A concepção de 'ciência política', bastante recente, passou a ser assim generalizadamente expressa diante da objetividade que atingiu todas as disciplinas sociais, de modo a substiuir, paulatinamente, anteriores denominações ('teoria política', 'filosofia politica').
Não ocorreu, todavia, a supressão dessas precedentes nomenclaturas, mas verificou-se a distinção de dois novos campos, quais sejam, o da 'ciência' e o da 'teoria' políticas, sem incompatibilidade alguma entre si.
Outrora, formalizavam o seu conteúdo como 'ciência do governo', 'direito político' ou, ainda mais aquém, a clássica 'arte de governar'. Contemporaneamente, a Ciência Política é -em princípio- a parte da ciência social ocupada com as bases do Estado e dos fundamentos do Governo. A estrutural diferença entre Ciência Política e demais disciplinas afins é que a primeira limita-se a examinar (em termos descritivos) as atividades políticas e as formas institucionais de atuação que pressupõem um poder exercido com independência, sem predeterminada rigidez através de normas jurídicas.
Mais além, a Ciência Política enfatiza as relações da 'soberania', da 'liberdade', do 'governo' (na condição de fenômenos) com as situações reais estabelecidas pelas classes sociais, com a Geografia, a Religião e com as variadas modalidades de controle (o econômico, o político e o psicológico), desconsiderando a individualização de segmentações para alcançar a amplitude do organismo social.
(Caos Markus)
REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
quarta-feira, 11 de maio de 2011
SÁBADO, 02 DE JULHO DE 2011: "MORAL DEMARCADA"
Por hábito, considera-se mentira toda falsidade aludida intencionalmente, ainda que por ato de leviandade e não de torpeza, propriamente dita. Isso porque dela pode advir dano, mesmo não sendo só ridicularizado quem (por consequência de sua credulidade) repete o que ouviu. Entretanto, em sentido jurídico, denomina-se 'burla', exclusivamente, a 'falsidade', pela qual resta imediatamente prejudicado o direito de outrém.
Ora, esta diferença entre concepções aproximadas pela similitude não carece de fundamento, pois cada pessoa é sempre livre para considerar ou não ao pé da letra o que se lhe é dito, ou de interpretá-lo à sua maneira. Com efeito, certamente, a reputação de um indivíduo, em cuja palavra não se pode confiar, reveste-se do opróbio da peta, a ponto de apenas ser possível divisar a fronteira entre o correspondente ao direito, de um lado, e, de outro, o pertencente à moral.
(Caos Markus)
SEXTA-FEIRA, 1 DE JULHO DE 2011: "INTEGRIDADE"
QUINTA-FEIRA, 30 DE JUNHO DE 2011: "OUTROS SABERES"
O homem, dotado de mecanismo sensorial, adquire uma provisão de conhecimentos, de fatos e de experiências.É capaz tambémde renovar os dados da percepção imediata com total liberdade, assim como refletir sobre eles e, mantendo o diverso da percepção em con...fronto, procurar as igualdades e as diferenças na diversidade de indicadores. Todavia, mesmo conservando a compreeensão com habitualidade, alcançando assim maior clareza em seu entendimento, não está ainda habilitado para criar novos objetos. Nós, seres humanos, não possuímos, portanto, nada de verdadeiro e real, a não ser a experiência, acessível a todos. Nada temos para a vida, afora o entendimento comum. A vida nos dá o que é efetivo e o não efetivo. O primeiro pode ser admitido como tudo aquilo que nos arrebata, nos fazendo esquecer de nós mesmos em certas circunstâncias. Ao trazer à consciência algo já vivido, distinguimos o efetivo, pelo ato de representar, do não efetivo, ou seja, o conteúdo dessa representação, quer dizer, aquilo que está sendo recordado. Não obstante, temos a capacidade de nos desvencilhar dessas limitações e atingir uma forma superior de vida e de efetividade. Essa possibilidade encontrará concretude quando captarmos a nós mesmos, como seres conscientes naquela consciência anterior. Considerando, pois, a vida primeira como a efetiva, esta outra será a vida em potencialidade. Então, através da realidade ou experiência, a humanidade, pela supremacia potencial da consciência, há de identificar o saber do saber, a justificar o "homo-sapiens-sapiens".
(Caos Markus)
QUARTA-FEIRA, 29 DE JUNHO DE 2011: "TERMO CIRCUNSTANCIADO"
Ao que parece, com o declínio de uma era -a da contestação-, com todo o seu cortejo de mitos refletidos no desejo de revolução; hoje, mesmo ainda insistente a permanência dessa imagem; o que de fato o mundo assiste é a presença de uma crítica plana, incapaz de reconhecer o fim da imaginada glória da insubmissão. Mais 'resto' que 'restante', desaparecido o horizonte, agora, a tal sociedade civil organizada só pode contar com o reducionismo da militância do 'cidadão contra os poderes'. Forjados no antigo molde radical, não são poucos aqueles cujo comportamento acena oposição tão-somente diante da intolerável condição de recusados nos quadros sócios-políticos afluentes do poder. Compartilhando a superada ética da convicção com uma ética da responsabilidade, deslocam-se, pois recusam a si mesmos as facilidades da revolta vazia. Hoje, o de ontem quer ser laureado pela História, sem distinguí-la do 'termo circunstanciado' em que se resume a sua própria vida.
(Caos Markus)
TERÇA-FEIRA, 28 DE JUNHO DE 2011: "ADMINISTRANDO A CONTRADIÇÃO"
A tensão valorativa entre a segurança e a equidade dilui-se em argumentos, na medida em que se preserva uma segurança aparente, ao tempo em que se apontam soluções retoricamente igualitárias nas divergências de múltiplas decisões. Tudo é então admitido como produto derivado e controlado pelo próprio sistema. Por isso, enquanto seus componentes possam ser ideologicamente sentidos como racionais, a irracionalidade estrutural presente nessas mesmas decisões não gera insegurança.
Ao sistema cabe estrategicamente administrar a contradição, ofuscando sua visibilidade.
(Caos Markus)
SEGUNDA-FEIRA, 27 DE JUNHO DE 2011: "A PALAVRA RACIOCINADA"
Se conhecer é formular afirmações sobre algo, é necessário examinar as formas como tais proposições são articuladas, sob pena de, ausente essa avaliação, prevalecer o erro como expressão da verdade. Pois, através da indução, intencionalmente manipulada pelo falso raciocínio, as palavras adquirem vigor, mesmo desprovidas de substância real.
A análise do funcionamento da linguagem e, por efeito, do pensamento que a utiliza, deve então anteceder o próprio pensamento, que, para não se equivocar, precisa ser subordinado a regras definidas.
Não é suficiente, todavia, apenas classificar variada gama de proposições e suas inúmeras facetas. Assim, de início, impõe-se -por sua irrefutável evidência- o princípio da 'não-contradição', equivalente ao princípio de identidade, ou seja, a certeza de que uma afirmação jamais contradiz a si mesma.
Regidas por este fundamento, as proposições, contudo, se isoladas umas das outras, ainda assim não constituirão conhecimento algum. Mas ao contrário, se reunidas, calculadas, às afirmações garante-se o caráter essencial do conhecimento. Porque, afastadas das digressões, tornam-se, assim, frutos das palavras raciocinadas.
(Caos Markus)
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