Na fonte de todo ser real há uma ser que não possui a plenitude do ser. Para concebê-lo, devemos nos basear no ser cuja experiência nos é a mais imediata -a consciência. Do mesmo modo, o ser do qual provêm todos os seres é 'ato'. Porém, é ato puro, enquanto a nossa consciência é um ato mesclado de potência, isto é, um ato limitado. Com efeito, começamos por viver inconscientes, e a consciência só emerge pouco a pouco, de uma realidade criada sem ela. Depois, permanecemos corporais, sempre. Pois se o corpo nos situa no mundo e com este nos permite estabelecer relações, ele, o corpo, nos limita. Ao contrário, o ato puro surge de alguma forma sobre um fundo de nada: tudo o que ele é provém dele mesmo. Ele próprio se coloca, é o seu próprio criador, sua própria razão de ser.
O ser de tudo que não é ele consiste em participar em seu ato. Somos ou não, seremos ou não. Tudo depende de qual possa ser a nossa decisão.
(Caos Markus)
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