O Homem deste século é, muitas vezes, comparável a uma mera peça da superestrutura técnico-social, um alienado em busca de novos deuses, atormentado até pelos problemas e vazios da linguagem, tendente a exaltar como importante pretendido "idioma" único mundo afora, cujas palavras se reduzem ano após ano. Com essa "dialeto" universal, inclusive, parece querer mudar as palavras de ordem, pois como será possível dizer 'liberdade é escravidão' se for abolido o conceito de 'liberdade'?
A contemporânea banalização universalizada tem por dissimulado objetivo estreitar qualquer variada gama do pensamento.
Ao mesmo tempo, contudo, fala-se hoje de um direito natural de segurança, para defender-se do conflito (grave e aberto) entre as estruturas da sociedade, ante a falência de pluralidade de instituições, desde as políticas até as religiosas. Mas, isso implica em perceber que a violência é ação contrária à ordem ou disposição da natureza. Nesse sentido, há muito tempo na história da civilização humana já se distinguia o movimento conforme a natureza e o movimento gerado por violência. O primeiro leva os elementos ao seu lugar natural; o segundo é o que os afasta. E, ainda, pode ser compreendida a violência como a ação antagônica à ordem moral, jurídica ou política.
A exacerbação da violência a grassar pelo planeta é oriunda, neste plano, de causas absolutamente políticas.
Ora, a noção de 'violência' é, não raramente, subjetiva e relativa. No curso da nossa História, situações que agora nos parecem intoleráveis (a escravidão, por exemplo) foram admitidas como comuns e até formalmente toleradas.
Verdade é que as causas e os fatores da violência são múltiplos. Concorrem tanto os de ordem natural como os de cunho social. Com efeito, além dos aspectos físicos, atinentes ao meio ambiente, não se deve ignorar os sociais, abrangendo o processo cultural em que o Homem está imerso. Aviltado esse processo, podemos dizer que a mais expressiva violência presente é a da delinquência cultural.
(Caos Markus)
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