A verdadeira via (o verdadeiro método) é uma só, única. As coisas que são, tais quais elas são, em primeiro e definitivo lugar, 'são'. Da mesma maneira, o discurso verdadeiro é um só, único; é aquele que diz que 'é', que algo 'é', que tudo 'é'. Não se pode pensar o que não é, não se pode dizê-lo, porque ao fazê-lo estaremos dizendo o 'não-ser', pensando o 'não-ser', como se isso fosse um ser. pois pensar, dizer, é pensar que 'é', dizer que 'é'. E nisto consiste a verdade. Fora disso, todo discurso é mera opinião, ocasião de falsidade, um dizer 'como se', argumento que não pode ter estatuto de verdade. Do ponto de vista da realidade das coisas tais quais elas são, é preciso que elas 'sejam', integralmente, um todo, sem lacunas, obscuridades, dubiedades, subliminares. Realidade de um ser contínuo, sem faces ocultas e ilimitado. Para o prevalecimento da verdade, é necessário que tudo 'seja', que o todo 'seja'. Uma só falha no 'ser' já traz consigo, imediatamente, a dúvida, a incerteza, a impossibilidade de assertiva segura, uma sucessiva e sequencial derrubada de verdades.
A verdade exige que o mundo seja consistente, denso.
E esta é a questão fundamental de toda a existência: por que há o 'ser', e não -antes- o 'nada'?
Afinal, a existência do 'nada' coloca em risco as nossas próprias afirmações. Pois, onde fundamentar a 'certeza', a 'verdade', se forem, a princípio, mentiras!? E quem estaria mentindo? E para quem estaria mentindo, muito antes de mentir a outros, senão a si mesmo?!
(Caos Markus)
Nenhum comentário:
Postar um comentário