Ainda que fenômenos distintos, o poder e a violência constantemente aparecem juntos. Associados, o poder é fator principal e predominante. A usual identificação de violência e poder provém da consideração de que o governo se exerce como domínio, aparente ou dissimulado, do homem sobre o homem, através da violência explícita ou tácita. Todavia, o poder não se reduz à dominação nem à imposição da força, porque violência e poder não são fenômenos naturais, mas pertencem a outro domínio, ao dos assuntos políticos, cuja qualidade -essencialmente humana- é a garantia da faculdade de ação do homem, considerada a sua capacidade de iniciar um novo processo, abordando outros contextos.
'Agir' tem por genuína acepção o significado de 'trazer', 'criar', 'Agir' se traduz, portanto, em 'movimentar-se', em expressão de sua atividade por meio de contínuo exercício.
Nesse sentido, o Estado não é um produto do pensamento mas sim da ação. Então, quando limitado à idealização, restrito à ideologia, esse mesmo Estado é violento.
De igual maneira, qualquer revolução calcada taõ-somente no pensar contínuo, em desprezo à ação sistemática, não é revolução, é a inércia do homem no reducionismo da sua inócua prática, circunscrita à confirmação da violência no binômio opressor-oprimido.
(Caos Markus)
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