Tanto o conceito de objetividade quanto o de racionalidade não escapam a uma intervenção de valores ou normas éticas. No fundo, a racionalidade consiste na escolha dos meios mais aptos para atingir determinado fim. Com frequência, os fins são admitidos tacitamente, quer dizer, irracionalmente, de fato. E é essa admissão sem a crítica dos fins, desprovida de racionalidade instrumental e tecnológica, a responsável pela ilusão da existência dessa mesma racionalidade instrumental e tecnológica, supostamente isenta de toda e qualquer referência a um sistema valorativo, e, por consequência, neutra.
A análise crítica dos valores contidos no conceito de racionalidade leva-nos, de uma ou outra forma, ao exame da questão dos fins a que se propõem as pesquisas científicas. Então, percebe-se que muito das necessidades essenciais do ser humano foi praticamente relegada, que expressiva parcela de material, significativo conteúdo do conhecimento e a própria energia humana, são desperdiçados para a satisfação tão-somente de carências secundárias ou artificiais do homem e da sociedade.
(Caos Markus)
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