A compreensão de que os problemas científicos podem ser concebidos como problematizações de questões teórico-práticas, ou mesmo de senso comum, implica admitir toda e qualquer preocupação humana enquanto componentes do universo das questões suscetíveis de redundar em ciência. As motivações subjetivas, contextualizadas em dimensões "espirituais" são, nessa condição, legítimas promotoras das formulações que, desenvolvidas em linguagem objetiva, traduzem-se em teses ou doutrinas científicas.
Neste panorama, as promessas de campanha e compromissos éticos de políticos deveriam passar pelo crivo do pragmatismo, pois terão algum significado quando confrontados com seus efeitos práticos concebíveis, isto é, caso haja dinheiro em caixa a tornar possível concretizar as promessas, além da necessidade de se considerar o governo dotado de transparência suficiente para por à prova sua postura ética. Assim, o pragmatismo tem o propósito de fornecer uma diretriz ao pensamento, evitando que a razão, em seus altos vôos rumo ao abstrato, se distancie de seu objeto: a realidade, a vida. O método pragmatista, dessa forma, se contrapõe às metafísicas de caráter dogmático, em proposta de um raciocínio guiado por sistemas análogos aos da ciência, permitindo incluir a observação dos fenômenos, a formulação de hipóteses, os testes práticos e a revisão de teorias.O pragmatismo, por isso, é avesso a qualquer ideia de verdade e certeza inatas ou absolutas.
Opondo-se à noção do homem como ser dotado de ideias claras e distintas, não há, sabe-se, nenhuma segurança se estão corretas as representações da realidade humana. Quando muito poderão demonstrar se funcionam e, a longo prazo, o quanto mais próximas estão da verdade. É impossível conhecer a verdade última a respeito de algo. Há apenas um conhecimento provisório e falível. A visão do homem, por exemplo, a respeito do universo se modificou ao longo dos séculos, nos quais os instrumentos técnicos foram aperfeiçoados e o gênio matemático, testado. Porém, nada garante qualquer exatidão de uma incompatibilidade insuperável entre a Teoria da Relatividade e a Mecânica Quântica, descritivas, respectivamente, do macro e do microcosmo.
E também é assim com os valores sociais. Afinal, forçosamente, não são reavaliados todos os parâmetros culturais em face das mudanças tecnológicas e do fenômeno da globalização?
A aceitação da provisoriedade, do efêmero e transitório, portanto, é uma condição de humildade intelectual, obrigando todos a uma aprendizagem constante, para evitar o enclausuramento em crenças e verdades pretensamente derradeiras.
Opondo-se à noção do homem como ser dotado de ideias claras e distintas, não há, sabe-se, nenhuma segurança se estão corretas as representações da realidade humana. Quando muito poderão demonstrar se funcionam e, a longo prazo, o quanto mais próximas estão da verdade. É impossível conhecer a verdade última a respeito de algo. Há apenas um conhecimento provisório e falível. A visão do homem, por exemplo, a respeito do universo se modificou ao longo dos séculos, nos quais os instrumentos técnicos foram aperfeiçoados e o gênio matemático, testado. Porém, nada garante qualquer exatidão de uma incompatibilidade insuperável entre a Teoria da Relatividade e a Mecânica Quântica, descritivas, respectivamente, do macro e do microcosmo.
E também é assim com os valores sociais. Afinal, forçosamente, não são reavaliados todos os parâmetros culturais em face das mudanças tecnológicas e do fenômeno da globalização?
A aceitação da provisoriedade, do efêmero e transitório, portanto, é uma condição de humildade intelectual, obrigando todos a uma aprendizagem constante, para evitar o enclausuramento em crenças e verdades pretensamente derradeiras.
É, pois, indispensável contrapor aos conceitos o objeto real, a fim de construir significados, ou, caso contrário, iminente será o risco de naufrágio em um redemoinho de palavras sem qualquer âncora na terra firme da experiência.
(Caos Markus)
Nenhum comentário:
Postar um comentário