Na educação a distância predominam os cursos mais focados em conteúdo,
principalmente os de massa, mas também encontramos projetos mais
inovadores, mais participativos e com metodologias mas ativas, onde os alunos
são mais estimulados a pesquisar e desenvolvem atividades mais próximas da
sua vida pessoal e profissional.
O papel previsto nos cursos a distância para os alunos ainda é bastante
passivo: ler, escutar, compreender e realizar as atividades previstas. Só que
eles estão acostumados a pesquisar informalmente em casa, no trabalho e a
compartilhar online o que descobrem. Eles gostam de participar, de se
envolver e de divulgar o que conhecem.
As instituições precisam estar mais atentas, nos seus projetos pedagógicos a
distância, a atender aos diversos estilos de aprendizagem dos alunos, criando
atividades de pesquisa que contemplem os mais ativos e também os mais
reflexivos; os focados na ação e os que articulam as ideias de forma mais
teórica.
A educação a distância está muito pressionada pelas mudanças trazidas pelas
redes e tecnologias móveis e pelas exigências maiores da sociedade por
qualificação profissional, por atualização de conhecimento, por educação
continuada.
A palavra distância tem uma conotação pesada, prejudicial, que remete ao
tempo do ensino por correspondência, quando os alunos recebiam o material
pelo correio. Hoje como estamos multiconectados, é fácil e barato estudar,
conversar e aprender na hora mais conveniente, de múltiplas formas. Por isso
muitos preferem utilizar a expressão educação online ou também começa a
utilizar-se a denominação educação sem distância.
Do ponto de vista pedagógico, predominam ainda na EAD os modelos prontos,
com materiais e roteiros preparados previamente por equipes de especialistas
e que são executados com a maior fidelidade possível pelos alunos. A esses
modelos mais industriais contrapõem-se processos mais informais de
aprendizagem, entre pares, inter-colaborativos, menos hierárquicos e menos
formatados. Como conciliar a roteirização previsível com a adaptação a ritmos
diferentes e formas diferentes de aprender? O que manter e o que modificar?
O peso de ensinar está em que os educandos aprendam e, portanto, as
estratégias não são de transmissão, mas de interação, motivação, aplicação, investigação, tutoria, resolução de problemas, simulação.
Estratégias dentro e fora da aula.
Com os avanços das redes e da mobilidade, as pessoas estão aprendendo de forma muito mais flexível, horizontal, informal, sem depender tanto dos mestres. A aprendizagem em grupos, em pares, entre pessoas de diversos países é cada vez mais ampla e fascinante. Como podemos aprender à distância equilibrando a organização previsível que as instituições propõem com a imprevisibilidade da aprendizagem informal nas redes sociais?
Além da mobilidade, há avanços nas ciências cognitivas: aprendemos de formas diferentes e em ritmos diferentes e temos ferramentas mais adequadas para monitorar esses avanços. Podemos oferecer propostas mais personalizadas,
monitorando-as, avaliando-as em tempo real, o que não era possível na educação a distância mais massiva ou convencional. Há aplicativos que orientam os professores sobre como cada aluno aprende, em que estágio se encontra, o que o motiva mais.
Não precisamos dar o mesmo conteúdo e atividades para todos, no mesmo ritmo. Os alunos querem ser tratados de forma mais individualizada. Os alunos aprendem de forma diferente a como era antes. Nos cursos presenciais, gostam de ter o conteúdo antes das aulas, de checar as informações que o professor passa, de aprender online com seus colegas, quando estão separados.
Caminhamos de uma EAD mais industrial, massiva, de produto pronto, igual para todos, para modelos bem mais flexíveis, que combinam o melhor dos percursos individuais com momentos de aprendizagem em grupo, de colaboração intensa. As tecnologias WEB 2.0, gratuitas e colaborativas, facilitam a aprendizagem entre colegas, próximos e distantes. Tudo caminha para ser mais aberto, ágil, intuitivo.
(Caos Markus)
Nenhum comentário:
Postar um comentário