Por demais sabido, em qualquer sociedade, existe uma forte relação entre o grau de instrução e o nível de renda. Quando poucas pessoas têm acesso a educação básica completa, de qualidade, e a maioria dos alunos abandona a escola após cursar apenas algumas séries, a maior parte da população é condenada a ter uma baixa produtividade e, por consequência, renda inferior.
Num sistema assim, somente uma elite privilegiada pode competir por bons empregos de alta remuneração, ou desenvolver a capacidade de criar atividades lucrativas por si mesma.
Nas economias de mercado com distribuição de renda mais equitativa há maiores oportunidades de mobilização da poupança para investir-se em efetivo desenvolvimento, num cenário onde resta evidente o apoio político ao crescimento a longo prazo. Em tais condições, as políticas de renda certamente são mais eficientes no que tange à distribuição. Mas como nessas economias existe grande variação da renda, as melhores remunerações tendem a ser, proporcionalmente, mais altas nos segmentos beneficiados pela sua concentração. É difícil imaginar um crescimento econômico sustentado sem o correspondente acréscimo da capacidade produtiva de todo o contingente populacional. Utilizando o compromisso do Poder Público com a educação básica, a fim de avalizar uma mensagem de comprometimento junto à grande massa dos trabalhadores em geral, homens e mulheres, o Governo, além de promover progresso econômico, terá assegurada sua legitimidade perante a nação. Neste processo, agilmente se mobilizam as poupanças indispensáveis ao lastro da esperada evolução. E como poupanças só são assim mobilizadas de maneira voluntária, quando isso ocorre, elas tendem a incorporar-se naturalmente ao processo democrático de desenvolvimento, em vez de impostas por qualquer Estado autoritário.
Aliás, nem poderia ser diferente, considerando uma outra realidade: qualquer 'autoritarismo' mal esconde o ser reprimido que o exerce.
(Caos Markus)
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