No ambiente de uma modernidade ainda inacabada, é indispensável a restauração de um espaço público capaz de propiciar a formação espontânea de opinião, proporcionando, ainda, a geração comunicativa da vontade livre de distorções ideológicas, sempre coercitivas, direta ou indiretamente. Trata-se de resgatar uma razão prática, apta a enfrentar, sem subterfúgios as questões éticas; uma razão^dotada de autonomia, emancipada, em condições de dar clareza às formas potencialmente universalizáveis de legitimação das mediações (já agora institucionalizada) dos conflitos sociais. Aliás, formas essas que somente poderiam ser obrigatórias se todos efetivamente participassem de sua definição. Considera-se aqui uma razão cujo caráter essencial seja o da auto-crítica, consciente de que está inexoravelmente sujeita a deformações sociais que, se não forem identificadas a tempo, poderão distorcer o processo de comunicação, dando lugar à pseudocomunicação, sem garantia alguma nem de veracidade subjetiva (as vítimas da falsa consciência mentem para si mesmas e para os outros), nem de verdade objetiva (o mundo dos fatos restará subordinado às distorções típicas desse processo), e muito menos de justiça (os parâmetros da equidade serão apenas referenciais segmentados).
Ou esse resgate, ou a modernidade acabada, sepultando a humanidade agonizante que, genericamente, sem percepção desse fenômeno, sorri à fugaz felicidade que a destrói.
(Caos Markus)
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