Não se deve temer o erro (sob a condição de se distinguir entre erros construtivos e os que não o são), tanto quanto não se deve temer o esquecimento. Pois, o importante não é o esquecimento, e sim a incapacidade para restituir o conteúdo esquecido. Afinal, se o indivíduo compreende o mecanismo de produção do conhecimento, poderá restituí-lo por si mesmo, de múltiplas maneiras e não de uma só. O contrário disso é a existência de um sujeito constantemente dependente de outros que possuem conhecimento, por isso podendo outorgá-lo. Mas o sujeito independente porque compreende os mecanismos de produção desse conhecimento, converte-se, por consequência, em criador do conhecimento.
Há um grande abismo entre a noção do sujeito da aprendizagem como receptor de um conhecimento recebido de fora para dentro, e a concepção desse mesmo sujeito como um produtor de conhecimento.
Não será conquistado progresso no conhecimento senão através de um conflito cognitivo, isto é, quando a presença de um objeto (no sentido amplo de 'objeto de conhecimento') não assimilável forçar o indivíduo a modificar seus esquemas de apropriação e interpretação, ou seja, a realizar um esforço de adequação tendente à incorporação do que resultava não apreensível (tecnicamente, uma pertubação).
Contudo, da mesma maneira que a atividade intelectual não é definida por atividade qualquer, aleatória, tampouco qualquer conflito é um conflito cognitivo a permitir um real progresso no conhecimento.
Assim, não se trata de ser colocado o indivíduo continuamente em situações conflitivas dificilmente suportáveis, mas sim de detectar os momentos cruciais nos quais ele é sensível às pertubações e às suas próprias contradições, de modo a avançar, então, no contexto de uma reestruturação.
(Caos Markus)
REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
sábado, 30 de julho de 2011
SÁBADO, 27 DE AGOSTO DE 2011: "O RATO DO HOMEM"
Ouvindo pela CBN notícia sobre os excelentes resultados obtidos pela aplicação de camomila em ratos com diabetes, em estudo para o uso dessa planta em seres humanos diabéticos; e repensando que os cientistas sempre experimentam em camundongos tudo o quê poderá ser benéfico ao homem; fui forçado a concluir que o homem não é o lobo do homem, mas sim o rato.
(Caos Markus)
SEXTA-FEIRA, 26 DE AGOSTO DE 2011: "INTELIGINDO"
O que significa ser inteligente? Supõe-se, é o agir para o melhor, fazer sempre o melhor e da melhor forma, tornando-se, portanto, melhor.
Desse modo, o mundo não seria mais indiferenciado ou não estaria mais dilacerado entre pólos opostos sem acordo, mas seria um mundo dirigido, orientado na direção do que é melhor. Contudo, a 'inteligência', o 'pensamento', não agem no sentido do 'melhor', pura e simplesmente. O 'pensamento' é apenas 'iniciativa'; somente põe o cosmos em movimento, sem qualquer outra interferência. A partir do primeiro impulso, as partículas se atraem e se repelem, formando todas as coisas e seus limites. E esse movimento circular perdura, revolvendo todas as coisas, até os próprios astros. O agir desse 'inteligência' é mecânico.
Falar em 'inteligência', hoje, implica para nós referência à inteligência humana, ou a um ser pensante. Não é fácil sequer imaginarmos o que seria esse puro pensamento impulsionador do mundo, anterior a todos os seres constituídos e a toda e qualquer caracterização. Pensadores religiosos cristãos identificaram tal força ao ato de criação do mundo por Deus, mas a filosofia parece recuar, com prudência, diante de "verdades" que dependem de crença. Afinal, por primeiro, não se falou num deus criador, mas sim num 'pensamento', numa 'inteligência'; não se falou em criação, todavia, em 'primeiro contato do movimento'.
A questão fundamental que se nos coloca a 'inteligência' primordial está no fato de que falar em 'ordem', em 'ordem do mundo', 'cosmos', já é falar em 'organização', em uma 'ordem racional das coisas', em 'razão', na 'racionalidade das coisas', como 'estando nas coisas elas mesmas' e não em outra parte.
Pensar o mundo como uma totalidade organizada já é pensá-lo como inteligência, e não apenas como nossa faculdade de inteligir, de compreender coisas, mas sim como a própria possibilidade de que as coisas sejam inteligíveis nelas mesmas.
(Caos Markus)
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