “um revoltado”.Não é a maturidade propriamente dita, pois que se fosse isso eu seria agora forçado a concluir que, ao contrário de mim, muita gente voltou à puberdade, entendida essa como aquela fase em que todos são revoltados.
O masoquismo, esse sim já não me convém; o altruísmo e o estoicismo , esses sim já não fazem mas parte de minha ideologia, se é que ainda tenho uma, se é que mundo necessita verdadeiramente de alguma .
(Caos Markus)
SEGUNDA-FEIRA, 6 DE MAIO DE 2013: "A FALTA DO MEIO"
Nem ordem nem progresso, entre nós o que hoje fala mais alto é o "autismo" de passivos e passionais habitantes do caos, servidos de bandeja aos abutres da carnificina nacional, às hienas da nossa miserabilidade, que riem à espreita dos moribundos. Mas como sempre foi e sempre será impossível agradar a gregos e troianos, a tucanos e moicanos, nada mais razoável que a instituição de um governo de mão dupla, onde esquerda e direita respeitem o semáforo no vermelho-sangue do estandarte apocalíptico da miséria local e adjacente.
Quem sabe assim se encerre a mania tresloucada da necrofagia como a nossa gastronomia à la carte.
Não faz mal que a gente continue a escrever "caussa jins", pois afinal a norma culta sempre esteve submissa aos "neologismos". O que não dá mais para aguentar é cadáver sendo chamado de "presunto", babaca otário alcunhado de "laranja", e a gente a se devorar, virando "mortadela".
Dia desses, procurando encurtar caminho num cruzamento super, híper congestionado aqui de Sampa, eu me aventurei a caminhar por debaixo de um viaduto. O que lá eu vi me causou espécie: gatos, muitos gatos, gatos em profusão! Percebi que era tudo intencional. Em tendas improvisadas, ninhadas do dito felino faziam parte da esdrúxula criação. Isso mesmo! Os fazendeiros do asfalto contam com dezenas de centenas de cabeças… De gato!
Um cantor popular já lamentou essa "vida de gato" do zé-povinho. E eu aqui, imaginando se aquela criação toda destinava-se a fornecer peles para os tamborins de alguma escola de samba do 1° grupo. Caí na real. Com o advento do acrílico, pele de gato já não tem nenhuma unidade real de valor. Então, aqueles pecuaristas tinham o "gado" para o seu próprio consumo. Antes isso, ponderei. Pior é viver (ou morrer?) nos sarcófagos da mega-miséria.
Quem sabe não matar dois coelhos com uma só cajadada? Incentivando a arrecadação de I.C.M.S., seria possível a qualquer governo sério exterminar os males da fome e da escassez de moradia (às vezes conhecido por "déficit habitacional"). Construindo viadutos populares, implantaria-se o subsídio à produção de carne de "felídeos", e de quebra estaria resolvido o dilema da reforma agrária, assentando os colonos "sem-terra". Isso para não falar da inegável medida sanitarista consequente, isto é, os gatos comeriam os ratos que costumam roer a roupa do rei de ro... ...
Se o brasileiro é tão criativo como dizem os gringos, por que não adaptar-se ao meio?
O que nos falta é tão pouco! É só o meio.
(Caos Markus)
quinta-feira, 2 de maio de 2013
DOMINGO, 5 DE MAIO DE 2013: "ASSISTIR À PRÓPRIA EXISTÊNCIA"
A vida é especial, porém não uma 'especialidade' como hoje o são os vários ramos do saber. Unificar, em vigorosa síntese, a filosofia, a política, a ciência, é vislumbrar a possibilidade de uma religião superior, esclarecida e esclarecedora.
Assim, conceber essa religião depende do esforço do homem, procurando instituir a harmonia em suas íntimas e profundas relações com o próprio meio.
Muito tempo se passou desde que nós - ainda povos selvagens - constituímos "classes sociais" reduzidas à fórmula simples do sacerdócio ou "poder espiritual". A sociedade humana, agora organizada, vê na religião uma condição essencial à vida coletiva. Pois então, não é crível que os meios pelo homem criados para aumentar o seu bem-estar, notadamente os que lhe dão mais força ou segurança, sejam os mesmos utilizados para privilegiar podres poderes, a fim de dominar pelo sacrifício. Já é chegado o momento de sabermos o que pode a religião fazer em prol do indivíduo.
Compreender a alma humana requer auxílio da ciência. Afinal, por ser complexa, se não houvesse diferentes modos de sentir, se as grandes desgraças não fossem uma refundição, um transfiguramento completo da alma/psique, o homem seria a negação de si próprio, reafirmando-se exclusiva e paradoxalmente através da anulação pessoal.
Desacreditadas, as instituições religiosas exigem uma reformulação de seus fundamentais princípios, num esforço para enaltecer a vida dos homens. O sobrenatural deverá ceder lugar à experiência religiosa, limitada, contudo, à circunstância de constituir-se num significado mais amplo das relações humanas, tornando possível ao homem ajustar-se no meio em que vive, atuando tal qual um despertador da consciência, pela faculdade do homem em completar seu íntimo, assistir à própria existência; ser, por assim dizer, espectador de si mesmo.
Há, certamente, enorme relutância da igreja institucional em aceitar qualquer revelação como reflexo desse poder interior, intrínseco ao ser humano, voltados à iluminação e à transformação de sua vida. A vocação a ele negada não possui outro objetivo, senão o de assegurar a eficácia de um sistema restrito ao domínio pela manipulação do supostamente sobrenatural, em recusa de tudo o que pode e deve ser cientificamente pesquisado. Aliás, não por um mero acaso "política" e "religião" confundem-se através dos tempos.
Assim, da mesma maneira como o "político" quer submeter pela ignorância, o "religioso" pretende limitar pela omissão.
(Caos Markus)
SÁBADO, 4 DE MAIO DE 2013: "A MAIS-VALIA ESTATAL"
A MAIS-VALIA ESTATAL
O custo do trabalho
O custo da hora do trabalhador brasileiro e a produtividade são baixos, afetando o custo total do trabalho no país. O valor da hora que a indústria paga por aqui é cerca de um terço do que se vê nos Estados Unidos e em países europeus. O preço da hora no Brasil teve alta acumulada, desde 2008, de 38%. Ganho salarial e câmbio explicam essa valorização. No entanto, a produtividade vem comprometendo o desempenho do trabalho. .
Em 2011, a hora de trabalho na indústria era de US$ 11,65 no Brasil, abaixo dos US$ 15,91 da Argentina. Os números são bem menores que os registrados em países desenvolvidos como Estados Unidos (US$ 35,53), França (US$ 42,12) e Alemanha (US$ 47,38).
O desempenho da produtividade no país está aquém do de outros emergentes. Em 2012, a produtividade no Brasil caiu 0,3%, na contramão do crescimento de 1,8% no mundo e de 4,8% nas maiores economias emergentes. O comportamento do país é classificado como um DECLÍNIO DRAMÁTICO. O Brasil já vinha registrando desaceleração: a expansão da produtividade, de 4,1% em 2010, caiu para 0,7% em 2011.
Qualificação, ambiente regulatório e investimento em equipamentos são alguns dos aspectos que deveriam melhorar no país para garantir maior produtividade.
O nível educacional no Brasil ainda é muito ruim. Há UM ambiente hiper regulado e o país investe pouco em equipamentos. Nos países asiáticos, um terço do PIB vai para investimentos, enquanto aqui é apenas um quinto.
Patrão paga 183% mais que valor da carteira
Estudos apontam que o custo do trabalho para o empregador no Brasil varia entre 65,7% e 183% a mais que o valor do salário de carteira do trabalhador. Estima-se que o desembolso total do empregador chegue a 65,7%. O valor pode chegar a 2,83 vezes o salário de carteira, para um vínculo trabalhista de um ano. Para cinco anos, o custo cai para 2,55 vezes.
(copydesk, Caos Markus)
terça-feira, 30 de abril de 2013
SEXTA-FEIRA, 3 DE MAIO DE 2013: "FALSA COMOÇÃO"
Enaltecido outrora e agora, por que então essa pilhéria a encontrar na mofa explicação para um Brasil aviltado pela devassidão?! Já rimos demais da nossa própria desgraça.
O pranto de carpideiras não devolverá vida a este país agonizante, certamente. Mas, uma nação é feita de homens, e esses são feitos, naturalmente, de hombridade. Essa nobreza de caráter a nos faltar é a mesma a possibilitar a forja uma nova geração, a maior esperança de um possível resgate da civilidade que perdemos.
A insanidade, porém, é atualmente o padrão de nossas existências. Modificar o contexto que envergonha o país exige um aparato crítico norteado pelo discernimento e pela prudência. O futuro do Brasil está na remissão de todo um passado esquecido.
Nenhum líder nos devolverá a dignidade. Conclamar todo um povo disperso a lutar por direitos que ele nem sabe que tem; incitar uma nação que ainda desconhece a própria nacionalidade; Tudo isso é a mais evidente e oportunista mentira.
Ensinar, dirigir a formação da nossa juventude preparando-a para a emancipação, é tarefa muito pouco interessante a muitos brasileiros, indesejada, mesmo, pela maioria.
Devotos da falsidade, peregrinam país adentro os profetas da ignorância, disseminando suas burlas com a empáfia típica dos parvos.
Desses supostamente ousados só podemos esperar a nossa própria falsa devoção.
Dessa falsidade, a comoção a distanciar mais e mais os desígnios da razão.
(Caos Markus)
QUINTA-FEIRA, 2 DE MAIO DE 2013: "CONTERRÂNEO, COMPATRIOTA, NACIONAL"
A força política e a vontade de poder têm hoje sido desenvolvidas com o propósito de regulamentar um gigantesco mecanismo de egoísmo e monstruosa covardia. Não se respeita um só direito individual, desses que influindo como verdadeiras forças morais criadoras se projetam no meio social como elementos de equilíbrio do conjunto, e representam o papel de agentes de refinamento das condições de vida coletiva. Vemos imperar é o princípio do isolamento, deslocado do todo, longe de agir como fator de ligação coletiva, de unidade superior. A satisfação dos apetites de vingança entregam, assim, homens públicos aos instintos de luta brutais, verdadeiros espartanos. Descortina-se um espetáculo de dilaceramento de paixões, insufladas e atiçadas umas contra as outras.
Presume-se do estadista um indivíduo a totalizar os valores do seu tempo, fazendo da vida uma unidade de tal modo dependente das outras unidades concorrentes ao conjunto social, quando cada uma delas nele se completa, a despeito de suas características particulares. A destreza política, por sua vez, é precisamente a conciliadora na sua ação coordenadora, na sua aspiração para a unidade, com o maior número de antíteses. No plano dessa terrível força de diferenciação dentro de cada um de nós, como o irredutível do nosso próprio egoísmo, é chamado a operar o homem de Estado.
Os empreendimentos de ordem política não se realizam com o concurso de índoles vulgares, de aventureiros dominados de ambições imediatas. A política exige do indivíduo que a serve uma alta dose de espírito de sacrifício. As responsabilidades do poder, delas não nos desempenhamos sem a renúncia a vários bens e vantagens, que tornam agradável a existência do homem particular.
O Brasil ainda entende como governo um aparelho de opressão do indivíduo contra o indivíduo. Portanto, Só nesta feição de mau caráter podemos delinear o supremo orgulho de alguns políticos em ser brasileiro.
Conterrâneo opressor de compatriota, devemos admitir, não chegará jamais a ser um nacional.
(Caos Markus)
domingo, 28 de abril de 2013
QUARTA-FEIRA, 1 DE MAIO DE 2013: "O VOTO QUE ANULA"
Em todas as eleições, a certeza de que fizemos uma boa escolha, a convicção de que no ex-terceiro mundo, agora países "emergentes" há um terceiro turno está mais intimamente vinculada à legenda suprapartidária dos magazines, quando cédulas cedem lugar a duplicatas mil, nas promoções da vida inteira. Aliás, quantas reencarnações serão necessárias para plena quitaçãos da felicidade à prazo? Pois, carnês são neste imaginário terceiro turno a única certeza do paraíso terrestre; e a panfletagem das lojas dão conta de toda sorte de liquidação.
Compre, compre, compre tudo o que puder. Depois, converse com seu novo liqüidificador da última liquidação no atacado da sua incapacidade de consumir o que efetivamente necessita; pergunte ao microondas que estoura pipocas e os seus miolos ( se é que tem algum) porque e como os americanos do norte "lutam" e interferem em territórios mundo afora, a milhas de distância dos E.U.A.
Indague, eleitor-consumidor desse Brasil varonil, do seu micro-célebro eletrônico de penúltima geração ( os nossos japoneses são melhores que os brasileiros dos japoneses. Complicado, não?) por que é que os latinos são utilizados como personagens da bandidagens dos guetos nova-iorquinos, nas películas do Tio Sam, quase sempre consumidas pelos próprios latinos.
Mas, sobretudo, não perca a esperança, pois o verde, dizem, é "esperança", mesmo não se sabendo qual deles: se o ecológico, o aparentemente lógico, ou qualquer sinal de trânsito. Afinal, brasileiro não tem predileção partidária, não possue necessariamente convicção ideológica propriamente dita; brasileiro quando vota, vota na esperança - uma esperança momentânea, mais inclinada à possibilidade de um consumismo imediato porque brasileiro quer esquecer o passado, mas não se incomoda quase nada com o futuro; ou melhor, o seu futuro é pasmar com a próxima tv à plasma, a próxima "suave" prestação, o mais novo status de quem compra freezer, mesmo que não tenha mais de quinhentos gramas de carne moída para guardar, quer dizer, congelar.
E, de voto em voto, expresso tácito, nulo, branco ( porque essas também são manifestações de "esperança", esperança de que protestando a coisa toma jeito), voto ininteligível de intenções de voto que não conseguiram traduzir-se em gestos de votos, mas acabam por eleger o analfabetismo em primeiro turno, e com um invejável percentual de vantagem sobre os outros votos, ou sejam, os votos dos semi-analfabetos ou, politicamente correto, analfabetos funcionais, Então, de voto em voto, o brasileiro reacende a secreta esperança. Muito mais secreta que o próprio voto, pois todo mundo faz uma questão danada de "explicar" o seu, numa tentativa nula de parecer consciente para anular a esperança alheia.
(Caos Markus)
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