REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
QUARTA-FEIRA, 6 DE MARÇO DE 2013: "VOZ"
De tanto tudo delegarmos ao Estado, em todas as suas instâncias, acabamos por nos esquecer que nós somos a primeira instância.
E é a nossa voz a que tem de ser ouvida. Mudemos de UPP (Unidade de Polícia de Pacificação) para UPP - Unicidade de Política Participativa.
(Caos Markus)
TERÇA-FEIRA, 5 DE MARÇO DE 2013: "PARADIGMAS CULTURAIS NA EDUCAÇÃO"
Numa Cultura do Ensino, o foco do processo educacional está na instrução, notreinamento, no conteúdo e no controle. Há uma massificação do processo por se acreditar que basta haver o ensino para que a aprendizagem ocorra, sendo o ensino, ministrado da mesma forma, no mesmo tempo para todos. Em função da forma de conduzir o processo há um estímulo à competição.
O espaço educacional é hierárquico, o que propicia condutas de coação e conformismo, gerando respeito unilateral e solidariedade externa.
O processo educacional é centrado na atividade do professor, realizado por meio de instrução, exercícios e provas.
O conteúdo é ministrado numa sequência linear, fato que incentiva uma posição de consumidor passivo.
A interação é reativa, ou seja, acontece baseada na ação 'reação- estímulo-resposta'.
A avaliação é utilizada como controle, para testar, comparar e classificar. Objetiva-se o produto final.
O uso da tecnologia é visto como uma possibilidade a mais de passar conteúdos ou reforçá-los. Desta forma surgem os cursos clássicos mediados pela tecnologia.
Numa Cultura de Aprendizagem, o foco do processo educacional está na construção do conhecimento, na aprendizagem, no desenvolvimento de competências e habilidades. Há um respeito ao ritmo de desenvolvimento do sujeito, pois se acredita que a aprendizagem é um processo coletivo, significado individualmente estando relacionada às construções/significações anteriores do sujeito.
O espaço educacional é heterárquico, propiciando condutas de cooperação, gerando respeito mútuo e solidariedade interna.
O processo educacional é centrado na atividade do aprendente, identificação e resolução de problemas, professor como mediador e co-participante.
O conteúdo é construído na criação de redes de informação, o que incentiva a atividade do sujeito, a autoria e o desenvolvimento da autonomia.
A interação é mútua, ou seja, o processo é constantemente construído através de negociações realizadas pelos interagentes.
A avaliação é vista como processo, objetivando a correção de rumos.
O uso da tecnologia é visto como uma possibilidade a mais para a construção do conhecimento, baseado num processo de interação. Desta forma surgem as comunidades de aprendizagem, as redes de convivência, a educação aberta e a distância, a gestão do conhecimento.
O paradigma constituinte da Cultura do Ensino está fundamentado numa Sociedade Industrial e o paradigma da Cultura da Aprendizagem é impulsionado pela Sociedade em Rede.
Na Sociedade Industrial, o sistema educacional é um sistema fechado.
A organização do ensino é linear, sequencial e em patamares (séries, semestres, ano).
O currículo é pré-estabelecido no tempo e no espaço. Conteúdos fragmentados que seguem uma ordem linear com pré-requisitos rígidos - das partes para o todo - do mais fácil ao mais difícil. Disciplinas trabalhadas separadamente.
A capacitação dos professores é realizada através de cursos de aperfeiçoamento, centrados em técnicas para dar aula, organizar conteúdo, controlar a turma, testar os conhecimentos. O ambiente educacional tem suas bases na heteronomia. Apresenta-se rígido, hierárquico, diretivo, autoritário, coercivo, gerando dependência, competição e conformismo.
Incentiva o trabalho isolado e disciplinar. É centrado no professor, o qual define as regras, a direção e as atividades, e o aluno executa. É o ponto de encontro para o ensino formal, transmissão de informações.
A interação é reativa3, ou seja, o sistema por ser fechado não percebe o contexto, as noções de realidade, os processos significativos ou interpretativos. A interação é baseada no estímulo-resposta - relação causal - ação e reação. Por não efetuar trocas com o ambiente o sistema não evolui. Apresentam relações lineares e unilaterais. O reagente tem pouca ou nenhuma condição de alterar o agente. Há seqüência definida de acontecimentos sucessivos - demasiados determinístico, de pouca liberdade criativa. O "throughput" é mero reflexo ou automatismo - mecânico.
O ensino é baseado em "courseware". Inspirado na tradição oral - exposição, na competição, na recompensa, no erro como punição. A informação é trabalhada de forma isolada.
A metodologia é reprodutiva, centrada em aula expositiva, exercício e prática, retenção de fatos, trabalho isolado.
A avaliação tem como foco o resultado, é classificatória e excludente. Exige-se respostas corretas como forma de validar a aprendizagem, através da retenção de dados.
explicitados em testes e provas. O objetivo é controlar, punir e reforçar.
O suporte tecnológico é visto como simples instrumento auxiliar - um recurso a mais. O ambiente, por ser fechado, possibilita somente uma interação reativa. É linear e mecanicista -computador como máquina de ensinar. Nesses ambientes as questões e as respostas já estão "pré-questionadas" e "pré-respondidas" -programadas. A interface construída supõe que basta apresentar a informação ao aluno, que ele introjetará o conhecimento. Sendo que bastam reforços positivos e negativos para a regulação da “fixação” dos conteúdos. O conhecimento está pronto para ser “transmitido” e, quando isso acontece, se potencializa o aprendizado.
O aluno é visto como tábula rasa, consumidor passivo de conteúdos, repositório de informações (acredita-se que a informação é impressa na mente). Torna-se reprodutor, dependente, individualista e pouco comprometido. Memorização mecânica de informações.
O professor é visto como ensinante, agente, centro do processo de aprendizagem, transmissor do conhecimento, produtor de informações. Exibe comportamento autoritário -dissemina informações, controla a turma, pergunta e responde corretamente.
A aquisição de conhecimento só ocorre no sistema formal de ensino.
O Paradigma é o da transmissão do conhecimento.
Na Sociedade em Rede em que as pessoas passam a se conectar, os espaços se transformam, se interconectam, se sobrepõe; os tempos não são mais lineares e as hierarquias se dissipam. Os suportes magnéticos armazenam dinamicamente as informações e as distribuem atendendo às complexidades das novas condições ecológicas. Tudo isso possibilita pensarmos o sistema educacional como um sistema aberto.
A organização do ensino precisa considerar este novo contexto. Pode acontecer também em forma de rede, por áreas/células/disciplinas afins, por temas, por projetos.
O currículo pode ser construído no processo. Não há necessidade de uma seqüência única, geral e limitadora. Podem ser buscados novos modelos como: pré-requisito sendo definidos pelo aluno, juntamente com o professor em função do que deseja conhecer e o que já sabe. O currículo, sendo integrador, organizado interdisciplinarmente, funcionando em rede.
aberto, possibilita uma interação mútua. Parte de problemáticas emergentes para atualizações criativas e temporárias - as soluções não podem ser definidas por antecedência. Nesses ambientes se permite a construção, a livre exploração, a descoberta, a invenção. Qualquer questão pode ser colocada e as respostas podem ser construídas. A interface construída se ocupa do “ devir-outro” , da novidade, do imprevisível, serve como ponto de encontro para o diálogo entre diversos interagentes que se reúnem em trabalho cooperativo.
O aluno é visto como produtor ativo agente do processo de aprendizagem, sujeito com conhecimentos prévios, pensadores que elaboram teorias sobre o mundo. Torna-se pesquisador, autônomo, participativo, cooperativo e comprometido. Desenvolve a reflexão crítica -localiza e reflete sobre a informação. Intervêm na realidade, interagindo, estabelecendo relações e articulando conhecimentos. Assume o controle do seu processo de aprendizagem, decidindo junto o rumo do processo.
O professor é visto como alguém que também aprende, integrante do processo de aprendizagem, investigador, facilitador, instigador, problematizador, orientador, articulador
do processo de aprendizagem. Exibe comportamento interativo - educador, animador da inteligência, da aprendizagem.
A aquisição de conhecimento ocorre em qualquer lugar, a qualquer hora na sociedade interligada, em rede, não-linear, nem previsível,
incompatível com a idéia de caminhar do mais fácil para o mais difícil.
O paradigma é da construção do conhecimento.
(copydesk)
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
SEGUNDA-FEIRA, 4 DE MARÇO DE 2013: "A NOVA CULTURA DA APRENDIZAGEM"
O avanço tecnológico, característico da 'Sociedade da Informação', gerou uma euforia rumo à dubiedade entre 'comunicações' e 'comunicação'.
A multiplicidade de recursos e o excesso de indicações podem dificultar a compreensão e a integração da própria informação, atrofiando o pluralismo e o verdadeiro diálogo.
Apesar dessa suposta evolução, com os novos métodos à disposição, existirá nesta 'Sociedade de Informação' garantia na igualdade de ingresso a esses mesmos engenhos?
Esta nova 'Sociedade de Informação' é realmente mais democrática se comparada à antecedente, ou apenas forja 'novas-velhas' elites?
O conceito de Educação deve, por isso, evoluir com a superação das fronteiras do espaço e do tempo ao longo do qual o educando faz o seu itinerário de escolarização, percorrendo diferentes níveis de ensino, dando lugar a um processo de aprendizagem constante, isto é, facultando a cada indivíduo a capacidade de 'saber conduzir o seu destino', numa
civilização onde a celeridade das mudanças é conjugada ao fenômeno da globalização.
Os objetivos educacionais envolvem quatro aprendizagens fundamentais:'aprender a conhecer', isto é, 'adquirir os instrumentos de compreensão', combinando uma cultura geral, suficientemente vasta, com a possibilidade de trabalhar em profundidade um pequeno número de matérias (significando, com efeito, 'aprender a aprender', pelo benefício das oportunidades oferecidas com a Educação no decorrer da vida); 'aprender a fazer', agindo sobre o meio envolvente, a fim de alcançar não somente uma qualificação profissional, porém, destacadamente, conquistar competências voltadas à capacitação no enfretamento da mais variada gama de situações, privilegiando o trabalho em equipe; 'aprender a viver em comunidade', na participação e cooperaração mútuas, observados os valores do pluralismo; 'aprender a ser', via essencial, pois, agregadora das três precedentes, viabilizando o desenvolvimento da personalidade, adquirindo habilidade e autonomia, discernimento e co-responsabilidade.
Se é um fato o acesso à informação e os mecanismos de participação nessa mesma informação (cada vez mais eficazes e diversificados), é indubitábel, a Escola não pode permanecer alheia a tais fenômenos.
A Escola deve integrar vários saberes e variadas fontes de alcance à informação, e tem de 'saber explorar' e 'ensinar a explorar' esses saberes e essas fontes.
Então, quais modificações são imprenscindíveis na Escola?
O ensino dito tradicional, baseado sobretudo na transmissão oral e escrita de conhecimentos e valores, será suprimido? Afinal, a pedagogia de difusão de conhecimentos pela comunicação oral e escrita (o chamado ensino "livresco") não é, por vezes, mais igualitária, se comparada a um ensino fundamentado em tecnologias da informação não garantidas a todos os discentes? E se tantas são as dúvidas em relação ao modelo de 'Sociedade de Informação' -implantada com a agilidade tendente à sua breve institucionalização-, não são poucas as hesitações acerca do papel de interação da Escola com o meio envolvente, pleno de desafios. Cada vez menos o acesso ao conhecimento passa pelo 'espaço-aula'.
A quem possui as janelas para a nova Sociedade de Informação (o PC com leitor de CD-Rom e DVD, a Internet, a TV por cabo etc.) é facultada a obtenção ilimitada de informações, jamais possível, a qualquer professor, poder transmiti-las entre quatro paredes.
A defasagem ainda existente entre a educação formal, face as inovações tecnológicas atuais, é identificada por uma observação atenta no cotidiano das escolas. Não apenas no uso das tecnologias e das suas potencialidades de comunicação, contudo, ainda considerando os conteúdos tratados, tanto quanto as formas de aquisição da informação e do conhecimento.
É ideia geral que o computador pode desempenhar um papel benéfico no processo de aprendizagem, e que isso pode ser conseguido de formas muito diferenciadas. Entretanto, parece evidente, a utilização do computador nem sempre tira partido das suas reais potencialidades, ao não induzir 'alterações na forma' como as pessoas aprendem.
Com recursos novos e tão poderosos, passíveis de se constituirem um fator de alteração substancial, ainda se faz um trabalho retrógrado, anterior a existência de tais modernos dispostivos. E, pior, visando obsoletos objetivos, sem qualquer real evolução a partir desse ponto.
O papel da tecnologia é ainda mais reducionista, quando fornece informação julgada pertinente, como se fosse ela própria também um professor, cabendo ao aluno um papel passivo e limitado, a receber e assimilar de maneira acrítica e nada criativa a informação disponibilizada.
O principal papel, todavia, das novas tecnologias poderá estar na forma como vão marcar as instituições educacionais, quer através da criação de espaços de interação e comunicação, quer pela multiplicidade de alternativas facilitadoras de expressão criativa, de realização de projetos e de reflexão crítica.
As novas tecnologias de informação não são um fim em si mesmo, e sim um meio (entre outros) de acesso à informação.
A própria informação é um meio, um instrumento na edificação da consciência individual e coletiva, pela construção de uma visão personalíssima do mundo.
Neste contexto, a escola deve desenvolver nos alunos a capacidade de avaliar criticamente toda a informação, de modo a torná-los mais atentos, mais ativos e intervenientes; simultaneamente, receptores e emissores de informação.
A escola deve assumir um papel de intermediária e moderadora neste 'caos' do 'tempo real', opondo-se-lhe um 'tempo de amadurecimento', permitindo então a apropriação consciente dos saberes
(Caos Markus)
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013: "A DOENÇA MENTAL DE ELLEN WHITE"
Fonte:
"Religião e Cultura Americana"é uma revista acadêmica
semestral editada pela University of California Press, em Berkeley, Califórnia, em nome do "Centro para o Estudo da Religião e Cultura Americana".
Publicada pela primeira vez em 1991, "Religião e Cultura Americana" discute a natureza, termos e dinâmica da religião nos Estados Unidos, e explora a interação entre religião e outr as esferas da cultura americana.
Com a idade de nove anos, Ellen foi golpeada com uma pedra atirada por um colega. A lesão desfigurou severamente seu nariz, e a deixou em coma por três semanas. Alguns neurologistas têm comentado que isso possa ter causado em Ellen White crises parciais e complexas alucinações, levando-a a acreditar que tinha visões de Deus. Ellen White foi diagnosticada com epilepsia do lobo temporal pela pediatra Delbert Hodder H., em em 1981, e novamente em 1984, por Molleurus Couperus, um dermatologista aposentado. Além disso, durante toda a sua vida Dudley M. Canright, um pastor adventista do sétimo dia que saiu da igreja, disse que ela teve uma complicação "de epilepsia, histeria, catalepsia, e êxtase", afirmando que suas visões eram apenas o resultado de seu infortúnio precoce.
Os sintomas apresentados pelos doentes que estão se recuperando de uma lesão grave na cabeça incluem dores de cabeça, tonturas, depressão, lentidão no pensamento, e diminuição da concentração e memória. Esses sintomas são observados nos escritos de Ellen White após a lesão na cabeça. Ela afirma que "era quase impossível para mim estudar e reter o que eu tinha aprendido". Quando ela frequentava a escola sua mão tremia tanto que ela não poderia fazer nenhum progresso em sua escrita. Ela relatava: "ao estudar as letras do meu livro, o fazia em conjunto; grandes gotas de suor caiam na minha testa, e eu ficava tonta, prestes a desmaiar."
Seu professor aconselhou-a a deixar a escola, até que sua saúde melhorasse, o que ela de fato fez. Três anos mais tarde, quando ela tinha 12, tentou voltar à escola. Mas sua saúde falhou mais uma vez, forçando-a a deixar a escola permanente.
Outro sintoma da epilepsia do lobo temporal, como foi observado por Sachdev e Waxman, em 1981, é a frequência e o grau de hipergrafia. Isto é visto de forma contínua ao longo da vida de Ellen White. Ela própria observou em seus escritos: "Eu senti que eu deveria ter descanso, mas não podia ver nenhuma oportunidade para alívio. Eu estava falando às pessoas várias vezes por semana, e escrevia muitas páginas de testemunhos pessoais (...) O sangue corria para o meu cérebro, frequentemente, levando-me a cambalear e quase cair. Eu tive sangramento com frequência, especialmente depois de fazer esforço para escrever. Fui obrigada a deixar de lado a minha escrita, mas não podia jogar fora a carga de ansiedade e responsabilidade em cima de mim (...). Eu, então, escrevi uma parte do que foi me mostrado em relação ao Instituto, mas não podia abordar todo o assunto por causa da pressão de sangue para o cérebro (...). Eu supunha que depois de descansar alguns dias, eu poderia voltar a retomar minha escrita. Mas, para minha grande tristeza, descobri que a condição do meu cérebro tornou impossível para mim escrever. (...). A idéia de escrever depoimentos, geral ou pessoal, me foi dada, e eu estava em perigo constante, porque eu não poderia escrevê-los ". (Testimonies, vol. 1, páginas 576-577).
Congruência restante com a moderna sintomatologia médica e exames, a partir da perspectiva do conhecimento clínico atual, confirma que as experiências visionárias de Ellen G. White e suas características comportamentais podem ter sido influência de uma desordem neurológica de base.
(Coydesk, Caos Markus)
SÁBADO, 2 DE MARÇO DE 2013: "JUIZ NÃO SE INTERESSA PELO JUSTO"
NOVO PRESIDENTE DO TST NÃO SE INTERESSA PELO 'JUSTO', APENAS ACHA QUE É UMA PESSOA IMPORTANTE, E QUE POR ISSO DEVE GANHAR MAIS
"EU GANHO POUCO MAIS DE R$ 15 MIL LÍQUIDOS (R$ 22 MIL BRUTOS). SE FALAREM QUE É MUITO, EU DIGO: PODE SER PARA VOCÊS QUE GANHAM SALÁRIO MÍNIMO, MAS PARA O QUE EU FAÇO E PELA MINHA IMPORTÂNCIA, ACHO POUCO. NÃO INTERESSA QUAL O VALOR JUSTO, EU GANHO POUCO, AFIRMO QUE GANHO POUCO."
'Juiz ganha pouco', afirma novo presidente do TST
Primeiro negro a ocupar a presidência do Tribunal Superior do Trabalho (TST), cargo que assumirá em 5 de março, o mineiro Carlos Alberto Reis de Paula, de 68 anos, não foge de polêmicas. Ao afirmar que Justiça é investimento, e não despesa, diz que os servidores do Judiciário são muito bem remunerados, mas, segundo ele, o mesmo não ocorre com os juízes, diante das responsabilidades que os magistrados têm:
-A Justiça paga bem. Os servidores do Poder Judiciário são muito bem remunerados, só perdem para servidores do Poder Legislativo - afirma. - Juiz é bem remunerado, mas sofremos uma defasagem. Vamos ter um reajuste de 5%, como todo servidor.
Não temos reajuste há seis anos. Eu ganho pouco mais de R$ 15 mil líquidos (R$ 22 mil brutos). Se falarem que é muito, eu digo: pode ser para vocês que ganham salário mínimo, mas, para o que eu faço e pela minha importância, acho pouco. Não interessa qual o valor justo, eu ganho pouco, afirmo que ganho pouco.
Por outro lado, ataca os chamados penduricalhos.
-Esse negócio de penduricalho é o fim do mundo. Juiz não precisa de auxílio, juiz precisa receber um bom vencimento, digno, compatível com sua realidade e com o país que vivemos.
Amigo do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, ele tem o costume de não falar sobre preconceito racial. Em poucas palavras, diz que o Brasil discrimina e lembra de episódio ocorrido em 1967, quando tinha 22 anos e foi barrado na porta de um baile de debutantes no interior de Minas, por causa da cor da pele.
-Estava no segundo ano do curso de Direito e fui com alguns amigos até essa cidade. O porteiro do clube foi rodeando, mas depois foi claro e disse que naquele tipo de festa os organizadores não deixavam entrar negros. Foi a forma de discriminação mais explícita que vivi. São águas passadas, meu filho- diz ele, logo mudando de assunto no quiosque à beira da piscina de sua casa, seu "cantinho de sossego", em Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na companhia da segunda mulher, filhas e netos.
Um quase padre que queria ser procurador
Futuro presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), o ministro Carlos Alberto Reis de Paula quis ser padre, mas entrou no mundo jurídico ao passar em primeiro lugar para o curso de Direito na Universidade Federal de Minas Gerais, em 1966. Na faculdade, foi “colega de farra de fim de semana” do compositor Fernando Brant, do Clube da Esquina.
Reis de Paula nasceu em 1945. Morou com os pais e os irmãos até os
15 anos. Cursou os antigos primário e ginásio em escolas públicas.
No fim da década de 50, mudou- se para o seminário da Pontifícia Universidade Católica (PUC) em Belo Horizonte, onde permaneceu até 1965, um ano antes de passar no vestibular de Direito. Só abandonou a ideia da batina após ser convidado para estudar teologia em Roma.
Em 1979, entrou para a magistratura ao passar no concurso de juiz de trabalho substituto do TRT da 3ª Região, que englobava Minas, o Distrito Federal e Goiás. Um pouco antes, havia passado na prova teórica para o cargo de sua preferência: procurador da República. Como houve muita demora para a aplicação da prova oral, optou pela toga.
No governo de Fernando Henrique Cardoso, foi nomeado ministro do TST, cargo que irá exercer até se aposentar compulsoriamente, após cumprir o biênio 2013/2015, quando completará 70 anos.
(Copydesk, Caos Markus)
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