PRAGMATISMO E PRATICIDADE
Na área da formação de conhecimento, o ensino tem se modificado para adequar-se à realidades atualizadas. Porém, em alguns domínios, este desenvolvimento caminha a passos curtos. A implementação de novos modelos educacionais estimulantes, participativos, que remetam os estudantes a encontrarem soluções para problemas vivenciais, relacionando teoria e prática ainda encontra um hiato. É de justiça salientar a ocorrência de algumas notáveis modificações. Entretanto, a adequação de novas metodologias de ensino-aprendizagem ainda se defronta com o inadequado modelo tradicional.
Os indivíduos acumulam um conjunto de experiências que podem tornar-se num grande e importante recurso no processo de aprendizagem. Com efeito, é reconhecido o treinamento paulatinamente adquirido por essas pessoas (não apenas quantitativamente, mediante as variadas situações verificadas durante os anos de vida, mas também qualitativamente, pela diversidade de papéis e de contextos de sua existência) na otimização dos processos de ensino-aprendizagem. A instrução dos alunos sob este referencial constitui-se fonte de recursos na formação, ou seja, matéria da própria aprendizagem, enriquecida, oportunamente, através de discussões de grupo, trabalhos de campo e a própria resolução de problemas. A partilha das experiências assume-se, por si, como fonte de aprendizagem para os restantes elementos do conjunto. Por outro lado, a heterogeneidade das lições contextuais de educação reforça a necessidade de planos por vezes individualizados, e legitima 'contratos de aprendizagem' personalizados, adaptados às características e predisposições individuais.
A inclinação de um aluno para aprender fica, sem dúvida, orientada pelo desenvolvimento de tarefas relacionadas com os seus papéis sociais. Estes passam pelas funções desempenhadas no trabalho, tal como, também, na vida familiar e social. A disponibilidade para aprender é maior quando se experimenta a necessidade em saber ou fazer algo, visando atuar com mais eficácia e eficiência em algum aspecto das suas vidas. Por exemplo, diante do desejo de tornarem-se mais eficazes no trabalho. Através da aprendizagem baseada em problemas, tal é potenciado, pois o aluno é ativo em definir a questão.
Ao longo do processo de maturação dos indivíduos, a sua perspectiva do tempo na aprendizagem altera-se, passando de uma aplicação a longo prazo, do aprendido, para uma aplicação mais imediata. Também, desta forma, altera-se a orientação à volta do aprendido, passando de uma perspectiva centrada nos conteúdos em direção a outra, que gira em torno da resolução de problemas.
O pragmatismo, então, é resultante da somatória de conflitos solucionados, e não a mera praticidade mal atribuída à inconsciência desarrazoada.
(Caos Markus)
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