O Planejamento é a principal ferramenta de trabalho do professor. É o fio condutor da ação educativa. As concepções do planejamento são funcionalistas e dialéticas. A concepção funcionalista é a tradicional no ensino, sendo um instrumento de poder. A concepção dialética tem no planejamento a práxis que surge da realidade. Nele são congregados aspectos históricos, políticos, sociais e econômicos. Ao mesmo tempo consolida tarefas e saberes críticos, criativos, reflexivos, transformadores, de modo a conceituar o planejamento inovador:Planejar é dar tempo para pensar a prática, antes de realizá-la, esquematizando os elementos mais importantes numa sequência de atividades.
A Lei de Diretrizes Básicas do Ensino prevê dimensões de planos para a área educacional, divididos, conforme sua abrangência, em: Plano Político Pedagógico, Plano de Ensino, Plano de aula.
O Plano Político pedagógico diz respeito aos pressupostos filosóficos, sociológicos e políticos que norteiam a instituição. Deve ser construído coletivamente, envolvendo todos do universo educativo: diretores, especialistas, professores, alunos e pais. Deve, portanto, estimular o processo de autoconhecimento da realidade escolar, possibilitando o envolvimento de toda a comunidade na definição do Projeto Político Pedagógico e no Plano de Desenvolvimento da Escola. O Plano Político pedagógico se caracteriza como trabalho coletivo, isto é, desenvolvido 'com' e não 'para' os envolvidos no processo educativo. O enfrentamento de saberes e práticas de todos os componentes do grupo dará margem à instauração de um sistema de permutas, resultando na essência desse projeto e no seu caráter crítico-pedagógico.
No Planejamento de Ensino há elementos essenciais: conhecimento da realidade; dados de identificação; ementa; finalidade; conteúdos (o quê?), factuais, conceituais, procedimentais e de atitudes; metodologia (como?); atividades discentes; cronograma; recursos (quais?); avaliação (para verificar se os objetivos estão sendo alcançados); bibliografia.
Quanto ao planejamento de uma disciplina, ele tem de ser elaborado antes do início do ano letivo, organizando as ações. E esse plano deve ser flexível, permitindo adaptações ao longo do processo, possibilitando a co-participação dos alunos, permitindo organização sequencial de decisões. O planejamento de uma disciplina busca eficiência, e por isso precisa ser claro e realizável; é elemento de comunicação entre professor e coordenador, assim como entre professores e alunos; evita duplicação de programas e possibilita integração das disciplinas.
Na construção de um plano de aula é de vital importância indicar o que fazer no dia-a-dia da sala de aula, propondo o bom emprego do plano de ensino. Os elementos de um plano de aula são: tema/assunto; público-alvo; objetivo(s), cronograma; conteúdos; atividades/estratégias; recursos; avaliação; registro das atividades.
Na avaliação, considera-se o processo. Por isso, ela a será contínua, participativa, diagnóstica, investigativa, utilizada tanto em retomada da prática pedagógica, reorientando-a se necessário, quanto em proposições de novas ações para o planejamento. A avaliação nada mais é senão uma reflexão, cujo objetivo é refazer a trajetória educativa , caso seja indispensável.
Quanto ao registro, ao final de cada unidade de trabalho, anotam-se as ocorrências, episódios e situações, consequentes de observação coletiva com os alunos, no intento de aperfeiçoar e aprimorar aspectos que tenham facilitado ou dificultado a desempenho do plano e o alcance dos objetivos.
Um profissional da educação não deve apenas ter conhecimentos sobre o seu trabalho. É fundamental saber mobilizar esses conhecimentos, transformando-os em ação, pois toda sistematização teórica deverá ser articulada com 'o fazer' e todo fazer deve ser 'articulado com a reflexão'.
Para ser protagonista da ação de educar é qualidade 'sine qua non" que os professores saibam como são produzidos os conhecimentos ensinados; tenham instrução básica dos contextos e dos processos de investigação usados pelas diferentes ciências, a fim de não se tornarem apenas multiplicadores de informações. É preciso ser eclético sobre a dimensão cultural, social, política e econômica da Educação. É crucial, finalmente, o educador identificar o educando não na condição de coadjuvante nesse mesmo processo, mas sim reconhecer: em Educação, há co-autoria, porque trata-se de um sistema, uma metodologia, onde 'atores' (professor e aluno) contracenam nos mesmos 'espaços'.
(Caos Markus)
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