REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
TERÇA-FEIRA, 1 DE FEVEREIRO DE 2011: "GRAFISMOS"
Timbres na fonação uma consoante atípica ao ortho gráfico, de forma a silenciar a voz vernacular, apenas com excêntrica intuição de abandono do ortus ascendente. E verás o quanto pretendida ortofrenia jamais impede a permanência da Malásia peninsular na Ásia continental.
Haverás então de a ti mesmo lançar o inquérito: "- Por que uma malaio extirparia acento vocálico, indiciando o gutural ?".
Gemido do bacurao ou berro do argamaz !?
O crocitar da coruja ou o canto da cotovia !?
Afinal, escreve-se o timbre como de fato se ouve o som pronunciado?
Talvez no trema, sim, um melhor grafismo da ressonância de algum fonema.
(Caos Markus)
SEGUNDA-FEIRA, 31 DE JANEIRO DE 2011: "RAZÃO DE SER"
A comunidade não nasce e cresce apenas, mas pode ser idealizada e construída. Nessa comunidade, entendida como o próprio Estado, existiriam, segundo Platão, três classes: a dos sábios, a dos guerreiros e a dos comerciantes, operários e artesãos. A missão da primeira (cuja virtude é a sabedoria) reveste-se da execução do governo; à segunda, é reservada a coragem, qualidade necessária na defesa do Estado; e a terceira (dotada do atributo da sobriedade) tem por meta nutrir os defensores do organismo estatal. Infere-se, da conceituação do filósofo sobre o 'Estado', que o objetivo do organismo político é possibilitar ao indivíduo o usufruto da felicidade coletiva, decorrente da realização individual através do trabalho; ou seja, fazendo parte da “polis” o indivíduo cumpriria a sua função social, que consiste na razão de ser do homem. A divisão em classes não obedece outro critério senão o da repartição do trabalho, de maneira racional.
O critério hoje observado, mais que a estratificação social, é voltado à estagnação da sociedade, tornando útil o fútil, bendizendo-o mesmo, a despeito dos males como imediata manifestação dos seus efeitos colaterais.
(Caos Markus)
DOMINGO, 30 DE JANEIRO DE 2011: "QUANDO"
domingo, 19 de dezembro de 2010
SEXTA-FEIRA, 28 DE JANEIRO DE 2011: "ASAS"
Que venham os inimigos da quimera! Encontrarão vidas secas em grandes sertões, veredas; na terra do sol, com deus e o diabo; degolado um a um, numa guerra do fim do mundo, sob a mira de canudos. E verão que o sertanejo, depois do chá da erva de santa-maria, é forte, impávido, colostro das tetas do agreste. Porque a praça é do povo, como o condor a voar, quando a liberdade abre as asas sobre nós.
(Caos Markus)
QUINTA-FEIRA, 27 DE JANEIRO DE 2011: "MATER"
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
QUARTA-FEIRA, 26 DE JANEIRO DE 2011: "ARGUMENTOS"
TERÇA-FEIRA, 25 DE JANEIRO DE 2011: "PROMOÇÃO"
Se 'metáforas' são também 'codificações', já as 'alegorias', eu creio, são pouco menos que 'adornos', mais realce no inexpressivo carente de evidência. A Igreja, desvincula-se até mesmo dos ritos e dos mitos (suas antigas metáforas), reduzida à alegoria do'bem' (deus) contra o 'mal' (satanás). E assim adorna a psique coletiva, adulterando o sentido de 'alma' (como definida e conceituada no grego), para pretensamente "promovê-la" a 'espírito'.
Ave, Cesar!
Amém!
(Caos Markus)
SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JANEIRO DE 2011: "MEDIDA"
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
SÁBADO, 22 DE JANEIRO DE 2011: "PROGNOSE"
Considerando que o coletivo de porco é 'vara'; e, mais, considerando que a alma quando cutucada vira uma onça; certamente há de tomar o remédio pelos seus efeitos colaterais quem cutucar a alma com vara curta. Em casos assim, entendendo a demência como veemência da personalidade, é indispensável livrar-se dos paradigmas, das referências. E de chofre, escolhendo dos 3 porquinhos o Prático, convém ingerir, em baldes alopáticos, todos os desfechos. Porque 'desfechar' é tirar o fecho, abrir o que se pensara ser o fim. Enfim, se já somos alguns dos tão poucos, isso é bom começo para uma Fazenda Modelo, "chicando" com Buarque, ao invés de exclusiva Revolução dos Bichos, no Orwell do antes muito depois "1984".
Afinal, qual prognose, a da vida? Nem isso nem aquilo, ela nem sabe que vida é, além dessa porcaria gostosa de sermos os porcos na vida dos homens.
(Caos Markus)
SEXTA-FEIRA, 21 DE JANEIRO DE 2011: "SEREI?"
QUINTA-FEIRA, 20 DE JANEIRO DE 2011: "INFLEXÃO"
Dela assim eu ouvi: "-Amigo, foi apenas um comentário, sem um direcionamento". E assim falou Charles Ramuz: "A poesia não está nem nos pensamentos, nem nas coisas, nem nas palavras; ela não é nem filosofia, nem descrição, nem eloquência: ela é inflexão".
Ora, afirmam os gramáticos: não é raro as 'flexões' (que ocorrem sempre no fim dos vocábulos, e por isso comumente chamadas 'DEFLEXÕES'') serem acompanhadas de mutações internas do vocábulo, conhecidas como INFLEXÕES. Nas gramáticas é estudo sistematizado sob o nome de apofonia.
Tudo considerado, como poderei não imprimir direcionamento sem o risco de causar um curvamento? E notando o vínculo entre INFLEXÃO, ENTONAÇÃO e FONEMA, 'ideologia' pode ou deve ser compreendida por sons (fonemas) guturais entoados (e, pois, flexionados) de forma tônica? Ou, mutante, a 'ideologia' é "apofônica"?
A ela, então, eu respondi: "-Clareza' é artifício que não desvenda. Nem mesmo sei se tirar a venda possibilita enxergar luz alguma."
(Caos Markus)
domingo, 12 de dezembro de 2010
QUARTA-FEIRA, 19 DE JANEIRO DE 2011: "DOMINAÇÃO"
O trabalho alienado, aquele que não traz satisfação nem alegria ou compensações, não é fonte de criação nem possibilidade de sublimação.Trabalho super-reprimido que não protela nem substitui o prazer.Trabalho que tão-somente mata. A super-repressão se define em “produzir para consumir e consumir para produzir; sentir-se culpado, humilhado, diminuído quando não se produz o quanto e o que a sociedade estipula ”. Essa mudança da satisfação imediata para a satisfação adiada implica num quadro de alterações na estrutura de uma sociedade civilizada. A restrição do prazer proporciona a canalização das energias reprimidas para a produtividade, tornando o trabalho como uma atividade penosa, alienante e necessária à sua sobrevivência. Isso significa suporte ao capitalismo. Diante da interpretação do princípio de rendimento, pode-se afirmar, tem início o processo de exclusão, porque aqueles que não conseguirem acompanhar o ritmo nas exigências do mercado serão excluídos, produzindo a pobreza e a miséria. Afinal, o controle do mercado acaba nas mãos de uma minoria, com os indivíduos alienados de sua própria existência. Assim, percebe-se, o trabalho não é algo que liberta, mas sim uma atividade que domina. E, escravos, já não se conhece onde há liberdade.
(Caos Markus)
SEGUNDA-FEIRA, 17 DE JANEIRO DE 2011: "ALERTA"
Mesmo quem faz o jogo do poder é movido na crença ideológica de que ele existe. O mal denominado 'poder' não é mais que a institucionalização da força.
Se houver alerta, para 'reflexão', a própria filosofia será alertada, considerando que 'refletir' é intrínseco ao filosofar. E, por efeito, o alerta também será instrumento ideológico.
(Caos Markus)
DOMINGO, 16 DE JANEIRO DE 2011: "DESVARIO"
Trata-se mesmo de um país barroco, o Brasil, na acepção primitiva deste vocábulo. A natureza humana, assim me parece, é essencialmente tolerante à humilhação. O opressor humilha a si mesmo, por não conseguir enxergar sua própria humanidade, reflexo, apenas, da humanidade alheia. A norma, trocando em graúdos, é então uma só para ambos: o desvario da imutabilidade.
(Caos Markus)
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
SÁBADO, 15 DE JANEIRO DE 2011: "ORBITANDO"
A seleção por múltipla escolha recomenda, alternativamente, n.d.a., visto que do fulano, por nada ser além de ciclano, é ignorado o d.n.a.
Nas rotas dos pontos cardeais, o crepúsculo alvorece ao lusco-fusco, determinando que beltrano é apenas fogo-fátuo, muito embora confirmada a trilha à sina na meta do alvo excludente.
Afora, as órbitas.
Nas frequências modeladas, sem grande alcance, somente a garantia do expurgo.
Purgar o flagelo mais valia à revolução quando arquipélagos e galáxias guardavam distâncias entre si, anos-luz das laranrajas-mecânicas, hoje -entreabertas na privacidade caleidoscópica dos olhos-mágicos- orbitando todas.
(Caos Markus)
SEXTA-FEIRA, 14 DE JANEIRO DE 2011:"BOIADA"
Uma sociedade excludente se auto-elimina; uma civilização que segue a via da beligerância olvida a ação civil. Na 'lei do mais forte' a dialética marxista sofre a metamorfose de inaudito darwinismo. 'Educar', strictu sensu, será mesmo o que já se confirma: 'conduzir'. Só nos resta, na "Sociedade Mad Max", o estouro da boiada nesta vida de gado. Ou esperar, de maneira nihilista, o 'eterno regresso'.
(Caos Markus)
QUINTA-FEIRA, 13 DE JANEIRO DE 2011: "RABO-DE-ASNO"
É da estirpe, a índole da indolência. É a teoria do acaso confirmando-se ocasionamente em sucessivas (re)descobertas de um país onde a terra à vista é anunciada quando se viu o que ainda se vê: a herbácea -nas vagas litorâneas- cujo nome, 'rabo-de-asno', cunhou a idiossincrasia nacional.
(Caos Markus)
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
TERÇA-FEIRA, 11 DE JANEIRO DE 2011: "GUIA"
Amados irmãos! Vós que estais desesperançado, pessimista, com titica de galinha na cabeça... Deixeis de cacarejar igual a uma broaca velha! O poder desta oração vos libertará, e então podereis alcançar a divina graça de enxergar mais de um palmo além do próprio nariz! Vós andareis novamente de quatro, deixando de se rastejar qual um réptil, e voltando a ser o símio de sempre! Oremos, todos! Oremos àquele a quem já chamamos de corrupto, apenas porque por nós jamais ele tenha levantado um dedo sequer... É ele o nosso único guia, quem nos devolverá o paraíso na farta distribuição de milagres das foices e dos martelos! Glória, irmãos! Ele veio nos buscar! Ele nos ama, e quer todos sentados à sua esquerda, porque a esquerda é o caminho da vossa libertação...! Caríssimos! O demônio capitalista será expulso, agora ! "-Vade retro, porco capitalista selvagem!!! Abandone nossos amados irmãos, eles não lhe pertencem, ó senhor banqueiro das trevas!!!".
Que nenhum de vós seja escravo da insanidade inescrupulosa de 'sua', de 'tua', de 'vossa' sede de lucros... Todos os que estão no meio de nós, protegidos pela luz de nosso amado mestre!
Para todo o sempre, desde ontem até amanhã.
(Caos Markus)
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
SEGUNDA-FEIRA, 10 DE JANEIRO DE 2011: "PERSPECTIVA HUMANÍSTICA"
A consciência dos homens desperta da sua indiferença ante a recusa, em qualquer lugar da terra, dos direitos elementares aos seus semelhantes. É a complementação de um processo iniciado com a projeção extraterritorial dos direitos individuais, a moldar a internacionalização dos direitos humanos, na superação da perspectiva exclusivamente individualista do homem diante do Estado. É o maior alcance da dinâmica histórica na ciência jurídica, desde a identificação do homem como o seu único sujeito, ultrapassando os estreitos limites das suas relações familiares e atingindo, inicialmente, a tribo e os grupos tribais, até a sua colocação como súdito do Estado para, num momento seguinte, integrá-lo na comunidade internacional, considerada a pluralidade de suas aspirações materiais e morais. É o reconhecimento, por essa comunidade, de direitos inalienáveis e pertencentes a todos os homens, enfatizadas as liberdades humanas e suas respectivas garantias. É a dialética do Direito, enquanto ciência que ele é, na busca de um mais avançado patamar, através da promoção do ser humano no contexto da sua ainda hoje muito mal compreendida derivação, ou seja, a ‘humanidade’. É dialética que se aprimora através da ênfase ao jusnaturalismo (necessariamente presente no Estado de Direito, sob pena de negar-se a sua essência), tendente a mais amplo reconhecimento dos direitos naturais, em perspectiva humanística da própria existência do humana.
(Caos Markus)
DOMINGO, 9 DE JANEIRO DE 2011: "PURGAÇÃO"
Conheçam os sábios que o indubitável é sempre questionável, segundo o livre convencimento adquirido através de provas refutáveis. Afinal, ninguém pode afirmar um conceito sem antes ter uma tese. O que faz de todo tratadista um festejado preconceituoso. Por isso esse nó na garganta, essa eloquência sempre consentida, mas jamais admitida se o grito é de alerta. Aliás, não cabe mais qualquer ingenuidade no trato particular da coisa pública.
Porque é público e notório o alto teor de fumaça no fogo das paixões, dessas que por si só arrasam sistemas econômicos inteiros, levando consigo ímpios governantes ao calor abrasador da purgação.
(Caos Markus)
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
SEXTA-FEIRA, 7 DE JANEIRO DE 2011: "ALCANCE"
Se é para exorbitar, não exorto órbita alguma.
Eu quero a transgressão para trasladar movimento
ao entorno de qualquer eixo, distanciando-o
da translação, dia e noite, noite e dia.
Porque uma andorinha, só não faz verão.
Ou, nada disso, talvez esperando que
na próxima estação eu possa descer,
deixando prosseguir, livre, minha alma
o seu itinerário alheio a rotação.
Reflexo, a imaginação nas asas
de quem se perdeu da razão,
a caminho de latitudes, ao encontro meridiano
de paralelos concêntricos e não equidistantes.
Instantes, é o que tenho.
Dos instantes em que me des(re)conheço,
fora do alcance da procura desistente,
na jornada de apelo silente,
mais adentro, afastada do horizonte no centro.
(Caos Markus)
domingo, 28 de novembro de 2010
QUINTA-FEIRA, 6 DE JANEIRO DE 2011: "FORÇAS NO PODER"
O conhecimento da origem do Estado tem o seu valor na medida em que, informados dos pressupostos, das conveniências e necessidades humanas, certamente se poderia partir para uma concepção de Estado que atendesse efetivamente a realidade jurídico-social-econômica da contemporaneidade. Assim, por exemplo, para Friedrich Engels, a força pública é tão velha quanto o Estado, ou seja, um dos traços característicos essenciais do Estado, segundo Engels, é a existência de uma força pública separada da massa do povo, razão pela qual os franceses do século XVIII não falavam de nações civilizadas, mas sim de nações policiadas.
(Caos Markus)
QUARTA-FEIRA, 5 DE JANEIRO DE 2011: "MORFO"
TERÇA-FEIRA, 4 DE JANEIRO DE 2011: "FALÊNCIA"
SEGUNDA-FEIRA, 3 DE JANEIRO DE 2011: "DESNORTEADOS"
Eis os limites a que nos reduziram: externamente, a pressão do neocolonialismo; aqui dentro a evidência do coronelismo por mandato, confundindo lei com ordem-de-serviço. A aritmética -de um e de outro é ficção- é surreal, ilusionista, é Steven Spielberg, Salvador Dali, David Coperfield. Valor nominal e valor real são tratados como uma coisa só, o mesmo número; comemora-se a queda vertiginosa da inflação a percentuais mínimos, enquanto a miséria grassa em progressão geométrica. Os indicadores econômicos orientam contribuintes na desorientada bússola da reivindicação social; e o movimento sindical senta no rabo porque não aprendeu a fazer outras contas senão as do patrão. O país tropical, que tanto se orgulha de não ter terremoto nem morro de ventos uivantes , faz vista grossa ao “abalo sísmico” com “C” de cebola, e provoca fendas e grotas na sua sociedade “extratificada” com “X” de “maucon-néx” róliudiano. O que fisiologicamente obriga a nação a ser ‘rép’; falando e escrevendo sem vírgulas , ansiosa por chegar lá , aonde a classe operária vai ao paraíso. Temos visconte - biscoito e chocolate; temos felino - gato siamês, xifópago, sete vidas e um destino; de cinema temos o novo, ainda que por aqui deus e o diabo estejam na terra do sol; do italiano, temos uma certa inclinação mafiosa para desejar ter nascido na Calábria e comer o espaguete alheio; do francês, nem Godard, apenas a vaga lembrança de um 14 bis sobrevoando Paris pelas mãos de um refinado Dumont. Você já foi à Bahia ? Então não vá. Barra por barra, farol por farol, o Rio de Janeiro continua lindo ( Alô, alô, aquele abraço ! Alô, alô, eu me desfaço ! ), tem Teresa da praia que não pode ser minha nem sua também. E a garota de Ipanema, mora hoje em Vigário Geral, lava roupa todo dia, que agonia ? Ou não sabe mais pra que lado vai, quando tanto corpo cai? Nem palaciana nem miliciana? Tanto faz!
São Paulo, meu irmão de fé, meu amigo, meu camarada lenitivo ( nada, mas nada mesmo a ver com Lenin), não é mais da garoa, é submersa nas torrentes das paixões políticas que vão para o esgoto entupido da plebe rude. Não fume quando vier para cá. Nem pise na grama do Pacaembu, nem se esqueça, jamais, de fazer aquilo a que já está habituado desde o primeiro plano sazonal da temporada de caça aos famintos: aperte os cintos e sinta (nuncassabe!) uma-lufada de ar oxigenando os seus pulmões ecológicos como a rosa de Nagasáki, sempre que descer na liberdade. Liberdaade, liberdaade... abre as asas sobre nós...nas chuvas, nas tempestades, nas inundações...!!
Que horas são? Que dia é hoje? Que ano? Que século? Que era a nossa, neopaleolíticos?
(Caos Markus)
DOMINGO, 2 DE JANEIRO DE 2011:"HOJE COMO ONTEM"
SE A HISTÓRIA NÃO É CÍCLICA, O CAPITALISMO NÃO É MAIS QUE ISTO
Também outrora o poder e a ganância destruiram as concepções estóicas de um estado de natureza, no qual inexistiriam fronteiras e distinções entre os homens. Época em que, paradoxalmente, o poder ideal do Estado Universal prestou-se à busca da felicidade coletiva, e ao mesmo tempo à ânsia e manutenção dos privilégios dos que nesse período histórico detiveram para si o poder, longe de beneficiar a todos igualmente. Ora, somente no Direito Natural, revestido da essência da idéia do direito, é possível a racionalidade, mesmo encarnando tendências à codificação e ao entendimento da jurisprudência como dogmática. Pois, presente também a concepção de que o direito é o justo, quer no 'justo natural' quer no 'legal'. Os preceitos, enfim, que impregnariam o conteúdo do direito ocidental. Direito esse inserido no Estado-império, fruto da evolução histórica, onde a 'Cidade-Estado', idealizada pelos filósofos gregos Platão e Aristóteles, sofreu drásticas mudanças. A nova espécie de Estado evolui ao tempo da evolução política de Roma. A fase original dos negócios romanos foi a de uma aristocracia de tipo muito pronunciado; e a história interna de Roma, por dois séculos e meio (desde a expulsão do último rei etrusco,Tarquínio, o Soberbo, até o início da primeira guerra púnica, em 264 A.C.), consistiu na luta pela supremacia de duas ordens: a patrícia e a plebéia.
Essa luta apresentava uma estreita semelhança com a que se processou entre a aristocracia e a democracia nas Cidades-Estados da Grécia. Como na Grécia, classes inteiras da comunidade, os escravos, os libertos, os homens livres pobres ou sem propriedades , os estranhos ou estrangeiros, jamais participaram da luta, deparando-se completamente alheios ou abaixo do conflito. Os patrícios fizeram uso mesquinho de sua vantagens políticas, enriquecendo-se através das conquistas nacionais, à custa não somente do inimigo derrotado como também dos plebeus pobres que, tendo abandonado as suas terras, endividaram-se durante o serviço militar. Os plebeus foram excluídos de qualquer participação nas terras conquistadas; os patrícios as dividiram entre si. A existência do dinheiro, por outro lado, aumentou consideravelmente as facilidades do usuário e as dificuldades do devedor por empréstimo.
E A HISTÓRIA NÃO É CÍCLICA?! ENTÃO, ELA REFLETE -NÃO SE PODE DUVIDAR-'ANALOGIA' ENTRE OS SEUS FATOS, NO DECORRER DOS SÉCULOS.
(Caos Markus)
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
SÁBADO, 1 DE JANEIRO DE 2011: "MURALHA"
Ao som de um bolero vienense, valsavam todos um maxixe na corte do rei na barriga. No frenesi, ninguém suspeitava que a seca já não era mais nordestina, castigando agora toda a democracia racial irmanada no projeto de redenção do ser desumano. E chovia tanto lá fora, mas chovia tanto, a ponto de não perceberem que os tempos eram outros, não mais os bons tempos da felicidade geral da nação; se dançavam conforme a música, bailavam sem melodia, pois a orquestra cochilava, exausta de repetir economicamente as mesma seleções. Eis que a voz do Brasil emudece. Geléia geral. Afinal, por que silenciara o brado? E o bardo, por que não trovava as canções à formosura feminina das tropas entrincheiradas no golfo da baía da Guanabara? Estácio de Sá e São Sebastião bem que serviram de exemplo aos incautos sobre o pouco ou nenhum valor das flechas de cupido. Somente um motim explicaria aquelas naus à deriva, sem socorro algum, perdidas no triângulo de vértice apontado para baía dos porcos latinos! Desesperadamente, ao alerta estrondoso acorreu a multidão para o abrigo anti-eleição evitando ser torpedeada pelos napalms de gases paralisantes. Os sobreviventes, lembrando Orwell, revolucionaram em perfeita coalizão com um admirável mundo novo, todo cheio de expectativas, prometedor e cumpridor dos básicos direitos dos sem vale-refeição.
Como explicar o surto de febre verde-amarela contagiando de progresso a desordem na plantação de bananas da república? Obra de acaso? Não. Definitivamente, não. Não se permitiam interpretações doutrinárias, ainda que alicerçadas em decisões jurisprudenciais; o retrocesso seria expurgado a todo custo, exilado aos confins da reduzida mata atlântica, sem direito a verde, sem passagem na ponte aérea dos zepelins e dos "gatos" de TV fechada e da Net. A própria lei da gravidade, bem como a sua irmã siamesa, a da oferta e procura, foram abolidas, para coibir os que levitavam na demanda. Aquela enfermidade, certamente, aparentava ser um resquício de miliciana ditadura, ou melhor, de todas as ditaduras adormecidas no extinto vulcão da cordilheira do planalto do centro-oeste, leste-sul do Trópico por onde morreram na praia tantos projetos faraônicos, inclusive o da muralha separando o gueto favelado da cidadania urbanizada. Ao longe alguém cantarolava despreocupadamente uma nova cantiga de ninar, inspirada, talvez, nos cânticos gregorianos, dos mais modernos papas da mídia eletrônica. Anunciava-se a vinda celestial das ondas sonoras captadas nas antenas de retransmissão dos mais íntimos impulsos passionais, avizinhava-se a salvação pelo sagrado direito à mediação de todo homem livre.
Dito e feito. Nunca mais os trocadilhos seriam a máxima expressão da realidade nacional. Afinal...!
(Caos Markus)
SEXTA-FEIRA, 31 DE DEZEMBRO DE 2010: "HESITAÇÃO"
Sócrates...
Ele e Jesus prefaciaram os sofistas, no posfácio dos cínicos.Em comum, muita retórica a servir de nota de rodapé para Platão, Lucas, João...os evangelistas todos.Alguma semelhança com a preguiça de outros INcomodados, a exemplo de "To be or not to be, that is the...". A questão é que lideram. E o fazem porque hesitam, e de tal maneira que, superando qualquer antinomínia, aproximam inércia e movimento, induzindo, na eloquência de reflexão, o gesto sem ação.
(Caos Markus)
QUINTA-FEIRA, 30 DE DEZEMBRO DE 2010: "PROLE PLEBE"
Filhos da mãe, gentil Portugal
Brasa infernal, vermelha tinta do pau
que mata a cobra...
E... nada sobra
Espanha moura no meu quintal,
arriba ao interior, afinal.
Sou jaçanã, um bastardo do Tio Sam.
Mas se ergue a clava
o teu braço ao norte...
É dependência, é morte!
Pois, és tu a mil
num sonho vívido, raio que aparta
em duas a prole plebe do Brasil
nesta terra firme deste estado-Esparta.
Já podeis a Pátria, de repente,
ver ordem unida, jamais será vencida.
Mãe gentil, abre as asas sobre nós,
iberdade, liberdade, deitada eternamente.
(Caos Markus)
QUARTA-FEIRA, 29 DE DEZEMBRO DE 2010: "SHOPPING CENTER"
Uma grande fonte do poder das empresas transnacionais nos países de frágeis economias é o controle da ideologia, ou, por equivalência, dos valores que condicionam a maneira como vive um povo. Nesses casos, a propaganda governamental não se iguala ao poder da publicidade. São dos conglomerados empresariai...s a decisão do que será assistido na televisão e nos cinemas, qual a programação no rádio, o conteúdo dos jornais e revistas; e, generalizadamente, de tudo o que é oferecido nos meios mediáticos, com destaque à internet. Para a imensa maioria da população, o contato com a escola é passageiro, porém, perdura por toda a sua vida a estreita proximidade com esse "mercado livre".
Pela vastidão do subdesenvolvimento, as empresas -no contexto do processo da globalização- comercializam, como enorme sucesso, os mesmos sonhos que vendem ao mundo industrializado. Estimular o consumo em países de baixa renda e adaptar preferências locais a produtos distribuídos mundo afora, este é o propulsor de um crescente "Shopping Center" sem fronteiras. Em suas "lojas", a prioridade da política desenvolvimentista (destinada a atenuar os mais cruciantes problemas verificados na precariedade do ensino e na inconsistente cultura dos países consumidores) se resume a um artigo: a transferência de ideologia do mercado produtor, assegurando o lucro fácil gerado pela facilitada demanda.
(Caos Markus)
TERÇA-FEIRA, 28 DE DEZEMBRO DE 2010: "BINÔMIO"
Ainda que fenômenos distintos, o poder e a violência constantemente aparecem juntos. Associados, o poder é fator principal e predominante. A usual identificação de violência e poder provém da consideração de que o governo se exerce como domínio, aparente ou dissimulado, do homem sobre o homem, através da violência explícita ou tácita. Todavia, o poder não se reduz à dominação nem à imposição da força, porque violência e poder não são fenômenos naturais, mas pertencem a outro domínio, ao dos assuntos políticos, cuja qualidade -essencialmente humana- é a garantia da faculdade de ação do homem, considerada a sua capacidade de iniciar um novo processo, abordando outros contextos.
'Agir' tem por genuína acepção o significado de 'trazer', 'criar', 'Agir' se traduz, portanto, em 'movimentar-se', em expressão de sua atividade por meio de contínuo exercício.
Nesse sentido, o Estado não é um produto do pensamento mas sim da ação. Então, quando limitado à idealização, restrito à ideologia, esse mesmo Estado é violento.
De igual maneira, qualquer revolução calcada taõ-somente no pensar contínuo, em desprezo à ação sistemática, não é revolução, é a inércia do homem no reducionismo da sua inócua prática, circunscrita à confirmação da violência no binômio opressor-oprimido.
(Caos Markus)
sábado, 20 de novembro de 2010
SEGUNDA-FEIRA, 27 DE DEZEMBRO DE 2010: "TRANSGREDIR"
Um sistema de dominação pode legitimar-se utilizando padrões de racionalidade técnica, institucionalizando a não menos ideológica tecnocracia. Equacionar esse problema é transformar socialmente a formação acadêmica, acrescentando à informação de cunho essencialmente técnico a formação para a vida. Mais que simples possibilidade, essa é uma probabilidade, a confirmar-se somente quando o aprendizado for, pelas ciências, o da reflexão acerca das consequências práticas dessa lacuna, quando, então, poderão resgatar e renovar energias dirigidas a formação acadêmica voltada à transformação social.
Transgredir será, com efeito, superar a agressão, imprimindo-se ascendência à sociedade, forjando-a em contínua sucessão de novas formas.
(Caos Markus)
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
DOMINGO, 26 DE DEZEMBRO DE 2010: "IMPOSITIVO"
Se a norma deve corresponder a uma realidade concreta, também, a um só tempo, não se pode relegar a plano secundário a natureza da ciência jurídica, qual seja, 'normativa', em absoluto. Todavia, no Brasil, hoje, é tendência que se consolida explicar o mundo jurídico tão-somente através da Sociologia, em exage...ro muito próximo a desvio doutrinário; ou, dando "nome ao bois", atalho denominado "Sociologismo Jurídico". Ora, inegável, é de se reconhecer a vantagem ao jurista de não perder contato com a realidade histórico-social. Condenável, entretanto, é o Direito excluir toda especulação ideal sobre a justiça e acerca dos valores éticos, visando, assim, transformar 'fatos' em 'valores'.
Com efeito, a impositiva "cultura da conciliação", prática usual em todas as instâncias do Judiciário, traduz-se em negação dos nossos fatos históricos-sociais, subverte o Direito, e oculta a concretude de outra realidade -a epidemia do corporativismo na magistratura; fenômeno este que se presta a apartar o cidadão 'jurisdicionado' da 'casta judicante', ficcionando "direitos" àquele apenas para a preservação dos privilégios desta.
É o Estado-Juiz, fac-simile do Estado Político-Administrativo institucional, a proclamar 'emancipação popular' (mesmo com recusa ao Direito Alternativo, a via típica dos movimentos sociais), enquanto mantém para si patrimônio que nem 'de fato' nem 'de direito' lhe pertence: a nação brasileira.
(Caos Markus)
SÁBADO, 25 DE DEZEMBRO DE 2010: "FUTURISMO"
Eis que somos do futuro a vanguarda:
na supressão do antagonismo, positivamos o consenso, institucionalizando a cultura da conciliação; sacralizando o profano, celebramos o paganismo abençoado; no coloquial, toda a erudição da nossa retórica; e na mímica, a exclusiva manifestação gestual do amor.
Eis que fomos ao futuro sem o pretérito e o presente na bagagem.
(Caos Markus)
domingo, 14 de novembro de 2010
QUINTA-FEIRA, 23 DE DEZEMBRO DE 2010: "APÓCRIFA"
QUARTA-FEIRA, 22 DE DEZEMBRO DE 2010: "LIÇÃO"
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
TERÇA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO DE 2010: "FADÁRIO"
Sancho Pança não enxergava os mais de trinta insolentes gigantes que só o nobre cavaleiro avistava. No entanto, era por demais fascinado pela loucura para renunciar ao cargo do fiel escudeiro. Talvez somente ele entendesse que lutava o seu amo por outras coisas além de gigantes ou moinhos de vento. Pois, não hav...erá também a glória de uma outra magnífica vitória que devemos perseguir? Não estaremos todos predestinados a nobres propósitos em incomparável jornada? Certamente, a dissolução em que nos encontramos é transitória; não é fadário o desaparecimento de um povo corroído pelo aviltamento; a sua recuperação será mais breve se mais rapidamente bradarmos o nosso descontentamento.
Sei que existem milhares de homens que na essência concordam comigo, mas que não estão em condições de exprimir seus pensamento. São "pobres"; estão metidos em negócios; e sabem que se disserem o que honestamente pensam, certas pessoas lhes recusarão o patrocínio.
(Caos Markus)
SEGUNDA-FEIRA, 20 DE DEZEMBRO DE 2010: "QUEM FALA E O QUÊ FALA"
Noutras décadas, de eras não tão priscas assim, existiram duas espécies de pessoas, somente: as que estavam de um lado e as que não estavam desse, mas sim daquele outro. Ou melhor, dois comportamentos, então: os que falavam e os que faziam calar a boca. Como uns falavam -e o que falavam é uma outra história-, como e porquê alguns, não poucos, faziam calar a boca dos primeiros, não é uma outra história diferente em razões e falta de razões. De lá para cá, anarquistas e ateus tornaram-se governantes e ministros da eucaristia, as favelas e o tráfico de entorpecentes ocuparam maior destaque na mídia. Esta, por sua vez, de rabo preso com o leitor porque sem ele não dá para não justificar, invadiu a privacidade e o anonimato da cidadania, inventando que ninguém a possuia e, por isso mesmo, imbuindo-se do mister de suscitar aprovação ou desaprovação de assuntos variados sobre o tema (na necessidade, na.verdade ou na falta dela), sempre comprovando pela deusa-estatística que o povo sabe o quê quer (ainda que nem tivesse o tal povo jamais pensando em dividir com o próximo algo além da comum alienação). Enfim, parece que houve um outro tempo; parece que agora chove torrencialmente no deserto do Saara, e ininterruptamente neva na selva amazônica. Parece, enfim, que hoje só existem duas espécies de pessoas, as que falam e as que, mesmo não gostando do que ouvem, no mínimo suportam a hora e a vez dos que têm algo a dizer.
(Caos Markus)
DOMINGO: 19 DE DEZEMBRO DE 2010: "MUROS"
Há uma canção no filme "Pink Floyd, the wall" que ao retratar a revolta e indignação do personagem traduz constante realidade observada nas nossas escolas: - "Nós não precisamos de educação e nem que controlem os nossos pensamentos". Sem nenhuma dúvida, o ensino "laico", em oposição à educação institucionalizada a partir de doutrinas e ideologias várias; todas elas com o mesmo propósito, dogmatizar; está ainda muito distante daquilo que se convencionou denominar "educação democrática". Reflexo da burocracia colossal do Estado, a Escola no Brasil ostenta padrão de excelência apenas na reprodução de uma sociedade viciada em vago conceito de "competitividade", a revestir-se da mais ampla permissividade no descabido "salve-se quem puder", em nome da concorrência profissional neste mercado de trabalho a cada dia mais limitado. Conduzidos à alienação, não são chamados os educandos à participação, através de estímulo ao "auto-didatismo" complementar pelo desenvolvimento da crítica. p A pretensão é dar continuidade à formação de gerações reduzidas em seu precesso intelectual. E, pior, trata-se de procedimento "maquiavélico": não raro, professores, diretores, assistentes, coordenadores etc., etc., são os primeiros a consentir o modelo educacional fundamentado no "monólogo", no discurso unilateral, do tipo "quando um burro fala o outro abaixa a orelha". Prepostos de administrações tacanhas, funcionários disputam o poder miúdo. Quanta gente não fica fascinada com um "cargo" de diretor executivo da A. P. M. (Associação de Pais e Mestres), ou membro do "Conselho de Escola"?! Ser diretor de alguma coisa, conselheiro de outra, parece adquirir importância bem maior da pressuposta no efetivo exercício de tais funções. No entanto, "revestido" dessa "autoridade", fulanos e beltranos repassam aos seus pretensos subordinados (os alunos) a ideologia do opulento aparato estatal. Muito curioso é constatar, por ocasião de greves de profissionais da educação, a ausência de sua "produção". Pois a sociedade não está convencida de que não pode ficar sem o trabalho desses presunçosos. Afinal, "compramos" um "produto" somente quando convencidos de que ele nos faz falta, de que viver sem ele seria viver mal. Porém, a falsa idéia da falta de um diploma é a contradição dos próprios mestres: reclamam por melhores salários, afinal têm diploma de curso superior! E daí? Ora bolas! Há ainda quem acredite merecer maior remuneração porque é pós-graduado num vago curso de não sei o quê. Atualmente, é grande o número de empresas que exigem o segundo grau completo na seleção de pessoal para a produção. E, seguidamente, para a vaga de "técnico" exige-se o diploma superior em engenhearia ou tecnologia. A coisa não tem fim. Um engenheiro formado pelo ITA, por exemplo, pode ser considerado profissional mediano ao procurar emprego no erroneamente denominado "Primeiro Mundo".
"Construtivismo", Piaget ou Paulo Freire fazem parte dos coquetéis culturais da elite de educadores nacionais.Tudo regado ao tempero de esotéricos "ensinamentos" da embalsamada "vanguarda socialista". Que porre! Quanta purpurina! E que inútil pranto o de professores que nada professam. Ou professar não é preconizar, ensinar? Porém, existirá de fato entre nós "educação", na acepção do termo latino "educare" ? Mas chega de tantas indagações.
É preciso admitir: se um metalúrgico é melhor remunerado que o seu professor, isso ocorre porque a economia sente falta, no mínimo, daquilo que ele produz. O convencimento da necessidade do seu trabalho é inequívoco. O mesmo não se pode dizer de muitos dos nossos docentes: não convencem e não produzem; apenas reproduzem. Controlar os pensamentos do corpo discente tem ocasionado processo "sui generis", onde "educador" e "educando" parecem estar num formidável campo de batalha, cada um lutando por diferentes propósitos. Dados recentes dão conta de que em quarenta por cento das escolas, país afora, confirmam-se atos de violência entre aluno e professor. Diametralmente opostos, um e outro tornaram-se rivais: o primeiro reage prontamente ao segundo; este, por seu turno, pretende monopolizar o raciocínio.
Os "muros" do "Pink Floyd, the wall" não são mais que trincheiras onde buscam abrigo os lobos vestidos em pele de cordeiros, isto é, os "mestres". Esses "muros" ainda cairão. Ao caírem, talvez anunciem nova era, a de uma outra e mais próspera instituição escolar. E possivelmente sepultem tantos quantos hoje se acreditam merecedores de um lugar no "Olimpo" da nossa "Educação". Tanto faz, tanto fez, os muros caídos por si só significarão espetacular progresso.
(Caos Markus)
SÁBADO, 18 DE DEZEMBRO DE 2010: "FORMATO APOLÍTICO"
A propaganda assumiu função antes pertencente ao setor público. Hoje, notícia e anúncio não mais se diferenciam, forjando uma unanimidade estruturada na dinâmica do consenso. Este, agora, é a boa vontade estimulada pela publicidade; e os cidadãos tornaram-se consumidores do Poder Público, diante da ar...tificialização da esfera pública.
Frente ao marketing político, nota-se a falsidade das discussões, tendentes apenas a reforçar as "opiniões". Em vez de 'esclarecimentos', os partidos políticos querem persuadir, convencer, retomando o objetivo da ideologia, embora apoliticamente formatada para caracterizar-se como venda política.
A ausência da publicidade crítica impede a opinião pública de ser real expressão de concreto fato público.
(Caos Markus)
SEXTA-FEIRA, 17 DE DEZEMBRO DE 2010: "SAPIÊNCIA-SAPIENS"
"Não há mal que sempre dure e nem bem que nunca se acabe". "Dê tempo ao tempo". "A pressa é... inimiga da perfeição"(... ...). Êta, sabedoria popular! Êta, povo sábio! Será mesmo? "Quem espera sempre alcança"? Ou só descansa quem espera? Ou nem isso nem aquilo, apenas conversa pra boi dormir? E, enquanto isso … "de grão em grão a galinha enche o papo", de verdade? Então, me responde com sinceridade: com quantos paus se faz uma pequena canoa, uma canoa modesta, dessas que dê pra gente atravessar um "córguinho"? Você é tão esperto, tão inteligente, tem resposta pra tudo, sabe o valor das coisas, conhece a importância da amizade, não tem preconceito de raça, de cor, de credo, de tudo … Me diga, pois, por que "mais vale um pássaro na mão do que dois voando"? É por que você se contenta com pouco, ou é por que o passarinho estava dando sopa mesmo e, já que não fez nenhum esforço para ter algum, então, tanto faz e tanto fez, mais vale qualquer um do que três ou quatro, que daria muito mais trabalho para pegar!? Hein, garoto?! Você que é politicamente mais que correto, é perfeito, não dá esmolas porque acredita que o melhor é não dar o peixe e sim ensinar a pescar, diga-me só uma coisinha: e você, tem pescado bastante? O quê, de quem? Olha que "a mentira tem perna curta"! Nem tanto quanto a sua memória, mas certo é que tem.
Se promessa é dívida, já é chegada a hora de decretar a falência da confiança mútua, e, assim, confie desconfiando, com um pé na frente e o outro atrás. E sem muita conversa, porque desculpa de aleijado não é mutreta. Afinal, pra que mentir, se ninguém fala mesmo a verdade! Nem que a vaca tussa vão acreditar em santo de casa de ferreiro. Escute: "falar é prata, calar é ouro". "Depois da bonança vem a tempestade". Aí, então, os últimos verão os primeiros rindo ainda melhor. "É ver pra crer". Assim, meio São Tomé. Afinal, "quem entra na chuva é pra se molhar", não? Se você não quer entender as regras do jogo, não "dance conforme a música", nem arrisque nem petisque, cuspindo no prato que comeu. Ao contrário, lembre-se que hoje é dia da caça … amanhã e depois de amanhã, também. Mas, desesperar jamais; nunca é tarde para começar, ainda que você tenha terminado. Começar de novo … sabendo que rir, se não é o melhor remédio, então, definitivamente, é sinal dos tempos, quando muita gente ri da própria desgraça, porque pimenta nos olhos dos outros é igual a comer e coçar, só vai de começar. Se arrependimento matasse, todos nós, em uníssono, diríamos em alto e bom som: "-Mais vale um herói vivo do que dois coelhos mortos com uma só cajadada". Ou seria o contrário? Mais vale um covarde vivo do que a luz no fim do túnel? Vivendo e aprendendo… Assim, como 'nada de um dia após o outro'. Pois, se a pressa é inimiga, quem avisa, amigo, é da perfeição uma meta. Se morrer o homem, o que é que tem? Fica a fama de quem tem cama. E assim como dois e dois são quatro, "verás que um filho teu não foge à luta", mesmo que seja para fazer cortesia com o chapéu alheio, desvestindo um santo para dar esmola demais, que nem desconfia. Por que tanta banana por um tostão!? Atrás de cada grande homem há sempre um monte de gente, mulher ou não, todos querendo "puxar a brasa para a sua sardinha", certos de que propaganda é a alma de quem não a tem. E, para que correr? O apressado não come cru? Se "há mais mistérios entre o céu e a terra do que a nossa vã filosofia", dos males o menor. Dos males alguém já não disse "o importante é competir para vencer"? Que história é essa de que "o amor é cego"? Uma ova! À primeira vista nem a cavalo dado. Tudo, mas tudo mesmo vale mais do que pegar ou largar. Nessa sua, nessa nossa infinita sapiência, compramos galinha morta na atacado e arrotamos perú na varejo, dando "murro em ponta de faca", convictos de que água mole em pedra dura é a salvação nacional, nesse horizonte perdido do 'céu-pode esperar'. Isso talvez porque a mãe gentil quer padecer no paraíso. Isso certamente porque nos pequenos frascos é que se encontram as amostras-grátis da grande panacéia pátria. Eis que esse país é "cult", que todo mundo aqui é auto-didata; já nasceu divinamente; um bravo, antes de tudo. Eis que de médico e de louco e mais um pouco todo brasileiro tem um pouco, nessa modalidade singular de inteligência, epidérmica, por osmose, no "é dando que se recebe", meio minhoca que se basta a si mesma, afastada das doutrinas acadêmicas, pós-vanguarda, pré-apocalíptica, dona-flor-e seus dois maridos. Folclórica! Porém, sem "folk-lore".
Proverbial, a nação imita Confúcio e Bruce Lee, em eternos minutos de sabedoria provinciana, expondo-se como nativa progressista na alemã Frankfurt. A nossa feira pra lá de Bagdá é peça de "arqueologia" da cultura contravencional para o deleite do "homo-sapiens" da Europa pós-muro permeável. No trem da Sorocabana, a gente faz de conta que viaja para Madagascar, Casablanca e Transilvânia, fazendo troça do boitatá e fingindo medo do conde drácula. Afinal, ninguém pode dizer "dessa água não beberei", pois, em terra de cego quem tem um olho, eu não sei, mas dizem os mudos que é rei. Pelo sim, pelo não -diz o clamor, e repete o refrão popular- que não existe pecado do lado de baixo do Equador. Em assim sendo, uma outra inscrição num outro pavilhão nacional muito além do Anhembi: "Em boca fechada não entra mosquito".
(Caos Markus)
QUINTA-FEIRA, 16 DE DEZEMBRO DE 2010: "PERMUTA PARA O REENCONTRO"
Procuro em ti parte esquecida de mim:
a que se ocultou em eras passadas.
Vaga... memória traz relato de estranho fato
- não conheço ao certo qual traço, perfil em meu retrato.
Eu busco na humana idade tantas que já tive;
Tu estás em cada parte minha,
em abraço frenético de quem na dúvida encontra
imensa realidade, inda não revelada.
Mas, redescoberta, da alma vigorosa reflexos enxergo.
Eu quero estar em lugares da minha ancestral imagem,
encontrando caminho ao momento único,
resgatando nos sonhos a divindade da criação.
Em ti, ó! fraternidade, os laços próximos.
Meu espírito não me pertence mais do que o teu a mim.
Somos frações, fragmentos de uma vida inteira,
onde anseiam as partes definitivo encontro;
promessa de alvorecer que o infinito encerra.
Em mim o que, adormecido, vem de ti.
Então, tu não és mais o que eu já também não sou.
Agora, somos nós:de onde viemos e para onde iremos.
(Caos Markus)
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
QUARTA-FEIRA, 15 DE DEZEMBRO DE 2010: "MANDANTES"
Quanto mais eu repenso e mais convicção eu tenho acerca desta necessidade humana: preservar a psique através de toda e qualquer 'realidade' ficcionada; manutenção da 'alma' por representação, com outorga de mandato a divinizada superioridade. Todavia, ou por isso mesmo, somos nós mesmos os 'mandantes' do deus 'mandatário'.
(Caos Markus)
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