No planejamento escolar, por mais bem fundamentado que seja, o Educador precisa ter consciência de que alguns imprevistos podem surgir ao longo do ano letivo (e esses sinais não devem ser ignorados). É importante que haja uma avaliação constante do processo Planejamento de um Sistema Educacional, com a Direção escolar e o Corpo Docente, integrados, sempre alertas no diagnóstico de obstáculos encontrados, aferindo o ritmo de avanço ou estabilização das atividades sobre os temas programados, de maneira a envidar esforços na execução de mudanças auto-dirigidas. Os assuntos trazidos no dia-a-dia pelos alunos, como notícias da televisão ou dilemas pessoais e familiares, também precisam ter um tempo reservado a debates, relacionando-os aos conteúdos curriculares, mas evitando-se conexões distantes. O cuidado de monitorar as aulas e o comportamento dos estudantes periodicamente é determinante para perceber a necessidade de ajustes, pausas, acelerações, mudanças de rota ou mesmo a retomada de algumas informações ainda não apreendidas com consistência. Trata-se de raciocínio bastante simples: o planejamento inicial, via de regra, é feito quando ainda desconhecida clientela (alunos). Assim, a interação é máxima referência quanto à periodicidade de manutenção e/ou mudança no sistema. As avaliações são a principal ferramenta para saber quando improvisar. Depois de cada aula, o professor deve se habituar a fazer anotações sobre o andamento das rotinas, comparando o inicialmente previsto e o que realmente aconteceu. Aqui, podem entrar observações a respeito de grupos mais avançados e até sobre conteúdos anteriormente compreendidos como totalmente dominados. A escrita leva a pensar. É inclusive um momento em que fica claro ao docente se suas explicações surtiram efeito ou não ajudaram no entendimento dos conceitos trabalhados. Nos registros, são ainda incluídos os instrumentos utilizados para contornar eventuais surpresas durante as aulas. Ao escrever, é criada uma distância do já executado, proporcionando refletir sobre os procedimentos utilizados. Essa prática oportuniza ao profissional ter noção dos limites da flexibilidade do planejamento em execução. Ele deve se perguntar se sua explicação surtiu efeito e se os objetivos foram alcançados, a fim de cogitar ou não alguma alteração de diretriz.Um conteúdo de saber antes definido como ‘saber a ensinar’ sofre, a partir de então, um conjunto de transformações de adaptação (transposição didática), tornando-o apto a ocupar um lugar entre os objetos de ensino. Conhecer a realidade dos educandos é fator primordial nessa transformação do saber. O conhecimento científico, por exemplo, não deve ser repetido em classe exatamente do jeito como está nos livros. As informações precisam ser trabalhadas e preparadas, e mesmo assim tão-somente para, ao serem repassadas aos estudantes, readquirirem inéditos conteúdos, pelo acréscimo da co-participação, isto é, a inserção do aluno no planejamento em execução perene.
(Caos Markus)
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