(Marcus Moreira Machado)
REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
SÁBADO, 26 DE DEZEMBRO DE 2009: "PASSIONAL"
Nunca, como agora, teve a Humanidade um conflito tão difícil de resolver. Está encurralada de tal maneira que se encontra num beco sem saída. As realidades, comprometidas com o movimento impetuoso do progresso, parecem haver ultrapassado a inteligência. Jamais se registrou na História o espetáculo de um caos social e econômico semelhante. As consciências se despertam, pretendem escapar ao silêncio, mas uma vez liberadas pelo esforço arrebatado se entrechocam, cegas, enquanto a realidade continua dominando-as.
Alguma coisa de vulto pesa sobre a sociedade. É uma enorme interrogação. O que fazer? Aonde ir? Como tomar a direção do mundo? Quando há guerra, todos perdem. Na paz ninguém se entende. Olhamos ao nosso redor e descobrimos as ambições de alguns homens, a ignorância de outros e a miséria de muitos. Diante de tudo descobrimos a revolução que a técnica tem operado no mundo.
Em geral, o sindicalismo crê que o maior conflito encontra-se na economia atual. Os economistas não sabem como coordenar as novas forças de produção e adaptá-las a fins sociais justos. O verdadeiro conflito está na luta que existe entre a maneira de produzir e a forma de vender as riquezas, sem criar obstáculos na forma de aquisição. Eis aqui a dificuldade. Se perdurar o império do regime de liberdade econômica, o mundo estará envolto em tremenda crise, que decretará o seu fim. Contra isso impõe-se uma solução: a ditadura econômica dos grandes monopólios, auxiliados pelo Estado.
O produtor protesta. Aquele que sofre se indigna. Também tem sua doutrina para defender-se. É socialista, comunista ou sindicalista.
A própria técnica nova também lança o seu protesto. Avança, cria novos métodos de cultivo, aumenta sem cessar a produção, lança o homem à parada forçada.
O homem e a História lutam por separar-se do passado; uma parte se imobiliza estagnada, outra se detém nas perspectivas do futuro, como se temesse entrar no presente.
Todavia, pesam sobre nosso espírito as antigas crenças, as antigas idéias, os tradicionais procedimentos.
Lutam a idéia antiga com a realização moderna. E, desta luta advém os contínuos choques de homens contra homens que, em sua inconsciência não são mais que a resistência de um passado que se nega a perecer e de um presente que luta irresistivelmente para abrir caminho.
O interessante é analisar e investigar o presente, para, depois, combinar um método de ação que seja favorável à evolução histórica do nosso tempo. E, se este método encontrar resistência, será dos que resistem ao progresso. Necessário é construir, a medida que se destrói, para, num determinado momento, recolher todos os escombros que impedem o crescimento. Ao revolucionar a infraestrutura, o socialismo tem sido uma crença, e sua ação é de ordem puramente emocional. O que necessita a classe trabalhadora é um método que responda a uma visão clara do futuro. E não mais idéias que imprimam, pela força, a marcha evolutiva dos povos. Pretende o sindicalismo evitar as contradições econômicas do nosso tempo, através da superação do processo político. Entretanto a História registra que todas as ditaduras democráticas ou proletárias sempre têm conduzido a iniquidades sociais. Mesmo Marx afirma que nem na sociedade comunista se poderia dar ao operário o produto total de seu trabalho. E as relações de dependência nascidas no corpo do proletariado, embora fruto de sua própria organização, têm dado origem a novas desigualdades. Aconselhável, pois, que ao protestar contra as condições de sua exploração, os trabalhadores aproveitem suas mesmas fórmulas, no que possuem de fundamental e histórico.
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