(Marcus Moreira Machado)
REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
QUINTA-FEIRA, 24 DE DEZEMBRO DE 2009: "MORTALHA"
Muito embora um sem número de pervertidos busquem saciar o seu prazer na mortalha guardada para as exéquias de uma anciã decrépita, em manifestação de descomunal tara e fetiche singular, certamente é maior entre nós a quantidade de pessoas admiradoras da sensualidade insinuada na semi-nudez de balzaquianas. A volúpia dessa meia idade, revelada a cada instante, em sucessão de momentos lúbricos, quando o estímulo aos sentidos sequiosos de jovialidade adquire mais importância, é, afinal, a epígrafe mais comum dos nossos devaneios.
É essa inclinação para a lascívia que nos impele a desnudar uma jovem formosa, procurando os seus mais íntimos segredos, explorando as suas mais secretas regiões, experimentando das suas paixões e fantasias. É pelo gosto à luxuria que nos embevecemos diante de tão donairosa dama, dela desejando toda a pudicícia, dela almejando a total rendição, vergada à força do mais passional apelo, da mais irresistível invocação.
Assim é que, movidos por essa tendência ingênita, imaginamos possuir as musa dos nossos mais particulares caprichos através da posse daquilo que aparente ser a representação máxima do seu âmago. E, também irrecuperáveis fetichistas, ansiamos senhorear os objetos reprodutores dessa quimera.
Por extensão, tudo o que acreditamos ser para nosso regozijo deverá, também, nos pertencer essencialmente; e como é bastante frequente o nosso amor aos prazeres materiais, por expressão do indomável instinto, o mundo todo se nos a figura luxuriante e disponível. Não por razão diferente, produzimos esse formidável “strip-tease”, expondo à mais absoluta nudez os atributos sujeitos à nossa ganância.
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