REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
TERÇA-FEIRA, 21 DE JULHO DE 2009:"SUBLIMAÇÃO"
Olvidar a trajetória do ser humano na terra, toda marcada por laivos e conspurcações, é reafirmar uma falsa superioridade da raça, em obliterada presunção. Pois, os fatos históricos não admitem a inocência, sendo mesmo o registro da perfídia como que o nosso único atributo. Passados já tantos séculos de civilização, desprezamos, ainda, a "civilidade" como regra primeira da cidadania. Opostamente, tem havido constância no predomínio da barbárie, quando a crueldade é dissimulada em ordenamentos que nada têm de sociais, porque não propiciam a extensão de vantagens particulares à sociedade inteira.
Seria a mais cândida inocência uma pessoa pretender conhecer bem a História "a ponto de supor que após todos esses séculos de sistemas sociais corruptos o imperfeito possa eventualmente se desenvolver algo perfeito e puro". Até onde o poeta consegue enxergar mais que o político? Pois, no dizer de Raul de Leôni, "... a vida passa... efêmera e vazia/Um adiamento eterno que se espera,/Numa eterna esperança que se adia...". Temos notoriamente sido alimentados de uma esperança desacreditada até mesmo pelo mais inspirado bardo. Então, a dor não necessariamente deve ser uma forma de adquirir conhecimento, pois que se isso fosse uma verdade já teríamos povos amadurecidos, em meio a tanto disparate a manter a humanidade em permanente flagelo. Realmente, "deve haver uma sabedoria além daquela que se aprende através do sofrimento...".
Fulton J. Sheen, com muita propriedade, já se ocupara em discernir o mal que a todos nos aflige, quando, no definir o sexo, o egoísmo e a necessidade de segurança como "três fogueiras inseparáveis, postas a arder dentro da condição humana", afirmou não existir qualquer culpa necessariamente associada a estes impulsos diferentes e dominantes, e, concluiu, o mal só ocorre quando há desordem.
Obviamente, percebemos essa desordem ao defrontarmo-nos com o gigantismo das nossas instituições - a projeção de nossa megalomania. Uma inferioridade sublimada está oculta em nossas insólitas obras, todas muito mais voltadas para um cálido estratagema de dominação do que direcionadas ao aprimoramento da moral e do espírito. (Marcus Moreira Machado)
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